Será que somos mesmo tão diferentes assim? escrita por Anaju


Capítulo 2
Aquele Olhar


Notas iniciais do capítulo

Como será que a mãe de Luiza a tratará?



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No outro dia:

Luiza:

Peguei a passagem aérea e o necessário para viajar com a diretora hoje de manhã e um pouco mais tarde, após o almoço uma professora me acompanhou até aeroporto, neste momento estou prestes a entrar no avião.

Um pouco mais tarde:

Cheguei tarde em casa e fui direto dormir no quarto de hóspedes, pois, minha mãe já estava dormindo e a Eleonor me disse que ela não queria que eu fosse até meu quarto, pois ela tinha uma surpresa para mim. O que será?

De manhã no dia seguinte:

Bom dia! Menina. Sua mãe te espera para o café da manhã. – Eleonor, entrou no quarto de hóspedes, abriu as cortinas e disse.

— Tudo bem, desço daqui a pouco e bom dia. – Eu, falei a Eleonor.

Eleonor saiu do quarto de hóspedes e eu fui me aprontar para o café.

Depois de pronta eu desci e encontrei minha mãe na mesa, já aproveitando o café.

— Bom dia! Mãe. – Eu a cumprimentei animada.

— Bom dia, Luiza. – Ela me cumprimentou desanimada.

Eu me sentei à mesa.

— Mãe, quando eu cheguei ontem você já estava dormindo e a Eleonor me colocou no quarto de hóspedes, porque segundo ela você tem uma surpresa para mim e envolve meu quarto. Que surpresa é essa?

— Não é nada demais, é só uma reforminha que sua avó me obrigou a fazer no seu quarto, ela que pagou e escolheu tudo.

— Ah...

— Depois do café eu te levo lá no seu quarto para você colocar suas coisas lá.

— Tudo bem.

Depois do café:

No quarto de Luiza:

— Você gostou? A sua avó que escolheu tudo, só dei uns toques.

— Eu amei! Mãe.

— Que bom, então se arruma para irmos até a casa de sua avó, para que você agradeça a pessoa certa, comprei um presente para que você dê para sua avó.

— Ok.

Minha mãe saiu de meu quarto e eu fui até o quarto de hóspedes pegar minhas coisas, depois de arrumar tudo, me arrumei para ir até a casa da minha avó.

— Luiza, vamos logo, que demora. – Minha mãe entrou em meu quarto.

— Eu já estou pronta, só demorei, pois estava arrumando minhas coisas.

— Está bem, Luiza, mas agora vamos.

— Vamos sim.

Na entrada da casa:

Esqueci o presente que eu comprei para você dar para sua avó, vou lá dentro pegar e já volto.

— Tudo bem. Eu espero.

Minha mãe entrou na casa e eu fiquei lá parada esperando.

Percebi uma certa movimentação na casa em frente a minha, um monte de adolescentes parecendo ter mais ou menos a mesma idade que eu, eles estavam parados na porta dessa casa que é na frente da minha, uma casa muito bonita e chique.

Ah... como eu queria ter amigos aqui no Brasil e que saudade dos meus amigos do internato.

— Vamos, Luiza. – Minha mãe falou comigo, já entrando no carro.

Minha mãe entrou voando no carro, pois ela odeia que os vizinham a vejam, tipo ela acha que é muito famosa só porque tem uma agência de modelos e é ex modelo.

— Sim, mãe.

Entrei no carro rapidamente.

Luiza off

Maria Joaquina:

— Vocês viram aquela menina que entrou no carro? – Perguntou, Marcelina.

— Sim, eu vi, por quê?

— Porque ela parecia ter a nossa idade.

— E daí Marcelina, ela é só uma vizinha nova, nada mais.

— Precisa falar assim com a Marcelina? – Daniel me perguntou. É nós nos vimos antes do que eu imaginava.

— Está bem, desculpe Marcelina e cadê o chato do seu irmão? Ele está nos atrasando, sabia?

— Ele já vem.

De repente eu vi o garoto mais galinha da classe chegando, Paulo é o seu nome.

— Finalmente, né. Guerra.

