Minha amada stalker escrita por Rainha dos Fantasmas


Capítulo 41
Recebo o ataque direto de um demônio loiro. Escuridão aterrorizante e sentimentos ruins.


Notas iniciais do capítulo

E aí meus súditos? Tudo bom? Comigo eu não sei dizer, as coisas vão indo bem, mas ao mesmo tempo não. Eu acabei perdendo um professor incrível, ele teve que sair da escola por algum problema acontecendo na vida pessoal dele. Isso me deixa chateada, agora além de ficarmos sem ele como professor estamos sem nenhum fucking professor da matéria! A coitada da professora substituta está tentando, mas todo mundo sabe que isso não vai dar certo... Espero que mandem logo um novo professor antes do ano acabar! Bom, vocês não estão aqui para saber dos meus probleminhas escolares né? Sei que não, o que vocês querem saber é sobre a grande festa e ela finalmente está aqui! Imagino que não vai ser exatamente o que vocês esperavam heh, Ok, então vamos ao que interessa e nos vemos lá embaixo!



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O carro parou em frente a um salão de festas enorme, eu me perguntei se estávamos no lugar certo, parecia que tínhamos confundido o lugar com um castelo de tão grande e esplêndido que era a estrutura que se erguia na frente dos meus olhos.

— Vamos entrar crianças? – Minha mãe perguntou sorrindo para mim e Adrien.

Nós nos encaminhamos para a recepção, entregando os convites e seguindo para o interior do lugar, que era ainda mais magnifico do que eu esperava: a decoração, a comida, o ambiente, tudo era demais para mim! Talvez eu estivesse sonhando, era tudo muito lindo de verdade. Na verdade ainda não tinham chegado muitas pessoas, alguns funcionários uniformizados passavam vez ou outra, um grupo de fotógrafos estava reunido em um canto esperando o evento realmente começar, a banda que iria tocar ao vivo estava terminando de se organizar e no fundo do salão eu puder reconhecer algumas silhuetas familiares: Gabriel Agreste, sua esposa e quem eu supus serem os tios e a prima de quem meu namorado tinha me contado antes. Adrien segurou a minha mão e sorriu para mim como se estivesse querendo me mostrar que estava do meu lado. Não pude deixar de sorrir de volta para ele.

— Eu quero apresentar a minha família para todos vocês! – O loiro disse empolgado.

— Claro isso vai ser ótimo! – Meus pais concordaram.

Seguimos em frente, nos aproximando cada vez mais da família Agreste. A cada passo eu segurava a mão de Adrien mais firme. Ele sussurrou um “Está tudo bem.” no meu ouvido, de maneira que só eu pude escutar. Meu coração acelerado se acalmou um pouco. Os olhos da família de Adrien se voltaram para nós e largos sorrisos se abriram, mais um pouco do peso saiu da minha mente. Quando chegamos finalmente depois daquele caminho que pareceu levar uma eternidade os pais de Adrien nos cumprimentaram gentilmente e apresentaram os seus parentes a nós. Adrien me apresentou como a namorada dele, eu não pude deixar de corar e gaguejar um pouco ao dizer “Boa noite”.

— Ah! Então essa é a famosa Marinette! – Patrícia, a prima do Adrien falou sorridente. – Ouvi falar muuuito de você! Na verdade Adrien não parava de falar de você por um segundo! – Ela sorriu de canto para o primo de forma provocadora.

— Pati! – O gatinho reclamou, eu não pude deixar de sorrir.

— Certo, eu vou ficar quietinha. – Ela continuava com o sorriso provocador.  

— Marinette, minha querida, meu irmão me disse que você é uma designer de muito talento! – A tia do Adrien se virou para mim sorrindo depois de conversar com os meus pais.

— Ah, sim eu gosto de criar. – Eu comentei.

— E ela é ótima no que faz, eu garanto. – O senhor Gabriel comentou.

— Isso é muito vindo do senhor, obrigada. – Eu agradeci, estava radiante por receber um elogio desse nível do meu designer preferido.

