Peter’s point

Passou um mês desde que eu fui à casa de Wade Wilson em uma noite chuvosa e acabei transando com ele, sendo como dizem as gírias, a passiva, passivona... Em primeiro lugar, não sou gay, fora Wade, nenhum outro homem me atrai, mas não é esse o ponto.

Eu realmente tô envolvido com ele, não é só o sexo, é tudo, é a companhia dele, a sensação que ele me faz sentir, é incrível! Tenho medo de me magoar o dobro do que me magoei em todas as relações amorosas que tive, então resolvi procurar alguém pra desabafar, e me dar uma luz, porque a minha indecisão está me matando.

Steve Rogers mora em uma parte bem escondida do Brooklyn, ele é o Capitão América né? Vai saber o que dizer. Chegando lá eu encontro ele desenhando, como de costume.

─ Aaahh, Cap Rogers? Sou eu Parker, vim te fazer uma visita, e pedir conselhos... E admirar sua arte, sério, você deveria ganhar dinheiro com isso. – elogia Peter.

─ Oi Peter, como vai? Eu espero que esteja bem, porque vim ao Brooklyn requer esforço hoje em dia. E a minha arte eu faço por hobbie, não tenho mais chances de ser um profissional. – responde Steve, com um sorriso leve.

─ Você que pensa que não tem chances, você é o Capitão América, herói icônico, aposto que todos pagariam. – Peter senta no sofá do apartamento, o olhar é visivelmente pesaroso e Steve percebe.

─ Vamos Peter, está preocupado, e veio aqui por mais do que conselhos, o que tá acontecendo? – Rogers pergunta, ele está sentando no outro sofá de frente para Peter.

─ Antes de eu perguntar a você o que eu devo fazer, eu preciso contar algo que aconteceu, mas preciso que me prometa segredo, pelo menos por enquanto, ainda é tudo muito novo pra mim. – Peter faz o pedido de segredo.

─ É claro, se é importante pra você e acha que não deve ser revelado, eu guardo segredo sim. Agora vamos, conte sua história pra esse idoso curioso! – anseia Steve para ouvir.

─ Aaah, por onde começar... Você sabe da minha amizade com o Wade né? Então, desde que toda a Guerra Civil aconteceu, minha separação, Mephisto, tudo isso de desgraça, eu fui ficando esgotado e perdendo todos. Na segunda Guerra Civil ainda mais inútil a Gwen volta, mas ela também resolveu me deixar. Todos me deixaram Steve, menos minha tia e o Wade, talvez tenha sido isso... Isso que me fez ir a casa dele há um mês em uma noite chuvosa.

Eu entrei no quarto dele, tava chovendo muito... Eu desabafei e ele, você sabe... Grita aos quatro ventos que me ama e queria uma chance minha, ele só fez o que sempre é esperado e me cantou, mas eu não sei o que me deu Steve, mas... – Peter para por um instante.

─ Mas o quê, Peter? – pergunta Steve.

─ Eu permiti todas as investidas, e então ele foi ágil, meu sentido aranha não captou o perigo, ou não estava funcionando aquela noite, e ele me beijou, um longo beijo. Eu gostei do beijo, confrontei por que ele havia feito aquilo, mas ele jogou na minha cara que eu gostei e era verdade! Acabamos por nos pegar mais, ele me levou pra cama e a gente fodeu, pronto! Ai como é bom dizer isso em voz alta pra alguém, a gente fodeu mesmo, ele me fodeu... – Peter é interrompido.

─ Olha a língua! Não é preciso falar desse jeito, agora prossiga. – Steve parou e escutou.

─ Ok senhor Nunca Falo Um Palavrão, ele me possuiu, tá bom assim? – Peter pergunta.

─ Está sim. – Rogers responde revirando os olhos de tédio da pergunta.

─ Eu nunca me imaginei fazendo isso, transando com um homem, foi a primeira vez e eu gostei... Todo mundo reclama da primeira vez e a minha primeira transa com alguém do mesmo sexo foi tão boa! Ele tem um beijo de enlouquecer, eu me arrepiava a cada toque dos lábios dele na minha pele, cada mordida, chupão. E então a gente vem se encontrando e transando todos os dias praticamente, salvo alguns dias que eu não pude ir a casa dele ou ele vir pra minha. E eu venho passando o tempo que me sobra com ele, Wade é divertido, é estranho e linguarudo, porém divertido, você nunca sabe o que pode acontecer. A cada dia que passa eu me envolvo mais nessa relação, não consigo parar de querer a companhia, minha alma está cada vez mais entregue, eu nem penso mais na Mary Jane ou na Gwen com tanta frequência, eu passei a pensar NELE com mais frequência.

Eu vim pedir seu conselho porque minha mente ficou dividida, a razão diz que eu posso ter muitos problemas se me entregar de vez e talvez até me magoar muito mais, mas o outro lado, a emoção diz que eu estou vivendo uma felicidade genuína, e que Wade pode ser o que for, mas eu sempre vou ter o amor dele. O que você acha, eu paro enquanto não sinto nada tão forte e irreversível, ou me entrego e vejo no que vai dar? – Peter finalmente conta a história.

─ UAAUU! Que história! Estou realmente surpreso que Wade tenha conseguido finalmente a coisa que ele mais queria no mundo, você! – Steve deu uma risada de surpresa e satisfação.

─ Acho que todo mundo vai dizer isso quando souberem do nosso lance. ─ responde Peter.

