A Thousand Years escrita por Dominique Slorrance


Capítulo 5
Capítulo 04


Notas iniciais do capítulo

Olá, demorei um pouco mas estou aqui szsz

Enfim, o capítulo não está cheio de emoções, mas é uma boa introdução para outras coisas que estão por vir. Espero que gostem,

boa leitura ^^



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Eu não sei quanto tempo fiquei ali, mas foi tempo suficiente para meu coração voltar a bater normalmente. Era simplesmente tão bom aquele momento com Elijah, eu me sentia tão inexplicavelmente bem com aquele contato, tão quente. E sim, eu sabia que estava sendo fraca ali, frágil e claramente sensível a ele depois de tanto tempo. Eu provavelmente me arrependeria tanto disso, todavia, no momento, só conseguia pensar que beijar aquela boca não era uma má opção.

Mas não, eu não o fiz.

Em algum canto da minha mente um alerta surgiu, trazendo-me de volta à realidade.

Que merda eu penso que estou fazendo? Socorro.

Separei-me quase abruptamente de Elijah, que pareceu confuso por meio segundo antes de se distanciar alguns passos, passando a ponta da língua pelos lábios, olhando para qualquer lugar que não fosse meus olhos.

Olhei rapidamente em volta, mas não havia sobrado mais ninguém.

— Eu não… — interrompi minha fala, batendo o cotovelo na minha perna em um gesto de frustração. — aquele maldito! — segurei minha cabeça, puxando os fios de cabelo. — Burra, burra, burra — repeti baixinho, girando e andando em volta do bar em passos curtos.

— Isabella…

— NÃO! — gritei, parando de repente, o olhando e levantando o dedo indicador num sinal claro de que ele deveria se manter calado. — Eu não quero ouvir uma… — franzi o nariz, revoltada. — uma única palavrinha vinda dessa sua boca, Elijah — frisei.

Respirei fundo, soltando o ar pelos lábios. Eu estou puta. Não, corrigindo: eu estou muito puta.

Voltei a andar, mordi os lábios, passei a mão pela a testa. Eu não sei o que fazer, eu estou tão perdida.

— Isabella, por favor, me ouça…

— Me ouça o caralho, você surge da vida e tenta vir dar um de romântico?, ah, vai tomar no meio do seu cu, Elijah — parei mais uma vez, mostrando pra ele o dedo do meio. —, eu não estou com paciência para suas palavras nobres ou autoexplicativas. Eu quero que você morra, mor-ra, ‘tá me entendendo? Se enterra, garoto, desaparece, aparata, SO-ME! — ditei, ofegante pelo esforço que fiz com as palavras.

Ele pareceu paralisado com as minhas palavras, sua boca aberta em uma frase que nunca veio. Puxei uma cadeira por ali e sentei, apoiando meus cotovelos na mesa, escondendo meu rosto nas mãos, abalada demais para dizer algo.

Tentei manter minha cabeça vazia, mas era difícil com a presença de determinado ser. Ainda tinha pessoas mortas em volta, mas isso era tão insignificante perante ao meu estado emocional e mental, que distribui meu simples foda-se para esse fato.

Ouvi o barulho de algo sendo posto na mesa e levantei os olhos, encarando meu irmão na minha frente, colocando uma dose de whisky num copo.

— Você precisa de uma bebida. — empurrou para meu lado o objeto de vidro, a qual ignorei.

— Eu preciso que você vá embora. — resmunguei, mas ele parecia ter alguma deficiência auditiva, já que empurrou a cadeira para se sentar.

— Isabella, não seja mais grosseira do que já foi. Sua má educação me impressionou e me impressiona, confesso. — semicerrou os olhos, uma típica mania que ele até hoje parece não ter se desfeito.

Respirei fundo, me recompondo. Sorri de forma quase amável, encostando-me na cadeira e cruzando os braços.

