Heartbeat escrita por nsbenzo


Capítulo 8
Like a Skyscraper


Notas iniciais do capítulo

Oie *-*
Antes de lerem quero avisar que assim que inicia o POV da Katniss, eu escolhi uma trilha sonora, que podemos notar que tem a ver com o nome do capítulo kkk
Então, quem quiser ouvir a música junto com o trecho da Katniss, o link está nas notas finais.
Boa leitura meus amores.



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P.O.V Peeta

— Eu não devia ter dado ouvidos a você, Peeta. – Finnick disse aflito, andando pela sala de sua casa.

— Claro que não devia. – Annie disse vindo da cozinha. – Você sabia que a situação era frágil, e mesmo assim decidiu deixar com que Peeta se aproximasse dessa forma de Katniss.

— Sabemos que ele realmente não teve culpa sobre o que aconteceu entre os dois, Annie. Por isso decidi tentar ajudar. – falou parando de andar.

— Nós não sabemos. Você decidiu acreditar na palavra dele. – rebateu, olhando a tela de seu celular. – E mesmo que Peeta não tenha culpa. Para a Katniss, ele tem, e isso é o suficiente.

— Eu ainda estou aqui... – disse erguendo a mão rapidamente.

— Notável. Porém a Katniss não está. – retrucou, digitando em seu iPhone. – Já faz quase vinte e quatro horas que ela sumiu.

Passei as mãos por meu rosto, esfregando-as com força em minha pele.

— Precisamos colocar uma equipe de buscas atrás dela. – opinei, colocando-me em pé.

— Não é a primeira vez que lidamos com isso, Peeta. Você não precisa nos ensinar como cuidar dela. – Ann rebateu novamente, me fazendo ficar calado.

Katniss era o ponto fraco de Annie. Isso era notável desde que a conheci. A diferença de um ano de idade era o suficiente para que Ann sentisse como se fosse a irmã mais velha que Katniss nunca teve.

Sendo assim, toda a simpatia que Annie Odair demonstrara comigo nos nossos últimos encontros havia se esvaído desde ontem à noite, que foi quando ela soube sobre o quase monólogo que Katniss havia tido comigo.

Alguém bateu na porta, e meu coração deu um salto, talvez na esperança de que Katniss houvesse decidido aparecer.

Finnick quem abriu, revelando Gale e Madge, que entraram rapidamente.

— Fomos novamente até o apartamento dela. Katniss não apareceu ainda. Está tudo como antes. – Madge disse caminhando até Annie.

— Equipe de busca não vai adiantar. Ela sabe procurar alguém, então é perita em se esconder. – Finnick finalmente me respondeu ao perceber que Annie não o faria.

— E como vocês fazem para encontrá-la? – perguntei.

— Depende do grau da crise. – Madge respondeu sem me olhar, pois estava concentrada em seu celular. – Faz alguns meses que Katniss está estável, então acredito que ela só queira ficar sozinha um pouco. Esse martírio para nós dura em torno de dois dias. – ela ergueu o olhar em minha direção. – Mas caso tenha desencadeado uma crise emocional mais elevada, vamos ter que revirar cada canto de Nova Iorque atrás dela.

— Como assim? – questionei.

— Dura em torno de dois dias, porque ela decide voltar. – Gale respondeu. Sua voz estava rouca, e mais grave que o normal. – Mas se for algo grave, Katniss não volta, e nós temos que acha-la.

Engoli em seco ao pensar em Katniss completamente desorientada andando sem rumo.

— Isso aconteceu muito? – perguntei.

— Uma única vez. – Annie respondeu. – Um mês depois que você foi embora. Foi quando eu a trouxe para casa, e ela começou a se tratar com remédios e sessões no psiquiatra. Ficou de licença até se estabilizar. Enquanto isso os advogados dela resolviam sobre a venda da antiga casa de vocês e te mandava os papeis de venda e do divórcio. – ela respirou fundo. – Quando você chegou a delegacia, fazia apenas nove meses que Katniss havia retornado realmente a sua rotina normal.

— Provavelmente foi quando você começou a ouvir o nome dela em reuniões, quando citada como exemplo. – Finnick explicou. – Katniss mergulhou de cabeça no trabalho, o que a fez esquecer você... Parcialmente.

— Mas agora não é hora para ficarmos falando disso. – Annie se manifestou novamente cortando marido.

— Mandei mensagem para alguns colegas pedindo uma vasculhada pelos arredores da casa dela e da delegacia. – Madge disse.