— Não seja modesta Mari! Você é mesmo muito talentosa! – A Senhora Agreste disse tocando no meu ombro. – Se quer saber minha opinião acho que seria ótimo ter você como uma das designers da marca Gabriel no futuro. – Ela disse baixo de forma meio confidencial e me deu uma piscadinha.  

— Obrigada. – Eu sorri mais ainda.

— Bom, vamos nos sentar! – O tio de Adrien falou nos indicando uma mesa próxima. – Não vou conseguir ficar muito tempo de pé, acabei confundindo meus sapatos com um par dos do Félix e estão bem apertados.

— Você é tão desastrado com coisas tão simples, meu bem! Tem que prestar mais atenção! – Sua esposa riu.

Essa cena me fez sorrir. Eu consegui ver neles uma família comum, pessoas normais que tinham seus defeitos e qualidades, ter muito dinheiro era só um bônus. Nós nos sentamos juntos e ficamos conversando sobre coisas comuns do cotidiano. Minha mãe comentou sobre como eu também era muito desastrada, o pessoal riu, nós fomos ficando mais a vontade. Adrien fez algumas típicas piadas ruins em meio a tudo isso. Não pude deixar de pensar no quanto eu fui boba de não simplesmente confiar nele sobre a sua família, eu devia ter relaxado mais. Estava tudo tranquilo, eu conversava com eles como conversava com qualquer outra pessoa, e deveria me lembrar de agradecer a minha irmã por tudo que ela disse anteriormente. Eu estava mais calma e descontraída, tudo estava indo bem. Algumas pessoas começaram a chegar e o salão foi enchendo. A família Agreste se levantou indo cumprimentar os convidados e pediram para que ficássemos a vontade. Adrien se levantou também, segurou a minha mãe e a beijou dizendo que voltaria logo.

— Vocês são tão fofos juntos. – Minha mãe comentou. – Não consigo enxergar você com outra pessoa querida, parecem feitos um para o outro.

— Eu fico feliz de você ter achado alguém bom assim filha, alguém de quem você gosta. Assim como a sua irmã também achou. – Meu pai complementou o comentário da minha mãe. Ele se virou sorrindo para ela logo em seguida. – E posso afirmar que eu também achei. – Eles trocaram sorrisos e se encararam profundamente. Tão lindos juntos, meus pais são mesmo um amor, um casal e tanto. Sempre se amaram de verdade e demonstram quanto carinho sentem um pelo outro e isso sempre me fez imaginar se eu encontraria alguém por quem eu me sentiria assim, por fim eu acabei mesmo encontrando. Um enorme sorriso brotou no meu rosto.

— Eu vou ir no banheiro rapidinho, ok? – Falei me levantando, minha intenção era deixar eles á sós, mas na verdade já pareciam estar. Sequer me responderam, não prestavam atenção nas coisas ao redor, estavam no seu próprio mundo.

Eu saí da mesa indo a procura do banheiro. Passei por algumas mesas e comecei a tremer vendo os outros convidados de perto: celebridades, atores, modelos... Muita gente famosa que eu nunca imaginei que ia ver na vida. Eu estava me contendo para não passar a vergonha de dar uma de fã louca e começar a pedir autógrafos e fotos para todos que eu via. “Se contenha mulher! Você está numa festa, não em um evento! “ eu pensei “Mas espere aí aquele ali mais a frente não é o-o-o-o-o...”

— J-jagged S-stone? – Eu sussurrei com os olhos arregalados.

Eu não podia acreditar: eu estava no mesmo ambiente que o meu cantor preferido nesse mundo! Ele estava bem ali, sentado em uma mesa de forma despojada, conversava tranquilamente com seu agente. Eu estava louca para ir lá conversar com ele, mas sabia que isso seria inconveniente, e, além disso, eu morreria de vergonha, não fazia nem ideia de como iniciar um assunto. Depois de passar um tempo estupidamente grande encarando o ídolo, eu concluí que deveria ir ao banheiro e voltar logo para a minha mesa antes que começasse a ter uma crise de “fã girl” ou algo do tipo. Andando mais um pouco consegui finalmente avistar a plaquinha indicando os banheiros fui em sua direção sem mais cerimônias. Assim que entrei eu, desastrada como sempre, acabei esbarrando em alguém e derrubei sua bolsa no chão.

