Kisses and Guns escrita por Nina Arik


Capítulo 23
Tiro, porrada e bomba.




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— Eu não usei uma camisinha porra! – ele grita. Passa a mão pelos seus cabelos. – Eu gozei dentro de você. – Engulo seco. Ele não tem realmente a menor delicadeza. O significado disso caí como uma bomba na minha pequena casa.

Dante ajeita o jeans. Foi a única coisa que ele abriu, enquanto eu estou nua e vulnerável do jeito que eu nunca quis estar em minha vida. Ele me olha com um ódio sólido que me arrepia a alma. As coisas começam a chegar em minha mente. A névoa de luxuria se esvaindo. Oh Deus! O que eu fiz?

O meio das minhas pernas está pegajoso e dolorido.

Eu acabei de fazer com ele o que eu tinha dito que nunca faria. Engulo as lágrimas novamente. Meu coração batendo nas costelas ao ponto de dor.

— Eu vou cuidar disso. – Eu digo o mais friamente que posso.

— Eu não confio em você, porra! Quantas mulheres por ai não dariam a vida para ter um filho meu? Oh, e no fim das contas são todas iguais! Você não tem nada de especial.

 - Eu nunca disse que tinha! – Eu grito para ele.

— Vai trocar de roupa, vou ti levar a uma farmácia. – Minhas bochechas queimam. Poderia ser ainda mais humilhante? Deus! Eu sempre pensei que quando eu finalmente transasse com alguém era por que eu me sentiria segura, salva e se eu desse sorte um pouco amada também. No fim, eu mesma fui culpada pela minha incapacidade de dizer não a ele. Endureço meu coração. Isso não vai acontecer. Nunca mais. Por que a próxima vez que eu fizer isso vai ser amor e não um sexo sujo e depravado como acaba de acontecer. Caminho para o banheiro. Arrumo a água no mais quente que posso e pelos próximos quinze minutos eu esfrego minha pele.

Eu me sinto suja.

E é tudo minha culpa.

Como sempre.

A única coisa que não faço é chorar. Por que eu só vou fazer isso quando estiver sozinha.

Coloco uma roupa. Minha pele está avermelhada e irritada, mas é o melhor.

As coisas começam a dar errado nesse ponto. Minhas janelas explodem e sinto uma queimação passar pelo meu braço e pela minha cabeça. Algo, não alguém impacta com meu corpo e eu sinto quando aterrisso no chão debaixo de um corpo quente.

— Fiquei abaixada. – Minha arma está na cabeceira e tudo que eu tenho  que fazer é esticar a mão e pegar ela. O peso de Dante sobre mim apesar de tudo não é bem vindo. Mesmo que minha casa esteja sendo alvejada de tiros. – Malditos. – Dante diz com  raiva. Quando os tiros sedem ouço minha porta da frente ser derrubada.

— Gatinha... – Uma voz rouca soa. – Saia para brincar. – A risada de um homem sua na minha cozinha. – Achei que Dante trata-se suas putas um pouco melhor.

— Depois que estão fodidas, não há por que. – outro diz. Meu estomago revira. Deus! Eu me sinto ainda mais baixa. Dante se levanta e caminha a passos duros. Eu o sigo. Os dois homens estão com suas armas em punho. Eles vestem ternos pretos e tatuagens saem de seus colarinhos e algumas estão sobre o rosto. Engulo seco.

— O idi e o ota. É uma festa? – Dante diz tranquilamente. Muito tranquilo para alguém que está na mira das armas.

— Veja se não é o príncipe das trevas. – um deles de sorrindo. – E sua puta assassina.

— Eu acho que formam um bom casal. – o outro diz.

— No inferno, com certeza. – Dante ri. Ri alto. Ele está louco? Seguro a arma firmemente na mão.

— Oh, rapazes, eu me esqueço do quanto vocês me divertem. Sabe eu tenho um lugarzinho especial para gente como vocês.  Oh, eu posso ouvir a musica que vai ser os seus ossos sendo quebrados lentamente. O sangue vertendo de vocês. Oh, Deus! É quase como uma droga. – ele parece lunático e tem o efeito certo. Os homens empalidecem um pouco.

— Foda-se. – Um deles diz e puxa a trava de segurança. Eu atiro. Na cabeça. Ele cai.

— Puta que pariu! – o outro diz, mas é tarde para ele. Dante dispara duas vezes em seu peito e é isso.

— Vamos embora daqui. – ele diz puxando minha mão. Para um cara que diz que quer me matar ele está me protegendo um pouco demais. Puxo minha mão da sua por que só o contato me faz querer gritar. O peso do que nós fizemos está entre nós. Como uma caixa grande que não posso mover.

— Não vou com você.

— Se você não percebeu porra, você não tem mais nada. – Olho em volta. Minha porta destruída e infinitos buracos pelas minhas paredes. Potes quebrados. A mesa está em pedaços no chão. Outra vez eu tenho que segurar o impulso de chorar histericamente.

Tudo se foi.

O desespero rasteja sob minha pele.

Eu não tenho mais nada.

— Não. – sussurro.

— Vamos porra.

— Não tenho lugar para ir.

— Vai ficar comigo. – eu rio.

— Nunca no inferno. – ele revira os olhos.

— Não me faça perder a paciência. – Ele me puxa outra vez e dessa vez eu deixo. Ele me empurra dentro de seu carro e dirige para longe. Eu sinto um vazio. Foda-se e é um vazio pesado e denso que ameaça me engolir. Eu não me atrevo a falar nada por que eu sinto que no momento em que eu abrir a boca eu vou desmoronar e não vai ser bonito.

— Reis. Vá até a farmácia e pegue uma pílula do dia seguinte para mim. – Dante rugi no telefone. Eu nem tinha notado que ele estava ligando para alguém e a humilhação é um tapa na minha cara.  Ele desliga sem dizer mais nada. Estou de volta ao seu apartamento. Eu sinto que eu estou em um circulo desde que estive aqui pela primeira vez. O porteiro arregala os olhos quando me vê. É então que noto que meu braço está cheio de sangue, assim como o meu rosto que está duro e seco e machuca. Ainda mais.

— Passe a noite aqui e depois vamos ver o que fazer.

— Eu vou voltar para a minha casa amanha.

— Não seja teimosa, mulher.

— Isso não é teimosia. É a minha casa e eu vou voltar e arrumar nem que eu tenha que tampar buraco por buraco. – digo ferozmente.


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