A Thousand Years escrita por Dominique Slorrance


Capítulo 4
Capítulo 03


Notas iniciais do capítulo

Yo o/
Sei que demorei um pouco, mas é que eu estava em duvida de como seguir a diante e tbm um pouco sem criatividade e preguiça -q
Mas cá estou eu.

Toda capa, banner, ou qualquer design do tipo nessa fanfic é feito por mim, só para deixar claro ^^

Espero que gostem do capítulo, boa leitura *~*



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Andei de um lado para o outro pelo quarto, nervosa e pensativa.

Encarei Will deitado sobre a cama, soltando o ar de meus pulmões de uma vez, tentando manter a pouca calma que me restava.

Esther.

Sim, aquela maldita está viva, e pior, não está sozinha. E ah sim, ah sim, eu me lembro, agora, claramente, a razão de Will estar nesse estado.

— WIIIIILL — gritei para chamar atenção do ser humano ao meu lado, o chacoalhando. —, olha que gracinha — apontei as bonecas macabras que estavam expostas sobre uma mesa. Atrás desta estava uma senhora que sorria mais falsa que cabelo da Barbie.

— Querem dar uma olhada, queridos? — perguntou.

— Não, não. — negou Will, sorrindo forçadamente, enquanto me puxava para andar de volta. — Você é louca, Isabella. — bufou e eu ri.

— OLÁ, OLÁ, por favor, atenção — um homem disse enquanto passávamos no meio da praça, elevando um vidrinho entre os dedos. — Estão vendo isso? — apontou o objeto. — Isso fará com que vocês se sintam incríveis até meia-noite. É isso mesmo, meus amigos, magia pura! — jogava o marketing. — Você aí — apontou para Willian, que arregalou os olhos. — Sim, você mesmo. Aproxime-se, aproxime-se. — o chamou com o dedo indicador, e eu dei um empurrãozinho no meu amigo para ele ir em frente.

Will seguiu para perto do cara hesitante, sendo logo segurado pelos ombros e virado em direção ao pequeno público que parou para ver.

— Eu darei esse frasquinho para o rapaz tomar — indicou o vidrinho com a bebida azul. — de graça — frisou. —, e veremos o que acontece, certo? — essa última pergunta era para Will, que assentiu, provavelmente por educação.

Cruzei os braços, sorrindo com deboche. Ele faria mesmo isso? Oh, seria divertido.

O moço abriu o frasquinho, as pessoas pareciam cheias de expectativas em volta. Entregou para Will, que rolou os olhos e tomou tudo de uma vez. O homem cochichou algo em seu ouvido, por trás de seu corpo, e com a minha visão vi ele puxar o pano da calça de Will, enfiando algumas notas de dinheiro dentro dela.

Que amador.

Will sorriu, arregalando os olhos, encenando uma falsa reação, correndo em minha direção e me rodopiando no ar.

— Ei — reclamei, apesar de sorrir. —, eu não tenho nada a ver com isso. — me soltei de seus braços quando enfim colocou-me no chão, sua mão retirando os cabelos que cobriram meu rosto durante a ação.

— Estou me sentindo tãããõ feliz, por que não vamos fazer compras, meu amor? O que você quiser, e que tal jogarmos um pouco? Ah, sinto que sou capaz de tudo hoje — e saiu me puxando mais uma vez.

Respirei fundo, que micão a gente não paga por causa de dinheiro, não é mesmo?

Minhas mãos tremeram, ainda olhando meu amigo naquele estado. Eu vou achar o homem que deu a porra daquele frasco pra ele, ah, se eu vou.

Sussurrei algumas palavras em latim, criando um feitiço de proteção, para por fim sair do quarto, decidida a encontrar aquele bruxo amador do caralho.

...

— Ah, por favor, vocês não sabem de nada nessa porcaria de cidade, não? — disse bastante irritada, olhando para a mulher que estava presente quando o homem fazia o marketing vagabundo e sujo. Não me perguntem como a achei, estava na rua passando e só me restava fazer o óbvio, que era sair perguntando.

— Sinto muito, senhora — respondeu diante de minha fala. —, ele vendeu alguns daqueles, eu até comprei um, e depois foi embora, é tudo que sei — completou.

— Não lembra nem da direção que ele foi? — ergui o cenho, com as mãos na cintura.

— Não, senh... — ficou calada após meu olhar. — Eu fui a última a comprar — mudou de assunto, procurando rápido algo em sua bolsa. — Aqui — era o frasquinho, ainda cheio. — Eu não bebi, porque vi um moço que comprou passar mal, e pensei que fosse por isso — deu de ombros.

