Sua respiração engata quando o corpo dele faz contato com o seu. Deus! O homem é quente, diferente do que falam as histórias sobre vampiros.

— Você não quer tirar uma com a minha cara agora. – ele diz roucamente. – Estou a segundos, segundos Atena de fazer a pior merda do mundo.

— E isso seria?

— Você não vai querer saber. – ele olha sua boca, abaixa e esfrega a boca na sua muito levemente. Isso quase arranca um gemido de Atena. Ele está provocando.  Nunca encostando o suficiente para que isso se tornasse um beijo. De repente uma presa passa por seu lábio. Sangue brota imediatamente e Talon não perde tempo em sugar. Seu corpo todo estremece. É tão bom. Ela suspira quando ele suga mais duro. Oh Deus! Ele quer apenas seu sangue! Ela o empurra com tanta forma que ele cai de costas com um baque.

— Que diabos!?

— É isso que você quer de novo? Meu sangue? – ela pergunta com raiva.

— Bem, eu... estou com sede. Eu estaria bem se você não tivesse tido a bendita ideia de sair atrás de outro homem!

— Deus! Você nem ao menos faz sentido! E fique longe! Ouviu? Não estou mais doando sangue! – ela grita antes de pisar duro para fora do quarto.

Talon geme alto. Oh merda, estou ferrado.

A casa no qual Atena estava de pé no dia seguinte era perfeita. Uma sala de estar com lareira, mobiliada. Móveis feitos de madeira, janelas altas de vidro, um tapete fofo. Era extremamente familiar. A casa era praticamente um abraço aconchegante. Atena teve a sensação que não ia ser fácil sair dali. A cozinha planejada também com moveis de madeira e bom gosto. O quarto era um sonho, uma cama com um dossel e uma renda fina cobrindo e tremulando como um sonho. A varanda tinha visão direta para fora. Onde tinha uma piscina e um deque que Atena soube que passaria horas ali. Tinha uma cobertura e sofás confortáveis.

— Isso é perfeito. – ela sussurra. Kiram, Connor, Dimitri e Summer estão ao seu redor. Connor leva um olhar sério, quase critico. Dimitri e Summer estão claramente empolgados. E Kiram está quieto demais.

— Eu quero me mudar! – Summer saltita. Connor arregala seus olhos.

— Não.

— Mas isso seria como grande ideia! – Atena se anima.

— Eu não acho que seja uma boa ideia Atena. – Connor diz ainda mais sério.

— Por que não? – Summer pergunta.

— Você bem sabe princesa. – Ele diz secamente.

— Não, eu não sei.

— Questões de segurança.

— Atena também deve estar segura.

— Não vai ser fácil cuidar da segurança das duas.

— Mas...

— Não discuta, mana. Ele tem razão.

— Isso é injusto!

— Não seja infantil, princesa. Vamos embora. Vamos deixar que ela se acomode. – Connor diz se retirando.

— Oh Deus! Eu odeio ele! – Summer diz batendo o pé. Ela bufa. – Eu não sou infantil! Posso cuidar de mim mesma!

— Você sabe que Connor está certo. – Kiram diz.

— Ele é um pé na bunda! Oh, eu vou voltar amanha Atena! Você só começa o trabalho na segunda e vamos ter um dia das garotas! – Summer abraça Atena e em seguida Dimitri.

— Eu vou fazer o primeiro turno. – Kiram diz a Dimitri que concorda com a cabeça.

— Primeiro turno do quê?

— Vamos proteger você.

— Por quê? É perigoso? Tem algo acontecendo?

— Há coisas se escondendo nas sombras Atena, coisas que um dia você vai entender.

O cheiro do desalmado chegando as suas narinas. Ele precisava da adrenalina. Da luta. Seu corpo todo estava implorando para ter Atena de volta em sua casa. Na sua cama.

O desalmado estava sobre um humano. Ele, um dia, foi humano. Mas, quando um vampiro tenta transformar um humano, coisa que é proibida, ele acaba por se tornar um desalmado. Sem alma, sem sentimentos, sem nada. E ele passava a ter sede de sangue e era tudo o que poderia pensar. Por isso Atena era um verdadeiro mistério. Ela não era apenas uma vampira. Era metade humana, mas não era uma desalmada.  O desalmado chiou quando olhou Talon e como esperado se jogou para ele. Seus olhos eram totalmente pretos, seu corpo era magro como de um drogado e cheirava mal. Ele se arremessou para Talon sem um traço de medo, com as mãos em forma de garras, a luta foi decepcionante e não durou muito. Mas logo o barulho atraiu outro e outro e quando finalmente Talon acabou tinham cinco desalmados extinguidos desse mundo.

Estava ofegante e tinha uma bagunça ao seu redor. Jogou o óleo especial que o feiticeiro real tinha preparado e acendeu seu isqueiro. Em segundos as chamas levaram tudo. Até mesmo as cinzas. Tirou o telefone do bolso quando esse vibrou. Ele recebia atualizações a noite toda de seus homens. Ele era o líder. Pelo menos por enquanto. Ele não queria pensar mais no momento em que teria que deixar de lutar.

— Talon.

— Estou no lado oeste. Connor foi para o leste.

— E Kiran?

— Kiram está com Atena, vou trocar com ele em duas horas.

— Como é?

— Vamos fazer rondas Talon, você vai trocar comigo. Meu turno acaba ao cair a noite amanha.

— Que diabos é isso? Eu não concor...

— Foda-se! Quer deixar sua mulher jogada a sorte?

— Ele não é minha...

— Está decidido.

— Está decidido? Eu sou o fodido comandante aqui!

— Bom, parece que isso fugiu de suas mãos comandante. Esteja lá amanha por volta das sete. – ele terminou a chamada.

Atena pensou que Kiram ficaria dentro com ela. Ele não fez, na verdade não podia ver ele fora também, só soube que ele ainda estava lá quando veio avisar que Dimitri estava assumindo o turno. E Dimitri também não estava dentro de sua vista.  E foi assim silencioso o dia todo. Summer não apareceu. Mas ela passou o dia acomodando suas coisas e pela noite decidiu cozinhar. Quando o cheiro começou a subir alguém bateu na porta. Esperava encontrar Dimi ali. Ou Connor. Ou Kiram. Jamais esperava encontrar ali um cara loiro, alto, com olhos azuis e com um sorriso sexy nos lábios.

— Hey!

— Posso ajudar? – ela perguntou hesitante.