Heartbeat escrita por nsbenzo


Capítulo 15
The Surprise


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura *-*



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— Você atirou no Peeta. – Finnick falou desacreditado. – Você tem ideia do que significa pra sua carreira? – indagou ficando vermelho.

— Sim. – respondi. – Ai Madge. – resmunguei, sentindo minha amiga segurar a bolsa de gelo na parte de trás da minha cabeça. – Mas eu devia ser compreendida. Ele sempre é o culpado quando me machuco na rua. – tentei parecer inocente, mas Finn parecia irado demais para me defender agora. – Sem contar que o cara poderia estar armado. Eu poderia ter morrido hoje.

— Você fez muito pior que ele! – rebateu nervoso. – Ao invés de ir atrás do suspeito, você o deixou fugir para atirar no seu parceiro. – o pescoço de Finnick estava ficando vermelho. Ele realmente estava bravo. – Ai sim, o cara poderia voltar quando estavam distraídos, e atiraria nos dois! Sem contar que precisei mandar outra equipe atrás das drogas, e mesmo assim já não estava mais lá quando chegaram. E saiba que você só não vai para cadeia por uso indevido de arma de fogo, porque Peeta não quis fazer uma queixa contra você. – soltou tudo de uma vez. Ele parou em seguida, respirando fundo, e soltou o ar lentamente pela boca. Talvez Finnick tenha notado que nada do que ele dissesse agora mudaria minha cara de pouco caso. – Katniss. Eu vou te dar apenas mais uma chance. – sua voz era ameaçadora. – Se você fizer outra burrada, eu te transfiro pra Nova Jersey.

Torci o nariz com a ideia. Ninguém que morava em Nova Iorque, gostaria de ir para Nova Jersey.

— Tudo bem. Eu vou ser uma boa menina. – abri um sorriso sarcástico, e levantei-me da cadeira, alcançando a bolsa que Madge ainda segurava. – Posso ir?

— Vá. – respondeu rudemente.

Revirei os olhos, e me retirei, sendo seguida por Madge.

— Eu realmente achei que você jamais atiraria no Peeta. – comentou, entrando em minha sala comigo.

— Ele mereceu. – sentei em minha cadeira. – Estou com fome. – estiquei as costas, sentindo-a estralar. – O que acha de me arranjar um sanduiche? – sorri pidona para Mad, que rolou os olhos, mas se virou para sair. – Pasta de amendoim. – gritei quando ela já estava longe, abaixando-me para ligar meu computador.

— É o meu preferido. – uma voz feminina pouco conhecida, me fez erguer a cabeça, apenas para constatar que a atual namorada do meu ex marido estava parada na porta da minha sala. – Oi Katniss. – Delly não fez menção de se mexer. – Posso entrar?

— Na verdade, eu preferia, realmente, que você fosse a merda. – minha fala foi acompanhada de um sorriso cínico.

Ela abriu um sorriso meigo demais para o meu gosto, mas permaneceu na porta.

— Tudo bem. Você me odeia. – Delly riu sem graça. – Peeta comentou mesmo, que você tinha um pequeno problema em odiar as pessoas.

— Eu odeio pessoas que se metem no meu caminho apenas para ferrar com a minha vida. – retruquei, tirando a bolsa de gelo da cabeça, e colocando-a sobre a mesa. – Você e Peeta foram os únicos até agora.

A mulher soltou o ar de uma vez, e fechou seus olhos claros.

— Precisamos mesmo conversar, Katniss. – ela abriu os olhos, finalmente se mexendo e invadindo minha sala. – E precisa ser agora. – Delly fechou a porta.

Coloquei-me em pé.

— Não sei se você ficou sabendo, mas eu acabei de mandar seu namorado para o hospital, exatamente por me tirar do sério. – minha mão abria devagar a gaveta da mesa, onde eu mantinha minha arma reserva, já que Finnick havia me tirado a outra.

Delly ergueu os olhos em direção ao teto, parecendo entediada. Assim que senti a frieza da arma em meus dedos, a mulher já tinha sacado uma pistola, e apontava em minha direção.

Era uma Beretta 950B .22. Parecia ser dos anos 50, o que me dava um pouquinho de inveja.

Armas antigas era uma pequena paixão que eu tinha.

— Deixe sua arma ai mesmo. Não vai precisar dela. – a voz de Delly continuou tranquila. – Venha até aqui. – pediu.

Continuei parada, um pouco surpresa.

— Venha, Katniss. – pediu novamente.

Decidi obedece-la. Não era todo dia que eu era pega desprevenida.

— Ai está bom. Não muito perto. É mais seguro. – ela disse, me fazendo parar. Delly abaixou a pistola. – É só uma medida de segurança, caso você pire e queira me atacar, como vive fazendo com Peeta. – esclareceu. – Agora você precisa me ouvir.

