Uma amiga diferente escrita por Shizuku Miamoto


Capítulo 4
Conquistador de snague




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/702794/chapter/4

—GUEERA DE TRAVESEIROS!

  Que se inicie a guerra de plumas entre as garotas. Ayame e Jessica se quebravam de porradas com seus travesseiros, enquanto Merry acertava as duas e não era acertada. Diana estava sentada na cama, olhando para aquilo com cara de quem viu o video mais bizarro do mundo.

  -Acho que agora eu entedi o porquê do quarto estar nesse estado. –comenta Diana

  -Nem sempre ele fica assim. A Ann passa aqui e dá uma geral no quarto. Fica lindo! –explica Merry

  Ayame e Jessica estavam jogadas no chão, exaustas de tentarem sem matar e com a cara cheia de penas de ganso.

  -Cara... Eu cansei... Muito! –Ayame estava ofegante

  -Eu... Também! –Jessica só conseguiu erguer sua mão, pedindo ajuda pra levantar.

  -Essa guerra de travesseiros durou mais que as outras. 1min13s pra ser mais exata. –Merry aplaudia as duas e as levantava com seu poder.

  -E aí, humana? Essa festa tá pro seu gostinho refinado? –Jessica recuperou o fôlego.

  -Até que tá legal! Mas eu queria ver um filme. Tipo o ultimo filme da série “Midnight”! Aí sim essa festa ia ser top! –os olhos de Diana brilharam.

  As três montrinhas mostraram a língua em sinal de nojo. Ao perguntar o motivo do repudio para elas, Ayame respondeu isso aqui para Diana:

  -Essa série é para meninas burras que só pensam em encontrar um garoto galã de novela pra chamar de seu! Esse tipo de publico é fácil de agradar. Os filmes dessa série são uma porcaria! Eu prefiro os filmes mais antigos que vocês fizeram do Rei Drácula e o filme “Entrevista Vampiresca”, que é muito melhor. E eu sei que você quer impressionar o Chris, então veja esse filme.

  Diana fica vermelha. Jessica a provoca:

  -Que foi humana? Não quer ter o mala do Chris só pra você? Então veja o filme favorito dele!

  -É! Você vai gostar! –complementa Merry

  Diana acabou cedendo e aceitando ver o filme. Lá pros 40 minutos do filme, ela estava imersa na trama, amando cada detalhe. Um barulho no corredor assusta as quatro.

  -Saí daqui moleque! Deixa de ser chato!

  -É a mestra Sha? –questiona Jessica

  Sha entra ao lado de Misa. Christopher estava agarrado em sua perna.

  -Por favor, senhorita Sha! Me deixa participar da festa! –implora Christopher

  -Larga de ser chato, moleque! – Sha dá um “chega pra lá” bem dado em Christopher.

  K-Li pede desculpas por Chris e o pega pelo braço, arrastando pelo corredor.

  -Aff! Que garoto chato! –reclama Sha, com um bolo “torre de morangos” em uma bandeja.

  -Acho que o Les sofre com esse menino. –Misa fala igual a sua aluna.

  -Deixa pra lá Mestra! Agora é hora de BOLO! –Jessica mal estava se aguentando de ansiedade.

  Era a noite das mulheres perfeita. Bom filme, guloseimas e é claro: BOLO!

  Enquanto isso, K-Li estava afiando o machado quando viu a chance perfeita de zoar com Christopher, que estava jogado na cama, ainda desmaiado.

  -Christopher meu amor! Estamos em perigo! Nos salve!

  -Minhas amadas garotas! Não temam! Eu estou indo!

  Christopher bate a cara numa tela de pintura e logo entende tudo. K-Li modulou sua própria voz para parecer uma garota e zoar ele na cara dura. Christopher se irrita e pula encima de K-Li, a fim de morder seu pescoço e sugar seu sangue. K-Li esticou o braço para pegar uma faca de prata que havia feito. Antes dos dois literalmente se matassem, seus mestres entram no recinto e interrompem a luta. Conclusão do feito: Dois garotos com galos enormes na cabeça e de castigo sem sair da escola até segunda ordem!