— Eu só falo o que tenho vontade de falar, Elijah. E a minha intenção é que tudo que eu dissesse pra você soasse extremamente ofensivo, e olhe só, mesmo assim você ficou aqui, o que mostra que educação não é algo que precisa ser imposta entre nós dois.

— É uma tristeza que você pense assim. — elevou a sobrancelha.

— Tristeza é a sua cara, eu penso maravilhosamente. — retruquei.

— Isabella — disse com irritação, num sinal claro de basta. —, sua infantilidade chega a níveis que minha mente não consegue captar. Mas isso não importa no momento. — seus olhos calculistas me analisaram atentamente, seu cenho se franziu. — Eu, até momentos atrás, nem sabia da sua — fez um gesto com as mãos, tentando achar um complemento para sua frase. — sobrevivência — completou. — Então por quê? O que fez você vir a New Orleans, por que você está aqui, provando claramente que está viva? — procurava uma resposta.

Prendi o maxilar, piscando os cílios incomodada.

— Não é como se fosse do seu interesse…

— É do meu interesse a partir do momento em que sou ao menos um pouco responsável por essa cidade e que você faz parte da minha família, meu sangue. — me cortou, pousando o dedo indicador na mesa, perspicaz.

Mordi minhas bochechas e suspirei derrotada.

— Eu viajo muito, Elijah — expliquei, cruzando os dedos sobre a mesa. — Vivo perambulando por aí com meu melhor amigo, e por causa da escolha dele de vir para essa cidade, estou aqui. Não sabia que você ou qualquer outro Mikaelson estava aqui, caso contrário não teria cogitado pisar meu lindo pé nesse lugar. Eu não fiz isso em mil anos, por que diabos faria agora? Pois é, por nenhum motivo.

Elijah pareceu inspirar todo o ar de Louisiana, soltando a respiração ruidosamente.

— Quer dizer que você andou pelo mundo todo esse tempo sem dar uma única notícia para sua família? — ele parecia tomar cuidado com as palavras.

— Sim. — respondi, sem vergonha de falar a verdade. — Eu aprendi com o tempo que família é fraqueza, e que toda vez que me importo dá merda. Não vê, agora mesmo, uma pessoa que supostamente é importante para mim caiu em uma cilada — me referia a Will, tentando não soar ferida, mas foi impossível não mostrar o quanto era doloroso sofrer aquilo novamente.

— O mesmo pensamento de Niklaus…

— Não me compare a ele, por favor — pedi, encarando o copo de bebida intocado ao invés de sua face. — Eu ainda não cheguei nesse nível — sorri amarga, voltando meu olhar a ele.

— Não fale como se fosse melhor que ele, você mostrou que não é.

Eu não quero falar sobre o Niklaus, Elijah — trinquei os dentes. — Quer saber? — levantei. — Já chega! — decidi. — Na verdade, eu não sei nem por que eu fiquei aqui ouvindo e explicando coisas que eu claramente não sou obrigada. Eu tenho alguém para me preocupar, licença — fui para a saída.

— Não pense que irá fugir, Isabella — cessei meus passos ao ouvir sua voz. — Não importa onde você estiver a partir de agora, eu vou te achar se assim eu quiser — ameaçou.

— Boa sorte, querido. — respondi, continuando meu caminho.

Levou algumas horas para eu poder descobrir quais eram os ingredientes daquela poçãozinha, e levou mais uma para poder achar o antídoto.

Movi meu pescoço para estalá-lo, suspirando cansada. Eu terei que comprar várias coisas para poder desfazer o feitiço, e infelizmente está muito cedo pra ter algum ponto aberto.

Levantei da única cadeira que tinha naquele quarto, me desfazendo da minha blusa e do restante de minha roupa para tomar um banho. Depois da ducha quente que relaxou meus músculos tensos, vestida com uma blusa de Will, deitei na cama de solteiro, já que o dito cujo estava na de casal e eu não ia conseguir dormir com ele lá.

Sem entrar em detalhes, adormeci rapidamente, esgotada.