— Ai meu Deus, me desculpe! – Eu logo abaixei para apanhar a bolsa e a entreguei para a moça esbelta de cabelos coloridos.

— Não se preocupe, está tudo bem. – Ela sorriu para mim de forma tranquila. – Obrigada.

— Ei, você é Penny Rolling! – Eu finalmente notei, tinha percebido que a conhecia de algum lugar. Logicamente, como grande fã do cantor eu sabia reconhecer a maior parte das pessoas que trabalhavam mais próximas dele.

— Ahah, sou sim, mas não imaginava que no meio de tantas celebridades alguém ia me reconhecer, sendo eu só a assistente do Jagged Stone. – Ela deu um sorrido sincero. – E por falar em reconhecer eu acho que nós não fomos apresentadas... Você é?

— Ah, claro, faz sentido, você não me reconhecer. – Eu ri. - Eu me chamo Marinette Dupain Cheng. – Falei.

— Foi um prazer te conhecer Marinette, nós nos vemos por aí. – Ela acenou para mim e saiu.

Bom, eu podia não ter conhecido Jagged Stone, mas pelo menos descobri que a assistente dele era um amor de pessoa. Eu me virei em direção ao espelho, retoquei o batom e estava pronta para sair novamente quando vi alguém que eu realmente conhecia. Meus olhos se arregalaram, eu não esperava vê-la assim do nada, e era impressão minha ou esse banheiro estava mais agitado que a festa?

— Err, oi Chloé? – Eu cumprimentei chamando a atenção da loira para mim. Ela se virou na minha direção espantada.

— Ma-marinette! – Gaguejou e engoliu em seco. – O que você- Ah, claro. Namorada do Adrien, evento da família do Adrien... É claro que estaria aqui. – Ela concluiu.

— Não parece muito bem em me ver. – Eu acabei deixando escapar o meu pensamento.

— ... – Ela não respondeu. – Er, eu já te vi com esse vestido antes não é?

— Sim, em outra festa dos Agrestes. – Eu falei, já esperando algum tipo de comentário maldoso sobre eu repetir de roupa.

— Ele é bonito. – Ela elogiou simplesmente, isso me surpreendeu. Era bom ver as pequenas mudanças acontecendo com a Chloé.

— Você tem memória fotográfica para roupas? – Eu perguntei tentando puxar assunto.

— Pode se dizer que sim. Esse é um dos meus muitos talentos. – Sorriu retirando um batom da bolsa e o passando delicadamente sobre os lábios.

— Eu não sabia que você já tinha voltado da fazenda. – Comentei.

— Cheguei hoje. – Explicou brevemente, por mais pacifica que estivesse sendo, a filha –de consideração- do prefeito ainda não parecia à vontade perto de mim. Ela parecia estar querendo me evitar a todo custo.

— Entendi... Está bonita Chloé. –Comentei encarando diretamente a garota. O que ela vestia era deslumbrante, como sempre, claro, mas não era a isso que eu me referia. Seus olhos brilhavam, a pele estava mais corada e eu podia jurar que tinha visto ela dar um sorriso legitimo ali.

— Obrigada Marinette. – Ela disse quase como em um soprar de palavras e saiu apressada do banheiro, com, eu pude ver por um segundo, um pequeno sorriso.

— Por nada. –Eu falei para o vento deixando um sorriso assumir minha face.

Eu saí também rapidamente, já tinha passado tempo demais lá. Eu escutei a música “King and the lionheart” tocando e se espalhando pelo ambiente. Andei calmamente até a minha mesa murmurando a melodia baixinho. Vi que meus pais estavam acompanhados pela minha irmã, já de longe ela me viu e eu notei pelo seu olhar que isso a deixou puramente alegre.

