Uma amiga diferente escrita por Shizuku Miamoto


Capítulo 3
Uma turminha estranha




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  O jogo Whatchat acabou de ser posto no vídeo-game, cinco jogadores apostos em seu FPS favorito.

  -Eu vou com a Trick! Adoro o estilo de atiradora dela. -avisa Ayame

  -Eu vou com a Ice-li. Sempre gostei de personagens de suporte. –Merry põe sua luva para tocar em seu controle.

  -Não me segura que eu vou com o Reisor! Adoro os snipers! –Jessica se jogou no sofá.

  -Eu vou com o Guto. Um bom time tem um segundo suporte. –explica K-Li

  -Vou com a gatinha da D-usa! Garotas bonitas são as mais poderosas! –E conhecemos a Waifu do Chris!

  -Cala boca Christopher! Ela uma garota que controla um robô gigante, é obvio que ela vai ser forte! –reclama Jessica

  -Não questione a logica dele! Ela simplesmente não existe! –avisa K-Li

  Enquanto sentiam a adrenalina da partida consumir seus corpos, conversavam sobre futuras lições, formatura e vida em geral. De repente, Christopher cita algo do interesse de todos:

  -Ayame querida, quando vamos conhecer essa sua amiga humana?

  -Como assim? A Merry já conheceu a Didi! É só ela usar o poder dela para fazer uma projeção holográfica e pronto! Vocês tem o que pediram!-Ayame retruca, mal virando o rosto para Christopher.

  -Acontece que eu não me lembro de nada daquela forma de Poltergeist! –com um tom de voz suave, Merry põe Ayame contra a parede.

  -Qual o problema Ayame? Não está escondendo nada da gente, né? –pergunta Jessica em tom de malícia.

  -N-Não! É que...

  Antes que Ayame pudesse terminar, os cinco escutam passos no corredor à porta direita.

  -Droga! Nossos mestres voltaram mais cedo da missão! –reclama K-Li

  -Tem som de seis pessoas andando! –avisa Jessica

  -Deve ser a Ann acompanhando eles! –deduz Ayame, que ligeiramente desligou o console.

  -Atenção pessoal! Nas suas posições! –organiza Christopher

  -Eles chegaram em 30 segundo. –avisa Merry, mantendo um tom sereno em sua voz.

  A maçaneta da porta direita da sala de jogos gira, e então Ann entra na sala e rapidamente serve um chá para os recém-chegados professores.

  -Bom apetite senhores! Agora eu me retiro. –Ann se curva e sai em passos mansos da sala.

  Os cinco prodígios estavam sentados em lugares diferentes da sala com livros de alquimia, física, astronomia, história e filosofia nas mãos. Pareciam estar estudando seriamente para alguma prova.

  Com um sorriso de lado, o mestre de Ayame pergunta:

  -Acham que enganam a nós, que somos seus mestres?

  Os cinco quebram a cara e largam os livros no chão.

  -O que entregou a gente?-pergunta K-Li

  O mestre de K-Li, com um gesto esquisito, monstra três dedos e, tirando um pouco da máscara que usava, diz:

  -Número um: Vocês nunca estudam sério dentro dessa sala de jogos!

  -Número dois: Vocês estudam sério ou nos seus quartos ou na biblioteca! –A mestra de Jessica meche em seu belo cabelo, fazendo charme.

  -Número três: Nós fazíamos exatamente a mesma coisa quando éramos mais novos, então conhecemos esse truque muito bem! –A bela voz do mestre de Christopher dava frio na barriga.

  Os cinco prodígios reverenciam seus mestres pedindo perdão. J, Misa, Sha, Les e Crugh, os mestres daqueles prodígios levados, riram alegremente.

  Mais tarde, Jessica notou que Ayame havia sumido e chamou os outros pra ir atrás dela. Eles a encontraram em cima do telhado, coberta até os pés com seu cobertor e com a faca na mão. Jessica se transformou numa gata selvagem e subiu até lá, Chris e Merry voaram atrás dela e K-Li escalou o telhado. Ayame deu um sorriso para seus amigos e disse:

  -Eu vou provar que não estou mentido e vou sequestrar a Diana pra vocês a verem!

