Zootopia 2 - As regras de Nick Wilde escrita por Untitled blender


Capítulo 6
Carta


Notas iniciais do capítulo

hey pessoinhas! mais um cap saindo, eu espero que vocês gostem bastante!
—sim, a Judy vai, INFELIZMENTE, ficar meio que em segundo plano na história - pelo menos no começo - e eu peço perdão por isso.
vejo vocês lá embaixo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/702776/chapter/6

Judy abriu os olhos, sentindo um pequeno desconforto no braço esquerdo. Depois ele se transformou em uma dor aguda. Ela checou o braço, que tinha um pequeno corte. Sentou-se e piscou. O lugar em que ela se encontrava lentamente entrou em foco. Um chão de concreto rachado, com pequenos tufos de mato crescendo nas rachaduras.

 Mais adiante, havia algumas latas amassadas, e o que pareciam máquinas enferrujadas. Judy tentou colocar-se em pé, mas caiu. Estava tonta, e sua cabeça parecia feita de pudim. Ouvia, um pouco distante e abafado, um pequeno ruído, como um apito ou...

“... iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii...”

— Judy! – a voz também estava a quilômetros de distância. Judy tentou se levantar novamente, e caiu de novo.

“... iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii...”

— Judy, minha querida, você “... iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii...” – as palavras se confundiam com o apito estridente que fazia suas orelhas doerem. Ele se intensificou, e , de repente...

“... iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii...”

— JUDY! VOCÊ ESTÁ BEM?

O som cessou, e as palavras soaram altas e claras. Talvez um pouco altas demais. Era a voz de seu pai. Por um instante, Judy não conseguia lembrar o que estava fazendo ali, deitada no concreto. Tentou se levantar uma terceira vez, e suas pernas protestaram com uma moleza que não era característica. Pareciam balões de gás, três vezes maiores do que se lembrava.

 O seu cérebro também parecia lento, demorando em achar energia para dizer uma frase.

— Heunn... exstoounn... beinn. – a língua de Judy parecia ter virado um punhado de areia molhada. Tentou de novo, com mais força de vontade.

— Eu estoun bem, mãe. Onde... – então ela se lembrou. O ataque. O sonífero. Por isso ela estava lenta. Sacudiu a cabeça com força, como se pudesse se livrar do efeito da droga simplesmente por esse simples movimento.

— Os outrios já acorddaram? – ela perguntou, começando a se acostumar com a língua pastosa.

Bonnie segurou a mão da filha e a ajudou a ficar em pé.

— Eddie foi o primeiro. Depois eu, depois seu pai. Parece que os animais maiores acordaram antes. Seus irmãos ainda estão dormindo.

Judy guardou a informação e olhou em volta. Ela estava em um lugar enorme, com o chão e paredes de concreto até os três metros de altura. Depois, a parede seguia em vigas de aço entremeadas com placas de metal, que também formavam o teto recurvo. Parecia um hangar ou fábrica abandonada. Judy hesitou ao dar os primeiros passos, amparada por Bonnie.

 Ela logo conseguiu caminhar entre os coelhos desmaiados, contando. Aparentemente, era por isso que Judy era boa de matemática.

— Ah, Judy, nós já contamos. Só conseguiram achar 356. Teresa, Ricky e Martha não estão aqui. Acho que eles ficaram pra trás.

— Então Nick já os encontrou.

— O que você disse?

— Eu liguei pro Nick. Ele e todo o DPZ não vão descansar enquanto não acharem a gente. – Judy falou em tom tranquilizador.

Ela realmente acreditava que Nick ia acha-los. Ele era inteligente demais pra deixar de fazer isso. Mas, quando encontrasse, como iria resgatá-los?

***

Nick estava voltando para o DPZ quando Garramansa o chamou no rádio.

— Nick?

— Fala, Garramansa.

— Você vai querer vir rápido. o pessoal que estava investigando o local do crime achou um dos sequestrados.

— Como assim?

— A raposa, Gideon Grey. Parece que ele foi levado até um pedaço do caminho, depois jogado para fora.

— Tá, eu estou indo aí agora.

Nick se apressou pelo resto do caminho, entrando no DPZ quase na hora do fim de expediente. Encontrou Gideon Grey sentado, conversando com Highhorn. Ele já havia encontrado Gideon algumas vezes, quando fora a bunnyborrow, e Judy havia comentado um episódio que ocorrera quando ela tinha nove anos.

Nick não morria de amores por Gideon, na verdade nem o conhecia direito, mas ele era amigo da família de Judy.