— Mari! Boa noite! – Ela me cumprimentou em tom de alegria desesperada. – Haha eu estou aqui á quinze minutos... Nessa mesa... Com os nossos pais... De vela... – Ela sorria como se quisesse morrer.

— Que bom que eu cheguei então. – Me sentei ao lado dela. – E onde é que está o Félix nessas horas desesperados minha irmã querida?- Eu questionei em tom de brincadeira, era engraçado vê-la de vela depois de eu quase ter passado pela mesma situação há pouco tempo.

— Ah, você sabe. Ele está com a família tirando fotos, cumprimentando gente que ele nem queria ver na frente, enfim, coisas de modelo rico super gato. – Ela explicou brevemente. – Tédio né?

— É... – Resmunguei depois de um tempo. – Eu estou com fome.

— Espera. – Ela levantou a mão e acenou discretamente chamando um garçom que veio trazendo uma bandeja repleta das mais maravilhosas guloseimas. – Muito obrigada. – Ela agradeceu e pegamos alguns doces.

— Você é tão elegante, eu acho que nunca iria conseguir chamar um garçom assim. – Cometei mordiscando um doce, senti um suave sabor de chocolate e menta. Aprovado pela especialista em guloseimas de padaria Marinette! 

— Como você faria? – Minha irmã perguntou também saboreando um docinho. 

— Ah, não sei. Talvez eu gritasse, mas tenho tanta vergonha que suponho que passaria o resto da festa com fome. – Eu e ela rimos.

— Essa sua timidez ainda te mata! – Ela brincou, eu só ri mais.

Eu fiquei mais um tempo conversando com a minha irmã, até que Félix chegou, contando que tinha conseguido finalmente escapar de toda aquela gente o entrevistando, mas que o Adrien era estupidamente gentil demais para dispensar os repórteres rispidamente, como o de olhos azuis costumava fazer quando já não aguentava mais aquelas pessoas.

— Você fez muito mal, deveria ser educado e ir apresentar a sua bela esposa pra eles! – Bridgitte resmungou brincando.

— Nós nãos somos casados. – Félix deu um peteleco na testa dela.

— Bom, não é como se você não gostasse da ideia. – Minha irmã provocou. – E você não negou a parte do “bela”.

— Eu estou começando a pensar se devo fugir de você como fiz com os entrevistadores do evento...

  - Ah, nem brinque com isso! – Ela sorriu atrevidamente. – Sabe que eu iria correr atrás de você mesmo que o fizesse.

— Você é louca. – Ele soltou um sorriso puramente livre.

Resolvi deixar que os casais ficassem á sós, mesmo que isso significasse ter que ficar andando por aí sozinha. Eu não queria ficar ali de vela nem por mais um segundo, saí para não atrapalha-los. Corri os olhos pelo salão procurando por Adrien, mas não o encontrava em lugar nenhum. Vi seus pais conversando com Nadja Chamack, a famosa repórter que estava ali cobrindo o evento, ela era amiga da minha mãe e eu costumava cuidar da sua filha ás vezes, mas eu não vi Adrien ali. Passei mais uma vez os olhos pelo lugar, eu já ia desistir quando senti alguém tocar meu ombro, virei bruscamente na direção da pessoa na esperança de ver o meu loiro, mas se tratava de outra loira.

— Olá Mari! – Patrícia me cumprimentou sorrindo gentilmente. – Eu ainda não pude conversar muito com você.

— Ah, sim é verdade.

— E então? O que está achando da festa? – Ela puxou assunto.

— Estou gostando, eu adorei a decoração que vocês fizeram aqui! Está maravilhoso!

— Obrigada, nós nos esforçamos. – Sorriu novamente. – Mas, eu não posso ficar muito tempo com você aqui, na verdade eu vim servir de mensageira.

— Mensageira?- indaguei sem entender.