  Jogado na cama, Christopher se revirava como podia. Ele odiava ter que dormir à noite, além de não pegar no sono nem se lhe dessem o trono da Transilvânia, ele odiava ouvir o som de K-Li roncando. Para ele, era algo insuportável. Enfim, Christopher resolveu levantar da cama e ficar na varanda de seu quarto, mexendo no celular, presente de um amigo. Era um belo celular, todo cinza com detalhes de relevo vermelho, o protetor de tela era uma foto da capa de seu filme favorito (Vai procurar o nome, não vou repetir!). O vampiro se vira para seu colega de quarto, jogado na cama e babando horrores.

  -Ele sempre foi assim. Sempre me ferrando. Acho vou chupar um pouco do sangue dele e colocar o remédio pra ele não virar vampiro.

  Christopher clicou no aplicativo de mensagens e procurou por alguém com A. Essa pessoa estava online. Entre umas digitadas e outras, a pessoa pergunta o motivo de Chris correr atrás de uma namorada à todo momento, ele sorriu maliciosamente e respondeu:

  Porque eu amo meninas! Em especial as de atitude!

  -Então é por isso?

  -AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

  Chris caiu no chão. Seu mestre começa a rir e acorda K-Li.

  -AH! É 1 da manhã! Será que posso sofrer com meu castigo e dormir?! –reclama K-Li

  -Desculpa Slasher-Boy! Eu vou ter uma conversinha com o barulhento aqui! –Les dá um tapinha nas costas de Chris e sorri.

  K-Li enfia a cara no travesseiro e volta a dormir como uma pedra.

  -Então você não é de todo tarado né? Você gosta das garotas mais difíceis de pegar. Isso me lembra de um amigo. –Les se pendura na varanda, se sentindo mais novo.

  -Tanto faz! Eu tô preso no castelo mesmo. –Christopher põe as mãos atrás da cabeça e solta um suspiro desinteressado.

  -Ficar assim não diminui seu castigo. Nossos aliados não são seus brinquedinhos de morder Chris! Já passou da idade de morder qualquer coisa à sua frente há séculos! Eu odiei ter que colocar você de castigo, mas você pediu por isso! Então pare com essa atitude e leve o universo mais a sério! –Les deu um tapa bem ponderado na cabeça de Chris.

  -AI! Pode me dar um desconto! Eu cresci há dez anos e então me deixa ser livre caramba! O que eu vou fazer nesse castelo chato! É mais legal sugar o sangue das pessoas que poluem esse mundo do que ficar nessa imensidão de nada! Que saco! –Christopher se irrita com seu mestre.

  Les olha com um olhar assassino para Christopher. O garoto engole seco. Les se vira e pula, virando um morcego enorme. Chris fica emburrado e deita em sua cama. Ele tenta dormir por duas horas, mas nada. De repente, uma ideia: Fugir do castelo e dar um rolé por aí! Era perfeito.

  -Hey! Kill! Kill! Tá me ouvindo? –sussurra Christopher

  -Uh! Que horas são? –pergunta K-Li, sonolento.

  -Não importa! Eu vou sair escondido! Quer ir comigo e tentar matar uns infratores? Podemos até pegar umas raspadinhas de gelo! –sugere Christopher

  -AH! Eu não quero! Vê se me deixa apodrecer no meu castigo em paz! Mas se conseguir sair me traga umas balas de pistola e naftalinas. A Ayame disse que não conseguiu comprar da última vez que viu o colega de armamentos dela. –depois disso, K-Li volta a dormir.

  -Tsc! Folgado! Eu vou tomar o sangue de um padre ou de um policial corrupto em vez disso! –Christopher vira-se e sai do quarto.

  Na base do Stellf, Christopher foi se esgueirando da segurança do castelo, orientada a não lhe deixar sair de forma alguma. Obviamente ele não resistiu e mordeu um pessoal que o viu saindo e tentou impedi-lo. Quando estava perto do portão principal, Chris colocou um casaco, cobrindo seu rosto, e então foi de chave em chave procurando a do portão.

  -Saindo agora Sr. Christopher? –uma voz familiarmente irritante.

  -Aster e Wing! A duplinha mais chata que eu me lembro de enfrentar! Vão me denunciar pra Fada-                           -Esqueleto? Típico de vocês. –Christopher foi direto.

  Aster mexe em seus cabelos loiros e então retira uma flor amarela. Ela a deixa enorme e a transforma num bumerangue também enorme e repleto de pétalas amareladas. Ela lança o bumerangue, Chris devia, mas recebe um corte das pétalas.