— Pelo menos você é inteligente — murmurei, pegando o objeto de suas mãos. — Obrigada e tchau. — segui em frente, andando pela calçada. Já estava de noite e eu estava no famoso French Quarter, um pouco cansada de caminhar a tarde praticamente inteira procurando por algo.

Parei um pouco ao ver uma placa que ditava Rousseau’s.

— Com licença, isso seria...? — perguntei a uma garota que saia de lá, apontando para o local.

— Um bar — respondeu rápido, com o celular na orelha. — Deixe o Elijah pensar o que quiser. — respondeu para a pessoa do outro lado da linha, provavelmente, me fazendo franzir o cenho.

Elijah.

Que nome ruim para uma cidade de vampiros. Entrei no lugar. Uma bebida me faria bem... acho.

Não, espera.

— Você! — apontei para o maldito, me aproximando furiosa. — Foi você que deu aquela merda pro Will, seu desgraçado! — o puxei pela gola da camisa, não me importando se tinha pessoas nos olhando ou não.

— Hey, hey, calma — fez sinal com as mãos, mas apenas forcei mais o aperto, dando-lhe uma cabeçada forte com a testa. — Ouch! — gemeu, e eu finalmente o soltei, pronta para lhe dar um soco.

— Se querem brigar vão para fora, vamos ter uma festa particular. — disse um cara, e só então reparei que as pessoas estavam se levantando para ir embora.

Respirei fundo, soltando o ar pelo nariz. Dando um último olhar fulminante para o bruxo, deixando claro que nossa conversinha não havia acabado.

Eu não havia desistido naquele momento, entretanto.  Fingi ir embora ao me camuflar entre as pessoas que iam para a saída,  apenas para ir a um canto mais reservado, observando meio surpresa o bruxinho amador falar com a garota do telefone, aquela lá de fora. Então os dois são amiguinhos? Mereço, meu Lúcifer.

Eles pareciam prontos para irem embora, mas um cara apareceu, o mesmo que despachou a mim há poucos minutos. Apurei minha audição, querendo ouvir.

Devia ficar e se divertir com a gente — pude ouvir, ele estava se dirigindo à garota.

Saia da minha frente agora — ela disse de forma ameaçadora, se afastando quando o outro se aproximou, apenas para esticar os braços e... bem, ela também é uma bruxa, analisei com os olhos.

O homem se abaixou, segurando a cabeça numa careta de dor, enquanto várias pessoas se alojaram em volta, como se estivessem cercando as presas, que no caso era a garota e o bruxo desgraçado amador. Mas que merda, agora não posso vê-los.

Pode fazer isso com todos eles ou... — era o bruxo falando, podia reconhecer a voz dele. Vou chamá-lo de Chernobyl.

Não de uma vez só. — interrompeu ela. Já eu vou chamá-la de Hiroshima.

Ouvi um baque no chão.

Ei — de novo Chernobyl falando, mas pareceu ser interrompido novamente, algo sendo arremessado.

— Ouch — comentei, ao sentir o barulho de vidro sendo quebrado. Nossa, ele caiu feio. — Bem feito — continuei e sorri maldosa, aproximando-me como um vulto de onde ele tinha caído após ser jogado, me agachando antes que me vissem, já que por sorte o balcão cobria nossos corpos.

Ouvi rosnados, mas ignorei; não me importava nem um pouco se aquela garota iria morrer ou não. Havia coisas mais importantes que isso.

— Eu não acho que esse seja o momento certo para certas coisas — disse Chernobyl, ofegante e caído, sangue escorria por sua testa agora machucada. Fez esforço para sentar.

— Ah, meu bem, eu não sou conhecida por ser... — me calei de repente, piscando os olhos confusa.

Essa voz, eu conheço essa voz – pensei e levantei a cabeça para ver o que estava acontecendo, sendo acompanhado pelo desgraçado ao meu lado e

ai

meu

caralho,

que

porra

é

essa?

Porque sim, Mikael Mikaelson, meu pai, agora matava todos os filhos da puta que antes cercavam Hiroshima e Chernobyl, arrancando seus corações de forma nada gentil.

Meu olhar chocado caiu sobre ela depois de ouvir seu grito, a vendo se debater contra um homem. Chernobyl ao meu lado pareceu agitado, mas aquilo não me era importante. Algo caiu do braço da garota – não sei nem por que prestei atenção nisso, e o homem a empurrou para cair no chão. Meu pai o matou também, seu coração numa das mãos, encarando-a de cima.

— Ora — disse, ofegante. —, mas que reviravolta interessante — aproximou-se dela, que parecia uma coitada com medo. Puxou-a pelo braço, continuando. — Eu vou gostar disso, garota — mostrou as presas, mas em seguida, mais uma coisa inesperada aconteceu.

