You're a terrible liar escrita por Romanoff Rogers


Capítulo 6
Carros e nazistas




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— O Steve está estranho. - Clint murmurou para Wanda, que encarava o loiro apreensiva.

— Parece preocupado demais.

— Vai ter que esperar, chegamos! - Clint anunciou, todos se prepararam para pousar, e Clint escondeu o jato nums clareira longe da casa em modo invisível.

— Escutem o plano. Eu, Clint e Wanda vamos avançar até a casa, um de cada lado, e se precisarmos de reforços vou avisar pelo localizador, código verde só em último caso. - Steve finalizou, recebendo um sinal de cabeça afirmativo.

Os três desceram, seguindo cada um para um lado, e se posicionaram escondidos. Steve observou a casa pequena de madeira, com um galinheiro vazio perto de uma horta mal cuidada. Ela tinha dois andares e uma porta dos fundos estava entreaberta.

— Avançar. - Steve mandou, andando devagar pelo chão de cascalho. O loiro se abaixou, vendo marcas de pneus se estendendo até o portão de madeira. A pequena garagem tinha marcas de um pneu só, revelando uma moto que saiu agora pouco.

Steve, devagar, entrou na casa, revelando seu interior completamente abandonado e cheio de poeira. Encontrou os dois na sala, e logo fez sinal para subirem em silêncio e Clint esperar ali. Wanda o acompanhou para cima, nervosa em e silêncio, e abriram as portas uma por uma.

Na última, um balde de água caiu no chão, e os olhos de Wanda pararam até onde a água ia.

— Pula, o fio! - Ela berrou, tendo tempo apenas de se levitar para tirar os pés do chão, mas Steve entendeu o que ela quis dizer, e antes da água chegar no fio desencapado e eletrocuta-lo, ele se jogou na janela atrás de si, batendo no telhado da varanda e caindo no cascalho lá embaixo.

Ele gemeu, sentindo todo o corpo doer, e Clint logo foi até ele.

— Que isso, cara, você não voa! - Ele zombou, ajudando Steve a levantar.

— Percebi, Clint.

— Não tinha ninguém?

— Não.

Wanda saiu pela janela, pousando graciosamente no chão.

— Desculpa, ainda não consigo levantar duas pessoas com meus poderes.

— Tudo bem.

Um barulho de mensagem foi ouvido vindo do celular de Steve, que olhou a mesma.

"Natasha: Cheguei. E você, está bem?"

Ele apagou a tela, voltando com os amigos para o jato.

(...)

Já era quase noite. Wanda dormia com a cabeça no colo de Clint e todos conversavam sobre os danos do ataque e tentavam prever o próximo, porque esse cara do braço de metal não parecia que vai parar tão cedo.

Ninguém conseguiu não pensar que Steve estava escondendo algo por estar a discussão inteira quieto.

— A estrela vermelha me parece soviética. - Bruce comenta, cruzando os braços.

— Pensei nisso. - Clint responde. - Mas não temos como ter certeza.

— É algo que posso adicionar ao algoritmo de pesquisa.

— Já procurou na internet? - Steve murmura, e todos olham para ele esperando uma explicação. - Eu pensei.. Ele é experiente, não temos dúvidas disso. E um lugar distante como a Rússia parece ser explicação para que nunca tenhamos ouvido falar nele. Mas e as pessoas da Europa Oriental? Eles tem muitas lendas, podem ter algo sobre um assassino com braço de metal.

— É uma boa ideia, Steve. - Wanda disse, tendo acordado a alguns minutos.

— É sim. - Tony começou a digitar freneticamente procurando pelas palavras certas. - Achei algo num site chamado.. Molotov.cov. Jarvis, leia pra gente.

— "O Soldado Invernal" - a voz robótica começou. - A lenda do soldado assassino do inverno começou por volta de 1948 na região onde hoje é Belgorado, quando o prefeito foi assassinado junto a seu filho de três anos. É considerado a primeira aparição do Soldado, quando a empregada afirmou ter se salvado por ter se escondido no armário do cômodo onde foram mortos.

'Ela viu um homem com braço de metal. E vários outros assassinatos horrendos ma região onde foi a caída União Soviética e Europa foram cometidos com a mesma acusação. Alguns acreditam que ele seja a personificação da morte comunista e que trabalhe para o governo, outros, que é um nazista imortal que mata os imorais.

'Os assassinatos foram comprovados mas a imprensa ocultou o seu autor, estando ainda foragido e serve de história para assustar meninos adolescentes que vão para lugares de madrugada e cometem coisas ilícitas."