— Desculpe, chatinha, tenho mais coisas para fazer do que chegar na hora para um encontro de grupo, a Bibi que tem sorte, ela foi visitar os parentes nos Estados Unidos e não tem que ficar te aturando.

— Não fala assim com a Maria Joaquina. – Jaime me defendeu.

— Já vem o ex gordo do namoradinho defender a princesinha, não é.

— Defendo mesmo.

Paulo e Jaime começaram a discutir.

— Parem imediatamente de discutir. – Eu mandei.

— E quem você acha que é para mandar em mim, chatinha?

— É melhor pararem mesmo. – Daniel, falou.

— Eu não vou para de discutir porque vocês mandaram, só vou parar porque eu quero que esse encontro ridículo acabe logo e para isso vamos logo para o lugar aonde nós vamos, que eu nem sei aonde é.

— Eu enviei uma mensagem para todo mundo dizendo onde e o que a gente ia fazer no nosso encontro de grupo.

— E você acha mesmo que eu leio suas mensagens chatas? – Paulo, perguntou.

— A gente vai a um parque florestal fazer um piquenique de café da manhã e depois vamos almoçar na minha casa.

— É isso? Eu sabia que não devia ter vindo.

— Vai ser legal e agora você já está aqui mesmo, vamos.

Paulo concordou em não arrumar mais confusão, pelo menos por enquanto.

Nós nos dividimos em vários carros que o meu pai alugou para o passeio e fomos para o parque.

Chegando lá algumas pessoas foram explorar o parque e eu, Jaime, Daniel, Margarida [que não desgruda um minuto do Daniel], Valéria, Laura e Clementina ficamos arrumando a comida na toalha de piquenique.

— A sua cozinheira caprichou, Majo. – Laura, falou, já provando um docinho.

— Laura, espere os outros.

— Está bem, espero os outros. – Ela, disse, largando os outros doces que estavam em sua mão.

Se os outros não chegarem rápido a Laura não vai conseguir cumprir o que disse e vai acabar tudo rapidinho.

— Vale, vem cá. – Eu chamei a Valéria discretamente.

— Segura a Laura, não deixa ela comer nada.

— Ok, Majo.

Valéria voltou para junto de Laura.

— Senta aqui do meu ladinho, Dani. – Margarida, disse, com uma voz irritante.

— Depois, Margarida, não está vendo que eu estou ocupado agora. – Daniel, disse, para Margarida. Eu adorei a resposta dele.

Margarida ficou emburrada.

Depois de alguns minutos todos chegaram e como já estava tudo pronto, nós começamos o piquenique, ou como eu gosto de chamar, mas com os meus amigos eu não chamo, pois eles não iriam entender, convescote, que é uma palavra antiga para piquenique.

Maria Joaquina off

Margarida:

Eu odiei o jeito que o Daniel me respondeu, ainda mais na frente da insuportável estraga namoros da Maria Joaquina, ou pensa que eu não sei que o Dani terminou comigo por ela, mas ele se deu mal, porque ela não deixou o ex gordo para ficar com ele.

O Daniel vai voltar comigo, tem que voltar.

Margarida off

Daniel:

Quando será que a Margarida vai entender que acabou? Eu não gosto mais dela, se é que um dia eu já gostei.

Ela mesmo que estragou tudo com o ciúme doido dela, ela me confundiu total com o Paulo, ele que não respeita ninguém, não eu.

Inclusive depois que a gente terminou ela ficou com o Paulo, afinal ela era a única menina da classe que ele nunca tinha ficado tirando a Marcelina, afinal eles são irmãos, pois nem a Laura ele perdoou, não que a Laura seja feia, mas ela não é o tipo de menina que fica.

Daniel off

Luiza:

Alguns minutos atrás no momento em que Luiza entrou no carro:

— Ah... Oi, Gusmão, a minha mãe não disse que você ainda trabalhava para gente. – Eu, falei, com o nosso motorista, ele trabalha para gente desde que eu era criança e meu pai era vivo.

— É, ainda estou aqui firme e forte, fico feliz que a senhorita tenha voltado para o país.

— Obrigado.

Quando descemos do carro, minha mãe me segurou pelo braço.

— Nós não vamos entrar, não?