  -Essas flores que uso são de uma família especial! A família Aster. Soube que se você usa essas flores numa torta ao invés das flores de baunilha, você sofre uma intoxicação que quase leva a morte. –Aster consegue tocar no rosto de Chris e acertá-lo com tudo.

  Wing pega uma folha e a usa como ocarina. Ao tocar sua canção, ele faz as folhas prenderem Christopher como uma corda.

  -Já ouvi falar que um jovem guerreiro usava uma ocarina para controlar tudo a sua volta. –Wing acerta o olho de Chris.

  -Ha! Vocês se acham bons mesmo? Observem! –Christopher começa a rir.

  Os olhos de Christopher ficam purpuras, então ele ganha duas asas de morcego para se soltar, voando para ficar a frente da lua. Ele faz uma posse de um conquistador, fazendo um coração com suas asas. Ele manda um coração de vento nos dois, que desmaiam e rapidamente levantam, praticamente apaixonados por Chris.

  -Marionetes! Esqueçam o que viram aqui e voltem para seus quartos!

  Subitamente, eles obedecem. Chris começa a rir se achando o mais esperto do mundo, mas de repente, sente uma picada na nuca que começa descer até o pescoço.

  -Mas o que...

  No dia seguinte...

  -Até que ontem não foi ruim! –comenta Diana

  -É mesmo? Por quê? –pergunta Merry

  -Por quê? Um bolo delicioso, um bom filme e eu ainda tô viva! Tem coisa melhor que isso? –exclama Diana

  Merry olha para a rua, um pouco triste.

  -O que deu nela? –pergunta Diana

  -É que você falou isso e a Merry se sentiu mal porque... AH! Você já deve ter sacado o porquê! –responde Ayame

  -Nem liga Merry! A patricinha não quis te ofender! Eu espero. –Jessica tenta animar Merry.

  Jessica e Merry se impressionaram com o tamanho da mansão de Diana. Era uma típica mansão de filmes: Enorme, branca, um jardim cheio de rosas, grama bem cuidada e verdinha. Ayame põe sua máscara, enquanto Merry fica invisível e Jessica vira uma gata.

  -UOU! Como você ficou fofa assim! –Diana começou a fazer carinho em Jessica.

  -AH! EU NÃO SOU FOFA! EU SOU UM MONSTRO E NÃO SE ESQUEÇA DISSO! –grita Jessica

  -Na verdade, você é uma quimera Jess! E agora você é um tipo de gato selvagem muito maneiro! –corrige Ayame, tentado abafar o caso.

  -Nhé. Tanto faz! Oh, patricinha! Vai abrir a porta ou tá difícil? –questiona Jessica

  -Tá bom! Tá bom! Eu já vou! –diz Diana, enfezada.

  Sebastian abre a porta com um imenso alivio. Era como se Diana tivesse sido sequestrada e agora estava sã e salva em casa.

  -SEBASTIAN! Já pode parar de me abraçar! –ordena Diana

  -Perdão, madame! É que...

  -Não me interessa saber o motivo! Eu vou tomar um banho e arrumar minhas coisas! Ayame! Por favor, dirija-se com sua gatinha até meu quarto e aguarde lá! –Diana voltou a ser autoritária.

  -Essa é a minha madame! –exclama Sebastian, emocionado.

  Ayame estranha, mas leva de boa aquele fato, pensou até que Sebastian estava com um parafuso a menos por causa da preocupação que sentiu. Os olhos de Merry se encheram de brilho ao ver o quarto da Diana. Ela começou a rir bem baixinho e fingir pular na cama. Jessica estranha o comportamento da amiga e questiona:

  -Que isso Merry? Tá bem louca? Você nunca pulou nem na sua nuvenzinha!

  -Ah, é que eu... esquece. –Merry pousou e voltou a seu estado normal, se é que posso dizer.

  -Uou. Isso foi bem aleatório. Se fosse um livro, certeza que agora nós iriamos insistir em descobrir o que ouve agora, a Merry ia contar e chorar e nós íamos consolá-la e fazer uma cena fofa. –comenta Ayame

  -Ayame, você tomou seu remédio hoje? Se tomou, ele não tá fazendo efeito. –retruca Jessica

  Por um momento, a jovem assassina pensou em responder algo para revidar a patada que acabou de receber, mas pensou melhor, pegou uma revista Teen novinha que Diana tinha guardada na gaveta da escrivaninha e a folheou até encontrar algo interessante para si.

