Seus lábios eram tão macios como em meus sonhos em que nós nos beijávamos, assim como o movimento de sua língua com a minha. Seu toque era tão terno, justo ao meu que até parecia que tínhamos sido destinados aquilo. Nos beijamos até perdermos a noção do tempo, até que paramos para respirar. Ela me olhou sorridente e me deu um selinho antes de nos afastarmos um pouco. Eu a abracei e rimos um pouco da situação.

— Isso foi bom. — Ela disse com seu sorriso iluminado olhando para mim e eu mal poderia acreditar que aquele sorriso era por termos nos beijado.

— Sim. — Eu disse puxando-a para mais perto. — Isso foi ótimo. Já fazia um tempo que eu pensava nisso. — Completei.

Ela me olhou confusa.

— Oh, desculpa. — Eu disse depois de uns segundos. — Eu não sou bom em me expressar, mas já faz algum tempo que eu queria ter um momento a sós com você assim.

Ela sorriu com mais ternura ainda e eu não conseguia parar de pensar se ela não fazia aquilo de propósito, pra eu me apaixonar cada vez mais por ela.

— Eu também te admiro há bastante tempo, Robert. — Ela disse quando nos abraçamos outra vez. Logo estávamos nos beijando novamente e era cada vez mais difícil não acreditar que aquilo era um sonho. Suas mãos geladas circulavam minhas costas por cima do casaco e como eu amava sentir seu toque.

Ela porém parecia estar com frio então quando nos afastamos eu sugeri que ela tirasse seu casaco e colocasse o meu, que por ser de couro estava mais quente. Ela se enrolou e nos beijamos até notarmos a luz do restaurante apagando.

— Vamos precisar sair do estacionamento. — Ela disse apontando e eu assenti com a cabeça.

— Foi uma boa noite. — Eu disse sorrindo e ela me deu mais um selinho e assim demos partida para casa.

Alguns minutos depois a chuva havia acabado, dando espaço somente para um pouco de garoa quando chegamos em frente ao seu prédio. Desliguei o carro e suspiramos fundo.

— Nos vemos depois? — Eu falei um pouco apreensivo. Maldito nervosismo.

— Eu espero que sim. — Ela respondeu. Nos beijamos mais algumas vezes até que ela se despediu e subiu.

Eu fiquei mais alguns segundos ali parado, com medo de dormir para acordar e descobrir que aquilo não tinha sido real. Algumas horas o dia havia chegado e me sinalizado a verdade: tudo aquilo havia sido real. Para minha felicidade.

***

Eu ainda estava nervosa, mas não menos feliz por toda a situação com Borden. Eu havia ficado com seu casaco no final do dia, mas depois do banho acabei secando-a e dormindo com ela. Com seu cheiro. Era tão bom lembrar de seu beijo, seu toque. Acordei super confortável pelo frio que fazia lá fora até meu celular tocar no meio da tarde. Haveria trabalho naquele dia, apesar de ser final de semana. Pela primeira vez não protestei. Vi algumas mensagens reclamando de Tasha, mas me arrumei e comi, partindo pro trabalho. Antes peguei o casaco do Borden, quem sabe eu poderia entregá-lo.Guardei em uma sacola e peguei meus documentos e me aqueci com casaco e cachecol, partindo pro trabalho.

— Boa tarde. — Falei logo que vi Tasha com a cara emburrada na porta da garagem.

— Boa tarde? Oh Deus, onde você estava? Eu estou de ressaca, está frio e tive que vir fazer trabalho de escritório. Não tem como se boa tarde. — Ela disse.

— Remédio? — Eu perguntei balançando a bolsa e ela acenou com a cabeça que não. Quando a alcancei, subimos a escada até o hall e logo pegamos o elevador.

— Como foi a noite? — Perguntei curiosa até que ela virou-se pra mim.

— Você não foi, né, mas foi engraçado. Reade perdeu aposta de novo comigo. — Ela disse rindo.

— E seu compromisso? — Ela perguntou com tom de ironia

— Foi bom. — Eu disse tentando sair do assunto até que chegamos no andar.

Tasha virou-se para mim logo que saímos no nosso andar.

— Você foi a um encontro? — Ela perguntou com cara de desconfiada dessa vez e aquele seu riso que ela dava sempre que descobria algo.

Eu corei. Sabia o show que Tasha ia fazer ao saber, mas que não conseguiria esconder dela.

— Sim. — Eu disse depois de um tempo, tendo de observar seu comportamento eufórico.

— Quem é o cara? — Ela perguntou logo que o vi. Era Borden do outro lado do corredor. Eu corei ainda mais até que ela olhou para onde eu estava. Eu me encaminhei a ele sem falar nada com ela.

— Hey, bom dia. — Disse ao me aproximar dele, entregando o pacote com seu casaco.

— Bom dia. — Ele disse com seu fervoroso sorriso para mim.

— Obrigada pelo casaco. — Disse depois de um tempo e ele assentiu com a cabeça, corando como eu e quando olhei Tasha estava nos observamos.

Eu virei para seguir com ela até minha sala até que depois que me agachei para ligar o computador ela me olhou.

— Eu não acredito! — Ela disse depois de um tempo. — Você e o Borden… — Ela começou. — VOCÊS! — Ela disse gritando.