— Sim, mas não converse mais com empregados, no máximo com a Eleonor, está bem.

— Mais, mãe.

Na frente dela vou obedecer, porém longe não vou não.

— Mais nada, Luiza, venha. – Minha mãe, falou e depois me arrastou pelo braço até chegarmos no portão da casa de minha avó.

Minha mãe se identificou e nós entramos na casa.

Eu nem me lembro direito da casa da vovó, mas da rua dela sim, pois nós morávamos aqui antes de irmos para a casa em que estamos agora.

Se eu me lembro assim que nos mudamos para lá meu pai morreu e a minha mãe me mandou para aquele colégio interno, acho que morei lá menos de um mês, mas quando voltei para lá me senti em casa, deve ser porque aquela casa foi onde eu morei com meu pai os últimos dias de vida dele.

Nem deu tempo de eu conhecer ninguém na vizinhança, naqueles dias, pois eu fazia turno integral na escola, pegava hás sete e saía hás dezenove e ainda fazia um curso de francês depois, só chegava em casa vinte umas horas e jantava e ia direto para o meu quarto fazer lição de casa e depois dormir.

Nos finais de semana nós íamos a um clube que se eu bem me lembro era umas três horas de carro, lembro que era um clube muito bonito e perdíamos o fim de semana inteiro lá, pois nos hospedávamos lá mesmo, claro que eu sempre levava as lições de casa comigo.

— Oi! Minha netinha querida. – Minha avó me cumprimentou me tirando de meus pensamentos.

— Olá, vovó, cadê o vovô? – Eu, perguntei e a minha avó ficou pálida.

— Você me disse que ia contar a ela e não me deixou contar. – Minha avó, falou, para a minha mãe e eu fiquei meio sem entender nada.

— Eu não quis preocupá-la por nada. - Minha mãe disse a minha avó.

— Como ousar dizer que a morte do seu pai não é nada. – Minha avó, gritou com a minha mãe e de repente eu entendi tudo.

— O vovô morreu? Quando? – Eu, perguntei e comecei a chorar.

Eu não sei bem o porquê, mas parece que eu estou revivendo o dia em que recebi a notícia da morte do meu pai.

— No ano passado, não fique assim minha querida, quis que você viesse para o enterro dele, mas eu e sua mãe achamos melhor te poupar disso e eu não imaginei que você não soubesse, afinal Lavínia me disse que havia lhe contado. – Minha avó me abraçou e falou.

Eu saí do abraço e sequei minhas lágrimas.

— Desculpe, por ter chorado vovó, só não esperava por essa notícia.

— Tudo bem, minha princesinha, vem com a vovó que eu tenho um presentinho para você.

— Espera, filha, você não vai dar o presente que você comprou para a vovó.

Eu estranhei muito o jeito carinhoso que ela falou comigo, afinal é a primeira vez desde que eu voltei que ela não me chama de Luiza e sim de filha, peguei o presente das mãos dela e dei para a minha avó. 

— Aqui, vó, espero que você goste do presente.

— O que é minha florzinha?

— É um…. – Eu não tenho ideia do que seja, minha mãe não me disse o que era.

— Um lenço mãe, é um lenço. – Minha mãe me salvou.

— Por acaso a sua filha não pode falar sozinha, não? – Minha avó chamou a atenção da minha mãe.

— Vó, vamos ver o meu presente, agora. – Dessa vez eu salvei minha mãe, pois a minha avó esqueceu de tudo e me levou até a varanda, onde tinha em cima de uma bela mesa, um lindo embrulho cor de lavanda, a minha cor preferida.

— Que embrulho lindo!!

— Que bom que gostou e obrigado, querida, amei o lenço. – Minha avó me agradeceu, já colocando o lenço.

— De nada. – Eu, falei, meio sem graça, afinal não fui eu que comprei para ela esse presente.

Eu abri o presente e lá tinha uma maleta de maquiagem lindíssima.

— É linda vovó, obrigada.

— Por nada, estava com muita saudade e queria te dar um presente que demostrasse o quanto eu gosto de você e sua mãe me deu a dica de que essa é sua marca preferida de maquiagem.

