Kisses and Guns escrita por Nina Arik


Capítulo 34
Se alguém trai você uma vez, a culpa é dele. Se trai duas vezes, a culpa é sua. - Eleanor Roosevelt


Notas iniciais do capítulo

Essa autora está culta U.U KKKKK



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/704017/chapter/34

Acordo sozinha. Eu não sei por que meu peito dói quando olho a casa vazia. É quase como se eu estivesse triste de não encontrar ele aqui, mas eu não poderia estar triste, poderia? Não! É arrependimento. Um arrependimento profundo. Tenho certeza disso. Meu corpo está dolorido. Sinais claros do que fizemos ontem à noite. Eu ainda estou suja com seus fluidos. Ainda com o meio das coxas vergonhosamente tenso de sua presença ali. São seis horas e eu preciso me arrumar e ir para a faculdade. Ou seja, fingir que nada aconteceu. Eu queria confrontar ele ontem à noite. Dizer tudo que estava entalado, exigir resposta, ao invés disso, fizemos sexo. Minhas bochechas ficam rubras com o pensamento. Eu já nem tento mais negar nada. A verdade é: eu não posso mais resistir, não tenho mais forças para lutar contra Dante.

Estou andando para o meu carro, o dia está claro e limpo, quem imaginaria que novamente eu tinha me metido na pior situação possível? Respiro fundo e alcanço o carro. Só para ter dois homens enormes me cercando. Antes que eu possa alcançar minha arma atrás das costas sou lançada dentro de um carro.

— Me solta! – eu grito, minha garganta doendo eu me debato, mesmo quando a porta se fecha e o carro dá partida. – Inferno! Me solta! Quem diabos são vocês!

— Para uma moça ela tem a boca muito suja.

— Foda-se! Me deixem ir! Eu vou chamar a policia! Filhos da puta! Quem são vocês?! O que querem de mim! Desgraçados! – eu me debato até chutar um no rosto. Ele me devolve o favor em forma de um murro que me faz ver estrelas e eu sinto quando meu lábio se parti e sangue quente começa a escorrer.

— Fique quieta, moça.

— O que querem comigo?!

— O Matriarca quer dar uma olhada em você. – o cara que está no volante anuncia. O Matriarca? O mesmo que Dante estava falando ontem? Engulo seco.

— Quem ele é? O que diabos ele quer comigo? Foda-se! Ajam como pessoas normais e mandem convites!

— O Matriarca nunca convida ninguém moça. – o carro para de repente e sou puxada para fora do carro, meus pés nem tocam o chão e sou puxada para dentro de uma enorme casa, uma mansão. Espera, onde eu vi essa mansão antes? Oh! Sim! No aniversário de Amélia! Meu presto atenção com os brutamontes apertando dolorosamente meus braços, eu grito e me debato até que nada gentilmente eles me sentam um uma cadeira em um escritório elegante. Uma grande cadeira de coro está atrás de uma imensa mesa. E essa cadeira vira dramaticamente para revelar um homem. Ele é bonito. Na verdade. Cabelos pretos, olhos pretos, pele dourada. Deve estar em torno dos quarenta e é uma versão mais velha de Dante. Prendo a respiração. Esse é o pai de Dante? O Matriarca?

— Ai está ela! – ele diz com entusiasmo me olhando com o mesmo sorriso sínico de Dante. Minhas veias estão geladas, cruzo as mãos no colo para ele não ver que eu tremo ligeiramente. – Srta. Alexandra Hendrix.

— Quem é você? – pergunto tentando meu melhor para minha voz ficar estável.

— Oh! Vejo que meus filhos não falaram sobre mim! – ele ri. – Sou Cesare, minha querida, mais conhecido como Matriarca, mas também sou pai do Dante e do Lorenzo.

— O que quer de mim?! Por que me trouxe aqui? – pergunto furiosa. Meu lábio ainda sangra e está começando a inchar.

— Eu sei quem você é Alexandra Hendrix. Ou seria Arabella Fiorenza? – meu coração perde uma batida quando ouço o nome. Meus olhos se arregalam um pouco. Ele sabe quem eu sou. Infernos! Ele sabe quem eu sou.

— Eu não sei o que está falando, me trouxe aqui para falar coisas sem sentido? Ou apenas para ver a amiga de seus filhos?

