Heartbeat escrita por nsbenzo


Capítulo 9
Thanksgiving


Notas iniciais do capítulo

Sem muito o que dizer...
Apenas boa leitura kkk



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Passou-se seis meses desde o incidente entre mim e Peeta na sala de treinamento. Somando-se quase nove meses de convívio.

Convívio que foi completamente mudado, e remudado.

Primeiro Peeta se afastou, percebendo que eu agiria melhor se ele não se metesse em minha vida pessoal. De fato ajudou, pois passei a me controlar, e quando chegávamos em nossas missões conjuntas, tínhamos um bom diálogo profissional, onde existia espirito de equipe e companheirismo.

Não houve mais nenhum problema entre nós dois, até um mês atrás, que foi quando Peeta descobriu que eu havia dado, finalmente, uma chance a Gale.

Desde então ele voltou a me atazanar sobre meu relacionamento com Hawthorne. A diferença era que dessa vez, eu não me estressaria com Peeta.

Pelo menos, esse era meu plano.

A gravidez de Annie virou uma espécie de terapia pra mim, onde eu me mantinha ocupada nas horas vagas e ajudava minha amiga com tudo quando Finnick estava trabalhando. Decoramos o quarto da mais nova garotinha da família, fizemos compras e mais compras, e deixamos Finn de cabelos em pé com tantas informações novas que eu passava a Ann, e ela passava a ele, desde o parto, até como haveria chances de Daisy, nome escolhido por Finnick, ser um anjinho perfeito caso fosse a mistura do casal, o que deixaria os rapazes loucos quando crescesse.

Minha vida finalmente estava se ajeitando. E por mais que eu ainda quisesse dar uns tapas na cabeça oca do meu ex marido, eu estava conseguindo sobreviver a tudo isso.

— Pelo calendário, faltam apenas duas semanas para dar o limite máximo da Daisy nascer. – comentei analisando as datas em meu celular, sentada no braço do sofá de dois lugares.

— Como se sente com isso, Finnick? – Peeta perguntou bebendo um pouco do vinho em sua taça.

— Louco. – respondeu se jogando na poltrona.

— Que exagero amorzinho. – Annie debochou acariciando sua enorme barriga, antes de sentar ao lado de Peeta.

— Exagero? Eu também estaria enlouquecendo. – Gale comentou sentando no sofá onde eu estava, e me puxou, fazendo-me cair sentada de lado em suas pernas, mantendo as minhas pernas esticadas sobre onde eu estava anteriormente.

Soltei uma risada curta, colocando meu celular na mesa da luminária ao meu lado.

— Vocês homens são tão fracos. – Madge fez pouco caso, falando alto da cozinha, onde a mesma estava encarregada da salada.

Sim, estávamos todos juntos. Era o jantar de ação de graças, e Peeta passaria sozinho, se não fosse convidado por Annie e Finnick.

Obviamente não foi algo muito confortável. Conviver com ele na delegacia era uma coisa. Socialmente era outra, completamente diferente, o que me deixava levemente incomodada, mas não a ponto de me opor.

Eu e Gale estávamos bem, e se eu quisesse que continuássemos assim, precisaria reprimir qualquer sentimento que estivesse relacionado ao Peeta. Sendo ele ódio, ou amor.

— Não creio que sejamos fracos. Apenas não somos preparados a vida inteira para esse momento. – Peeta pontuou.

Mordi meu lábio inferior, um pouco desconfortável com o assunto. Gale pareceu notar, pois abraçou minha cintura, e me acolheu melhor contra seu tronco.

— Nós também não somos. – Annie disse. – Vocês devem admitir que não aguentam muita coisa. – debochou.

— Peeta, me ajuda com o assado que está no forno. – Madge chamou. – Finnick é um péssimo anfitrião. – resmungou.

Mellark riu, levantando e caminhando até a cozinha, com sua taça na mão.

— Eu não sou anfitrião de porcaria nenhuma. – rebateu. – Eu apenas sou dono da casa. E quase oficialmente um pai.