Como se a minha mãe soubesse a minha marca de maquiagem preferida, ela falou a marca que ela gosta, isso sim, mas não vou magoar a minha avó com essa informação desnecessária, afinal que menina não adoraria ganhar um presente desse.

 - Obrigada novamente, porém para mim somente um sorriso seu, demostraria o seu amor.

Minha avó me deu um abraço.

— Querida, poderia pegar um copo de água para mim? – Minha avó pediu.

— Claro, já volto.

Eu saí da varanda deixando minha mãe e minha avó lá sozinhas.

Fui até a cozinha e peguei o copo de água da vovó.

Quando estava voltando para a varanda ouvi gritos da minha mãe e da minha avó e fiquei parada, não queria ouvir, mas o que elas gritavam despertava o meu interesse.

— Vai ficar tudo só para a Luiza, você não merece um centavo meu e muito menos do seu pai, foi o cúmulo você omitir que seu pai tinha morrido, a sua filha tinha o direito de saber.

— Mas a gente tinha combinado, metade da herança para mim e metade para a Luiza, afinal foi só por isso que ela voltou para o país, por pura pressão sua.

Quando a minha mãe terminou de gritar o copo que estava em minha mão caiu no chão e quebrou fazendo um grande barulho e lágrimas começaram a brotar de meus olhos.

A minha avó e a minha mãe vieram correndo até onde eu estava.

— O houve? Minha neta.

— Por que você está chorando, Luiza? – Minha mãe perguntou a mim, já voltando ao seu jeito normal de ser.

— Nada, não aconteceu nada, só quero ir para casa.

— Tudo bem, minha florzinha, mas você está bem, mesmo? – Minha avó me perguntou.

— Estou sim.

Minha avó me abraçou.  Ela adora abraços, né.

— Neste caso, tchau.

— Tchau, vó.

— Então vamos logo, Luiza. – Minha mãe me puxou pelo braço me tirando do abraço com a minha avó.

— Tchau, mãe. – Minha mãe se despediu de minha avó.

— Tchau, filha.  - Minha avó se despediu também.

Nós fomos embora da casa da minha vó.

Luiza off

Na casa da Majo, depois do almoço:

Maria Joaquina:

Amei o almoço, Majo. – Elogiou, Carmen.

— Que bom!!

— Eu gostei demais da sobremesa. – Falou, Laura.

— Que bom que todos gostaram.

— Todos nada, não gostei, será que eu já posso ir embora? Maria chatinha.

— Pode, Guerra. – Eu respondi cheia de raiva.

O Paulo piora a cada dia.

— Então tchau para geral, fui. – Paulo, anunciou e saiu correndo da minha casa.

— Espera, Paulo. – Gritou, Marcelina e correu atrás dele, sem se despedir.

— Se vocês quiserem ir embora por mim tudo bem. – Eu, falei, para todos.

Alguns foram embora, só ficamos: Eu, Jaime, Daniel, [o grude do Daniel] Margarida, Cirilo, Valéria, Laura, Alícia e Jorge.

Maria Joaquina off

Uma hora depois:

Luiza:

Eu estava em meu quarto pensando no porque a minha mãe não gosta de mim, será que é só porque eu sou gorda?

Resolvi sair um pouco para andar e esfriar a cabeça.

Estava andando na rua quando de repente olhei para o lado e vi um par de olhos olhando bem no fundo dos meus olhos, continuei andando e acompanhando aqueles olhos.

Os olhos eram bem bonitos, mas não me faziam sentir nada.

Parei de retribuir o olhar e continuei andando.

Luiza off

Alguns minutos antes:

Daniel:

Eu estava indo para casa e quando menos percebi estava andando e olhando para uma menina que tinha algo de diferente e especial no olhar, o último olhar que vi assim era o da Maria Joaquina, mas não sei se ainda a vejo desse jeito.

A menina parou de retribuir meu olhar e eu parei de andar, sei lá, parece que as minhas pernas não me obedecem.

Daniel off

Luiza:

Agora:

Depois de caminhar mais um pouco fui para casa só conseguindo pensar em uma coisa: Quem será que era aquele menino?

Luiza off


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Notas finais do capítulo

Será que Daniel e Luiza se conhecerão algum dia?



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