— Amiga? Bem, se é isso que é chamado hoje em dia. Vamos as coisas que eu sei sobre você, sei que Arabella Fiorenza morreu, aos dezessete anos, queimou junto com a casa que sua mãe deixou para ela. – se houvesse uma forma de desaparecer no ar, esse era o momento. Minhas mãos tremem ainda mais. Os gritos, as chamas, os tiros. – E milagrosamente Alexandra Hendrix surgiu. Como uma fênix da cinzas. Mas, Arabella antes de morrer, levou com ela um amigo meu. Você conhece, o Sr. Gavino Leone? – engulo seco. Tem uma coisa espantosa em como as lembranças tão bem guardas em uma caixa podem saltar em sua mente em segundos. Eu ouço meus próprios gritos enchendo meus ouvidos, sinto o cheiro dos litros e mais litros de sangue do meu pai que estava tão drogado que não sentiu sua morte, o fogo, e depois o disparo da minha própria arma, eu tinha aprendido a atirar apenas algumas semanas antes, e a voz do instrutor do clube de tiro ainda ressoa na minha cabeça.

Peito ou cabeça. Atire quando necessário, mas quando o fizer atire para matar. 

Toda minha vida estava acabado depois de um tiro. Na cabeça. Aperto minhas mãos no colo, engulo seco e não deixo transparecer nada no meu rosto. O medo, o pânico, a raiva, o ódio, a culpa, o cansaço, e as magoas. Tudo explodindo dentro de mim enquanto eu luto para permanecer neutra.

— Nunca o vi antes. – digo calmamente.

— Diga o que quiser Alexandra, mas eu sei a verdade. No momento exato daquele disparo até agora, tudo, eu te trouxe até aqui. – meu coração se acelera a um ponto doloroso. – A bolsa na faculdade, o apartamento barato, o emprego, até mesmo a aproximação de Amélia! Eu sei o que você é e o que você fez e tudo até agora foi um jogo. – ele sorri. Sinto quase como se tivessem me colocado uma faca no peito. Perco a respiração por um momento. Como é?  – Gavino era um vendedor de drogas dos melhores e por sua causa eu perdi milhões quando ele caiu. E uma cidade inteira!

— Eu realmente não...

— Não se atreva a negar. – ele aperta os olhos para mim. – A questão é querida, eu tenho tudo, essa cidade, boa parte do governo, algumas cidades vizinhas, armas, drogas, mais dinheiro do que eu possa precisar, mas a questão não foi o dinheiro, foi o controle. Eu sou o que mantem esse império unido e forte. Sim, eu sou uma espécie de mafioso se você quer saber, eu controlo tudo, eu vejo tudo e as pessoas vivem ou morrem por aqui quando eu permito. – ele diz. Ele parece meu perdido agora, até meio insano. Deus! Dante tem o rei na barriga porque ele é o príncipe do crime. Afogo o peso no meu peito que vem com tudo isso. Não é bom, Nada bom.  - Gavino era um soldado fiel, como um filhote de cachorro atrás de seu dono. Não foi a morte dele que me afetou, você entende? Foi a confiança. Tudo por causa de uma garotinha estupida.

— Tudo por que ele me subestimou. – Digo calmamente. Ele já sabe a verdade, eu não vou continuar fingindo que não sei de nada. – Ele vinha cobrar as drogas do meu pai comigo! E depois queria me transformar em uma prostituta para pagar as dívidas dele! Ele me espancou, matou meu pai...

— Mais uma história trágica como muitas outras Arabella! – ele gritou.

— Meu nome é Alexandra.

— Isso não importa. – ele respira. – Meu filho vai cuidar de você, assim que ele estiver feito de sua boceta. Incrível, não é? Matou um homem para que não virasse uma prostituta, mas acabou se tornando uma. – ele diz sorrindo. Engulo as lágrimas, a humilhação. O aperto no peito. Amélia se aproximou de mim a mando dele? Eu sabia que Dante queria acabar comigo desde o começo, mas isso não deixava de doer. Oh, Deus! Por que merda doía assim? – Tirem ela daqui. – ele ordena e outra vez os brutamontes me jogam de um lado para o outro até me deixarem na calçada de casa. Perdi a aula. Nem faria sentido ir de qualquer forma. Eu fui atraída para cá, para essa cidade como uma mosca na teia de uma aranha. Minhas pernas tremem e eu desabo assim que abro a porta de casa. Quero tanto chorar e o nó na minha garganta é insuportável.  Eles se aproximaram de mim, sabendo que eu ia ser morta. Sinto que eles me traíram, mesmo que não devesse. É uma sensação ruim e queima meu peito feito brasa. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!