Angel War escrita por Kajji Snow


Capítulo 6
Mundos Opostos


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal!
Neste capitulo conheceremos alguns personagens novos e entre eles alguém muito próximo ao nosso protagonista, quais os mistérios que envolvem Alex e Joseph?



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Uma chuva fina caia naquela manhã de terça-feira, Joseph olhava as gotas baterem no vidro com olhos distantes.

Em toda sua vida jamais vivera um momento como aquele.

—Como eu fiz aquilo? – Falou ele olhando para a mão. – Que... Sensação foi aquela?

Batidas na porta fizeram-no sair de seus pensamentos.

—Um minuto.

Falou enquanto olhava pelo olho mágico.

A figura do outro lado da porta era justamente a presença da qual ele precisava agora.

—Você deveria estar na escola, Alex.

Falou ele ao abrir a porta.

—Bom tecnicamente, meu atestado me permite estar aqui, agora. Afinal ele vale por três dias.

Respondeu o rapaz de cabelos negros enquanto entrava no kit-net de Joseph.

—Como ficou sabendo, digo você não foi à escola ontem.

Falou ele indo ate a cozinha buscar uma xícara com café para o amigo.

—Luiza ficou bastante assustada. – Começou Alex pegando a xícara nas mãos. – Obrigado pelo café.

Disse enquanto sorvia um gole.

Joseph estreitou os olhos.

—Somente eu fui suspenso, e nem fui quem começou tudo.

Falou enquanto sentava-se no sofá surrado ao lado do amigo.

—Joseph, você e eu somos amigos há anos na verdade desde que me entendo por gente.

Começou Alex tentando acalmar o amigo.

—Na verdade você é como um irmão para mim, e quando você não foi me ver ontem suspeitei que algo havia acontecido, porque para um irmão não querer ver o outro que estava doente e porque algo muito serio aconteceu.

Finalizou ele olhando os olhos de Joseph.

—Sabia que não tinha como te enganar, e também estava preocupado com você, mas...

Ele interrompeu-se olhando para o nada.

—O que está acontecendo com você Joseph?

Perguntou o amigo.

Joseph estava se fazendo a mesma pergunta.

—Quando eu descobrir com certeza você será o primeiro a saber.

Alex deu uma olhada no relógio.

—Bom eu vou indo, você precisa descansar um pouco afinal, daqui a algumas horinhas vai trabalhar.

Falou Alex levantando-se.

—Você ainda não teve noticias dela?

Perguntou Joseph fazendo o amigo parar por um instante.

—Ainda não, mas estamos seguindo uma pista.

Respondeu ele seriamente.

—Eu acho um pouco estranho, a família que te adotou garantiu que em menos de um ano você estaria com a Sarah, mas até agora nada.

Falou Joseph levantando a questão que o preocupava uma vez mais.

—Eles estão se esforçando irmão. – Respondeu Alex com um tom de voz serio. – Não posso culpá-los por tentarem me ajudar.

Respondeu Alex fitando Joseph.

—Desde o principio você não se deu bem com Caim não foi?

Perguntou ele, ao ouvir o nome do pai adotivo de Alex Joseph sentiu um nojo inexplicável.

—Tem algo naquele cara que me deixa irritado, sei lá, é como se ele fosse uma ameaça me desperta um instinto defensivo.

Explicou ele.

Alex então riu.

—Joseph, já não somos mais crianças e você não tem mais que me defender de tudo e de todos.

Falou ele enquanto abraçava o amigo.

—Nem tudo o que parece ruim é na verdade ruim.

Finalizou ele.

—Confio mais em meus instintos. – Falou Joseph rindo. – Me manteve vivo até hoje.

Os dois riram e então Alex saiu.

Enquanto descia as escadas, Alex lembrou-se das palavras do amigo e também do sentido terrível que elas faziam.

—Talvez precisemos mesmo de uma conversa Caim.

***

Em uma cafeteria longe dali o homem de cabelos castanho-escuro tomava seu café enquanto analisava as noticias.

—O mundo anda bastante violento não acha?

Indagou outro que se sentou na mesma mesa.

—Nada que eu já não esperasse. – Respondeu ele. – A tendência é piorar.

—Você e seu senso de humor grotesco.

Respondeu o segundo sinalizando para o garçom.

—Você tem notado uma atmosfera diferente por estas bandas?

Perguntou.

—A energia-espiritual daqui esta turbulenta e fora do equilíbrio, os mais sensíveis estão tendo contatos mais freqüentes com criaturas espirituais e isso não é bom.

Respondeu ele preocupado.

