Heartbeat escrita por nsbenzo


Capítulo 11
New Year's promises




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— Feliz ano novo, senhorita Everdeen. – Peeta disse, erguendo sua taça de champanhe.

— Para você também, senhorito Mellark. – respondi alterada, copiando o movimento dele com a taça.

Eu não estava tão bêbada. Apenas me sentia feliz como há muito tempo não me sentia. E um pouco fora de controle.

— Annie, Finnick. Onde vão?! – Peeta perguntou caminhando até o casal, que juntava as coisas de Daisy prontos para sair.

— Vamos passar na casa da minha mãe. – Finnick respondeu. – Aproveitar a comida de lá também. – ele riu, me fazendo rir junto.

— Amiga. Você precisa parar de beber. – Annie disse me analisando. – Quer que te levemos pra casa? – perguntou.

— Eu bebi só dois copos de licor. – disse mostrando meus dedos.

— Katniss. Você está mostrando cinco dedos. – Ann suspirou.

— Tanto faz. – respondi. – Eu não quero ir embora.

Annie revirou os olhos.

— Peeta. Você cuida dela, por favor? Não a deixe beber mais. – pediu.

— Tudo bem. Deixa comigo. Vão em paz. – ele sorrio para os dois, os acompanhando até a saída.

— Peeta. – o chamei, enquanto ele fechava a porta, e me joguei no sofá. – Eu não devia ficar sozinha com você. – falei observando-o andar.

Eu achava lindo a forma que ele se movia. Realmente parecia um grande felino. Talvez um leão.

— Por quê? – perguntou, parando a minha frente.

— Porque talvez eu tente te matar. – respondi.

Peeta soltou uma risada.

— Achei que já tínhamos passado dessa fase.

— É que preciso manter minha pose de durona, se não acabarei confessando que eu ainda amo você. – soltei sem pensar, colocando a mão sobre a boca.

— Você ainda me ama? – perguntou.

Abaixei a mão, mordendo o lábio inferior.

— Podemos esquecer que eu disse isso? – questionei, colocando-me em pé. – Acho que dá tempo de alcançar Finnick e Annie. – falei tentando passar por Peeta, mas o mesmo me segurou, me puxando contra seu corpo. – Agora sim podemos voltar a parte que eu te mato. – sentia meus olhos se moverem agitados, enquanto as mãos dele escorregaram até minha cintura.

— Você ainda me ama? – questionou novamente, com a voz levemente rouca.

Seus olhos brilhavam, parecendo que finalmente os azuis voltavam a vida.

— Não. – respondi sem tentar me afastar.

Seu carinho em minhas costas estavam me amolecendo.

— Eu não acredito em você. – seus lábios se juntaram aos meus, e eu nem ao menos tentei me afastar.

Minhas mãos foram parar em sua nuca, enquanto eu mesma aprofundava o beijo.

A pressão de seu toque em minhas costas, me causava a leve impressão de que meu corpo não resistiria por muito tempo, e me entregaria de bandeja para Peeta.

E, talvez, pela confusão que o álcool me causara eu não parecia me importar. Não, enquanto Peeta me beijava daquele jeito. Não, enquanto minhas mãos subiam por baixo de sua camisa, arranhando sua pele.

Peeta interrompeu o beijo. Seus olhos pararam nos meus, enquanto meu peito subia e descia, demonstrando o quanto eu estava ofegante.

— Isso é errado. – sussurrei, mas eu ainda estava parada da mesma forma, praticamente rendida em seus braços. – O que eu disse antes...

— Me parece a mais pura verdade. – Peeta me interrompeu com a voz rouca. – Você ainda me ama, assim como eu te amo. E eu não posso te deixar ir embora agora. – completou pegando-me no colo.

Prendi a respiração, sem tentar lutar com ele. Eu sabia que a bebida tinha tirado meus reflexos, e que eu apenas faria papel de boba. Sem contar que a última coisa que eu faria no momento era fugir de Peeta Mellark.

— O que pensa que vai fazer? – finalmente resolvi falar com a voz baixa, quando vi que ele havia entrado em seu quarto.

— O que eu já devia ter feito antes. – respondeu, me colocando em sua cama.

Rapidamente seu corpo estava sobre o meu.

— Que seria...? – indaguei quase em um sussurro.

— Ter de volta o que me pertence. – respondeu antes de atacar meus lábios com um beijo sedento.

 

~||~

 

As lembranças do dia 31 para o dia 1º estavam claras de mais em minha mente.

Obviamente eu havia me arrependido de ter me deixado levar.

Eu me odiava por ter bebido tanto. Porém eu o odiava mais ainda, por não estar tão bêbado quanto eu, e ter se aproveitado disso.

Mas era óbvio que ele se aproveitaria. Eu estava fugindo dele há muito tempo.

O caso é que eu havia ido embora ontem pela manhã, antes de Peeta acordar.