Acordei bem o suficiente para continuar meu dever de casa. Ou acordar Will Adormecida, como vou chama-lo a partir de agora. Fiquei alguns minutos sentada na cama em que ele estava, segurando sua mão, tentando não sentir saudades de sua irritante companhia.

Respirei fundo, brincando com seus dedos. Estou tão depressiva que não me sinto mais Isabella.

Deixei-o para me arrumar. Depois do banho frio, penteei meus cabelos, deixando-os molhados mesmo, não tinha a obrigação de ficar secando. Trajando um longo vestido preto e uma bota sem salto, saí do quarto com minha bolsa pequena apoiada no ombro.

Andando pelas ruas, senti cheiro de comida, e sim, eu estava com fome, mas prioridades são prioridades. Apressando-me, ergui um braço para um táxi que passava na rua, entrando assim que ele parou.

Pedi ao moço indicações de lugares que poderiam haver o que eu procurava, logo ouvindo sobre o French Quarter, o que, honestamente, não me surpreendeu.

Depois do caminho não tão longo até o bairro, paguei o motorista e saí do carro, procurando por lojas aleatórias que vendiam ervas.

Entrei numa, achando, graças a Lúcifer, alguns ingredientes. Fiquei mais tempo procurando, passando em outros estabelecimentos, meu cabelo já tinha até secado e meu estômago já estava roncando de fome seguidas vezes. Suspirei aliviada ao encontrar o mais difícil e essencial líquido para a poção, e, de tão alegre fui comer, porque eu merecia, sérião.

Pedi waffles, panquecas, suco de maracujá e tudo que pudesse me satisfazer naquela manhã ensolarada. Comia distraída, quase gemendo de contentamento, até que senti.

Engoli o pedaço da panqueca rapidamente, franzindo as sobrancelhas. Ergui minha cabeça, encarando, então, a criatura a minha frente.

— Mas que merda, Elijah! — exclamei irritada. — Será que dá pra você parar de agir como um fãzinho desesperado da sua irmã e me deixar ter um fucking segundo de paz? Eu quero comer sem ter vontade de vomitar ao olhar sua cara. — utilizei de todo o sarcasmo possível em minha voz.

— Não comece, Isabella. — eu quase podia ver uma veia saltar em sua têmpora, seu dedo indicador apontado para mim.

Beberiquei tranquilamente meu suco em resposta, reparando que tinha uma mulher atrás dele, me encarando com os olhos semicerrados.

— Tem certeza que ela não é a Katherine? — já não gostei dela.

— Katherine está morta, Hayley. — respondeu calmamente, arrastando uma cadeira para ela. A tal Hayley sentou, e ele ocupou a outra cadeira ao seu lado.

Elijah, sempre um cavalheiro, zombei mentalmente.

— Eu não lembro de tê-los convidado para sentar. — disse irônica.

— Serei breve, Isabella — disse Elijah, ignorando minha fala anterior. — Preciso de um favor seu.

Ergui o cenho na hora, impressionada demais para dizer alguma coisa. Oi, é isso mesmo? Elijah Honrado Mikaelson me pedindo algo? Não é uma coisa que se vê todo dia, vou te contar, hein.

Um relampejo super do nada apareceu na minha mente, mas até que fez sentido um segundo depois de eu pensar.

— Isso tem algo relacionado à nossa mãe? — fui direta.

— Então você já sabe. — concluiu.

— Sim. — pus meu cotovelo na mesa, apoiando meu rosto na mão. — Ela se revelou para mim de forma encantadora. — utilizei de mais ironia.

— Seu amigo. — seus olhos me observavam espertos na constatação que saiu de seus lábios.

Assenti com um breve maneio de cabeça, não querendo entrar em detalhes.

— Sinto que estou sobrando aqui. — resmungou Hayley, fazendo-me dar atenção a ela.

— Você está. — comentei, direta, olhando-a com visível desinteresse. Ela retribuiu com um olhar feroz.

Ergui a sobrancelha.