— Tasha, silêncio! — Eu disse chamando sua atenção e ela riu. — Sim! — Eu disse encarando-a. — Foi ele com quem eu fui para um encontro ontem.

A morena voltou a sua euforia e eu não pude não rir.

— Eu sabia que ele gostava de você! — Ela disse depois que pegou os documentos com os quais tínhamos que trabalhar.

— Eu não sabia. — Disse depois de um tempo. — Mas ele é adorável.

— Ai meu Jesus… — Ela disse olhando para mim. — Você gosta dele também! Que fofo!

Eu revirei meus olhos até que ela me olhou séria.

— Você não gosta dele? — Ela perguntou me confrontando.

— Gosto. — Eu disse encarando-a. — Mas não acha que ta cedo pra tanta euforia? Da última vez… — Eu disse mas não continuei por lembrar do David.

— Ele é ele, David é David, amiga. Você deve buscar a felicidade e não ficar com medo das consequências dela. — Ela disse recolhendo os papéis e saindo. — Vou na sala do Weller.

Eu fiquei sozinha na sala, e depois de ligar o sistema voltei a tentar decodificar mais uma tatuagem. Eu voltei a pensar no Borden e de como não tinha sido legal a conversa no corredor.  Abri meu celular para lhe mandar mensagem.

“Desculpa por quase agora. Tasha não sabe bem disfarçar as coisas. Foi bom rever você.”

Poucos segundos depois ele respondeu.

“Sem problema. Podemos nos ver mais tarde”

“Digo, posso ir ao seu laboratório?”

Respondi com um sorriso

“Seria bom”

Ele mandou um bonequinho sorrindo e eu voltei ao meu trabalho. Era início de noite quando todos os meus agentes já havia ido e agente Rose veio a minha sala. Ela estava com umas rosas na mão. Ela me olhou sorrindo.

— São pra você. — Ela disse colocando sob a minha mesa.

Eu sorri para ela e as peguei. Havia um bilhete junto delas.

“Eu não sou tão bom em me expressar, mas era só pra te dizer que adorei a noite”

Não pude deixar de registrar e mandar pra Tasha que mandou milhares de emojis de coração. Eu já estava indo pra casa quando o avistei saindo da sua.

— Hey.. — Eu disse quando o alcancei e logo que ele se virou eu roubei um beijo seu. — São lindas. Obrigada.

Ele acenou com a cabeça e voltamos a andar no corredor.

— Já está indo pra casa. — Ele disse e paramos em frente ao elevador.

— Sim. — Eu disse depois de um tempo. — Quer ir comigo? — Perguntei por impulso, mas no fundo querendo muito sua companhia comigo.

— Sim. Seria bom. — Ele disse sorrindo.

Nos encaminhamos para meu carro e trocamos alguns beijos até partirmos. Chegando em casa, estava mais frio que o normal pois eu havia deixado um pouco da janela aberta. Eu logo a fechei e ofereci o sofá para que ele se sentasse.

Decidi fazer chocolate quente por conta do frio e ficamos conversando sobre um programa que estava passando na TV até que eu finalmente pude me sentar com ele. Servimos nosso chocolate e sentamos lado a lado e pouco depois de tomarmos um pouco voltamos a nos beijar.

Seus lábios eram tão fortes, marcantes e seu toque eram tão envolvente que quando me dei conta eu já estava com as mãos em suas pernas. Ele porém estava fazendo movimentos sob a alça da minha blusa. Nos olhamos profundamente até que voltamos a nos beijar. Suas mãos agora estavam na parte de fora das minhas coxas, puxando seu corpo contra o meu e logo ele estava deitado sob mim naquele sofá. Suas mãos eram tão quentes e era tão bom sentir seus braços fortes sob minhas mãos. As carícias foram aumentando e depois de um beijo seguido de uma mordida acenamos para minha cama.

Eu estava feliz e excitada de um modo que nunca pensei que fosse ficar com ele. Seu toque era tão envolvente e convidativo que não tinha como não querer tê-lo ali.

Nos jogamos sob a cama e logo ele estava sob mim. Rasguei minha unha sob suas costas e senti o ferimento, mas ele apenas sorriu com seus lábios sob os meus. Nos olhamos e tiramos sua camisa e logo eu estava sem a minha também. Ele beijou ternamente e lentamente meu pescoço até que estava desabotoando meu sutiã. Ele beijou meu corpo e logo depois me beijou. Tiramos minha calça e nos alisamos um pouco mais até ficarmos completamente sem roupa. Nosso toque assim como nosso corpo esquentou e após mais alguns beijos eu o senti finalmente dentro de mim. Era um novo nós que estava surgindo ali. Sem mais medos, vergonha, ou o que quer que tivéssemos mais de bagagem. Comecei a me movimentar, assim como gemer entre nossos beijos e sua velocidade dentro de mim logo nos levou ao orgamos. Nos beijamos lentamente quando ele caiu lentamente seu corpo por cima do meu. Rolamos até estarmos um nos braços do outro, trocando beijos e sorrisos.

— Foi uma boa ideia vir a sua casa. — Ele disse sorrindo, me beijando e mordendo meus lábios. Eu enterrei minha cabeça em seu pescoço.

— E agora você é sempre bem vindo aqui. — Finalizei. Deixando nós dois com dois sorrisos cada vez mais bobos.