—Quantos mais de vocês estão no Assiah? – Questionou o recém-chegado. – Mais um?

O outro terminando de seu café deu um meio sorriso.

—Raphael está em São Paulo verificando umas coisas. – Começou ele traçando linhas imaginárias na mesa. – Raviel foi até Londres reunir indícios. – Continuou ele percebendo que seu amigo estava ficando aterrado a cada nome pronunciado. – Micael está dando uma voltinha em Paris, mas não se preocupe logo estarão de volta.

O Convidado estava visivelmente aterrado.

—Vocês quatro aqui... – continuou ele de olhos arregalados. – O que vocês estão caçando? O próprio diabo?

Falou o homem subindo o tom de voz, alguns dos que ocupavam as outras mesas olharam assustados.

—Deveria parar de se surpreender Salvador. – Falou ele rindo. – Você sabe que vem algo grande por ai, sugiro que se arme e fique preparado. – o instruiu enquanto sua expressão ficava seria. – E respondendo a sua pergunta, estamos caçando um velho conhecido e o resultado dessa caçada pode salvar a humanidade ou exterminá-la.

***

A lanchonete Paraíso fica localizada no centro da cidade, havia sido inaugurada há pouco tempo e Joseph com sorte conseguiu um emprego nela como garçom.

Seu turno começava as 17:00 horas e finalizava as 22:00 ganhava um salário razoável que lhe permitia viver tranquilamente e manter as contas pagas.

Ao chegar dirigiu-se a entrada de funcionários.

—Boa tarde, Joseph. – Cumprimentou Elenice, a cozinheira. – Tudo bem? Já comeu?

Perguntou ela preocupada.

—Já sim. – Mentiu ele, porém seu estomago roncou o denunciando.

—Sim, sei. – Riu a senhora enquanto preparava um prato. – Sente-se, seu turno começa em quinze minutos então pode comer tranqüilo.

—Cara aquela gorda parece ter as mãos furadas! – Esbravejou Tião, o faxineiro. – Já é o terceiro copo de suco de tomate que ela derruba!

Todos riram.

—Parece que hoje o dia promete. – Falou Gisele, a outra garçonete do turno de Joseph. – Está pronto gringo?

Falou ela brincando, os cabelos loiros, os olhos claros e o nome renderam a Joseph o apelido.

—Sempre ruiva. – Respondeu ele enquanto lavava o prato. – e ai já conseguiu um uniforme mais cumprido com o chefe?

Gisele era ruiva e bastante bela, um rosto delicado e um corpo equilibrado, porém, o uniforme dela não era do tamanho adequado e Joseph já havia defendido a moça de muitos patifes e a partir daí surgiu uma bela amizade.

—Já pedi pela quinta vez para o Godói me conseguir um maior, não posso nem me mover direito!

Todos riram e então Joseph foi trocar-se.

O movimento estava razoável e nada de extraordinário estava acontecendo.

—Estamos à meia-hora de fechar. – Falou Gisele encostando-se no balcão. – Você está praticamente se dividindo em três pra me ajudar com esse uniforme gringo.

Falou ela olhando para ele.

—Não se preocupe com isso, se isso evita de você ser constrangida por esses manés que acham que mulher e um pedaço de carne ta de boa.

Respondeu ele.

Gisele sentia uma atração por Joseph e ele também sentia.

—Você é o sonho de consumo de uma garota sabia gringo?  -falou ela acariciando o rosto dele. – você é um gatinho.

Finalizou ela.

Joseph ficou um pouco corado.

—Você que é linda.

O sino da porta tocou, anunciando a chegada do ultimo cliente da noite.

—Deixa que eu atendo ele. – Falou Gisele. – Você já trabalhou demais.

Finalizou ela enquanto apanhava o caderno de pedidos.

—Estou de olho. – Falou ele rindo.

Os jovens que ocupavam a mesa próxima a porta fecharam a conta e saíram e Joseph os acompanhou para mudar a plaquinha da porta de aberto para fechado.

—Seu porco nojento!

Gritou Gisele acertando uma bofetada no cliente recém-chegado.

Todos que estavam na cozinha correram até a frente para ver o que acontecia.

—O que está acontecendo. – Perguntou Joseph aproximando-se. –Gisele o que aconteceu?

Ao aproximar-se da mesa Joseph sentiu um calafrio subir a espinha ao avistar o estranho.

—O que é você?

Perguntou ele a figura fantasmagórica, sentado a mesa uma figura mórbida o olhava surpresa.

—Você consegue me “Ver”?

Perguntou o estranho ser.

