— Como assim nos encontraram?- Pensei.
   Terminei o banho e sai do banheiro. Vesti uma roupa, e reparei que Diana não estava no quarto dela. Fora do quarto, o frio e o silêncio tomavam conta da região. A alta neblina impedia que eu visse onde estava Diana. Bastou um grito, para que um carro em meio a neblina acelerasse e fosse embora, e do mesmo rumo aparecesse minha madrasta. Diana resolveu não tocar no assunto, porém, como sou curioso perguntei:
   - Do que se tratava aquele carro? Porque tenho um pressentimento que você tem algo a ver com isso!
   - Eram só os policiais. Descobriram que nos hospedamos aqui, e vieram com o objetivo de saber como estávamos.- Disse Diana.
   - Ha, então está explicado o termo ´´nos encontraram``- Pensei.
   Ligamos em uma pizzaria e pedimos nossa comida. Depois que jantamos peguei meu celular. Percebi que meus contatos haviam sido apagados. Perguntei à Diana se sabia de algo, pois esteve com ele no dia anterior.
   - Apaguei!- Disse a madrasta.
   - Como assim, apaguei?- questionei o ato impulsivo.
   - Qualquer relação com outras pessoas agora pode custar sua vida!- afirmou e concluiu dizendo - Você não deve saber de muita coisa, por enquanto. O necessário, você já sabe! Aliás, está na hora de ir dormir. Amanhã temos um dia longo.
   Escutei isso e fui dormir, apesar de não ter entendido muita coisa. Só tenho Diana nesse mundo, e preciso respeitá-la mesmo não gostando dela, ás vezes. Amanheceu. Mesmo deitado com os olhos fechados, meu consciente escutava tudo que se passava no quarto ao lado. Escutei Diana falando com alguém. Um homem. Ela falava rápido, e eu não entendia uma palavra. Levantei-me da cama, com esperança de pelo menos saber quem estava no quarto ao lado. Abri a porta, e me deparei com eles. Diana, com sua fisionomia assustada de sempre, e outros dois homens. Gêmeos. Na hora em que os vi, apenas os cumprimentei. Diana os acompanhou até seu carro que estava na entrada no hotel, e voltou até mim, na porta do quarto. Quando voltou me disse apenas isso:
   - O que acontecer daqui para frente, poderá decidir o futuro do mundo. Peço agora que vossa majestade me libere do meu trabalho. Creio eu, ter cumprido minha missão.
   - O quê? Vossa majestade? Missão? Não, não, você é minha madrasta. As vezes sou chato, mas eu te amo.- Disse meio sem graça.
   - Estou falando sério meu senhor. Agora isso não deve estar fazendo sentido, mas no futuro fará a diferença! Me libere por favor, preciso de sua palavra!
   - Liberar do quê?- Sem entender nada, resolvi escutar meus instintos - Libero Diana. Você cumpriu sua missão como madrasta.
   - Obrigada! Aqueles homens que viu agora pouco...
   -Os policiais.- Interrompi.
   - Não , mas isso agora não importa. Enfim, virão aqui te buscar daqui poucos minutos. Esteja pronto!
   Dito isso, Diana entrou no quarto e saiu no mesmo instante com sua mala. Estava pasmo pelo que acabara de escutar. Foi necessário apenas um adeus, para que minha madrasta de mistérios, saísse da minha vista em minutos. O que aconteceria agora? Para onde e iria? Segui apenas as últimas ordens que Diana me deixou: Espere os gêmeos. Me despersei, quando ouvi um uma buzina.
   - Lucca, precisamos ir agora!

Continua...