— Boa lenda. - Clint comentou, descrente.

— Heimdall o viu, ele é real. - Thor rebate, cruzando os braços.

— Mas com certeza não é um nazista imortal. - Steve falou, pensando sobre isso.

— Precisamos acha-lo.

— É madrugada. - Wanda esfrega os olhos, caindo para trás.

— Preciso de mais dados pro programa de rastreamento, temos que pesquisar mais. - Tony fala, esfregando os olhos.

— Vou pedir tudo que Nick tem sobre assassinatos que envolvam um homem com braço de metal, e casos de assassinatos políticos não resolvidos. - Clint murmura, pegando o celular.

— Faça isso e peça alguém para trazer bem cedo, dormimos aqui e olhamos pela manhã. - Steve concorda.

— Fala com a Sharon, peça arquivos da CIA. - Bruce disse, e o loiro assentiu.

— Só isso que podemos fazer? - Wanda pergunta. - Procurar e esperar?

— Não vejo outra opção. - Tony responde.

— A equipe de perícia da SHIELD foi enviada para a cabana, eles estão analisando tudo e provavelmente teremos mais informações, como a marca da moto dele, tamanho do sapato, quem sabe um DNA, mas é pouco provável o último. Então.. Esperamos ele vir até nós. - Barton termina, e eles assentem.

O telefone de Steve toca, e o mesmo se levanta para atender perto da janela. Natasha.

— Nat, desculpe não...

Steve? - Ela falou. Sua voz estava ofegante, nervosa, ela parecia prestes a chorar. O loiro ficou sério, sentindo o desespero o atingir.

— Natasha, o que foi?

— E-Eu não vi ele, veio do nada, Steve, nem sei direto onde eu estou, e-e.. - ele ouviu-a soluçar, tentando ficar calma, mas a ruiva estava totalmente desesperada.

— Natasha, se acalma, fala devagar, por favor. Onde você está? - o loiro passou os dedos pelo cabelo, andando de um lado ao outro.

Eu não sei.— ela ofegou, tentando obedece-lo e ficar mais calma e se livrar do choque, mas ficava difícil. A dor em sua mão era muita e a impedia de pensar. - Bateram em mim.

— O que? - ele soltou, encostando na janela. Parecia que seu mundo estava desabando.

Todos os Vingadores encaravam-o preocupados com sua expressão preocupada e mãos na cabeça. Não ouviam a conversa, mas sabiam que era ruim.

No carro, Steve, bateram no carro.— Ela gemeu de dor, fazendo-o ficar ainda mais preocupado.

— N-Natasha, você está machucada?

Eu acho que.. quebrei o pulso, não sei, usei a mão pra me segurar e.. Steve, eu preciso de ajuda.

— Natasha, me fala onde você está. - Ele falou, fechando os olhos de nervoso. Seu coração estava a mil, era como se estivesse meio a arames farpados.

Não sei, vou mandar a localização. Está tudo deserto...— Ele engoliu em seco, recebendo segundos depois a localização dela.

— Okay, fica no carro, certo? Não é um bom lugar pra ficar sozinha. Eu estou indo, tudo bem? Liga pra ambulância.

Okay. - ela fala por fim, e ele desliga, já cruzando a sala.

— Steve, está tudo bem? - Tony pergunta, mas o loiro não responde, pensando unicamente em Natasha naquele momento.

Steve subiu na moto, acelerando a toda velocidade, com o coração ainda disparado, e em pouco tempo cruzou Manhattan.

A ruiva se assustou com o farol dele vindo na direção dela, primeiro sinal de vida que ela tinha em muitos minutos, mas assim que o viu descer e teve certeza que era seu salvador, ela saiu do carro, já sendo abraçada por ele.

Steve passou os braços ao redor dela, acariciando seu cabelo enquanto ela derrubou algumas lágrimas que não conseguiu segurar. Ficaram assim até Natasha sentir como se fincassem seu braço e se afastar dele, segurando a mão esquerda num gemido.

— Ei. - ele falou, fazendo-a tirar a mão e deixa-lo analisar. O braço dela estava um pouco inchado e roxo na região do meio do ante braço.

— Não consigo mexer. - Ela disse, olhando para ele nervosa, e limpou as lágrimas que insistieam em escorrer com a outra mão.

— Chamou a ambulância? - Ele perguntou e ela assentiu. - Algum outro lugar dói?

Ela negou com a cabeça também, fechando os olhos e se encostou no capô do carro. Steve olhou ao redor, analisando a rua. Ela ela tinha apenas uma outra rua que seguia reto e outra que subia um morro inclinado. A maioria das coisas ao redor eram terrenos baldios e prédios antigos provavelmente habitados, mas a iluminação era precária.