—Ele me insultou esse imbecil! – Falou Gisele. – me lambeu!

Falou ela mostrando o braço a Joseph que viu uma gosma verde escorrendo no lugar.

—O que é essa coisa verde?

Perguntou ele.

—Verde? Gringo não tem nada verde aqui! – Falou Gisele enojada. – Esse porco me babou o braço inteiro.

O estranho riu da situação.

—Você consegue me ver rapaz, uma visão infernal não é?

Joseph acertou um soco fazendo o homem cair da cadeira.

—Não sei que merda você é, mas não vou deixar você fazer essa porcaria com minha amiga.

Tião abriu a porta enquanto Joseph o botou para fora.

—Vou pegar você gostosinha, e vamos fazer muitas coisas juntos!

Gritou ele para Gisele que começou a chorar.

—Vai ter que passar por mim primeiro.

Falou Joseph fechando a porta.

—Você ta legal? – perguntou ele abraçando a garota. – Vou te acompanhar hoje, e se esse bastardo tentar alguma coisa eu acabo com ele.

O Gerente saiu do escritório para ver o que se passava.

—O que vocês fizeram com o cliente?

Perguntou ele.

—Vai-te a merda Godói! – Gritou Gisele chorando. – Já te pedi mil vezes pra me arranjar um uniforme decente e até agora nada!

Todos olharam para o homem baixo e de óculos.

—Qual é Godói, essa menina é assediada o tempo inteiro por conta desse uniforme e você não toma uma providencia.

Falou Tião indignado.

—Hoje esse animal que os rapazes botaram pra fora não se contentou apenas em falar asneiras, ainda lambeu a coitada.

Acrescentou Elenice.

—Godói, por favor cara arranja um uniforme amanhã mesmo pra ela.

Finalizou Joseph.

—Perdão Gisele, seu uniforme chega amanhã eu já havia pedido, em nome da empresa eu te peço desculpas e vamos arranjar um jeito de te compensar.

Todos haviam saído e somente o gerente e Joseph ficaram.

No vestiário ele aguardava Gisele terminar de tomar banho, a menina estava apavorada e pediu para que ele ficasse.

A imagem daquele estranho não saia de sua cabeça.

Como só eu podia ver aquilo?

Gisele saiu já vestida.

—Valeu por ficar aqui comigo gringo.

Agradeceu ela.

—Está pronta? Vamos vou te acompanhar até o seu ponto de ônibus.

As ruas do centro estavam desertas àquela hora da noite e na verdade já havia virado um costume Joseph acompanhar a moça.

—Será que ele estaria me esperando, me seguindo?

Falou ela apertando o braço do rapaz.

—Se estiver eu cuido dele.

Respondeu ele abraçando a garota.

—Gringo, você é legal.

Falou ela.

—Bom poderia me chamar pelo nome também.

Ela riu.

—Ta bom, Joseph.

Uma figura parada no meio da rua fez os dois pararem.

—É ele, é ele Joseph!

Gritou ela.

—Fica atrás de mim.

Respondeu ele.

—Garoto, se você consegue me “ver” deveria correr e não me desafiar, só quero comer essa cadela ate a morte!

Joseph trincou os dentes e investiu contra o estranho.

—Vai ter que passar por mim primeiro!

Gritou ele enquanto aplicou um soco, porém, seu golpe foi facilmente bloqueado pelo ser.

—Eu te avisei!

Gritou à criatura o lançando contra uma parede, Joseph sentiu o sangue escorrer de sua cabeça, havia se machucado.

—Droga. – Disse ele coma vista embaçada. – O que... É essa coisa?

—Joseph! – Gritou Gisele atingindo a criatura com um pedaço de madeira. – Sai daqui seu maldito.

O estranho a segurou pelo pescoço a levantando.

—Parece que vou te matar primeiro e depois violentar seu corpo morto!

Falou a criatura enquanto Gisele sufocava. Joseph sentia sua força se esvair.

—Gisele! – Gritou ele inutilmente enquanto a garota desmaiou.

O estranho sentiu uma lamina atravessar a sua garganta.

—Seu monte de lixo. – Falou o homem de cabelos castanho-escuros enquanto a criatura soltou Gisele. – Volte pro inferno que é seu lugar.

O Homem então cortou o ser ao meio ao que o mesmo tornou-se um monte de cinzas e esta foi a ultima coisa que Joseph viu.


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Notas finais do capítulo

Nossa ficou comprido! Desculpem.
Quantas coisas acontecendo, Quem será o homem misterioso?
O que Joseph tem há ver com tudo isso?
Não percam os próximos capítulos de Angel War!



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