Kisses and Guns escrita por Nina Arik


Capítulo 32
Sem respostas.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/704017/chapter/32

Meu coração está batendo na boca quando entro no carro, aperto o volante com tanta força que os nós dos meus dedos ficam brancos. Meu gps me diz que o lugar é indo em direção a saída da cidade. E eu dirijo para lá, mesmo preocupada que eu não vejo Dante em nenhum lugar por perto.

Cada vez mais, as casas vão desaparecendo, lugares escassos e depredados aparecem no lugar e se eu achei que estivesse vivendo na parte pobre da cidade eu estava redondamente enganada.

Finalmente estou na rua Fuard, é na verdade um conjunto de galpões sinistros e escuros, como eu sempre acabo metida em um desses? Uh, número 202! Meu coração acelera em expectativa. Coloco o carro atrás de um muro e desço o mais silencioso e devagar possível. Verifico ao redor e espero até eu achar bom o suficiente. E começo a andar o perímetro.

NÃO TEM NADA AQUI.

Oh, Deus!

Verifico o relógio e depois de andar envolta de todo o galpão eu descido voltar para o carro.

Que merda é essa? Eu entendi algo errado? Eu deveria ir embora, mas eu não o faço. Eu fico. Eu fico olhando para o nada evitando pensar nas coisas que eu preciso pensar e depois de uma hora sentada, com a bunda dormente, e quando eu descido que já chega, ouço o som do carro. Um SUV preto entra na minha linha de visão e para bem em frente ao galpão. E então eu o vejo. Ou melhor. Eu os vejo.

Dante sai primeiro.

Ele está vestido impecavelmente. Terno azul escuro. Gravata preta e uma imaculada camisa social branca. Sapatos de couro preto. O cabelo sempre desgrenhado penteado evidenciando o corte moderno e seu anguloso rosto quadrado. Deus! O homem é uma fodida visão. Um inferno quente. A personificação da luxuria e eu admito para mim mesma (e ninguém exceto eu) que eu o quero. Minha boca seca apenas de olhar ele sair do carro com essa aura soberana envolta dele. Algo que me diz que ele é alguém com quem não se deve foder. Merda! Eu devia ouvir esses sinais de alerta na minha cabeça. Tecnicamente, deveria ser uma garota esperta. Logo depois Lorenzo e Harley, cada um de um lado seu, com ternos igualmente impecáveis e expressões que definitivamente não combinam com sua idade. Eles marcham para dentro do galpão quase ao mesmo passo. Como uma unidade. Engulo seco. Espero que eles entrem e depois saio discretamente do carro. Me esgueiro por uma pequena fresta na porta o que me faz cortar o braço. Arde, queima, mas eu ignoro. Harley, Lorenzo e Dante estão andando pelo lugar, aparentemente agindo como malucos. Até tocarem os lugares certos, luzes se acendem, prateleiras estão por toda parte. Armas e mais armas empilhadas, munições, pacotes, que parecem drogas e dinheiro. Prendo uma maldição na garganta. Que porra...

— Que porra é essa! – Estou escondida atrás de uma pilha de caixas de madeira, e consigo ver a porta, um homem entra, ele está de terno também (parece que nesse inferno todo mundo usa um terno). Eu cai por acaso no “Grande Gatsby” sem saber?

— Alanzo! – Dante fala no meio do galpão. Ele sorri. Não um sorriso genuíno que eu acho mesmo que ele não tem, o sorriso perverso e sombrio que ele sempre dá. – Que bom que você veio participar da festa. – ele fala ironicamente.

— Seu merdinha... – Harley em um movimento só chega atrás do homem, Alanzo, e o golpeia na nuca. O homem está de joelhos em segundos. Engulo seco com a violência que vejo nos olhos de Harley mesmo ele tendo feito tão pouco.

— Sabe Alanzo? Nunca gostei de você. – ele diz calmamente como se o cara nunca tivesse aberto a boca. – O braço direito do Matriarca. Uma lenda. Eu sempre vi a ambição nos seus olhos. O jeito que olhava para ele? Queria ter o que ele tem, não é? – ele quem?

