Minha amada stalker escrita por Rainha dos Fantasmas


Capítulo 36
Save Chloé Bourgeois parte 4 (final)


Notas iniciais do capítulo

E aí meus súditos? Tudo bom? Eu sei vocês devem estar se perguntando onde está a verdadeira Rainha dos Fantasmas por que ela nunca postaria capítulos assim tão rápido :v Não se preocupem, sou eu mesma. Eu sei que demorei muito a postar por causa do bloqueio HORROROSO que eu tive e por isso resolvi recompensar vocês com esse combo de Oneshot+Cap.deP&P+Cap.deM.A.S! (Ok, a verdade é que eu me senti inspirada também :v) Mas, vamos ao que interessa que é o capitulo final dessa saga melancólica sobre a loirinha menos querida do desenho! Nós nos vemos lá em baixo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/703272/chapter/36

Arregalei os olhos e fiquei imóvel. Por um segundo, por um mísero segundo, eu me deixei sentir esperança. Pensei que as coisas pudessem dar certo, que aquela conversa pudesse ser o início de uma nova vida pra mim. Eu acreditei mesmo que alguma coisa boa pudesse acontecer comigo, mas como sempre eu estava errada e ele tinha que estragar tudo. Toda a esperança de que meu peito se encheu se esvaiu na hora em que ele apareceu naquela porta. Eu olhei para o lado e percebi que o ruivo que antes me consolava agora estava tão paralisado quanto eu. Suspirei.

— Chloe nós podemos conversar? – André- que no momento eu recusava chamar de papai- perguntou.

— Se eu disser que não você vai ignorar e começar a falar do mesmo jeito não é? – Resmunguei.

— Modos, uma boa moça não resmunga. – Ele me corrigiu, como eu já esperava. – Rapaz, pode nos deixar sozinhos? – Ele perguntou agora se referindo ao ruivo.

Nathaniel pareceu em dúvida do que fazer, ele me encarou preocupado. Em seus olhos eu via que ele me perguntava o que fazer.

— Pode ir. – Eu disse suspirando. – Obrigada por tudo, agradeça aos outros também. – Eu agora que sabia que eles tentaram me ajudar como puderam não podia deixar eles sem nenhum agradecimento ou coisa assim. – Avise a Sabrina que mais tarde eu mando uma mensagem pra ela.

— Tu-tudo bem. – Ele concordou. – Se precisar de qualquer coisa pode falar comigo também, ok?

— Ok, seu tomate. – Eu consegui dar um sorriso mínimo, mesmo que ele não tivesse visto.

Assim que o ruivo saiu a porta foi fechada pelo meu pai que ficou de pé na minha frente. Qualquer vestígio de sorriso que antes eu tinha desapareceu na hora.

— O que foi? Vai começar a falar sobre o quão errado é uma mocinha bem criada ficar sozinha com um rapaz no quarto? Ou quem sabe vai me obrigar a ir para a escola? Ah já sei! Você decidiu que quer se livrar de mim de uma vez e vai me matricular em um internato para freiras! – Eu falava sarcasticamente, observei uma veia saltar na testa dele indicando que estava muito bravo.

— Eu poderia fazer qualquer uma dessas coisas, mas não. Não é nada disso. – Ele respirou fundo contendo suas emoções. – Chloe, nos últimos dias eu pensei muito sobre... Sobre tudo. E- Você quer fazer o favor de me escutar? Dá pra ver claramente que não está prestando atenção.

Eu realmente não estava prestando atenção, pretendia ignorar tudo que ele fosse falar.  Mas observei bem a situação e concluí que não seria deixada em paz até escutar o que ele tinha para dizer. Olhei seriamente para ele empenhada a bater de frente com o problema.

— Fale.

— Chloe você já sabe da verdade, não adianta dizer agora que eu te amo e essas coisas. Você é inteligente, não iria acreditar em qualquer coisa assim. – Eu só confirmei com a cabeça. – Você sempre se pareceu muito com a sua mãe, fisicamente falando sabe? Eu e ela nunca tivemos um relacionamento saudável, sempre brigamos muito. Sinceramente eu odeio a sua mãe e ela também me odeia. Eu pretendia acabar com esse casamento, mas aí chegou a noticia de que ela estava grávida. De jeito nenhum os seus avós iam permitir que eu largasse sua mãe grávida, então continuamos tentando manter aquilo durante os nove meses. Então você nasceu e todos pensamos que talvez depois desse marco na nossa vida as coisas fossem mudar, as coisas iam começar a dar certo. Mas não foi assim, assim que eu te peguei no colo pela primeira vez eu já enxerguei vários traços da sua mãe em você, mas nada meu. Você nunca se pareceu comigo, eu não fazia ideia de onde você tinha tirado alguns detalhes no seu rosto, mas sabia que não eram meus nem da sua mãe. – Naquele momento eu arregalei os olhos, eu entendi o que ele quis dizer com aquilo. – Eu fiquei em dúvida, decidi fazer um exame de DNA e isso deixou a sua mãe louca de raiva, nós brigamos muito, e assim que o exame chegou ela rasgou ele antes que eu pudesse ler qualquer coisa, mas não adiantava mais negar nada porque eu já tinha entendido que você não é minha filha.

Eu não sabia exatamente como deveria reagir a isso. Não que eu fosse espernear e negar gritando que aquilo era mentir, por que eu amava o meu “pai” ou algo assim. Eu também não ia levantar e sair em busca do meu pai biológico. Eu só estava chocada. Por um breve momento eu deixei uma lágrima fina escorrer pelo meu rosto.