— Sim, Adrien me pediu para te avisar que quer falar com você. – Ela passou as mãos pelo cabelo. – E pra te levar até o lugar onde ele está.

— Hum? Mas porque ele não vem até mim? – Eu perguntei já seguindo ela. – Aconteceu alguma coisa? – Comecei a me preocupar.

 Olhei mais uma vez ao redor e notei que as pessoas estavam se levantando das suas mesas e seguindo na direção do palco que havia no salão. Aparentemente Jagged Stone estava prestes a iniciar um show bem ali, coisa que eu não queria perder, mas ver o que estava acontecendo com Adrien era bem mais importante. Tivemos um pouco de dificuldade em seguir na direção contraia á tantas pessoas, mas acabamos conseguindo.

— Ah? Bom, eu não sei, acho que você deve perguntar pra ele.  – Ela explicou rapidamente. – Ele só me disse que era de extrema urgência e que precisava mesmo te ver. Bom, ele parecia bem preocupado com seja lá o que for... De qualquer jeito eu espero que esteja tudo bem.

Meu coração deu um pulo no meu peito quase como se quisesse sair e ir procurar Adrien sozinho. Se a situação era tão séria assim logicamente não estava nada bem com Adrien e eu tinha que ver o que estava acontecendo com ele.

— Uh? – Eu saí dos meus pensamentos notando que o lugar para onde estávamos indo era um corredor lateral nos fundo do salão, era pequeno e escuro, um contraste e tanto com o resto do lugar. – Adrien está por aqui?

— Sim, imagino que seja algo bem particular, já que ele precisa de tanta discrição. – Patrícia confirmou. – Por aqui, no fim do corredor. – Ela começou a parecer um pouco impaciente, eu tive que apertar o passo para alcança-la até onde ela me guiava. Paramos na frente de uma portinha pequena no canto da parede, estava escuro e eu não conseguia enxergar nada, antes de eu poder questionar a loira sobre aquilo eu senti um forte impacto contra as minhas costas que me empurrou para dentro do pequeno cômodo e logo em seguida a portinha foi fechada e trancada com tanta velocidade que meu cérebro não conseguiu acompanhar o que estava acontecendo ali.

— E-ei! Mas o que é isso? – Eu perguntei assustada, tateei a porta em busca da maçaneta e quando a achei comecei a girar com força em vão. – Isso é uma piada? Mas o que está acontecendo? Patrícia? Patrícia! – Bati na porta.

— Ah, você é tão barulhenta e irritante. – Eu ouvi a voz da prima de Adrien do outro lado da porta, eu não estava conseguindo entender o que caralhos estava acontecendo ali, mas acabei dando um soco na porta com muita raiva. Afinal, que merda era aquela? – Ah! – Ela se assustou com o barulho repentino. – E tão delicada quanto um rinoceronte, pelo que eu estou vendo! Francamente, o que Adrien viu em uma coisinha como você? Não acredito que ele pretende mesmo manchar o nome da minha família aparecendo em um evento desse porte acompanhado por gente assim...

— Do que raios você está falando? – Eu questionei, mas as coisas estavam começando a se juntar na minha mente. – Você armou para me prender aqui? Está louca?

— É, e você também não é muito inteligente pelo visto. – Ela riu. – É claro que eu armei, você é tão ingênua! Achou que fosse o que? Que eu ia abrir a porta e dizer “Brincadeirinha! Enganei você, olha só!”.

— Ma-mas pra quê isso? Eu não te fiz nada! Não tem motivo para me detestar assim! – Eu disse.

— Não leve para o lado pessoal, mentira leve sim, é que eu não estou a fim de passar vergonha com uma desajustada como você perambulando pelo salão e chamando a atenção dos repórteres para qualquer desastre que você possa vir causar, eu quero que hoje à noite as empresas da minha família brilhem, e você pode acabar atrapalhando, passando vergonha e fazendo nossa festa se tornar motivo de chacota. Melhor prevenir do que remediar né? – Ela falou, eu podia praticamente ver um sorriso de deboche em seu rosto. – Ai, ai... Adrien costumava andar melhor acompanhado por aí, quem diria que foi só entrar em uma escola pública para ele passar a conviver com gentinha que nem você assim... Vergonhoso. Eu preferia quando ele andava com a filha do prefeito e aquela modelo bonitinha, elas têm mais classe.