  -Aqui! Tá na hora da minha previsão. As videntes dessas revistas não são nada precisas! Todo mundo sabe que 99,99% das minhas previsões estão certas! Vamos ver o signo do Chris! Ele é de Escorpião e aqui diz que “Sua sorte com as paqueras será muito grande hoje! Aproveite e saía para paquerar”. Cara, que mentira! –Ayame começou a fazer o que sabia fazer de melhor, depois de matar.

  -Qual é sua previsão, oh, grande mestra do futuro! –brinca Jessica

  Ayame começa a criar figuras com a eletricidade de suas mãos até ficar com os olhos totalmente vermelhos e começar sua previsão:

  “Tem algo errado. Esse seu jeito está estranho. Não é bem assim que você costuma fazer. O que ouve? Uma cruz de sangue na nuca. Um morcego na lua de sangue. Um lago puro em contato com a dominação. Quem é essa figura da tesoura?”

  -UOU! –Ayame caiu na cama.

  -Eita! O Chris tá em perigo?! Bora avisar o mestre dele! –Jessica quase caiu em cima de um monte de cartas de fãs de Diana, que por sinal, estava bem grande.

  -Mas ele foi encontrar com o Primeiro-Ministro da corte dos vampiros hoje! É algo importante! Vocês sabem que o senhor Les é amigo do Drácula e Tesoureiro real da corte vampira! Está fora de cogitação chama-lo de volta! –lembra Merry

  -E o Crugh saiu para acertar as contas com um rival que o desafiou e só volta lá pras nove da noite. –complementa Ayame.

  -DANOU-SE! O K-Li tá de castigo também! –Jessica vira um papagaio de tão aflita.

  Uma batida na janela. Era K-Li com uma de suas máscaras.

  Ayame abre a janela e K-Li começa a balança-la.

  -HELP MENINAS! SOCORRO! ACUDA! CHAMA O SAMU! O CHRIS TÀ LOKO! SOCORRO! –K-Li começou a atropelar as palavras, falando nada com nada.

  -Calma aí Li! Diz onde o viciado em cafeína tá que a gente vai resolver agora! –Jessica deu um tapa no Slasher só pra ele ficar calmo.

  -No shopping! Perto da livraria. Bora? –pergunta K-Li

  -Vamos logo. Nós já estávamos de saída mesmo. –Merry fala por todas.

  De repente, Diana entra no quarto, enrolada numa toalha branca.

  -AH! Nada como um bom banho quente e...

  Ela faz cara de tacho quando vê aquela bagunça em seu quarto. K-Li fica sem graça e então questiona:

  -Err. Querem que eu saia e deixe que ela se troque pra gente poder ir?

  Mais tarde...

  -E aí, tá vendo ele? –Ayame pergunta para Jessica em sua cabeça.

  -Nada do maluco da cafeína! –responde Jessica, em forma de andorinha.

  -Qual o grande problema? Ele não bebe só café? –questiona Diana, escondida em sua blusa rosa-                   -choque (que não é nada chamativa pra ir no shopping do povão!).

  -Ele é um vampiro! Nem toda a cafeína do mundo vai fazê-lo suprimir a causa natural dele. –Jessica foi direta e grossa.

  Merry e K-Li se esgueiravam entre a multidão de garotas que tumultuava o shopping. Parecia que haveria uma sessão de autógrafos de um livro de um galã de novela ou a apresentação de uma Boy Band qualquer que “todas” as meninas gostam. Mas a “celebridade” da vez era um encantador menino pálido com os caninos afiados e olhar hipnotizante. Achamos nosso meliante!

  K-Li deu sinal para Merry avisar as outras e para dizer que ele iria lidar com aquela situação agora. Se esgueirando entre aquela multidão de jovens manipuláveis com a simples visão de um rostinho bonito, o pequeno e habilidoso Slasher procurava frestas entre os corpos daquelas garotas. Quando se via num lugar sem passagem, encostava o dedo nas costas de uma e pegava emprestada sua sombra para poder passar. Dessa forma, chegou facilmente atrás de Christopher. Rapidamente, K-Li pôs uma máscara que trouxe de casa e um punhal que roubou outro dia. Antes de qualquer um ver, o garoto passou o punhal no pescoço de Chris, fazendo um corte bem fino. Nada de sangue. Apenas uma secreção preta e gosmenta. O vampiro sorriu e disse:

  -Se não é meu infeliz amigo! Justo agora que estava escolhendo a minha rainha!

