Joseph despertou em um quarto amplo.

—Onde estou... – A frase não pode ser completada, a dor proveniente dos ferimentos ainda era sentida.

—Está tudo bem. – A voz de Inoue o tranquilizou, ela estava com alguns ferimentos leves como escoriações e pequenos cortes. – Você realmente é duro na queda.

O sorriso espontâneo de Inoue fez Joseph corar, depois de tudo o que passaram surgirá uma conexão entre eles.

—É o que parece.

Raphael entrou no quarto.

—Hora de trocarmos essas bandagens rapaz. – Disse o arcanjo que trazia seus cabelos presos em um rabo-de-cavalo improvisado. – Deixe-me ver isso.

A o desenrolar as bandagens, Raphael assumiu uma expressão de espanto, que logo tratou de disfarçar.

—Diga-me Joseph, sente muitas dores?

Perguntou ele retirando a ultima bandagem fazendo Inoue espantar-se também.

—Não são dores fortes, são como se fossem dores musculares bem fracas, por quê?

—As feridas. – começou Inoue maravilhada. – Estão completamente cicatrizadas!

Joseph não pode deixar de se surpreender.

—Mas, como isso é possível? – Questionou examinando-se. – Aquelas coisas me atravessaram.

***

Em uma biblioteca quase vazia, um jovem lia alguns livros.

—Você falhou. – disse uma voz abafada vinda de um canto escuro do imenso salão.

—Vocês me disseram que ele não possuía grandes habilidades, Amon.

Respondeu o jovem sem demonstrar qualquer espanto.

—Agora os arcanjos vão reforçar a segurança. – prosseguiu o demônio.

O jovem então sorriu.

—Parece que eles também estão interessados em artes. – prosseguiu ele rindo maliciosamente. – quando eles se moverem, eu estarei lá e então te invocarei, meu caro marques. – Ele sabia que não podia confiar naquele ser, e que seria muito difícil manter o controle sobre Amon, mas, aquele era um risco que ele precisava correr. – Espero que não se esqueça dos laços que nos unem.

***

Conforme o decorrer dos dias Joseph estava completamente reestabelecido.

—Miguel, porque não consigo usar as espadas com toda minha força?

Questionou ele enquanto o arcanjo lhe ensinava artes márcias.

—Espadas espirituais são únicas e pessoais. – Miguel procurava ser claro. – ou seja, somente seus donos podem usar de todo seu potencial.

Finalizou ele aplicando uma sequencia de chutes no garoto que conseguiu defender todos.

—Como consigo uma dessas?

Perguntou Joseph, enquanto atingiu Miguel com uma sequencia de golpes que aprendeu com Inoue, deixando o arcanjo surpreso e sem ar.

—Você já consegue controlar sua energia a seu modo, parabéns.

—Sim, já consigo, mas, a agua ainda é um tabu para mim.

Disse ele sentando-se.

—A agua é praticamente indomável. – disse o arcanjo sentando-se a seu lado. – realmente vai levar um pouco mais de tempo.

Miguel então pegou sua espada e a desembainhou, a lamina retiniu ao sol explodindo em um misto de cores.

—Essa é Santidade, minha espada. – prosseguiu ele. – forjada com Magnitia, um minério presente somente no mundo espiritual. – ele então a guardou.

—Porque vocês nomeiam as espadas?

Miguel sorriu.

—Não as nomeamos, espadas espirituais não simplesmente forjadas, elas nascem.

Joseph ficou confuso.

—Como assim?

Miguel então prosseguiu.

—Existem centenas de milhares delas por ai, o que você precisa saber é: a espada escolhe seu usuário.

Raviel apareceu atraindo a atenção da dupla.

—Salvador está aqui.

Logo todo o grupo estava reunido na sala.

—Me diga o que tem de novo. – disse Miguel ansioso.

—Como suspeitava, existe uma obra de Morpheus aqui, em São Paulo. – começou ele atraindo a atenção de todos. -E ao que tudo indica ela é a primeira peça do quebra-cabeça.