— Olha, eu não estou nem aí para esse seu surto de loucura! Não têm justificativa prender uma pessoa em um armário! Me tire daqui agora mesmo! – Eu exige sem aguentar mais escutar aquelas coisas, eu não estava me sentindo nada bem e o pior é que eu pensava aquilo que ela estava dizendo de mim mesma...

— Ou senão o que? Vai gritar? Vamos, vá em frente! Grite, anuncie ao mundo todo! Faça um escândalo! Chame a atenção de todos os repórteres aqui presentes para você, imagine que loucura! Ninguém mais ia ligar para falar sobre o glamour da festa, o foco seria a namorada de Adrien Agreste que foi presa em um armarinho! Imagine que vergonha, todas aquelas câmeras apontadas para você, eles começariam a te fazer zilhões de perguntas e claro a família Agreste passaria a terrível vergonha de uma coisa assim acontecer no evento deles. Quer mesmo que algo assim venha a acontecer por sua culpa? – A cada palavra meu coração ficava mais e mais acelerado, aquilo tudo era verdade, eu morreria antes de deixar Adrien e seus pais passarem por uma vergonha daquele tamanho. Não queria de jeito nenhum um escândalo desses para eles.

— Ma-mas nada disso é minha culpa! – Eu retruquei. – É você que está fazendo essas coisas sua maluca!

— Claro, claro. Mas quem é que vai acreditar em você? Eu sou da família Agreste, eles vão acreditar em mim, não adianta tentar me acusar de nada, meu bem. – Ela riu. Uma risada maligna de vilã de filme. – E antes que você fale que Adrien acreditaria em você acho melhor rever seus conceitos. Eu o conheço a anos, desde que aquele pirralho nasceu. Ele confia plenamente em mim. Ele me adora, assim como eu gosto dele, claro. É por isso que quero o melhor para ele, eu estou o fazendo um favor tirando você do caminho dele.

— O que você quer dizer com me tirar do caminho dele? – Eu engoli em seco.

— Ah, pequena e doce Marinette, acho bom te avisar que é melhor você sair por livre e espontânea vontade antes que eu seja obrigada a te mostrar como eu elimino os meus problemas. Dependendo da sua escolha essa hoje, isso aqui vai ser só o começo. – Ela falou em um tom sombrio. – Tenha uma boa noite, querida. Eu espero que o pessoal responsável pela limpeza te encontre aqui no fim da festa, caso contrário só vai sair amanhã. Beijinhos! – E depois de dizer isso eu escutei o som de passos se distanciando.

— Patrícia! Patrícia volte! Abra essa porta, por favor! – Eu falei desesperada, mas ela ignorou. – Não... Não! De jeito nenhum! – Eu sussurrei. – Patrícia pare com isso! Volte! – Chamei de novo, em vão.

