Heartbeat escrita por nsbenzo


Capítulo 5
Our first mission




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P.O.V Katniss

 

— O que você faz aqui? – questionei impaciente, quase em um sussurro.

— Vim dar cobertura. – Peeta sussurrou de volta, encostando-se na parede em que eu estava.

Faziam duas semanas que ele estava trabalhando comigo, e pude perceber que há uma semana Peeta decidiu ser meu cachorrinho em todas as operações.

Ainda não conseguia compreender, afinal seu aparecimento só seria requisitado, caso eu precisasse.

— Quando vamos entrar? – ele sussurrou.

Virei o rosto para olha-lo.

Peeta sorria para mim, enquanto segurava sua 9mm, apontada para o chão.

Respirei devagar, desviando o olhar. Ele não podia me distrair. Se Peeta o fizesse, talvez eu atirasse em seu lindo rosto, para ele aprender a me deixar trabalhar.

— Quando eu disser que devemos. – respondi impaciente.

Um tiro ecoou dentro do galpão a nossa frente.

Segurei o botão do rádio preso ao meu colete a prova de balas.

— Hora de entrar, pessoal. – soltei o botão, e coloquei-me em frente a porta, pronta para entrar.

— Eu devia ir na frente. – Peeta disse.

— Você devia ir embora. – retruquei, segurando a maçaneta, e empurrando para baixo.

A porta se abriu devagar, enquanto eu mirava em várias direções em busca de alguém.

Senti o movimento de Peeta, vindo logo atrás de mim, com seus passos silenciosos.

— Eu queria conversar com você. – ele disse despreocupadamente.

— Você só pode estar brincando. – falei entre dentes, caminhando devagar, atenta a cada canto.

— Claro que não estou. – pude sentir que Peeta sorria ao dizer isso.

Eu virei para encara-lo.

— Eu devia atirar em você. E te deixar agonizando aqui. – ameacei.

Ele sorrio abertamente pra mim, antes de erguer a arma com pressa, e atirar por cima do meu ombro.

O barulho de alguém caindo me fez virar de costas para Peeta, podendo ver um cara com uma arma presa a sua mão, abatido a alguns metros de nós dois.

— Você... – grunhi baixo, sentindo meu ouvido esquerdo zumbir. – Cale a boca, Mellark. – ordenei, voltando a caminhar.

— Kat... Não seja assim, por favor. – implorou, movimentando-se logo atrás de mim.

— Eu poderia ter levado um tiro por você me distrair. – falei entre dentes. – Ou ter ficado surda por você atirar tão perto do meu ouvido. – reclamei.

Peeta soltou um risinho, fazendo algo se agitar bem na boca do meu estomago. Só podia ser ódio.

— Estando comigo, você está protegida, meu amor. – respondeu. – Mas peço desculpa pelo seu ouvido. Depois cuido de você. – ele passou a minha frente, andando atento.

Soltei alguns xingamentos antes de segui-lo.

Decidi deixa-lo a minha frente, pedindo aos céus para que isso fosse o suficiente para que ele se calasse.

Subimos uma escada, e estranhamente estava tudo silencioso.

Como minha equipe estava trabalhando tão quieta?

Tudo foi muito rápido. Quando percebi, eu já estava caída embaixo de Peeta, com o mesmo atirando a minha direita.

Minha respiração havia se alterado, e meus olhos estavam levemente arregalados, encarando o homem em cima de mim, que rapidamente colocou-se de pé, e me puxou para cima.

— Desculpa, Kat. – foi o que Peeta disse antes de soltar minha mão, e voltar a andar.

Peeta havia me deixado assustada com sua reação protetora, por isso precisei me recuperar, antes de falar qualquer coisa.

— Você precisa parar de fazer isso. – falei depois de quase um minuto.

— O quê? – questionou entrando em uma sala vazia.

— Agir como se você se importasse comigo. – respondi direta, passando por ele.

— Eu me importo. – rebateu.

Virei para olha-lo. Peeta havia parado atrás de mim, completamente distraído.

— Por favor, Mellark. Aja como um policial treinado e erga essa arma. – pedi entre dentes.

Ao ficar de costas para Peeta, uma rajada de tiros foram direcionados a nós.

Dessa vez eu fui mais rápida, e me joguei contra ele, fazendo-nos cair para fora da sala. Peeta rolou comigo para o lado sem soltar seu peso, nos deixando protegido atrás da parede.

Eu estava por baixo dele novamente. Seus olhos azuis brilharam, como antes faziam, há alguns anos. Peeta deixou um sorriso torto surgir, antes de levantar.

— Peça reforço. – pediu, indo em direção a porta da sala.

— Peeta. – chamei, sentando-me no chão. – Você não pode ir sozinho. – alertei.