— Não tenho que ouvir porcaria nenhuma. – falei com raiva. – Eu quero que você saia daqui, imediatamente, antes que eu peça para alguém prende-la por desacato e por me ameaçar em minha sala com uma arma de fogo.

— Eu não seria presa. Talvez advertida. – suspirou cansada. – Eu sou do departamento do Brooklyn. Conheci Peeta lá.

Do Brooklyn? Peeta me trocou por outra policial?

— Isso não me interessa. – tentei soar realmente desinteressada. – Apenas me deixe em paz. – pedi.

— Katniss. – ela chamou minha atenção parecendo me advertir. – Fique longe de Peeta. – seus olhos passavam por meu rosto de maneira agitada.

— Como é? – perguntei incrédula. – Você veio aqui para me mandar ficar longe de quem não larga do meu pé? – ri desacreditada. – Só pode ser uma piada. – senti meus olhos se encharcarem com lágrimas. – De verdade, Delly. Eu quero que vocês dois se explodam.

— Não tem a ver com nós dois, Katniss. – Delly ficou em silêncio por alguns segundos, parecendo escolher o que diria. – Tem a ver com você e ele. – finalmente falou, colocando a pistola em sua cintura, mantendo-a presa pela calça jeans. – Peeta faria qualquer coisa por você, e isso é perigoso. – ela jogou sua blusa por cima da calça, escondendo sua arma.

— Poderia ser mais clara? – perguntei completamente confusa.

Minha visão estava levemente turva, e a dor em minha cabeça havia aumentado.

— Eu sei que Peeta não consegue ficar longe de você. Não quando estão tão próximos um do outro. – disse parecendo não se importar. – Mas você precisa mantê-lo longe. Para o bem de vocês dois.

— Olha só. Eu não faço ideia do que significa toda essa conversa, e sinceramente eu nem quero saber. – respondi trocando o peso do meu corpo para apenas meu pé direito, enquanto alcançava meu armário para apoiar minha mão e manter-me equilibrada. – Essa conversa você deveria ter com ele, e não comigo. Eu não quero nada com o Mellark.

— Você não está entendendo, Katniss. – sua voz era mansa quando se aproximou.

— Eu não quero entender nada, Delly. Vá embora. – disse respirando fundo.

Eu estava realmente tonta. Talvez a pancada em minha cabeça tenha sido forte demais. Meu estomago ficou embrulhado, e passei a enxergar a mulher a minha frente completamente desfocada.

— Você está bem? – ela perguntou.

Não consegui responder. A última coisa que vi foram os reflexos rápidos de Delly, impedindo-me de cair. Depois disso tudo ficou escuro.

 

~||~

 

Abri os olhos devagar, sentindo as luzes fortes agredirem minhas retinas. Os fechei rapidamente, tentando fazer funcionar meus outros sentidos.

Um barulho irritante era feito a minha esquerda. O cheiro do lugar era enjoativo. Movimentei meus dedos devagar, podendo sentir que algo prendia meu indicador direito, enquanto minha mão esquerda tinha algo em seu dorso.

Eu estava no hospital.

— Kat. – a voz de Annie me fez tentar abrir os olhos novamente. Com muita dificuldade, consegui enxergar minha amiga, que tinha um sorriso preocupado em seus lábios. – Finalmente acordada.

— O que aconteceu? – perguntei confusa.

— Você desmaiou. Delly estava com você, e não te deixou cair. Depois ela foi atrás de Madge, para pedir ajuda. – explicou apressada. – Gale e Madge te trouxeram pra cá. Eu e Finn viemos há pouco.

Mesmo depois de tanta informação, parecia que eu tinha ouvido apenas a parte de que Delly havia impedido que eu levasse um tombo.

Balancei a cabeça lentamente de maneira negativa, voltando a atenção para Annie.

— Há quanto tempo estou dormindo? – sentei-me devagar.

— Faz algumas horas. – Ann apertou o controle da cama, fazendo-a inclinar. – O médico fez alguns exames. Logo virá com os resultados. – disse arrumando meus travesseiros.

Encostei-me melhor, podendo analisar ao redor.

— Onde estão os outros?

— Finnick foi trocar Daisy. – sorrio divertida.

— Muito bem, senhora Odair. – dei um riso fraco.

— Obrigada. – fez uma pequena reverencia. – Madge e Gale foram na lanchonete do hospital faz alguns minutos.

— Esqueceu de perguntar por mim. – a voz de Peeta fez meu coração dar um pulo no peito, causando um barulho maior na máquina ligada a mim, que media meus batimentos cardíacos.

Olhei em direção a porta, podendo enxerga-lo parado, em posse de muletas.

— Seu coração reage quando estou por perto. Não há como negar. – sorrio presunçosamente.