  -Era só isso? Melhor ir logo, ok? –avisa Jessica

  -Serei breve. E farei vocês quebrarem a cara. –afirma Ayame

  Fazendo um corte no dedo mindinho (Menos Merry), os cinco fazem um pacto de sangue.

  Diana se revirava na cama. Por algum motivo que desconhecia, o seu colchão estava mais duro do que de costume. Parecia até que estava dormindo num monte de tijolos. Irritada com isso, ela grita:

  -SEBASTIAN! O QUE VOCÊ FEZ COM...

  Ayame estava sorrindo para Diana da mesma maneira que sorriu antes para seus amigos. Assustada, Diana percebe que estava no telhado de algum castelo enorme, aqueles dos contos de fadas onde moravam os magos malvados.

  -P-Pra onde você me levou dessa vez? –questiona Diana, morrendo de medo.

  -Pra minha casa! Essa é a minha casa/escola! –responde Ayame, com muito bom humor, sem notar que sua fala era esquisita.

  -Como você me levou pra cá sem ninguém notar? –Diana estava fritando os miolos para tentar entender o que se passava.

  -Foi fácil! Entrei no seu quarto, troquei sua roupa, copie sua letra e escrevi um bilhete pro seu mordomo dizendo que você iria pra escola hoje! E pra parecer que você saiu cedo, peguei umas coisas na geladeira e diz um lanche que você faria! Então te levei da cama até o telhado da parte da escola onde eu moro e te esperei acordar! Simples, não? –explica Ayame de forma resumida.

  Diana ficou pálida de medo, pois conseguiu concluir que Ayame era totalmente doida de pedra e não tinha o mínimo de noção do politicamente correto. A jovem assassina pegou a mão de Diana e exclama:

  -Previsão de Libra pra hoje: “Descobrirá que nem tudo à sua frente é o que parece!”. Vamos! Uma aventura nos aguarda!

  Ayame leva Diana até seu quarto, que dividia com Merry e Jessica. De um lado, várias facas presas na parede azul, com uma cama de madeira rustica e várias revistas e DVDs espalhados numa escrivaninha também de madeira. Do outro, uma cama bagunçada com vários livros de química e alquimia em cima, várias marcas de garras na parede verde musgo e alguns pôsteres de mestres da química e da alquimia. No teto de cor roxa havia uma espécie de nuvem cibernética com algumas luvas transparentes em cima e alguns jogos de ritmo.

  Diana questionou se aquilo era realmente um quarto de menina.

  Ayame começa a jogar Diana de um lado para o outro com seu poder elétrico, sem se preocupar se isso a machucava, provavelmente Ayame espera encontrar o melhor lugar para Diana até suas aulas terminarem naquele dia.

  No final, Ayame colocou Diana no armário mesmo e deixou um espacinho para ela respirar.

  -Não se preocupe! Ninguém mexe no armário de pedras preciosas da Jess! O mais provável a acontecer é você espetar o braço na parte das ametistas! –avisa Ayame

  -Não é estar aqui dentro que me preocupa... -sussurra Diana

  Aquele espaço claustrofóbico cheio de pedras preciosas fazia Diana refletir: “Se a Ayame já é assim, como serão os amigos dela? Ela disse que são duas garotas e dois garotos. Devem ser monstros iguais a ela! Ela é uma Psicopata! Não! Uma sócio...sócio... sócio alguma coisa! Peraí, não tem diferença entre esses dois! Então os amigos dela são tão insanos quanto ela! Só pode! Onde já  viu essa bagunça num quarto de menina? E ela disse estar planejando algo maior pra mim! E se for a minha morte pelos cinco? Não! Eu não vou deixar! Vou vazar daqui! Mas é claro, vou levar um rubi comigo!”

  Quando Diana saiu do armário, ela deu de cara com Ayame e seus amigos, e então, desmaia de susto.

  -E aí? Ela Morreu?

  -Não! Ainda dá pra sentir o pulso!

  -Com que foi que ela se assustou?

  -Não sei! Só quero saber o que raios ela estava fazendo no meu armário!

  -Cheguem pra traz! Eu lido com isso!

  Diana acorda com as vozes que falavam ao seu redor, e assim, toma outro susto, um garoto com a pele mais branca que a sua, os olhos demoníacos, o cabelo claro, longo e liso e com roupas antigas, típicas de filmes de época, estava lhe beijando. Ao mesmo tempo em que estava assustada, ela estava encantada, jamais alguém havia lhe beijado na boca antes.