Isso me fazia ter a certeza de que eu teria que aguenta-lo assim que o visse. E eu jurei a mim mesma que eu bateria nele, se Peeta insistisse em tocar no assunto.

— Katniss. – a voz de Gale me fez dar um pulo em minha cadeira.

— Decidiu dar as caras por aqui? – questionei depois de me recuperar do susto, fazendo aparecer irritação em minha voz.

Já era dia 2 de janeiro. Estava sem notícias dele desde quando foi ver os pais. Era no mínimo para me deixar com raiva.

Gale coçou a nuca parecendo arrependido.

— Me desculpa. Eu não devia ter ignorado você. – ele disse, se aproximando da minha mesa. – Eu só estava com ciúmes, princesa.

A cena do ano novo dançou em minha mente, fazendo-me perceber que Gale tinha razão o tempo todo sobre odiar que eu ficasse perto do Mellark, enquanto ele estava fora.

— Tudo bem. – voltei a atenção para o monitor do meu computador. – Acho que Madge estava procurando você, para um interrogatório.

— Claro. – soltou o ar devagar. – Podemos almoçar? Acho que precisamos conversar.

— Hoje não dá. – respondi sem olha-lo. – Depois nos falamos.

Gale suspirou pesadamente, antes de sair da minha sala.

Poucos minutos foram suficiente para Annie e Finnick invadirem minha sala, carregando uma pequena Daisy embrulhada em cobertores por culpa do frio.

— Por que ninguém sabe bater na porta? – resmunguei.

— Quanto estresse. – Annie torceu o nariz. – Vim ver como você está. Achei que estaria de ressaca ainda. – zombou.

— Curei a ressaca ontem, em casa, dormindo a tarde toda. – rebati mal humorada.

— Oi, família. – Peeta entrou em minha sala, fechando a porta atrás dele.

Estreitei os olhos em sua direção.

— O que você quer aqui, Mellark? – questionei ácida.

— Ah sim. Eu vim te entregar isso, meu anjo. – ele colocou a mão no bolso esquerdo da jaqueta, e puxou algo familiar. – Você esqueceu em casa. – jogou em minha direção.

Por reflexo acabei segurando o tecido, que só notei segundos tarde demais do que se tratava.

Era a parte de baixo da minha lingerie branca.

Meu rosto esquentou de uma maneira tão forte, que fiquei sem ação.

— Katniss? – Annie me chamou, fazendo-me piscar algumas vezes, antes de reagir.

Amassei o tecido escondendo em minha mão fechada.

— Finnick. Tire ele daqui. Agora! – gritei a última palavra.

O Odair parecia atônito demais para se mexer, até Annie dar um tapa em seu braço, e o mesmo agarrar a jaqueta de Peeta e começar a puxa-lo em direção a saída da minha sala.

— Se alguém mais souber disso, Mellark, você será um homem morto. – rosnei. – Isso serve pra você também, Odair.

Nenhum dos dois responderam. Apenas saíram, batendo a porta em seguida.

— Amiga... – Annie chamou, embalando Daisy vagarosamente. – Como isso aconteceu? – questionou.

Bufei, guardando minha roupa intima na bolsa, e me jogando na cadeira.

— Como? Vamos ver. Eu bebi demais, você e Finnick não insistiram muito em me levar embora, quando deveriam fazer isso, porque sabem que eu e Peeta não podemos ficar por perto. Nunca sai nada que preste. – murmurei. – Eu acabei falando que o amava, e ele não perdeu tempo, me agarrou e me levou pra cama. – resumi, fechando os olhos com força. – Isso só pode ser conspiração contra mim.

— Você disse que o ama? – pareceu ser a única coisa que ela havia ouvido.

Abri os olhos para fita-la.

— Eu estava bêbada. Eu abraçaria e me declararia até mesmo para um poste de luz. – retruquei.

Claro que era mentira.

Minha cabeça me acusava, deixando evidente pra mim de que mesmo bêbada, eu sabia o que estava fazendo.

E afinal de contas, quem eu queria enganar? Eu não estava tão bêbada assim.

O fato era que eu não poderia confessar o quanto eu o amava.

Não ainda. Não enquanto restava dúvidas sobre os acontecimentos que foram a causa do fim de nosso casamento.

Eu não podia me entregar dessa forma. Meu coração ainda não havia se recuperado 100%, e eu não estava pronta para colocá-lo em risco novamente com Peeta.

— Tudo bem... Eu acho. – Annie sentou na cadeira de frente pra mim. – E como ficam vocês dois?

— Nem comece com isso. – a repreendi. – Eu estou com Gale agora. Eu e Peeta... Foi um erro. – declarei, tentando soar firme. – Um grande erro.

— Você não vai contar ao Gale? – indagou parecendo perplexa.

— Eu jamais tocarei nesse assunto novamente. Com ninguém. – respondi. – Essa é uma promessa de ano novo, que realmente vou querer cumprir.


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