Crossed Ways escrita por Nina Arik


Capítulo 3
Estou tentando ajudar, porra!


Notas iniciais do capítulo

Bom dia!



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— Oh! Está falando de... Sangue? – abaixa a voz como se fosse um crime estar dizendo essa palavra em voz alta, mas a verdade é que essa era a conversa mais estranha do mundo. E se o homem também fosse louco?

— Bem... – ele diz como se tivesse perdendo a paciência. Novidade amigo, eu também estou.

— É difícil conseguir, deve fazer uns quatro meses... – era a verdade.

— Santa merda!

Talon a olhou incrédulo. Deus! A noite tinha piorado gradativamente. Tinha tomado o sangue de uma porra de uma vampira que nem sabia ao menos o que era e não se alimentava a quatro MALDITOS meses! E pior, ter tomado de seu precioso sangue tinha a tornado responsabilidade dele! Merda! Uma menina! Que infernos! Respirou fundo, a raiva ameaçando a superfície. Ela tinha franzido a testa e a bochecha estava vermelha, sangue ainda escorria dela fazendo o cheiro despertar seus instintos. Mas ele era um homem controlado.

— Vai ter que vir comigo. – Ele a olha com os olhos muito frios que nenhum de seus homens nesse momento se atreveria a confrontar. Mas ela inclina a cabeça.

— Onde?

— Apenas me acompanhe menina. – ele disse, não estava com humor para ficar explicando as coisas na rua, ainda mais quando ela ainda estava sangrando. Não queria olhar. Não queria se preocupar com isso. Não queria cuidar dela. Nunca quis uma responsabilidade dessas, isso não ia mudar nunca. Porra! Seu trabalho já era o bastante!

Com isso pulou para o prédio mais próximo. Olhou para trás esperando que ela o tivesse acompanhado, no entanto ela continuava parada no mesmo lugar com seus enormes olhos o olhando assustada.

— Qual é a porra do problema? Achei que tinha dito para me acompanhar!- ele disse. Seu tom era de conversa e mesmo em cima do prédio ele sabia que ela ia ouvir. Mais uma vez usando o tom mais autoritário que tinha.

— Eu não sei... Hum, pular assim. – ela gaguejou.

— O que?

— Não sei fazer isso.

— Deus menina! Quem foi que criou você?

— De fato, cresci em um orfanato.

— Deus! Você vive em um orfanato? – ele perguntou de repente a ideia de ela em um orfanato o revolveu o estomago. Uma vampira em um orfanato? Cheio de crianças humanas?

— Não, eu saí de lá faz uns anos. – ela diz como se sentisse orgulhosa.

— Anos?

— Sim. – respirou. Uma menina dessas estaria vivendo a onde? Na rua? Ele desceu do prédio, Deus! Não queria nem pensar. E pelo jeito nem comida humana estava comendo. Mas Talon era um guardião e seu dever era proteger a espécie. E quanto dessa espécie estaria como ela espalhada por ai? Sacou seu telefone e discou.

— Preciso de um carro. Agora. – Desligou sem ao menos dizer a localização, sabia que tinham meios para isso, Kiran era um gênio em informática e viria seguindo o gps de seu celular, minutos depois Kiran parou o carro. Como era de se esperar.

— O que houve? – perguntou ele olhando a pequena menina. – A menina está ferida?

— Não, não está. – a ferida em seu pescoço sangrava, e não tinha se curado rápido como era de se esperar de um vampiro. – Vamos. – ele acenou.

— Olha me ensinaram a não entrar no carro de estranhos. – Ela disse petulante. Como diabos uma coisinha dessas ousava desafiar ele? Ainda mais quando seu controle estava no fim?  

— Olha menina, você vai vir comigo. 

— Acho que não amigo. Em geral eu tenho como regra não seguir o cara que mordeu meu pescoço.

— Diabos! -  ele gritou. Esperava que ela se encolhesse. Era a regra, o menor seguia o maior o mais forte. A menina no entanto ergueu seu pequeno nariz e o encarou. Uma onda elétrica o atingiu. Sem pensar ele a levantou nos braços enfiou ela no carro. Ela foi pega de surpresa e ele conseguiu colocar ela no banco e fechar a porta.

— Isso é sequestro! – ela gritou e se debateu.

— Estou tentando ajudar, porra!

— Ajudar me levando contra minha vontade?

— Te levando para um lugar seguro, com mais de nós! – ele gritou. Isso a calou. E ela olhou para ele com esses grandes olhos. – Qual seu nome?

— Atena.

— Talon.

— Kiran.

— Então, você tem que consumir sangue de quanto em quanto tempo? – ela perguntou sua voz suave o irritando ainda mais.

— A cada três ou quatro dias.

— Oh.

— Sim.

— E as mulheres também?

— Sim, sem exceções.

— Isso não me parece bom.

— No seu caso não o é. – ele lhe deu um olhar critico.

— O que quer dizer isso? – Kiram perguntou, mas seus olhos assombrados diziam que ele já tinha descoberto tudo.

— Que ela é uma de nós.

— Deus santo, menina quanto tempo não ti alimenta?

— Como disse faz um par de horas eu almocei...

— Ele não está falando dessa comida humana.

— Ah claro, não estou acostumada com os outros me perguntando sobre beber sangue. – Ela revira os olhos. Ela fica bonitinha quando faz isso. - Faz uns quatro meses, eu não consigo muito sangue e nem com frequência.

— Da onde ela veio Talon? – Kiran pergunta alarmado. Infernos! Talon estava alarmado. A espécie não era algo que podia estar nas mídias, os humanos pegariam seu povo e os colocaria para serem ratos de laboratório.

— Do orfanato.

— Cristo! E você a mordeu?- ele perguntou, sua voz adquirindo uma nota histérica.

— Sim ele o fez e agora está ladrando! Como se eu não fosse a vitima aqui! – Deus! A menina o irritava. Profundamente. Ele soltou um suspiro pesado. Infernos! Vai ser a porra de uma longa noite.  

 

— Talon...

— Eu sei Kiran. Apenas dirija.

— Mas...

— Inferno Kiran! Eu sei tá legal! Eu não sabia que ela era vampira! Olha para ela! – ele estava fora de controle. As emoções fluindo com facilidade. Ele estava ferrado. Ele não queria se amarrar a ninguém a ideia o sufocava. Mas a ela? Porra, ele queria desmaiar como uma moça. Ele não a queria. De jeito nenhum!

— O que tem de errado comigo? – ela perguntou suavemente. Talon não freou os pensamentos quando disse.

— O que tem de errado com você? Tudo porra! – ele gritou.

 


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