Franzi o cenho, olhando-o dos pés à cabeça.

Aparelho estupido.

— Peeta foi liberado minutos depois de você chegar aqui. – Annie começou a falar. – Mas ele não quis ir embora.

— Exatamente. – concordou. – Como está se sentindo? – perguntou andando até minha cama com dificuldade.

— Ainda com raiva. – respondi mal humorada. – A culpa de tudo isso é sua e da sua namorada.

— O que tem Delly? – questionou confuso.

— Pergunte a ela depois. – rebati.

— Eu estou dizendo que esse bebê não deveria estar aqui. – Madge entrou em meu quarto falando diretamente com Finnick. – Há muitas doenças no ar, Odair. É perigoso.

— Para de me por medo, Undersee. – meu amigo fechou a cara, cobrindo o rosto de Daisy com a fralda fina de pano.

Gale os seguia de perto, parecendo não prestar atenção na conversa. Assim que me viu, seu sorriso apareceu, fazendo-o passar pelos dois e ignorar completamente a presença de Peeta.

— Como você está, princesa? – perguntou.

— Cansada. – dei um sorriso fraco. – Quando poderei ir embora?

— Assim que eu tiver certeza que você está 100% bem. – uma voz masculina que eu não conhecia me respondeu. Meus amigos abriram caminho, deixando-me enxergar um homem de cabelos quase grisalhos com um jaleco branco. Só podia ser o médico. – O que está sentindo agora? – perguntou, analisando o papel que saia da máquina ligada a mim. – Parece que seus batimentos tiveram um pequeno pico há alguns minutos. – disse fazendo-me corar. – Se sente bem? – questionou, retirando o fio que me prendia a máquina.

— Sim. – respondi de imediato, sabendo que Annie e Peeta sabiam sobre o que se tratava.

Nem em um exame para o coração, Peeta ficava de fora. Era um intrometido.

— Os resultados saíram. – o médico disse, fazendo-me notar a prancheta de plástico que estava embaixo de seu braço esquerdo. Ele a pegou, analisando os papeis e riscando com a caneta. – Foi apenas uma contusão em sua cabeça. Não foi a causa do desmaio. – o homem disse, erguendo os olhos em minha direção. – Tem se sentido normal durante esses últimos meses? – ele retirou a agulha que estava em minha mão esquerda, e que estava ligada ao soro.

— Como assim? – perguntei franzindo o cenho.

— Não tem sentido nada fora do comum? – o médico ergueu os primeiros papeis para olhar os debaixo.

— Acho que não. – ergui a sobrancelha esquerda.

— Certo. Mas é necessário que você se cuide. Seu trabalho é perigoso e estressante. Faz mal pra vocês dois. – ele disse, me franzir as sobrancelhas novamente.

— Vocês dois? – questionei confusa.

— Sim. O estresse do dia a dia não faz mal só pra você. – continuou. – Em todo caso, você e o bebê estão bem. Logo te darei alta.

— Oi? – minha voz saiu engasgada.

Meu coração parecia uma grande escola de samba. Parecia que ele pulsava até mesmo em meus ouvidos.

O quarto todo ficou em silêncio naquele momento.

— Você e o bebê estão bem. – o homem repetiu parecendo confuso. – Desculpa. Era surpresa para alguém?

— Dá para o senhor ser mais claro? – Annie falou em um fio de voz. – O senhor disse bebê?

— Sim. Disse. Katniss está gravida. – afirmou.

Meus olhos se arregalaram por alguns segundos, até que uma risada saiu de minha boca. Lágrimas caíram dos meus olhos, enquanto eu ainda ria.

— Sem pânico, Kat. – Ann pediu em um sussurro, tocando meu braço.

— Por que eu estaria em pânico? – questionei. – Obviamente isso é uma piada. De muito mal gosto, por sinal. – minha seriedade voltou, enquanto eu limpava as poucas lágrimas que haviam caído.

— Desculpe. – o homem estava completamente sem graça. – Mas eu trabalho há 20 anos nesse hospital. Nesse exame diz que você está grávida de 13 semanas. – ele afirmou convicto. – Sugiro que procure um especialista para acompanhar a gestação. – falou se encaminhando para fora. – Volto logo.

Mesmo depois que ele saiu, todos permaneceram em silêncio. Eu estava completamente congelada. Meu coração batia forte em meu peito. O ar escapava por minha boca. Eu estava realmente entrando em pânico.

— Esse filho não é meu. – Gale soltou baixo, mas todos pareceram ouvir.

Meus olhos encontraram-se com os de Peeta, que parecia tão atônito quanto eu.

— Eu sei. – sussurrei, notando a troca de olhares de Annie e Finnick. – Realmente não é.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pra quem foi conhecer minha outra fic *-* fiquei super feliz.
Beijos seus lindos.



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