— Isabella — voltei-me para Elijah, indagando o que ele queria apenas com o olhar. —, está disposta a me fazer um favor? — seu olhar era sério.

— Não sei. — voltei a comer minha panqueca cheia de calda. — O que você quer, primeiramente? — questionei após engolir.

— Mamãe — começou, fazendo aquele gesto que indicava que ele procurava um complemento para sua fala. — está usando um corpo que visivelmente não é seu, e temo que ela vá trocar futuramente. Preciso que faça um feitiço que... — semicerrou os olhos. — indique algo quando ela mudar de corpo, um sinal, um alarme, algo que fará eu ter certeza que é ela. — completou.

Fiz uma careta com a ideia que se passou pela minha cabeça, aquilo envolvia cobras, e eu odeio cobras. Eu não queria ficar enrolando, era óbvio que se eu ajudasse Elijah me beneficiaria; Esther também é uma preocupação minha, querendo ou não.

— Tudo bem — dei de ombros. — Ache uma píton pra mim e algo que nossa querida mamãe tenha enfeitiçado. Qual é o seu número?

Meu irmão franziu o cenho por um segundo, mas logo me passou, a qual salvei rapidamente na minha agenda do celular, mandando uma mensagem com o endereço do quarto que eu estava no momento.

Ele leu após ouvir o toque de notificação, exibindo um sorriso curto para mim em seguida. Quase retribui, mas como sou emo gótica das trevas, fiquei com cara de cu mesmo

— Agora vazem que eu quero comer em paz — indiquei a saída.

— Não desejam nada? — era a garçonete surgindo da vida com um bloquinho de notas nas mãos, encarando Elijah e a tal Hayley.

— Não, eles já estão de saída — cortei com descaso. — Traga-me a conta, por favor — pedi, bebendo do meu suco.

— Ok — saiu rapidamente. Olhei para os dois à minha frente.

— O que estão fazendo aqui? Vão procurar o que eu falei — bufei.

A mulher rolou os olhos e levantou.

— Vamos, Elijah. — chamou o dito cujo, que continuava sentado.

— Apareça no jantar de hoje à noite às 20h, mandarei o endereço depois — não era um pedido. Enfim se levantou e foi com Hayley, que eu não simpatizei de primeira, aliás.

Suspirei.

Eu sinto que não deveria me envolver com isso, com Elijah, ou Mikaelsons em geral, mas é aquele ditado, né: vamos fazer o quê? Isso mesmo, ser trouxa, porque minha cota de trouxisse ainda não acabou nem depois de mil anos.

...

— Olá, vadia — cumprimentei assim que ele abriu os olhos.

Levou um tempo para se ajustar ao ambiente, se erguendo até estar semi deitado na cama, me encarando num misto de confusão com seus lindos e fofos olhos azuis.

Se o Will não fosse o Will, eu pegava.

— O que... — sua voz soou extremamente rouca, e eu logo estendi uma garrafinha de água, que ele bebeu com avidez, algumas gotas escorrendo pelo queixo.

Entreguei outra garrafinha para ele, que me entregou a vazia e bebeu mais do líquido.

— Acabou, Jéssica? — comentei, rindo.

— Mas o que houve? — seu olhar era questionador sobre mim, me entregando a garrafa já vazia.

— Muita coisa, caro Will — fiz um biquinho. — Mas vamos pelo começo, já vou avisando que a história é longa e se você vir me interromper eu vou dar na sua cara — ameacei de antemão.

Peguei a bandeja de comida na mesinha ao lado da cama, que eu havia ajeitado com frutas, pão, suco, água, torrada e geléia. Convenhamos, eu sou uma ótima amiga.

— Come enquanto eu falo. — coloquei em seu colo, pronta para abrir a boca e contar tudo o que tinha acontecido nesse meio tempo.

A tarde seria longa.

 


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Notas finais do capítulo

WILL IS BACK ♥
Comentem, comentem, comentem, eu quero saber o 6 tão achando pessoal, sérião :3

Bjs e até o próximo >



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