— Eu-u... Eu te odiei por isso. Olhava para você e além de enxergar a sua mãe eu via também outro homem. Você me perecia um símbolo do chifre que eu tinha levado e nem sabia. Fui obrigado a te criar assim mesmo. Aí a sua mãe fugiu com o seu verdadeiro pai e eles te deixaram para trás. Eu fiquei por conta de criar uma criança que eu odiava e nem minha filha era enquanto os verdadeiros pais dela estavam por aí rindo da minha cara. Toda vez que eu te olhava me sentia um lixo, mas... – Ele deu uma pausa e me encarou, vi em seus olhos várias coisas que nunca pensei que veria antes: mágoa, arrependimento, vergonha. E eu sabia, de alguma forma, que era verdade. – Eu fui um lixo por te tratar como tratei. Você era só uma criança, não tinha culpa de ter os pais que teve, de nascer na casa que nasceu. Você não pediu por isso e eu não devia ter descontado todo meu ódio em você. Mesmo que não seja minha filha biológica eu deveria ter te criado direito, eu devia ter sido o pai que você nunca teve. Eu sinto muito por tudo Chloe. Sei o quanto sofreu trancada nesse quarto e isso abriu meus olhos. Todos tentaram vir te ajudar, menos eu que sou o culpado de tudo isso. – Ele falava aquilo me encarando com profundo arrependimento, a voz mansa e pesarosa. – Não sei o que deveria fazer para tentar consertar tudo, mas o que você quiser eu te dou. E-eu pedi para pesquisarem e descobri onde seus pais estão e se você quiser encontra-los eu-

— Não! – Eu só consegui reagir falando isso na hora. – Por favor, não eu... Não quero ver essa gente. Eu também não quero que você me compre nada agora eu...Só preciso pensar nisso tudo está bem? Me dê cinco minutos, tenho que digerir o que escutei. Pode me esperar no escritório, eu vou lá assim que... Terminar aqui.

Ele assentiu e saiu. Eu engoli em seco, tentando assimilar tudo que escutei. Aparentemente o homem que eu pensei que era meu pai nunca foi meu pai, ele foi obrigado a criar uma bastarda a contragosto, meu sobrenome verdadeiro sequer é Bourgeois, meu pai verdadeiro praticamente me abandonou aqui e agora André Bourgeois aparentemente se arrependeu de tudo que me fez passar e quer compensar a vida de merda que eu levei até hoje. Eu não me contive, a minha reação foi inesperada até para mim: eu comecei a rir. Rir não, gargalhar de verdade. Então no meio da risada eu passei a chorar, me debulhar em lágrimas. Então parei. Olhei para o teto e comecei a pensar que a vida não tinha sentido, que todos vivemos em uma existência vazia, esperando pela morte inevitável. Isso tudo eu fiz em cinco minutos, logo em seguida levantei fui até o banheiro e tomei um banho rápido. Fui até o meu closet encarando todas as opções. Concluí que o melhor para mim agora seria algo neutro, peguei então um vestido leve de cor creme e saltos brancos. Prendi o cabelo do jeito que sempre fazia  e então finalmente fui para o escritório. No caminho passei por alguns funcionários que me olharam surpresos por eu ter saído do quarto, mas não falaram nada, o que foi bom por que eu não estava afim de dar satisfações para ninguém agora. Parei em frente ao escritório e bati na porta.

— Sou eu. – Anunciei.

— Ah, você demorou, achei que não ia vir! Entre! – Escutei o tom aliviado do prefeito.

Entrei fechando a porta atrás de mim.

— E então? – Ele perguntou meio angustiado.

— Eu sei que você não me ama. – Falei diretamente. – Mas queria poder tentar ter uma convivência mais pacifica com você. Não quero forçar um relacionamento de pai e filha agora assim de primeira, mas nós podemos tentar ter uma trégua? Talvez, só talvez algum dia nós possamos até nos enxergar como uma família de verdade. O que você acha? – Eu perguntei insegura, mas depois de pensar bem aquilo era mesmo o que eu queria. Um recomeço para mim. Uma chance de mudar tudo e fazer tudo certo dessa vez. Uma pequena chance de ser feliz.

— Eu acho que talvez seja um pouco cedo para te chamar de filha? – Ele perguntou meio incerto.

— Acho que podemos tentar começar por isso... Pai?

Nós sorrimos. Eu dei um passo a frente e o abracei. Nunca tinha abraçado ele de verdade antes. Naquele momento eu senti que podíamos ser uma família se tentássemos.

*

“Querida Sabrina,

 Eu fui uma idiota com você. Me desculpe por tudo que eu fiz você passar até agora. Obrigada por sempre estar do meu lado, mesmo eu não merecendo isso, você é mesmo a melhor amiga que eu poderia ter. Pode vir na minha casa ainda hoje? Tenho muita coisa pra te contar. Aconteceu tanta coisa hoje e eu preciso falar para alguém!

Da sua melhor amiga, Chloé Bourgeois.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Muito bem, antes de tudo uma pergunta: Chloe ou Chloé? Vocês preferem que eu escreva o nome dela como? Nunca sei exatamente qual usar e por preguiça venho usando mais "Chloe", mas se vocês preferirem "Chloé" avisem. Eu sei que é uma pergunta estranha mas tinha que ser feita :v
Agora vamos ao capitulo! Vocês acreditam que eu sou tão irresponsável que me veio em mente esse lance de "Ah, foda-se vou fazer a Chloe(é) não ser filha do André." exatamente hoje quando fui escrever o capitulo? Sim, eu não tinha planejado isso, foi coisa feita de ultima hora. O que acharam dessa bagaça? Eu queria dar um final feliz pra Chloe(é) e tipo dei, tô nem aí :v Merece, moça sofrida.
Eeeeeeeeenfim, corrijam qualquer erro que eu tenha cometido por favor. Deem uma conferida na One-shot nova que eu escrevi! Boas férias pra vocês. Beijinhos e ~fui~