O loiro se abaixou na frente do carro, fazendo uma careta com os estragos. Aquele amassado enorme e a posição que o carro de Natasha se encontrava, indicando que foi arremessado para o outro lado e deixando-o virado tendo por pouco não capotado indicava que a batida tinha sido horrível.

Seu coração apertou ao pensar em Natasha sozinha sendo arremessada dentro de um carro.

— Nat, por que você passou aqui? - Ele disse, se aproximando dela.

— Tinha uma batida na avenida que que eu passo todos os dias para vir da clínica, o trânsito estava desviado pra um lugar com mais trânsito. Virei numa rua errada e quando vi estava perdida.
Ele assentiu.

 

— O hospital mais perto daqui é meio longe, mas provavelmente em alguns minutos estarão aqui.

— Tá tudo bem. - Ela olhou para ele, umidecendo os lábios. - Sei que está tarde, mas eu não sabia o que fazer, eu estava em choque e você foi a única pessoa que pensei...

— Fico feliz de ter me ligado. - Ele tocou seu rosto, fazendo-a encostar nele sem levantar do capô. Sua mão repousava no colo, imóvel e dando espasmos de dor. - Odiaria saber que ficou aqui esoerando sozinha e.. que bom que está bem. Podia ter sido pior se você não tivesse pensado rápido e segurado o volante.

Ela sorriu de leve pra ele, repirando fundo.

— Foi uma SUV preta. Não vi direito, só desceu aquele morro a uns 100 km por hora e bateu em mim com toda força. Parecia até de propósito, mas ninguém tem motivos pra fazer isso.

Steve gelou.

Tinham. Muitas pessoas.

Para atingir ele.

O loiro fechou os olhos, querendo gritar. Droga, ele não conseguiria proteger ela?

— Nós.. Precisamos conversar. - ele murmurou, fazendo-a olhar para ele.

Antes que ela pudesse perguntar, o barulho de sirenes finalmente foi ouvido. Em poucos segundos dois paramédicos vestidos de uniforme azul desceram da ambulância.

— Santo Jesus, foi feio, Andrews. - A mulher negra e baixinha disse, já se aproximando dos dois. - Sou a paramédica Darcy. Se afaste por favor. - ela pediu a Steve, que obedeceu, meio relutante.

Logo a mulher colocou uma lanterninha nos olhos da ruiva, analisando bem, e ela apenas deixou. Andrews tirava a maca de dentro da ambulância e a ajeitava no chão.

— Esse braço. - Ela negou com a cabeça, o levantando devagar, e Natasha fez uma careta.

— Vou precisar encostar e você me diz onde doi mais. - ela assentiu, sentindo o nervosismo crescer ainda mais. A mulher apertou de leve seu pulso e ela apenas fez uma careta, engolindo em seco. Subiu mais e ela gemeu, olhando par a moça desesperada. No terceiro apertão Natasha gritou mantendo a boca fechada e jogou a cabeça para baixo, sentindo uma dor enorme.

Steve fez uma careta, fechando os olhos, atormentado por ve-la sofrendo.

— É o que eu pensei, fratura. Vamos te imobilizar para evitar a dor, e vamos te levar para o Hospital, ruiva.

Ela encarou Steve, que a olhava de braços cruzados e uma expressão preocupada. Ele apenas deu um sorrisinho falso vendo-a assustada, e piscou pra ela, dizendo-a que estava tudo bem. Natasha forçou também, respirando fundo.

— Certo.

Ela se levantou, recebendo ajuda para deitar na maca, e Andrews rapidamente a imobilizou, colocando-a para cima num tranco. Steve subiu na ambulância, segurando sua mão.

— Vou ficar e resolver com o seu seguro e o guincho, okay? Vou pra lá assim que der. - ela assentiu, sentindo-se doze vezes mais nervosa por ele não ir com ela.

E como ele queria acomoanha-la.

Beijou sua cabeça e desceu, vendo-a desviar os olhos dele e focar no teto da ambulância.

Assim que ela se foi, Steve chutou a roda do carro, encolhendo-se no chão. Ele passou a mão pelos cabelos, pelo rosto, e se odiou intensamente.

Ele não presta. Ele é uma mentira pra ela. O que eles tem é mentira. Ele mentiu pra ela desde que a conheceu e ela não merecia isso.

Só tinha uma coisa a fazer. Doía, mas ela ficaria melhor sem ele.


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