Eu chamei mais algumas vezes totalmente alarmada, eu queria acreditar que aquilo era uma piada, uma das piores, mas não era. Ela não voltou, eu fiquei ali sozinha por muito tempo naquele quartinho escuro e abafado onde eu não conseguia ver nada, em nem fazia ideia do que aquele lugar era. Fiquei sentada no chão encostada na porta, a minha única companhia eram os meus pensamentos. O que aquela garota falou era tudo para o que eu estava me preparando psicologicamente, então por que doía tanto ouvir que eu era assim tão detestável? Eu sabia, eu sabia que uma coisa assim aconteceria comigo! Eu não me encaixava naquele mundo, não adiantava eu tentar fingir que pertencia aquele lugar e Patrícia pensava a mesma coisa! Talvez fosse mesmo melhor eu ficar ali para evitar um desastre. Eu senti sinceridade quando ela falou que gostava de Adrien, talvez ela soubesse mesmo o que, aliás, QUEM era melhor apara o primo. Eu não servia para ele não é mesmo? Uma lágrima desceu pelo meu rosto, sendo logo em seguida acompanhada por outras como ela. Finalmente eu parecia ter notado a minha situação: eu estava trancada em um lugar sozinha, ninguém fazia ideia de onde eu estava e eu poderia passar muito, mas muito tempo ali sem ninguém sentir minha falta. Eu nunca fui claustrofóbica, mas aquele lugar horrível estava começando a me dar medo, era tudo terrivelmente silencioso e eu podia jurar que tinha sentido uma barata passar pela minha perna. Eu não queria ficar ali, eu queira quebrar aquela porcaria de porta e sair correndo para a minha casa, para a minha cama, ficar debaixo de uma coberta chorando no meu cantinho. Eu soquei a porta com muita raiva novamente, pensei em gritar a plenos pulmões por ajuda, pedir socorro, mas as palavras de Patrícia voltaram a passear pela minha mente e eu me impedi de fazer isso. Eu só queria que Adrien estivesse comigo, que ele viesse me ajudar e consolar com suas doces palavras bonitas como sempre fazia, mas essa esperança parecia tão distante de mim... Eu solucei e choraminguei baixinho, abracei meus joelhos com o meu coração apertado. O que eu poderia fazer? Eu só sairia dali com a ajuda de alguém, se eu pelo menos tivesse trazido a porcaria do meu celular eu poderia ligar ou mandar uma mensagem para alguém, mas nem isso estava dentro do meu alcance. A única solução que realmente passava em frente aos meus olhos era gritar por ajuda, mas só de tentar minha garganta travou e nenhuma palavra ou som ousou sair da minha boca. Se eu fosse mais corajosa não estaria assim, mas eu não era... Me lembrei brevemente das palavras de minha irmã para mim: “ Essa sua timidez ainda te mata!”. Quando ela falou eu ri disso, mas agora eu só queria chorar. Pensei que mesmo que eu saísse dali, com a ajuda de algum funcionário ou algo assim, eu seria questionada sobre como fui parar ali e não saberia como responder a essa indagação. O que eu poderia dizer? Que a prima louca do Adrien armou para me trancar ali? Como ela mesma me disse, quem raios iria acreditar em mim? Eu não tinha provas, era a minha palavra contra a dela e por mais que os pais de Adrien gostassem de mim eles certamente iriam acreditar na sobrinha querida que eles conhecem desde que ela nasceu. Eu não tinha nada a meu favor, eu não podia sair dali e muito menos explicar como fui parar ali. “Céus, por que essas coisas tem que acontecer comigo?” pensei em meio a mais e mais lágrimas.


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Notas finais do capítulo

E então? O que vai acontecer com a nossa pequena Marizinha? O que vai acontecer com a nossa maldosa Patizinha? O que vai acontecer com esse raio de fanfic? Tudo isso no Globo Repórter- SQN hueuheuh. Desculpem por isso, coisas tensas acontecendo e eu sendo a tiazona estúpida das piadas ai ai. Não sei como me aguentam hueuheuh Ok, ok, me digam o que voc~es acharam e tudo mais de sempre! eu estou muito empolgada e apressada para voltar a escrever o capi. seguinte a este! Vocês acreditam que já passamos de quarenta capítulos? Caramba eu realmente estou muito impressionada com tudo! E o que mais me impressiona é que até hoje eu recebo novos leitores maravilhosos, como a lindíssima Nekori Kiyama que fez uma recomendação maravilhosa na fanfic! Achou que eu ia esquecer de agradecer? De jeito nenhum! Eu fiquei tão feliz e emocionada! Muito obrigada mesmo! De verdade, de coração!
Agradeço imensamente também a todos vocês por tudo que passamos juntos até agora! Eu amos todos vocês meus maravilhosos súditos! Beijinhos e ~fui~ ♥