  Chris dá um sonoro e dolorido tapa no rosto de K-Li, quebrando um pouco de sua máscara. K-Li sentiu imensa raiva, mas suspirou e levantou sem deixar abalar. Ele tira do casaco dois hashis (aqueles talheres orientais) enormes feitos de pura prata. Ele avançou pra cima do vampiro, que ao tentar escapar, sentiu um teto invisível na sua cabeça e caiu.

  -Isso é obra da bela Merry, não? –questiona Christopher, com cara de safado.

  Mesmo invisível, Merry sentiu seu rosto corar. Ela fazia um esforço monstruoso para esconder o vermelho de suas bochechas na sua transparência azulada, e agora, da cor do mundo. Ela librou Chris sem querer

  Christopher sentiu um beliscão no calcanhar. Era Jessica na forma de um corvo (Como se corvo pudesse ser verde), lhe picando. O vampiro sorriu para a multidão apavorada. Ele procurava por alguém ali no meio.

  -Se está procurando pela Ayame, ela foi esconder o projeto dela de você! –Jessica virou um javali.

  -Por que você vira animais tão feios? Você merecia algo mais apropriado para sua beleza selvagem. Como uma lince ou uma jaguatirica. Se quer um garoto que admira essa sua beleza, se torne a MINHA rainha! –Christopher estendeu a mão de maneira sedutora.

 Jessica procurava pela sua parceira fantasma. Ao notar o queria, virou um gato do mato e sorriu maliciosamente.

  -Eu não preciso me exibir! Mas devia tomar cuidada com essa sua língua maldita! –grita Jess

  Chris sentiu Merry lhe segurar, e começou a se debater como um peixe fora d’agua. Ayame pula de outro andar do Shopping, toda encapuzada e acerta uma bala de prata perto do olho de Christopher, enquanto Jess o arranhou ferozmente. O vampiro se levantou com dificuldades, ele viu Diana correr e debruçar num corrimão de segurança perto da escada rolante. Onde a bala havia acertado estava saindo mais daquela secreção preta. Ele monstra suas enormes asas de morcego e vai voando ver Diana. A garota ficou hipnotizada pelo olhos do vampiro, que passou delicadamente a mão em seu rosto. Ayame atirou novamente e K-Li usou um de seus hashis como flecha. Chris fugiu dali como morcego e Diana acorda do trance.

  O grupinho se moveu para a escola-castelo (vou chamar assim por preguiça!), onde Jessica lhes guiou até uma sala onde estudava alquimia com sua mestra.

  -O que exatamente estamos procurando? –pergunta Diana

  -O remédio de pele do Chris, o remédio contra veneno de vampiro e ver se eu consigo produzir um pouco de prata pra fazer a faca da Ayame ficar mais forte! –Jessica começou a olhar as gavetas e senti o cheiro dos frascos na mesa.

  Diana travou na porta. K-Li fica curioso, tira a máscara e pergunta:

  -Ei? Qual o problema humana?

  -Vampiros têm veneno? –Diana respondeu abalada.

  -Tsc! Todo mundo sabe disso! Quando eles sentem vontade de transformar alguém em vampiro, ele injetam veneno em suas vitimas como cobras peçonhentas. Provavelmente você vai proteger seu pescoço branco agora! –Merry fala calmamente, tentando passar a mão nos cabelos de Diana.

  -É verdade! E eles também desenvolvem seu poder único de acordo com o modo que eles treinaram. Acho que o do Chris é vento, ele gosta muito de voar. –Ayame procurava sem muito cuidado por algum livro dentro de uma caixa.

  K-Li pediu o celular de Diana emprestado. Era um belo celular frufru rosa-choque. O Slasher começou a mexer na tela de toque rapidamente, e então mostrou estar hackeando o celular de Chris. Ele então dá um pulo para traz quando vê uma foto da galeria do vampirinho.