Puta merda, daqui a pouco é o papa vindo nesse bar, não tem como. As cenas seguintes foram tão rápidas que se eu não tivesse os sentidos aguçados, teria bugado. Basicamente, Mikael foi arremessado contra a parede, fazendo a Hiroshima cair no chão mais uma vez e... como?

A consciência de quem estava ali se formou em minha cabeça em forma  de choque. Levantei por completo, pondo-me de pé, descrente de quem via.

— Elijah — as palavras escorreram de minha boca num murmuro, observando-o ali, que não deu a mínima se eu tinha o chamado ou não, parecendo ocupado demais olhando para Mikael.

— Pai? — sua voz era mais descrente que minha expressão.

— Olá, filho — meu pai parecia recuperado, andando em direção a ele. Senti meu queixo tremer. — Achei que me encontraria com seu irmão primeiro...

“com seu irmão primeiro”, as palavras ecoaram mais de uma vez em minha cabeça. Meti os dedos entre meus cabelos, escorregando até estar no chão novamente. Não liguei para o que veio depois, barulhos, vozes, vultos; o que fosse, eu não me importava.

Senti as lágrimas em meus olhos, querendo sair, lembranças indesejadas passando por minha mente. Mas me forcei a lembrar de Will, forcei a me lembrar que tinha a obrigação de trazer ele de volta, que deveria meter uma porrada naquele bruxo de merda que ainda estava perto de mim, que... deveria fazer algo além de parecer alguém extremamente abalada com o encontro em ‘família’ de agora. Soltei minhas mãos ao lado de meu corpo, forçando-me para cima, fazendo uma expressão de quem não liga para nada.

O que aconteceu anteriormente eu não sei, só sei que havia sobrado apenas eu, o bruxo amador, outro cara que não conheço e Elijah, que olhou para nós dois.

Ele pareceu surpreso, finalmente reparando em mim.

— Katerina? — sussurrou e eu só pude abrir a boca, desacreditada do que tinha ouvido.

— Ok — fiz um sinal de indignação com o dedo indicador, estressada e cansada, saindo de trás do balcão. — Eu estou a menos de três dias nessa... — não havia palavras para descrever o que eu queria dizer enquanto chegava perto dele. — merda de cidade e na porra do segundo dia meu melhor amigo já foi, digamos — olhei para o Chernobyl do outro lado. —, apagado por causa de uma poçãozinha — joguei seu corpo contra a prateleira de bebidas, derrubando algumas garrafas ou o que fosse. — Vi alguém matar o que acho que são lobisomens, o que não me interessaria se não fosse o meu pai, e agora — direcionei meu olhar novamente para Elijah. —, estou sendo chamada pelo meu próprio irmão, depois de o quê, mil anos? — semicerrei os olhos. — De uma cópia maldita e morta como Katherine Pierce. — ergui mais a cabeça, numa tentativa inútil de mostrar que eu estava bastante ofendida. E estou, só não consigo demonstrar.

— Isabella... — arregalou os olhos, me reconhecendo.

Sua mão se elevou e parou no ar, por um momento. Olhei para ela como se a repelisse, mas ele não hesitou, tocando meu rosto com os dedos, como se eu fosse uma especiaria delicada. Quis afastá-lo, mas eu me sentia tão fraca para fazer qualquer coisa. Deixei minha mão cair junto do bruxo do outro lado, concentrada demais em encarar seus olhos castanhos, sentindo seu polegar limpar uma lágrima que escorreu sem permissão por meu rosto. Seu rosto se aproximou do meu, sentia sua respiração, seu olhar, sua essência. E eu me mantive parada, até sentir sua testa encostar na minha, lenta e perigosamente.

Segurei o tecido de sua blusa social, tentando arrumar forças há muito perdidas.

Abri a boca, mas nada saiu. Tentei me afastar, mas não consegui. Seu cheiro me preenchia, nenhuma palavra sendo dita, por nenhum de nós dois.

Meus lábios tremeram. Faz tanto tempo desde a última vez.


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Notas finais do capítulo

Tentei dar o máximo nessas últimas cenas, passar os sentimentos da Isa, por mais que de forma meio implícita. A música que estava tocando na hora ajudou muito :3 ouçam depois, se for possível, ela é muito boa: https://www.youtube.com/watch?v=hmyVnOgi-MM.

Espero de coração que tenham gostado, digam o que acharam, deem sugestões, críticas, me deem suas reações sobre o capítulo e a sincera opinião, porque eu escrevo por mim, mas estou postando por vocês, pessoal.



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