— então, Gideon, de raposa para raposa. – Nick não resistiu e teve que dizer isso – o que aconteceu? Conte tudo nos mínimos detalhes.

Gideon fez uma expressão curiosa, como se estivesse rebobinando uma fita em sua cabeça. Ele realmente não usava muito a sua esperteza, Nick pensava.

— Então... beleza. Eu fui ao aniversário da Sra. Hopps, principalmente por que eu tinha feito a maior parte dos bolos – tinha uns quatrocentos – então, lá pelo meio da festa, uma porta se abriu muito rápido, e todos começaram a correr. Ninguém sabia exatamente por que estava correndo, foi uma loucura.

Então as ovelhas apareceram, atirando em todo mundo que ficava para trás. Eu acabei sendo pego logo no começo, e desmaiei. Alguns minutos mais tarde, acordei na traseira de uma van preta enorme, cercado de coelhos dormindo. Eu batia na divisória que me separava do motorista, e ele ( um elefante de uns quarenta e poucos anos) parou a van.

Abriram a porta e me jogaram para fora. Eu vi outras sete ou oito vans enormes – talvez de elefantes também – que ainda estavam correndo pela estrada. Então levei outro tiro e apaguei. Acordei depois de alguns momentos, tonto. Alguém tinha me visto ao lado da estrada e parou pra me socorrer. Eu estou confuso até agora. É tudo o que eu lembro.

— Em que estrada você estava?

— Não sei. O cara que me socorreu disse que ela ia pra savana central passando pela praça Saara e Tundralândia.

Nick guardou a informação.

— Obrigado, Gideon. – então virou-se para Highhorn – então, os seus cálculos chegaram perto da verdade?

— Pelo que eu calculei, seriam necessárias oito ou mais vans tamanho elefante para carregar todo mundo.

— viu? Eu disse que não era impossível. – Nick se permitiu mais um pequeno sorriso. – cenourinha, eu estou indo.

Então, depois de fazer essa afirmação, Nick percebeu uma coisa. Ele não havia visitado o apartamento de Doug. Duvidava que a visita desse muito resultado, mas talvez, apenas talvez, tivesse uma pequena pista. Ele não pensou duas vezes. Se despediu de Gideon e perguntou a Highhorn se ele sabia dirigir.

***

O apartamento de Doug era grande, e por isso, Nick levou algum tempo procurando pistas na sala de visitas (uma bagunça de livros e tubos de ensaio), na cozinha (parte do fogão era um laboratório usado para ferver materiais), e no escritório (com cara de quarto de visitas reformado) antes de procurar no quarto de Doug. Assim que entrou, porém, o cheiro que sentiu foi inconfundível. Meio adocicado, e almiscarado, algo como...

Uma flor apodrecendo. Sobre a mesa de cabeceira de Doug, uma única uivante repousava sobre uma carta lacrada. No exterior, o remetente e o destinatário estavam escritos com uma caneta preta, provavelmente a caneta que repousava ao lado da carta:

De: Doug

Para: Nicholas P. Wilde

Nick abriu a carta com cuidado, por que ela poderia servir de prova.

Dentro do envelope, havia uma carta e uma fotografia impressa em uma folha de papel sulfite dobrado. Uma impressora comum, como a que se encontrava no escritório. Nick olhou a foto e isso bastou para que ele se sentisse mal.

Impressa em cores, com uma impressora a laser, a fotografia mostrava uma coelha deitada sobre um piso de concreto. Logo atrás dela, vários coelhos menores encontravam-se desmaiados. A coelha não parecia morta, ou talvez fosse isso o que Nick queria acreditar. Porque a coelha era Judy Hopps.

Na carta, havia um único parágrafo escrito à mão.

Alguns coelhos falam enquanto dormem. Judy Hopps é uma deles.

Você vai achá-la em casa.

“Nick, venha rápido! eles estão por toda parte. Venha rápido, ache a gente, Nick. Por favor.”

Encontre-nos.

                   - Doug.

 Nick dobrou a carta cuidadosamente, tomado por uma calma perigosamente completa. Metodicamente colocou a carta de volta no envelope, e o colocou em um saco plástico.

E saiu do apartamento caminhando devagar.

Logo que entrou no carro, onde Highhorn o esperava, ele ouviu o seu celular tocar. Número desconhecido. Nick atendeu.

— Nicholas Wilde – disse uma voz levemente conhecida. Espere. Reimann? – O Sr. Big requisita sua presença imediatamente. Há um carro lhe esperando em frente ao seu prédio.   


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tem cap novo em breve, viu pessoinhas? não se preocupem.
o que será que o mr. Big quer, hein? deixem seus comments antes de seguir pro próximo cap.