Todos acabamos rindo do Odair, que realmente andava enlouquecendo com o parto de Annie que estava quase chegando. Caso a bolsa não estourasse, ela tinha a cirurgia marcada para dali 14 dias.

— Ei, princesa. – Gale chamou, me fazendo olha-lo. – Quer beber alguma coisa? – perguntou.

— Não. Obrigada. – abri um pequeno sorriso, encolhendo-me um pouco para encostar a cabeça na curva de seu pescoço.

— Que casal amorzinho. – Annie comentou. – Dá vontade de apertar. – debochou.

— Depois diz que o Finnick que está pirando. Você anda descontando em todo mundo com seus deboches. – acusei sem fazer questão de olha-la.

Gale reprimiu uma risada, e apertou minha cintura.

— Você ficou abusada depois que começou a namorar o Hawthorne. É melhor controlar sua boca, Everdeen. – Annie ameaçou, fazendo-me finalmente olhar em sua direção.

A mesma segurava a risada, mas mantinha seus olhos estreitados pra mim.

— Vai te catar, senhora Odair. – soltei um riso voltando a me acomodar no ombro de Gale.

— Como vocês se sentem estando desocupados aqui, enquanto eu e Peeta trabalhamos? – Madge apareceu em nossa visão.

— Na verdade, eu não me incomodo nem um pouco. – Gale respondeu, recebendo um pano de prato bem em seu rosto, que escorregou até cair em meu colo. – Quanta agressividade. – resmungou. – Vamos lá mostrar como se cozinha, amor. – meu namorado sugeriu.

Evitei o suspiro de desaprovação, e acabei levantando com o pano que Madge havia jogado em mãos, já indo para a cozinha atrás dela.

— Precisam de ajuda em quê? – perguntei, parando ao lado do balcão de mármore.

— Peeta está fazendo o molho que acompanha o assado. Eu estou fazendo a segunda e última salada. – Undersee informou.

— O que falta fazer? – Gale questionou parando ao meu lado.

— O arroz, e arrumar a mesa. – respondeu concentrando-se nos legumes que estavam sendo cortados por ela com maestria.

— Eu não sei cozinhar. – Gale disse.

— Terminei. – Madge lavou as mãos e as secou. – Então você me ajuda com a mesa. Katniss fica com o arroz.

— Tudo bem. – respondeu, me olhando em seguida. – Está tudo bem pra você, princesa? – Gale perguntou, talvez se referindo ao fato de que a sala de jantar ficava distante, e que eu ficaria sozinha com Peeta na cozinha.

— Claro. – sorri levemente, jogando o pano de prato sobre o balcão. – Sem problemas.

Gale abriu um sorriso, parecendo incomodado, mas se curvou em minha direção, selando nossos lábios.

Em poucos segundos ele foi arrastado por uma Madge agitada, que arrastara o casal Odair junto, para pedir ajuda com localizações de itens para arrumar a mesa.

— Já disse que princesa é um apelido ridículo? – Peeta perguntou mexendo na panela de molho.

Essa foi a primeira frase que ele direcionou a mim a noite toda.

Não me incomodava que fosse a primeira, mas sim o assunto que ele decidiu abordar.

— Não começa. – resmunguei em busca de uma panela.

— É sério. Tem tantos apelidos legais. Por que ele escolheu justo um nome de cachorro? – provocou.

Neguei com a cabeça, acendendo o fogo, e me posicionando ao lado de Peeta.

— Deixa de ser idiota. – reclamei. – Você tentou usá-lo antes.

— E estranhamente você não me permitiu. – rebateu. – E parando pra analisar realmente é brega. – disse usando exatamente a mesma palavra que eu usei para não permiti-lo me chamar de princesa há alguns anos.  – Acho que combina com seu namorado, não comigo.

— Para com isso. Gale não gosta dessas brincadeiras. Você vai acabar arranjando briga. – alertei.

Ele riu, parecendo debochar, o que me fez franzir o cenho e olha-lo.