  -O que você viu aí? –pergunta Merry

  -Reconhece esses dois ao lado do Chris? –questiona K-Li

  -Caraca! São os filhos do Drácula! –Ayame põe a mão na boca e fica paralisada.

  -Então ele é amigo dos príncipes da Transilvânia? Quem diria! Depois a gente procura a foto original e faz o teste de carbono pra saber quando ela foi tirada! Agora, onde será que está o meu kit de química? –Jessica se esgueira como uma serpente atrás do kit.

  -Escuta Jess! Sei de alguém que pode dar um “Upgrade” na minha faca com a prata que você produzir! E ele está disponível a qualquer hora. O que me diz? –Ayame já retirava o celular do bolso.

  Jessica fez sinal afirmativo enquanto tirava do armário um enorme kit para química e alquimia (Que pra falar a verdade, são a mesma coisa com alguns conceitos diferentes). Colocando tudo que precisava na mesa, ela mexia em tudo com extrema precisão e rapidez, até criar uma coisa no meio dos potes.

  -Isso é prata? –pergunta Diana

  -Não Didi! Isso é platina! A prata faz parte do grupo da platina, como o ouro. É mais fácil criar a platina com a química e depois transmuta-la em prata! E aí a gente vai até o amigo da Aya-chan! –explica Jessica

  -HEY! Não te dei direito de me chamar de Didi! –reclama Diana

  -Estamos nem aí! –retruca K-Li, deixando Diana com raiva.

  Jessica corta a platina com suas garras e então derrete os pedaços, colocando o caldo em uma máquina cheia de tubos com funis nas pontas e um interruptor, ela clica no interruptor faz a máquina emitir uma luz amarela incandescente, em dos funis foi a platina derretida, no resto, líquidos com cheiros fortes e sem cor, depois de uns dois minutos, surgiu no centro da máquina um minério branco-acinzentado, muito brilhante, Jessica o retira dali e mostra sua transmutação.

  -Senhoras e senhor: Lhes apresento a mais pura prata que se é possível fazer! –Jessica estava muito orgulhosa de si mesma. 

  Acho que nem preciso dizer quem é o cara que vai “uppar” a faca da Ayame, ou preciso? De novo, a loja estava uma bagunça, Ayame reclama que ela não pode deixar aquele lugar sem o dono bagunçar tudo e esquecer que aquilo era uma loja e não um quarto de maloqueiro. Diana sussurra algo como: “Seu quarto não é nenhum exemplo de arrumação”, mas é ignorada. K-Li retira as revistas e catálogos de cima do balcão e encontra muitos potes de macarrão instantâneo e pratos sujos, e no meio dessa nojeira estava um garoto com os cabelos cheios de papeis e usando um enorme catálogo como travesseiro.

  -Aí está o meu comerciante favorito! –Ayame se aproxima do balcão e dá uns tapinhas em Darco

  -Hum? –Darco esfrega os olhos, ainda sonolento.

  -A princesa acordou! Que bom! Agora vê se arruma isso que tá uma nojeira! Nem sei como eu tô sobrevivendo a isso! –reclama Diana

  -AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! –Darco vai pro canto da loja e se agacha, chorando e muito assustado.

  -O que deu nele? –pergunta Merry

  -Acho que interações sociais não são o forte desse garoto! –conclui Jessica, coçando a cabeça.

  -Bom, não temos muita opição. Ayame! Você tem ideia do que fazer? –pergunta K-Li

  Ayame pega uma flauta numa estante e começa a tocá-la, toda desafinada. Darco pega, limpa e começa a tocá-la de maneira prazerosa.

  Acalmado o garoto e explicada a situação, Darco arregaçou as mangas e preparou não só a faca de Ayame com prata, mas fez um kit completo de caça-vampiro: Estacas, moedas e balas de prata, água benta e crucifixos. Ele conferiu um livro preto e ponderou:

  -Acho que ele vai pra aquele lago no meio da floresta... Morreram umas garotas por lá há uns anos... E é noite de lua cheia... Talvez ele vá pra lá e consiga sua forma demônio.

  -Por que começou a falar desse jeito? –questiona Ayame

  -Por nada. –responde Darco

  Diana encontro no meio das mercadorias um pequeno punhal com o cabo cheio de esmeraldas. Ela escondeu na bolsa, pensando em leva-lo como decoração de seu quarto, mas Darco se vira para ela e diz, muito irritado:

  -A começo são peridotos e não esmeraldas, segundo, sem pagar ao que eu queira ou dinheiro mesmo, eu vou te matar com o que você roubou.