  -Sai de cima dela Chris! Seu tarado do caramba! Diana! Fala comigo! Tá tudo bem?- Ayame sacudia Diana de todos os jeitos.

  -Nunca me senti tão bem! –Diana reparou que foi beijada por um vampiro.

  Christopher vibrava por dentro! Ele havia beijado uma humana e ela amou isso!

  Ayame olha para Christopher com cara de quem iria mata-lo, mas do nada volta a sorrir e exclama, falando muito rapidamente:

  -OLHA DIANA! ESSA É A MERRY! VOCÊ JÀ VIU ELA E SABE QUE ELA É UMA FANTASMA! ESSA É A JESSICA! ELA É UMA QUIMERA! ESSE É O CHRISTOPHER! ELE É UM VAMPIRO! E ESSE É O K-LI! ELE É UM SLASHER! ELES NÃO SÃO DEMAIS?

  -Não entendi quase nada que você disse. –comenta Diana

  -Quer que eu repita? –pergunta Ayame

  -NÃO! –todos exclamam assustados.

  -Calma! Só perguntei. –retruca Ayame

  -Psicopatas são assim mesmo? –questiona Diana

  K-Li dá um “face palm” (bater a mão na cabeça, envergonhado) e então explica sua ação:

  -Olha, não sei onde você estuda garota, mas vai se informar! A Ayame é uma sóciopata e eu sou psicopata. Ela tem características de um assassino comum e eu de Slasher. Não vê a diferença?

  Diana nega com a cabeça. Jessica assume a explicação:

  -Sóciopatas são mais impulsivos e se irritam com certa facilidade, sendo que eles não nascem querendo matar. Psicopatas nascem querendo matar e pensam mais em seus atos. Tanto a Ayame quanto o K-Li tem traços dessas psicologias de assassinos.

  Diana parecia estar com a cabeça fervendo, parecia até que saía uma fumaça de seus ouvidos. Depois de tudo isso, os seis foram passeando pela parte da escola que lhes pertencia. Passaram pela cozinha digna do maior chef do mundo, pela lustrosa sala de jantar, pela enorme biblioteca, pelo belo salão de reuniões e festas, os banheiros tinham a melhor qualidade do mundo, a sala de testes muito bem equipada e por ultimo, a sala de estar que estavam no dia anterior, cheia das revistas, desenhos, filmes, TV de ultima geração, aparelhos de Blue-way e DVD, jogos de vídeo-game e é claro, um console de mesa de ultima geração e cinco consoles portáteis impecáveis.

  Diana estava com os olhos cheios de brilho, maravilhada com tudo aquilo. Era algo mais acolhedor do que o branco de sua sala de estar. Ayame a pega pela mão e pergunta:

  -Gostou do console? É um Playcast! Quer jogar Whatchat com a gente?

  -E-Eu? Eu nem sei jogar vídeo-game! –exclama Diana

  -Nem liga. Você aprende sozinha os controles. –Calmamente, Merry liga o console e senta em seu lugar.

  -Dessa vez ninguém vai usar os pés e controlar um dos bonecos! Vamos direto pras partidas de disputa do ranking online do jogo! Yey! –Jessica estava muito animada.

  -Eu me sento perto da Diana e auxilio-a, se a Ayame-chan não se importar! –Christopher segurou a mão de Diana, que se encantava com o olhar do vampirinho.

  Ayame fez cara de indiferente. K-Li faz a mesma cara e diz:

  -Tarado.

  Diana se deixou levar pela emoção de controlar algo que não tem vida sem ela, era algo que expandia sua mente para uma sensação nova. Ela se assustou com o controle se mexendo enquanto ela atirava, mas achou confortável depois de um tempo. O grito de vitória ecoou pela sala, eles estavam no Top 10 online do jogo. Diana sentiu uma emoção que nunca sentiu antes, por mais que já tenha entrado antes em um top 10.

  Os seis estavam muito animados, mais do que isso, eles eram a alegria coletiva pura! Mas como esses momentos sempre são estragados por algum intrometido, eis ele aqui: Eram dois, gêmeos, cabelos curtos e loiros, olhinhos verdes, pele esbranquiçada, orelhas enormes, um menino e outra menina, ambos com um uniforme branco e azul. Os olhos pousaram sobre Diana e o sorriso foi se abrindo, malicioso.

