Kisses and Guns escrita por Nina Arik


Capítulo 19
Festa do pijama exige uma historia assustadora, mesmo que ela seja real.


Notas iniciais do capítulo

Olaaaaaaaaaaa gente! Eu acho que precisava de um capitulo contando o que a Alex passou, maaaaaaaaaaaas ainda não é tudo. Será que no fim está tudo interligado? Sei não! Enfim! Espero que gostem!



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— Certo, venha para cama e eu vou por um filme, há e tome isso. – Ela estica um comprimido.

— O que é?

— Para dor.

— Obrigada.

— Vou te acordar de uma hora em uma hora. . – ela abriu um pacote de batatas. Ligou um filme. Eu deito e suspiro. O sono de repente longe.

— Acho que eu escolhi a cidade errada para morar.

— O que houve para você vir para cá?

— Quer ouvir minha história triste?

— Sim. Quero.

— Quando minha mãe morreu, meu pai começou a beber, perdeu o emprego e chegou a um ponto que não tínhamos luz, nem agua, ou comida. Ele não olhou para mim desde o momento que enterramos minha mãe, e um dia ele voltou para casa e quebrou tudo, eu me escondi e quando ele finalmente ficou quieto desci para vê-lo cheirando um pó branco. Mais tarde eu soube que eram drogas. Eu tinha treze anos na época, tive que arranjar um emprego depois da escola para pagar as contas da casa e comprar comida, era pouco, mas dava para eu me virar. Quando ele descobriu ele quis dinheiro, para mais drogas e quando eu me recusei ele me bateu, muito, Deus eu me lembro desse dia, ele quebrou pelo menos duas de minhas costelas e meu nariz sangrou tanto que eu fiquei com medo, não fui a um hospital, apenas enfaixei minhas costelas para não sair do lugar, ele disse que se eu não desse dinheiro a ele, ele me mandaria a um orfanato, eu estava com tanto medo que eu acabei obedecendo. Eu peguei algumas maquiagens que ainda estavam no quarto de minha mãe e tampei os hematomas, depois disso eu trabalhei tanto quanto podia para ficar longe, mas ele sempre me encontrava.  Mais surras vieram depois. Eu dia eu comprei uma arma, aprendi a atirar e quando ele veio apontei a arma para ele. Eu não ia atirar. Mas o assustou. Depois disso consegui juntar o suficiente para comprar esse apartamento, sai de lá um dia depois do meu aniversário de 18 anos. Algumas coisas aconteceram nesse meio tempo. – Engulo seco quando as lembranças me assaltam. O som dos tiros, as vozes, as ameaças e a dor, principalmente o medo. Eu nem sei como no mundo eu sai ilesa de toda aquela merda. Minhas lembranças ameaçam me consumir. A história que eu acabo de contar é a resumida. Os detalhes estão gravados firmemente em meu cérebro e em algumas cicatrizes em meu corpo.  Sacudo aas lembranças e guardo por que essas são meu próprio inferno pessoal, não são para serem compartilhadas.  Amélia fungou.

— Oh, Deus! E eu reclamando da minha vida!

— Não contei para você ter pena.

— Não sinto pena de você, talvez um pouco pela menina assustada que você era. Você é forte! Eu não conseguiria passar por isso. – Ela fungou.

— Bem, obrigada pelos elogios.

— É verdade, enfim, preciso de vodca. Deus! Eu não acredito que você passou tudo isso.  – ela disse e pegou a garrafa que tinha trazido do mercado. Depois de um gole.  – Eu estou tão brava. Por eu estar aqui lamentando quando você tem esses fantasmas no armário! E eu ainda estou chorando por causa dele. Eu sei que ele está distante, longe para eu alcançar e eu ainda o quero.  Eu o quero. - ela falava do Lorenzo.

— E sobre a história de que você tem um noivo?

— Eu tenho. – ela suspirou. – Da onde eu venho às mulheres quando faz dezoito anos, os pais arranjam os casamentos mais adequados e claro lucrativos. Eu sou a porra de uma moeda de troca. Mas eu não quero falar disso. Se você não se importar eu quero só beber e ver esse filme.

— Por mim tudo bem.

— Obrigada.

Depois de muitos chocolates e doses de vodcas, Amélia cedeu ao sono. Dormi também quando já passava das duas da manhã.

O relógio marcava cinco horas quando abri os olhos. O sol ainda dormia, eu me levantei e coloquei uma roupa adequada, minha cabeça estava muito dolorida e o lado do meu rosto estava inchado e com tons roxos de dar medo. Mas, não se enganem eu já passei por isso antes. Vai piorar antes que comece a melhorar. E então como era muito cedo eu fiz a única coisa que me trazia algum tipo de paz, eu cozinhei. Comecei a preparar a massa do macarrão que ia na lasanha e logo ia preparar a sobremesa, quando eram mais ou menos oito horas eu tinha duas bonitas formas de lasanha, eu tinha essa mania de cozinhar em grandes quantidades. Preparei omeletes para o café da manhã e um pouco de suco. E apesar de também odiar o cheiro do café fiz outra garrafa. Quando sai na porta Júlio estava na mesma posição. Será que o homem não se cansava?

— Bom dia.

— Bom dia. Ouvi você há horas atrás. – ele disse com um sorriso. Sorrio o melhor que posso com meu rosto doído.

— Sim, eu não sou de dormir muito e estava preparando o almoço. Fiz omelete e mais café.

— Obrigada. Você cozinha muito bem.

— Fico feliz que gostou.

— Por que está sendo gentil?

— Simplesmente por que gosto, não há nada por trás disso. Juro.

— Ninguém faz isso da onde eu venho, estou acostumado a passar noites de guarda sem isso. Isso não vai me colocar para dormir ou algo assim não é?

— O que? Não! O lugar de onde vocês vêm parece muito estranho! Eu não faria isso.

— E é. Obrigada. – ele disse pegando o prato e o café.

Voltei e pegarei uma boa quantidade de sobremesa. Amélia acordou pelas dez da manhã.

— Deus! Minha cabeça dói! O que você está fazendo de pé? – Ela cheirou.  Você tem café?

— Sim.

— Me lembre de não beber mais. Não por causa do Lorenzo.

— Ok, vou me certificar disso.

— Desde que horas você está acordada? Por Deus! Estou sentindo cheiros ótimos. Ai! Droga! Eu sou uma péssima enfermeira.

— Estou acordada desde as cinco da manhã e isso que você cheira é lasanha e brigadeiro com morangos. E você é realmente uma enfermeira ruim. – Eu rio. -  E agora sente – se. – coloquei o café e o omelete na frente dela.

— Nossa, serio, não sei como você não parece um zumbi. A não ser por... você sabe... – ela gesticula para os ferimentos.

— Bem, vou tomar isso como um elogio.

— Sim, isso.


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