  Obviamente, Darco cobrou o triplo do que o valor real do punhal, mas foi só pra sacanear aquela patricinha que queria lhe roubar.

   A noite na floresta da cidade é muito assustadora. Qualquer gravetinho que quebra nos dá um arrepio que só Deus sabe. Diana dormia na pedra onde todos se escondiam, mesmo com todo aquele zum-zum- -zum. Ayame tira uma câmera do bolso do casaco e começa a montá-la ali. O preço de tudo para “caçar” o Chris foi uma foto dele na forma de vampi-demônio.

  -Espero que ela pegue o melhor perfil do Chris! –comenta Ayame

  -Eu quero é enfiar minhas unhas na cara daquele vampirinho! –Jessica passava a lixa nas unhas com muita força.

  Merry apareceu vermelha, e então diz bem baixinho:

  -Ele chegou...

  Ayame, Jessica e K-Li colocaram a cabeça pra fora e voltaram totalmente constrangidos e embaraçados. Diana acorda com o fuzuê e então questiona o motivo daquela barulheira. Ayame foi direta:

  -Ele tirou a roupa pra tomar banho!

  -AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!EU QUERO VER! –os olhos de Diana brilharam.

  -UOU!#CHO-CA-DA! COMO ASSIM GAROTA?! –Jessica começou a mexer Diana para todos os lados.

  -VOCÊS ACHAM ISSO RUIM?! SOU EU QUE CONVIVO COM ESSE PIRADO TODOS OS DIAS DA MINHA MALDITA VIDA! –reclama K-Li

  Merry fez sinal de estar um pouco desesperada. Ao verem, Chris estava coberto pelo brilho da lua. Suas feridas desapareceram e ele havia ganhado enormes chifres. Ele sorriu para seus amigos de maneira assustadora e então exclama:

  -Hey! Pronto para o segundo round?!

  Ayame tira uma foto.

  -Yey! Ele apareceu! Essa câmera é ótima!

  -MULHER! ISSO É HORA PRA TIRAR FOTOS?! –grita Diana

  -Antes morrer do que ficar endividada. –retruca Ayame

  Christopher pegou Diana rapidamente e a controlou como sua marionete, passando um pouco do seu controle do vento para ele. Aí meus senhores, a coisa ficou feia! O olhar de Christopher passou a ser puramente de matança, atacando tudo que respira. Merry não podia ficar parada sem receber um ataque. A coisa chegou num ponto que K-Li ficou p@$% (Desculpe o palavrão) e gritou:

  -Me dá um tempo caçamba! Eu quero respirar!

  -EU TAMBÉM! –concorda Ayame

  -Eu vou virar cinzas se ele não me deixar em paz. –Merry flutuava de maneira calma, mas seu rosto era de alguém P da vida.

  -Se um é ruim! Dois é pior! –Jessica tava parecendo o Indiana Jones naquela cena da luta com o carinha da espada no primeiro filme (eu acho).

  Diana parecia outra pessoa de tão brigona que estava. K-Li então pega a mão de Ayame e começa a girá-la até tacá-la em cima de Diana, que levou um baita susto, e Ayame lhe deu um belo tapa na cara (ficou até a marca!), gritando:

  -ACORDA MULHER!ACORDA!DEPOIS VOCÊ RECLAMA DE MIM!

  K-Li correu ao lado de Jessica, que virou uma tigresa para K-Li conseguir chegar perto de Chris. Merry encarnou o Goku de tantas rajadas de poder que começou a tacar, mas Chris reagia com grandes furacões. K-Li pula em cima do vampiro e quase é mordido, mas ele derruba Chris e os dois caem na pancadaria bruta.

  Um clarão. Les e Crugh chegaram e acabaram de vez com aquela palhaçada sem pé nem cabeça! No final, eles nem usaram tudo do kit, os garotos conseguiram um aumentos no seu castigo, não se sabe o que cargas d’agua aconteceu com o Chris ou com a Merry umas semanas atrás, o pagamento foi feito em prazo e a Diana acabou com várias marcas de palmadas no rosto (haja gelo).


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma amiga diferente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.