Zootopia 2 - As regras de Nick Wilde escrita por Untitled blender


Capítulo 7
Ícaro


Notas iniciais do capítulo

hey, amigos! estarei postando o próximo em breve! vejo vocês lá embaixo!



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Nick pediu para Highhorn esperar no carro, parado a uma quadra de distância. O senhor big sabia que Nick era policial, mas não custava prevenir. Nick pensou muito no caminho até a porta do prédio, onde a limusine preta o esperava. O sr. Big não tinha muitos motivos para chamar Nick até a sua casa (na verdade, da penúltima vez que haviam se encontrado, ele quase fora atirado num poço semicongelado para morrer de hipotermia), a não ser que o assunto fosse Judy.

Então as notícias correram rápido. Nick nem quis pensar no que aconteceria quando a população começasse a exigir mais informações da polícia. Da última vez que isso acontecera, a cidade quase entrou em guerra. Mas parte disso era culpa de Judy. Se Nick falasse com o povo... Bem, provavelmente não acreditariam nele.

Ainda haviam muitos mamíferos que não gostavam de raposas.

Nick entrou no carro, torcendo para que o sr. Big tivesse uma pista.

***

A sala de visitas do Sr. Big não havia mudado nada, e para quem já sabia o que havia debaixo do tapete, parecia entediante. Para alguém tão rico, Sr. Big tinha uma mansão bem humilde. Nick arrumou a postura quando o urso chegou, carregando o roedor nas mãos, sentado em sua poltrona. Nick se perguntou se em algum momento o mafioso saía dela.

— Sr. Big, há quanto... – Nick começou a dizer, e foi interrompido pelo roedor, que estendeu a mão.

Por pura força do hábito, Nick se esforçou para beijar o minúsculo anel na mão do Sr. Big sem beijar-lhe o rosto.

— Nick, eu gostaria de ir direto ao ponto. Eu não gosto de você. Aliás, eu acho que o seu lugar é no gelo, junto com todos aqueles outros mamíferos que achavam que podiam me enganar. – ele ergueu as sobrancelhas, e, por um segundo Nick conseguiu enxergar seus olhos – mas eu o deixei viver e, admito, foi uma escolha acertada.

 Minha filha ficou sabendo do sequestro que houve hoje pela manhã. Ela á muito sensível, e por isso, me pediu para ajudar a encontrar a coelha que salvou a sua vida. É por isso que está aqui, Nick. Para que todos saibam que não podem tocar em ninguém da família do Senhor Big. Nem na madrinha dos meus netos.

— Como o senhor pensa em ajudar?

— Você é muito arrogante, Nick. Mas devo admitir que sua determinação é louvável. Sei que nunca pensaria em abandonar o caso. Por isso, vou dizer que eu tenho uma amiga na praça Saara que pode lhe informar a respeito do paradeiro de Doug. Meu carro irá leva-lo até lá, e para passar pela segurança só precisa dizer que eu te mandei ir. Mas tome cuidado. Ela não é muito confiável, mas me deve um favor.

— Certo, Sr. Big. Eu vou, obrigado pela ajuda.

— Mais uma coisa, Nick.

— Sim?

— Se você, por acaso for incapaz de encontra-la, eu juro que vai preferir ter sido jogado no gelo a um ano atrás.

Nick simplesmente deu de ombros.

— Nenhuma tortura que você consiga imaginar vai se comparar com a dor de ter falhado.

***

O carro parou em frente ao prédio mais alto de Zootopia, o Palm Garden. Nick desceu, olhando para cima. Ele quase não conseguia divisar as imensas “folhas” no topo da “palmeira”. O escritório da amiga do Sr. Big ficava no último andar. Nick imaginou quantos meses do seu salário seriam necessários para alugar aquela cobertura por um dia.

Perdeu a conta lá por 2000, quando chegou ao único elevador que tinha acesso exclusivamente à cobertura. Dois seguranças postavam-se um de cada lado da purta do elevador. Nick passou direto por eles, dizendo que havia sido mandado pelo Sr. Big. Um deles colocou a mão sobre o pequeno transmissor que tinha no ouvido.

— Ele está subindo. – avisou.

O elevador era luxuoso, todo em mármore branco, e levou exatos oito minutos para chegar ao topo do prédio. Para tanto, tinha uma espécie de divã de veludo na extremidade mais au fundo.  Não havia como esse móvel tomar espaço no elevador, que parecia feito para todos os tamanhos de animais, e Nick sentou-se nele, esperando o elevador chegar até o alto. Uma música suave tocava ao fundo, um violino muito bem executado.

Nick ficou surpreso quando chegou e foi recebido por outros dois seguranças. E em seguida foi conduzido pelo apartamento mais luxuoso que já vira. De repente, quase inconscientemente, sentiu-se sujo e desarrumado demais para aquele lugar, com seu uniforme de policial. Mas é óbvio que isso só o fez estufar o peito e caminhar como se fosse dono do lugar, com a expressão mais relaxada que pôde.

É claro que, sendo Nick Wilde, ele também não esperou sua anfitriã falar.

— Fiquei sabendo que você pode ter uma informação que eu necessito. – Disse ele, quando chegou até o escritório da tigresa branca.

— Sempre direto ao ponto. É por isso que eu amo raposas. Elas só fazem rodeios quando eles são necessários.

— Você, por outro lado, parece fazer rodeios não muito necessários, senhora...