  -Nós pegamos vocês!

  -A diretora não vai gostar disso!

  O susto foi enorme e geral. Diana ficou desesperada. Ayame olhou para os dois e tentou se explicar, com medo:

  -Aster! Wing! Por favor! Tenham piedade! A diretora não!

  -O que a Ayame quer dizer é: NÃO NOS MADA PRA AQUELA FADA-ESQUELETO MALUCA OU A GENTE VAI MATAR VOCÊS SEUS ELFINHOS METIDOS À BESTA! –grita Jessica, segurando o ombro de Ayame.

  Não ligando para a ameaça, os dois correm pelo corredor. O desespero de Ayame se transformou num olhar sedento por sangue, seu sorriso era de um completo psicopata, quero dizer, sóciopata. Ela se vira para o resto e diz numa voz alterada:

  -Vamos pega-los...

  Diana não entendeu nada, mas ainda estava desesperada. Ela pergunta para Merry e ela foi direta:

  -Eles são os assistentes da diretora.

  Aster e Wing foram perseguidos por todo prédio, mas ao virarem de costas, viram o olhar psicótico de Ayame e K-Li, ela com sua faca na mão e ele com um fio do vídeo-game. Ela então brinca com a cara de assustados:

  -O que foi? Já cansaram?

  -Eles sabem que não são páreos pra nós! –exclama K-Li

  Os dois elfos viram o corredor e são surpreendidos por Jessica, agora transformada em leoa, e Merry, armada até os dentes com armas que havia criado com seu corpo. Antes que eles pudessem reagir, Ayame os prende com correntes elétricas, Merry lança uma rede feita de espectros, Jessica pula encima dos dois, K-Li pega a sombra dos dois e meio que se alimenta dos pesadelos de ambos. Christopher encosta a mão nós dois e começa a mexê-la enquanto estão naquele estado de semi-morte.

  -Ok, terminei aqui! Podem tirar suas armadilhas! –avisa Christopher

  -Beleza! Estamos vivos por mais uma semana! –Jessica volta a ter uma forma humana.

  -Eu já estou morta. Só tenho medo de desaparecer. –corrige Merry

  -Tem certeza que eles não vão se lembrar de nadinha quando acordarem desse estado? –pergunta K-Li

  -Claro que tenho! Eu sou ótimo em controlar mentes! Tão bom quanto você em controlar a sombra e pesadelos das criaturas! –garante Chris

  -Ufa! A Diana não tem nada pra se preocupar agora! –suspira Ayame, aliviada.

  Os cinco se olham e gritam. Eles esqueceram de Diana!

  Ao entrarem novamente em sua sala de jogos, os cinco se assustam: Diana estava tomando chá com os mestres deles.

  -Já voltaram? Os mestres de vocês são muito legais! –comenta Diana, dando mais uma bicada no chá.

  -Que interessante! Eu acho que uma humana sozinha não conseguiria chegar até esta sala sozinha! –afirma J, fazendo pose com seu punhal.

  -Eu diria que um prodígio bem levado a trouxe aqui! –Sha olhou fixo para os cinco.

  -Quem foi? –Crugh mostrou quatro dedos e uma garra para os cinco.

  -FOI A AYAME!

  -TRAIDORES! VOCÊS AJUDARAM A ESCONDER-LA!

  Ayame sente a mão de seu mestre em seu cabelo e então gela de medo.

  -Você nunca aprende, né? Ok, se ela é tão importante pro seu plano, eu a deixo vir. Desde que me avise, pode ser? –parecia uma troca justa entre mestre e aluno.

  -OBRIGADA MESTRE J! EU E DIDI VAMOS FICAR JUNTAS! EU E ELA JUNTINHAS!

  Diana faz cara de desgosto e sussurra:

  -Me ferrei...

  Ayame trouxe Diana de volta para casa, e então lhe entregou um convite.

  -O que é isso?

  -Um convite, sua boba!

  -Pra que?

  -Pro aniversário da Jess! Eu venho te pegar no dia! Vai ser uma festa do pijama das boas! Espero que esteja lá!

  -Talvez.


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