— E o que fazemos enquanto isso? – questionei.

— Esperamos. – Madge respondeu.

— Eu não posso esperar. – disse caminhando em direção a porta.

— Você já fez demais, Mellark. – Gale falou me alcançando, e segurou meu braço. – Você causou isso. Se aparecer na frente dela, vai piorar tudo.

— Gale está certo. – Annie concordou, me fazendo franzir o cenho e desvencilhar-me da mão do Hawthorne. – Mas você também está certo, Peeta. Eu não vou conseguir esperar dessa vez. – ela passou por mim. – E eu vou sozinha.

 

P.O.V Katniss

— Por que, meu Deus? Por que comigo? – choraminguei, com a testa encostada em meus joelhos. Meus braços estavam ao redor de minhas pernas, abraçando-as com força. – Eu só queria viver em paz, sem esse peso em minha cabeça. – continuei minha prece com a voz abafada. – Eu só queria me manter sã quando tudo fica bagunçado e de cabeça pra baixo. Por que eu tenho que ser difícil dessa forma? – funguei, soltando um soluço baixo. – Por que Peeta fez isso comigo?

Decidi me calar, e chorar em silêncio. Meu corpo balançava quando os soluços escapavam. Eu estava tremendo de frio, mesmo com a jaqueta que eu usava. Meu estomago estava enjoado, todas as minhas juntas doíam. Eu não sabia há quantas horas eu estava naquela casa abandonada, mas sabia que já se passara bastante tempo, pois pude ver o dia ir e vir. Agora parecia que estava indo novamente, e mesmo assim eu não sentia vontade de voltar para meu apartamento solitário.

Talvez eu devesse ter ido embora de Nova Iorque assim que minha vida ruiu. Seria fácil pedir transferência logo depois que me estabilizei em minha nova rotina. Devia ter ido para Los Angeles, Washington, Malibu. Qualquer outro lugar que não fosse aqui.

Passei mais longos minutos sentada ali, até que decidi me levantar. Cambaleei, precisando apoiar-me na parede suja da casa. Minhas pernas estavam dormentes, e cada músculo do meu corpo parecia estar contraído a ponto de parecer causar câimbras em vários lugares. Respirei devagar algumas vezes, ainda tentando tomar o controle da minha coordenação motora.

Assim que me senti segura para andar sai sem rumo. Andei por, talvez, mais de uma hora, e quando fui notar estava parada exatamente na Times Square.

Soltei um riso sem humor, passando as mãos por meu rosto. Eu mesma estava me torturando. Essa era a única explicação para minha própria mente ter me guiado ao único lugar que eu evitava ao máximo nos quase dois anos que se passaram.

Sentei no meio fio mais próximo, sabendo que eu chamava atenção em meio a tanta gente, já que, talvez, eu estivesse parecendo uma sem teto com a jaqueta da polícia de Manhattan em meus ombros.

Fiquei em um estado de torpor tão grande, que apenas voltei a realidade quando mãos frias e delicadas tocaram minhas bochechas.

— Kat, por favor. Fala comigo. – a voz de Annie denunciava seu desespero.

— Oi. – foi o que consegui dizer depois de, quem sabe, horas em silêncio.

— Você está bem? – perguntou.

Ela estava agachada a minha frente. Seus polegares acariciavam as maçãs do meu rosto.

Afirmei devagar com a cabeça.

— Como me achou? – questionei rouca.

— Finnick mandou procurarem você. E então te acharam, por culpa da jaqueta. Logo identificaram seu rosto, embora esteja parecendo que dormiu em meio as cinzas. – Annie torceu o nariz. – Como eu estava por perto, pedi para que Finn os deixasse de olho em você, até eu chegar.

— Eu não precisava de equipe de busca. – empurrei suas mãos para longe de mim. – Eu não queria ser encontrada, Annie.

— Você já foi mais cuidadosa, Katniss. Quando não queria ser encontrada, nós simplesmente não a encontrávamos. – respondeu calmamente, colocando-se em pé. – Porém, dessa vez você saiu com a jaqueta da polícia, e veio para um dos pontos mais movimentados de Nova Iorque. – explicou sua teoria, estendendo as mãos para mim. – Agora levante-se e vamos para casa. – pediu.

Suspirei pesadamente, mas segurei em suas mãos, e coloquei-me em pé.