— Confie em mim. – respondeu, alcançando sua segunda arma, que estava presa em sua cintura.

Logo ele sumiu de vista.

Os tiros começaram, me deixando aflita.

— Preciso de reforços. Estamos no andar de cima. – chamei pelo rádio. – Estamos com problemas. Repito, preciso de reforços. – soltei o botão do rádio, pegando minha arma que estava a poucos centímetros de mim, e coloquei-me em pé.

O barulho havia cessado.

Entrei na sala preparada para atirar, buscando algum alvo. Enxerguei o atirador caído a alguns metros, portando uma submetralhadora. Olhei ao redor, e logo avistei Peeta, sentado encostado a uma viga, que acredito que ele usara como proteção.

— Você está bem? – perguntei ao me aproximar.

Ele ergueu a cabeça, abrindo um sorriso fraco.

Com certeza Peeta não estava bem.

Olhei ao redor e pude ver o rastro de sangue que ele deixara.

O barulho da minha equipe entrando na sala, me fez baixar a guarda e ajoelhar-me ao seu lado.

— Onde foi? – perguntei, analisando sua roupa escura, em busca do ferimento.

— Braço esquerdo. – respondeu baixo.

Segurei seu braço cuidadosamente, e movimentei o tecido do seu uniforme da S.W.A.T.

O ferimento era preocupante, já que o sangue não apenas sujava sua pele, mas caía, escorrendo rapidamente.

— Você é um irresponsável. – xinguei rasgando a manga da minha própria blusa. – Você devia ter esperado. – um nó formara-se em minha garganta. – Eu odeio quando você não me ouve. Isso é uma grande merda, Mellark. – falei entre dentes, amarrando seu braço com força, tentando impedir a circulação de prosseguir. Rasguei a outra manga, colocando sobre o ferimento, fazendo-o resmungar de dor. – Preciso de uma ambulância. Policial ferido. – gritei para minha equipe. Logo ouvi um deles pedindo ajuda pelo rádio. – Eu odeio o fato de você ser um idiota. – direcionei o olhar para ele, ainda segurando o tecido sobre seu recente machucado.

— Eu disse que te protegeria, não disse? – Peeta abriu um pequeno sorriso. – Por isso entrei. Porque sabia que se eu não viesse, você viria. – explicou.

Respirei fundo, contendo a vontade de acariciar seus cabelos para conforta-lo.

— Você precisará se explicar ao Finnick. – avisei.

— Deixe que com ele eu me entendo.

— Claro que sim. – desdenhei, escondendo qualquer outra preocupação com aquele babaca, dentro de mim.

 

~||~

 

— Como assim você mandou Peeta até mim? – questionei incrédula.

— Vocês precisam trabalhar junto, se não, não haverá nenhum progresso. – Finnick disse tranquilamente, assinando alguns papéis que estavam sobre sua mesa.

— Você devia ter me avisado! – me alterei, começando a andar de um lado para o outro. – Você percebe o quanto foi arriscado?

— Katniss. Se acalme. – pediu, soltando sua caneta. – Aqui, eu sou seu tenente. Vocês dois cumprem ordens. – Finnick disse, me fazendo parar de andar para encara-lo.

— O que aconteceu com o “não quero você sofrendo” e coisas do tipo? – fiz aspas com os dedos ao imita-lo falando.

— E realmente não quero, mas você precisa deixar sua vida pessoal de lado no momento. – ele se colocou de pé. – Sei que é difícil pra você, mas é necessário.

Bufei impaciente, cruzando os braços abaixo dos seios.

— Peeta é inconsequente. Ele não me dá ouvidos, e quer agir por conta própria. – comecei a falar. – Como vou conseguir tê-lo em minha equipe dessa forma?

— Você o conhece. Saberá como agir. – Finnick voltou a sentar.

— Eu o conheço? – franzi o cenho. – Você tem problemas?

— Não. Mas eu também estava como você. – ele voltou a pegar sua caneta. – Achei que não o conhecia, porém estava olhando do ângulo errado. Logo você achará a maneira certa de enxerga-lo e perceberá que você o conhece melhor do que ninguém.

Movimentei a boca, mas nenhum som saiu.

— Peeta passará por uma pequena cirurgia em alguns minutos. – Finnick voltou a falar. – O osso foi atingido, e precisará de alguns consertos. – explicou. – Quero que você vá para o hospital.

— Eu? Por quê? – indaguei, erguendo a sobrancelha direita.

— Porque você estava liderando-o. É sua responsabilidade.

— Por que decidiu me torturar agora? – perguntei, soltando os braços ao lado do corpo.

— Não é tortura, baixinha. – Finnick abriu um pequeno sorriso. – Um dia você vai me agradecer.


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