─ Antes de eu dar qualquer conselho, me responda: há quantos anos vem sendo o Homem Aranha?

─ Há uns 7 anos, mais ou menos, por que? – pergunta Peter curioso.

─ Quando está com Wade, o que sente? Sente que nada é impossível?

─ Eu amo estar com ele, na cama ou vendo um filme ou salvando a cidade, ele sabe como me pegar, de todas as maneiras. A melhor parte do dia é quando eu chego a casa dele ou ele vem na minha, eu digo “estou entregue” e então eu recebo um beijo ou uns amasso, e mais sexo e mais beijos, mais risadas, ele me faz bem.

─ Eu tenho 101 anos num corpo de 32, não vivi tudo o que tinha pra viver por causa de um gelo, se eu tivesse a chance de ter vivido como eu queria, acho que eu teria sido mais feliz. Eu creio que me casaria com a Peggy, e teria filhos, ou não casaria. Viveria amores, experimentaria coisas, tudo o que um mundo livre da Guerra e do Nazismo tinha pra oferecer, mas não pude aproveitar nada disso, Peter, voltei pro mundo quando ele está em uma guerra de novo, e guerra foi atraindo guerra e conflitos, não tive tempo de curtir, como dizem vocês, acordei da hibernação pra ser o Capitão América e não pra ser o rapaz do Brooklyn que adora cachorro quente.

Onde eu quero chegar é que, não deixe de viver suas aventuras, suas sensações, Wade. Não deixe a insegurança ou o medo do que o destino pode trazer pra você nessa relação, viva o momento e não o futuro. Se você adora foder com ele, então continue praticando sexo intenso, sexo selvagem ou romântico... Se você adora os beijos daquele tagarela, continue beijando, você vive a melhor época, Parker, é a época da diversidade, onde a intolerância é repudiada pela maioria. É livre, não deve nada a essa cidade, eles te sugaram até a alma, você precisa disso que está vivendo... Sinta o desconhecido, a névoa, Deadpool. Esse é meu conselho pra você.

Peter inspira e expira então se pronuncia, depois de grandes palavras do Cap Rogers.

─ Uau eu digo! Não sei o que dizer além de posso andar com você nos rolê por aí? Eu venho pro Brooklyn se quiser. – Peter começa a rir, ouvir aquelas palavras lavaram sua alma.

─ Você pode tomar um café comigo, é tanto café só pra mim... – e Steve levanta e vai buscar café para os dois.

Eu fiquei um pouco com o Rogers e depois vim embora, depois de tudo o que ele me disse, eu só conseguia pensar em uma coisa: estou vivendo uma nova experiência, um recomeço na minha história, e dessa vez é o Wade o protagonista. Tudo o que eu quero agora é ver ele, e apenas dizer “me beija, fica comigo essa noite”, então eu mando uma mensagem pra ele, perguntando se eu posso ir na casa dele, ele responde dizendo que vai pra minha casa depois da missão.

Chego a casa e ele está lá assistindo TV aberta, assistindo o clipe do B.O.B com a vocalista do Paramore.

─ Ei amor, tudo bem? Estava mandando ver com os canalhas dessa cidade? – Wade abaixa o volume da TV e se direciona pra Peter.

─ Nem tanto, fui visitar um velho amigo nosso Steve Rogers. – responde Peter.

─ Steve? Por quê? Aconteceu alguma coisa e eu não tô sabendo? – Wade fica curioso.

─ Fui pedir um conselho... Sobre mim, e você. – Peter se senta ao lado de Wade, que desliga a TV, em estado de alerta.

─ Eu e você? Contou a ele? – Wade olha diretamente nos olhos de Pete, com curiosidade.

─ Ele é confiável, não vai contar a ninguém. Eu não aguentava mais ficar na duvida se eu continuo a me aventurar com você e ficar mais envolvido do que eu já estou.

Wade fica calado olhando pro rosto de Peter por uns segundos, minutos... E Peter levanta do sofá e pergunta por que o silencio.

─ Não vai perguntar o que eu decidi? Que conselho ele me deu? – pergunta Pete.

─ Quero perguntar, mas tenho medo da resposta. – Wade se levanta e anda em direção à janela. ─ O que ele disse pra você? E o que você decidiu? – Wilson estava sério.

─ Ele me disse pra viver o momento, e não me preocupar com o futuro porque afinal, eu não posso fazer nada quanto ao destino, apenas seguir em frente. E eu decidi que você é tanta coisa, existem milhares de palavras pra dizer o que você é, mas nenhuma se encaixa. – Peter anda em direção a Wade e para a um metro dele. ─ E eu quero que você me beije.

Wade olha um instante, e vai em direção a Peter, segura o rosto dele com as duas mãos e o beija intensamente. Um beijo gostoso e demorado que deixa Peter quase sem folego e completamente arrepiado e quente e então Wilson para de beijar. Pete ainda está em êxtase quando Wade fala.

─ Parece que valeu mesmo a pena você ter ido lá com o Steve, e que não vai fugir como eu penso todas as noites enquanto você dorme que iria acabar com isso e me abandonar.

─ É um recomeço da minha história, eu quero viver isso... Você, eu quero, Wade.

Wade beija Pete mais uma vez, e aquele beijo acaba por levar Peter pra cama, completamente excitado e pronto para o sexo que Wade tinha pra dar. A noite não ia acabar por ali, e foi lançada a sorte, Peter deu a famosa chance pra Wade Wilson.