— Seu namorado é grande, mas não é dois. – piscou para mim, pegando um pouco do molho. – Agora me diga se está bom. – pediu, assoprando o líquido da colher, e levando até minha boca.

Abri a boca, experimentando seu famoso molho com vinho seco. Minhas papilas gustativas pareceram mais sensíveis ao sabor, talvez por eu já conhece-lo, e ter uma memória nostálgica sobre ele.

— O que achou? – perguntou ansioso, caminhando até a pia para lavar a colher.

— Você continua cozinhando bem. – foi o que eu disse antes de agachar em busca do pote de arroz que ficava embaixo da pia.

A cena em si não me era estranha, e eu sabia que logo as memórias invadiriam minha mente.

— E você continua divagando em suas respostas. – acusou. – Percebe que não tivemos nenhuma conversa de verdade até agora? – questionou.

— Isso faria diferença, por que...? – rebati, erguendo-me e colocando a vasilha sobre a pia.

— Porque faz bem para o convívio em sociedade. – respondeu prontamente, abrindo um grande sorriso branco pra mim.

Peeta apagou o fogo do molho, enquanto eu colocava o arroz na panela.

— Me poupe. – disse séria, sem olha-lo.

— Eu ainda vou fazer você falar comigo de verdade. Anota o que eu estou falando. – foi a última frase que Peeta disse antes de me deixar sozinha na cozinha.

 

~||~

 

— Eu não posso errar esse molho. – Peeta disse apreensivo, mexendo a panela a sua frente.

— Mantenha a calma, amor. – evitei rir, abraçando-o por trás e beijando suas costas que estavam nuas por falta de camisa. – Você vai arrasar.

Sua pele se arrepiou, mas ele permaneceu atento ao que fazia. Subi minhas mãos por seu abdômen lentamente, sabendo que causaria cócegas.

— Princesa. Para com isso. – pediu.

— Já disse que esse apelido é brega, querido. – soltei uma risada, mordendo sua pele e o soltando.

— Não custava nada tentar. – Peeta virou o rosto pra me olhar, dando um sorriso.

Sorri de volta, encostando em sua pia.

— Por que está tão tenso com esse molho? – perguntei.

— Porque era receita da minha avó. – voltou a atenção para sua panela. – E como é nosso primeiro jantar de ação de graças juntos, ele precisa estar perfeito. – explicou.

— Você é perfeito. Não tem como o molho estar abaixo disso. – respondi, vendo seu corpo tremer em uma risada.

— Você é perfeita. – Peeta me olhou, depois pegou um pouco do molho com sua colher. – Me diga se está bom. – pediu assoprando o líquido, e o levando até minha boca que recebi prontamente.

— Maravilhoso, amor. – sorri sincera. – Eu disse que estaria perfeito.

Peeta riu novamente, apagando o fogo, e jogando a colher dentro da pia. Logo ele se aproximou, segurando minha cintura, e me puxando contra seu corpo. Continuei sorrindo, apoiando as mãos em seus braços.

— Eu vou fazer esse molho todo ano. Que fique claro isso. – ele riu, subindo as mãos por minhas costas. – Vou ensinar a receita para nossos filhos.

— Quem disse que terei filhos com você? – perguntei tentando permanecer séria.

Seus olhos passearam por meu rosto e um novo sorriso surgiu em seus lábios.

— Eu disse. – declarou. – Assim como serei seu marido. – Peeta curvou-se em minha direção. – E vou te fazer a mulher mais feliz do mundo. – começou a sussurrar. – Seremos um casal perfeito.

Eu sabia que meu sorriso estava idiota em minha boca, mas eu não me importava. Meus olhos brilhavam a cada palavra do meu namorado, e eu só queria congelar aquele momento.

— Seremos tão perfeitos quanto o seu molho? – questionei, fazendo-o rir.

— Mais perfeitos que ele, meu anjo. – sussurrou, beijando-me em seguida.


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Notas finais do capítulo

Por hoje é isso.
Espero que gostem. Beijos



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