 

~||~

 

— Como está se sentindo? – Annie perguntou, enquanto fazia novas tranças em meus cabelos, que ela mesma havia secado depois que tomei banho.

— Confusa. – respondi sincera, fechando os olhos.

Eu estava sentada em pose de meditação sobre minha cama de casal. Ann havia ajoelhado em meu colchão atrás de mim.

— Lembra de tudo? – perguntou, continuando seu trabalho.

— Lembro de ter andado bastante, mas não sabia pra onde tinha ido, até minutos antes de você me encontrar. – esfreguei as mãos em meu short de pijama algumas vezes.

— Você quase me matou, mulher. – Annie disse, soltando um suspiro. – Quase matou todos nós, na verdade.

— Finnick, Gale e Madge, não é?

— Sim. Peeta também. – falou com receio.

Abri os olhos rapidamente.

— Ele não foi embora de casa até eu avisar que estava com você. – explicou.

— Impressionante. – soltei uma risada desgostosa.

— Pois é. – disse finalizando a trança e se movendo para sentar ao meu lado. – Sei que é difícil, Kat. Mas tente manter sua cabeça focada na sua vida profissional. É o mais saudável para você no momento.

— Eu sei. – mexi a cabeça, encostando-a no ombro da minha amiga. – Obrigada por cuidar de mim. – agradeci, sentindo sua mão segurar a minha.

— Irmãs cuidam uma da outra. – respondeu, respirando fundo. Houve alguns segundos de silêncio até Annie completar a frase. – Assim como contam tudo uma pra outra. – as últimas palavras foram quase um sussurro.

— Claro que sim. – afirmei. Percebi que Annie estava hesitando, pois sua respiração estava levemente pesada, o que denunciava seu nervosismo. Ergui a cabeça e me afastei para poder enxergar seu rosto. – Não contam? – perguntei.

Seu rosto estava voltado para baixo, onde ela encarava os próprios pés.

— Annie. – chamei, apertando sua mão. – O que está acontecendo? – questionei, percebendo que sua mão havia esfriado de repente. – Você está bem?

— Eu estou ótima. – um meio sorriso apareceu em seus lábios. Annie levantou seu olhar para me fitar. – Eu só preciso te contar uma coisa, e não sei como vai reagir. – explicou.

— Fala, Ann. – pedi ansiosa, descruzando minhas pernas, e soltando-as pra fora da cama.

— Ai... – foi a única coisa que ela disse em quase um minuto de silêncio, enquanto eu a olhava apreensiva. Depois se calou, parecendo estudar as palavras que se formavam em sua cabeça.

Meus olhos continuaram fixos em seu rosto que havia ficado pálido. Sua mão suava por culpa do nervoso.

— Annie... – chamei.

— Eu estou grávida. – soltou rapidamente, voltando a encarar seus pés.

Minha boca se mexeu para falar alguma coisa, mas não consegui. Fiquei congelada por alguns segundos, olhando minha amiga que também estava quase imóvel, se não fosse sua respiração.

— Caramba! – exclamei finalmente soltando sua mão, para abraça-la desajeitadamente. Annie correspondeu o abraço, parecendo surpresa. – Parabéns. – acabei sorrindo sinceramente.

Ela pareceu soltar o ar que segurava em apenas uma lufada, e soltou um riso.

— Que bom que você gostou da surpresa. – Annie me soltou. – Fiquei com medo disso te afetar... – disse baixo.

— De forma alguma. Você e Finnick merecem. – meu sorriso ainda estava congelado em minha boca.

Esse seria um daqueles momentos que eu me sentiria péssima, mas ao ver a felicidade nos olhos de Annie, tudo compensava.

— Finnick já sabe? – perguntei.

— Ainda não. – ela sorria de maneira boba. Seus olhos verdes brilhavam tanto, que pareciam duas lamparinas. – Descobri há dois dias. Fiz vários testes de farmácia. Todos deram positivo. – suspirou. – Eu ia te contar ontem, mas... – Annie encolheu os ombros.

— Tudo bem, amiga. – sorri. – Conte ao Finnick, mas depois me conta a reação dele. Com certeza vai ser hilária. – afirmei.

— Disso não tenho dúvidas.

Rimos juntas.

Apesar de todos os altos e baixos, de uma coisa eu tinha certeza. Eu teria Annie para me erguer e me tirar do abismo.


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Notas finais do capítulo

Música: https://www.youtube.com/watch?v=1cT7fBfUcJk

Espero que estejam realmente gostando.



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