— Ele não merece o império que tem! – ele grita. – Eu fiz todo o trabalho pesado por anos! – Dante ri.

— Você é só um fodido soldado Alanzo. Não foi duro me ver nascer e mesmo pequeno estar acima de você? Acima de qualquer coisas?

— Seu bostinha! Nem sabe usar o pau que tem! Não tem o direito! – ele grita mais forte e a cada palavra minha confusão cresce. Dante anda lentamente até ele.

— É incrível ver como você muda quando o Matriarca não está olhando. – Dante ri outra vez. – Aqui está o negócio Alanzo. Isso tudo aqui agora é meu. – ele gesticula para o galpão.

— Você não pode seu filho da puta! Eu conquistei tudo isso! Seu merda! – Alanzo se debate, mas Harley o mantem preso com um agarre firme em sua nuca. O homem fica cada vez mais vermelho a medida que os minutos passam.

— Não se preocupe Alanzo. Preciso de algumas informações suas e então se você me der eu posso recompensar você.

— Eu não vou falar nada! Vai me torturar? Você e suas bonecas? – O homem ri ganhando um murro no rosto de Lorenzo. Ele cospe o sangue. – Você bate como uma menina. – Lorenzo o golpeia outra vez.

— Certo. – Dante suspira como se estivesse cansado. – Vamos deixar claro o seguinte. Eu vou matar você. – ele diz calmamente. – Eu posso fazer isso rapidamente e sem sofrimento, que é mais do que você merece, ou podemos fazer lento. O que vai me fazer muito feliz. – ele sorri largamente. – Eu vou deixar você escolher.

— Você está louco se acha que eu vou falar alguma coisa.

— Você prefere falar para o meu pai? – Dante diz. – Eu aposto que ele vai querer saber sobre todas essas armas, drogas e dinheiro.

— Vai para o inferno.

— Ah, Alanzo, seria um prazer, mas eu vou mandar você para lá primeiro. Dante coloca a mão dentro do terno e saca uma arma. Dois tiros. Nas coxas, Alanzo grita e se contorce.

— Desgraçado filho do diabo! – É a vez de Harley rir. E Lorenzo se juntar. São todos loucos? Insanos? Deus! Que merda é essa?! São traficantes?

— Vamos começar com os números das contas, os códigos de segurança e os fornecedores.

— Foda-se.

— Do jeito difícil então. – ele diz tirando o terno e enrolando as mangas da camisa. – Você sabe que as piores dores são as pequenas dores? – ele pergunta como se estivesse falando do tempo. Eu posso talhar você com uma gilete, cortes superficiais, nada de mais, pouco sangue, faria isso durante horas, e mergulharia cada um deles em álcool puro. Depois o corpo todo. Não é algo que você já pensou não é Alanzo? Em todas as vezes que você torturou para o meu pai? – o homem pela primeira vez ficou em silencio. – Sem palavras? Eu estou lisonjeado. Vamos começar?

Dante cumpriu o que prometeu, meu coração está gelado como um iceberg, o homem gritava cada vez que um pouco de álcool pingava em seus ferimentos, me perguntei em um momento onde Harley e Lorenzo tinham ido, mas logo eles voltaram com uma grande banheira cheia de agua. Agua não álcool. Os gritos do homem dessa vez foram tão altos que eu me perguntei como as cordas vocais não explodiram.

— Eu digo! – Ele suspirou. – Eu digo tudo! – Alanzo disse números confusos e endereços, e nomes, muitos deles. Lorenzo estava no canto anotando cada um deles. Quando acabou Dante estendeu a arma. Um tiro limpo na cabeça acabou com o tormento do homem. Aproveitei a distração para sair de lá. Eu não me permiti sentir nada até afastar o carro e conduzir ele até minha casa.

O que o homem tinha feito para merecer isso? Dante era um traficante? Se fosse era um dos importantes! E que informações eram aquelas? E quem diabos é o Matriarca? E o pai de Dante?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!