A tigresa sorriu, e só então Nick teve tempo de observar a sala. Era pequena, comparada ás outras salas, tendo mais ou menos uns 10m² de área. Tinha uma estonteante vista das nuvens ao pôr- do - sol nas janelas do chão ao teto. O único móvel era a escrivaninha na qual a tigresa estava sentada, apesar de haverem várias obras de arte espalhadas pelo cômodo.

— Silvana, senhor Wilde. – ela disse, como se estivesse ronronando -  E sei que está com pressa, por isso serei direta. Um de meus informantes realmente viu as vans que o senhor está procurando. Elas pertencem à firma de um elefante chamado Dirk, A Dirk’s vans. Que nome deplorável. Bem, as vans chegaram à firma depois de haverem rodado muito. Na verdade, meu informante se disfarçou de investigador e checou a quilometragem dos veículos, que o dono da loja rigorosamente anota antes da saída e depois da chegada dos veículos. Os dados que ele anotou estão nesses papéis aqui – ela entregou duas folhas de papel sulfite dobradas a Nick, que as guardou no bolso como se nãotivessem importância.

— Sim, isso eu poderia ter descoberto sozinho, já que sou investigador. Você tem alguma informação que valha a minha visita?

— Ah, é claro! No meio do caminho, as vans pararam à beira da estrada e transferiram os prisioneiros para três caminhões de mudança roubados, depois antes de voltar à firma. Os motoristas receberam uma farta quantia para ficar de bico calado. E os caminhões foram descartados perto da Tiger’s avenue, na Savana Central. Infelizmente, meu contato não pôde informar onde era o destino final dos prisioneiros, por que perdeu o rastro dos caminhões no meio do caminho. Uma pena.

— É tudo? – Nick estava cansando do jeito de falar da tigresa.

— Ah, é claro que não! Eu tenho uma informação preciosa para dar! Você caiu em uma armadilha!

Nick não precisou terminar de ouvir a frase para começar a fugir. Derrubou uma das caríssimas estátuas no chão, atrapalhando os seguranças por um pequeno instante. Silvana não pareceu se importar. Ela simplesmente gargalhou.

Nick saiu da sala, odiando o fato de a casa ser tão grande. E ter apenas uma entrada. Ele tinha caído numa perfeita armadilha. Correu em direção à outra sala, pensando. O elevador estava fora de cogitação. Mesmo que conseguisse descer, haviam os dois sujeitos no térreo. E se eu descesse até a metade e depois saísse para o poço do elevador? Nick descarou a ideia imediatamente. Óbvia demais. E ele nem tinha garantia de que o elevador tinha uma saída para o poço.

Nick ouviu passos, e se escondeu rapidamente em outra sala.

— Sabe, Nick, uma das vantagens de ser uma tigresa á que eu posso ouvir muito bem o som de garras arranhando o mármore do meu piso. Não que eu precise disso, já que sou rica, e uma das vantagens de ser rica? Poder pagar um sistema de segurança muito bom.

 Um sensor escondido no teto próximo a Nick apitou. Nick saiu correndo novamente, passando por um piano de cauda e dando de cara com uma janela. Estava cercado. Silvana apareceu, seguida por seus seguranças estúpidos. Um leão, um lobo e um alce. Nick notou, próximo à sua mão, o trinco da janela. Um plano louco acabava de tomar forma em sua mente.

— É incrível como eles sempre acabam nessa janela – Silvana falou – vá em frente, Nick. Vai ser muito divertido termos um tiro ao alvo no telhado. Não é, rapazes?

— você deve um favor ao Sr. Big! Não pode me matar.

— Ah, querido, eu realmente devia um favor àquele roedorzinho sujo até alguns segundos atrás. Meu acordo era fornecer informação. Infelizmente, eu devo um favor ao Doug também. E o favor é jogá-lo para fora, então se quiser fazer isso sozinho, todos ganham! Devo dizer que é uma pena ter que fazer isso, Wilde, mas saiba que a sua morte vai valer a pena! Meus seguranças agora tem um suprimento inesgotável de cápsulas de soro de uivantes.

Nick ficou chocado com a informação. Mas o laboratório foi destruído! Pensou, furioso. O laboratório, não o dono dele, sua mente respondeu. Antes que pudesse pensar mais sobre o assunto, um disparo acertou o vidro à sua esquerda. Milhões de gotículas de soro azul anil espalharam-se por todos os lados.

Nick tinha medo de altura. Mas tinha ainda mais medo daquele soro. Sem pensar duas vezes, ele abriu a janela e saltou sobre o parapeito estreito. Logo atrás dele, uma das imensas folhas de vidro da palmeira gigante dava a sensação ilusória de que o prédio flutuava no céu, já que escondia o chão centenas de metros abaixo. Nick deu um passo para o lado, virando- se para encarar Silvana do outro lado da janela de vidro temperado.

 A tigresa ainda ria, quando um de seus guardas pôs a cabeça para fora da janela aberta e atirou. Nick se encolheu de encontro ao vidro, e a cápsula não o acertou. Mas o movimento brusco o fez perder o equilíbrio.

A tigresa ainda ria, quando Nick Wilde escorregou, caindo sobre o vidro liso e escorregando rumo à sua morte, não tendo onde fincar as garras.


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Notas finais do capítulo

Eu soube, recentemente que uma das ideias originais dos roteiristas era derrubar o nick e a judy desse prédio, então... foi mais forte que eu.
o próximo cap é POV da judy, só pra deixar vocês ansiosos, hehe
o que será que vai acontecer com o nick?
não esquecam de deixar assuas opinioes nos comments!
— estou sentindo uma treta!-