Maldição dos Deuses escrita por Nephilim Imortal


Capítulo 7
Janeiro * Buscando Respostas


Notas iniciais do capítulo

Leitores, mil desculpas pela confusão. A história se passa nos Estados Unidos e o verão é em janeiro?Oi? Imaginem que os estados Unidos se encontra no hemisfério sul, espero que isso não atrapalhe essa história maravilhosa
Obrigada a todos! :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/702158/chapter/7

Fui até a Casa Grande falar com Quíron, precisava saber da minha mãe, meu padrasto. O que estava acontecendo ali? Eles deviam estar desesperados por não ter conseguido falar comigo. O centauro estava na varanda da casa Grande junto ao homem chamado Sr.D.

—Com licença, Quiron.

Eles jogavam um jogo estranho. Sr. D me fuzilou com o olhar púrpura, pois estava atrapalhando o jogo de cartas. Mas eu não me importei, meu assunto era mais urgente.

—Eu sumi da minha casa e minha mãe gritou no telefone comigo quando sai, não lembro direito o que, mas estou muito preocupada com ela e com meu padrasto, eles são minha família. Não quero que nada de mal os aconteça

—Essa menina nunca para de falar? – esbravejou Sr.D

—Giovana, eu mandei um pessoal para sua casa, avisar sua mãe de seu paradeiro.

Que alívio!

—Mas, infelizmente a casa estava vazia, literalmente eles esvaziaram a casa, foram embora, talvez soubessem que outro monstro poderia procurar seu cheiro lá e saíram. Ninguém sabe onde estão, mas estamos trabalhando nisso. Seu caso é mais complicada do que parece.

Fiquei arrasada, eu realmente estava perdida no fim do mundo.

—Não tem nada que eu possa fazer?

—Só lhe resta esperar, na verdade.

—Sr.D, por que os deuses demoram para reconhecer seus filhos? Somos uma vergonha?

—Giovana, não o irrite – advertiu Quiron

Sr.D parecia que ia explodir, mas apenas continuou observando minha expressão completamente perdida.

—Existem inúmeros motivos, querida. Às vezes é por falta de tempo mesmo. Mas na maioria das vezes temos de esperar até que estejam prontos.  

Talvez o Sr.D tenha alguma compaixão afinal

...

Passei na enfermaria pra agradecer ao menino que tinha me salvado, afinal ele quase dera a vida por mim. Era um campista novo e com pouco treinamento. Dera o azar de estar próximo a minha casa ontem. Talvez estivesse apenas na padaria comprando açúcar para seu pegaso não é mesmo?

A enfermaria do Acampamento era algo estranho. Não combinava com o clima antigo do lugar, era moderno demais, não que se parecesse com um hospital de alta complexidade, mas, sim era muito claro, limpo, o piso era especial diferente do resto e os leitos eram arrumandos com lençóis brancos. As mesinhas de cabeceira eram de madeira e naquele momento havia pouca circulação de pessoas.

Ele estava repousando, então apenas me sentei o observando.

—Você veio – disse ele com um sorriso largo, porém os olhos ainda fechados.

Eu me assustei.

—Pensei que estivesse dormindo.

—Só descansando.

—Como estão os ferimentos?

—Melhor, saio do hospital amanha.

—Carlos – ele abriu os olhos assustado com a seriedade em minha voz. – Obrigada por me salvar, se você não estivesse lá. Eu não estaria aqui. Entende?

—Esse é o trabalho dos heróis não é mesmo?

Nós rimos, olhando um para o outro. O garoto era loiro, mas agora eu percebia que não era o mesmo loiro dos filhos de apolo, muito menos dos filhos de Atena. Era um loiro bronze muito lindo. Não sei se era pessoal ou uma característica dos filhos de Dionisio, mas ele parecia ter ao mesmo tempo bondade e sedução nos olhos. Observando seus traços mais de perto pude perceber quanto era bonito.

—Quem sabe? Que bom que está melhor, assim podemos conversar sobre algo que não seja a morte não é?

—O que você propõe?

Olhei para o relógio de parede da enfermaria com tristeza e urgência.

—A conversa vai ter que esperar até amanha, estou atrasada. Me desculpa?

—Vejo que já está bem atarefada.

—Estou arrumando a biga do Chalé 11.

Ele pareceu feliz por mim.

—Meus parabéns! Quem sabe aquele chalé ganha por sua causa Giovana?

...

Dessa vez, me dei ao luxo de andar bem devagar. Estava cansada, muito suada. O meu moleton estava quase caído da cintura e os shorts da Miranda estavam todo sujo, assim como a blusa do acampamento devido a minha aula de arco e flecha e todas as corridas para lá e para cá. Cheguei a ala dos chalés.

Parei na frente do chalé três. Era minha última missão antes do jantar. Odeio dormir com assuntos pendentes no dia. Bati na porta e chamei-o:

—Percy! Você está aí? Posso entrar? Temos que conversar. Se não puder ser aqui pode ser em outro lugar?

Minha personalidade é muito conflitante, isso me irrita. Mesmo sendo extremamente envergonhada e tímida, algumas vezes ajo impulsivamente esquecendo a timidez, o que explica eu ter feito o semi projeto da biga e estar falando com Percy Jackson, um desconhecido daquela maneira.

O garoto estava deitado e se sentou na cama, esfregou os olhos e limpou a boca. Olhou para a porta e deu um sorriso.

—Giovana, tudo bem?

—Mais ou menos. Desculpe por te acordar, mas, precisamos conversar.

—Tudo bem, preciso parar de dormir.

Ele colocou os chinelos e veio até a porta.

—Desculpe, mas não posso deixar que você entre, Sr. D ia me matar.

— Podemos ir até a loja, conversamos lá e aproveito para comprar um analgésico roupas!

Ele riu analisando minha situação

Comprei algumas calças e duas camisetas sendo uma delas do acampamento e outra verde básica, um pijama e algumas peças de roupa íntima. A menina do caixa colocou tudo em uma sacola e abriu uma conta para mim. Ela era bonita, mas meio mal humorada.

Sentei-me na mesa de Percy e este apertava as têmporas.

—O que você quer me falar?

—Essa noite eu tive um sonho onde você estava.

Sua expressão mudou repentinamente. Ele franziu as sobrancelhas e abriu a boca como se tivesse lembrado sobre algo desagradável que preferia esquecer.

—Eu também tive um sonho. – disse ele olhando através da janela para as colinas. Depois voltou-se novamente para mim – Com você.

—Acho que tivemos o mesmo sonho então

Contei rapidamente o que eu vi e ele concordou dizendo que tinha sido idêntico para ele.

—O que isso significa?

—Não faço ideia – respondeu ele.

—Por que eu apareci no seu sonho? Você sabe quem era aquela garota do escudo assustador?

—Não faço ideia de quem seja, nenhum deles na verdade, vamos pensar mais um pouco, quem sabe eu descubro. Se não lembrar de nada em três dias eu vou te buscar no chalé 11, ou no chalé que você estiver, pois pode ter sido reclamada...

—Duvido muito.

—Para então falarmos com Quiron.

—Tem razão. – olhei para as colinas – Percy, quanto tempo Poseidon levou para te reclamar?

—Hum... – ele murmurou – um mês eu acho.

—Um mês? Meus deuses, eu nunca vou ser reclamada.

—Vai sim, é que eu acho que nem meu pai me queria – ele sorriu e eu também.

—E quantas vezes você já se encontrou com ele?

—Uma vez.

—Só?

—Só. Uma vez não é pouco, não. Annabeth por exemplo sabe que é filha de Atena desde os 7 anos e nunca falou com a mãe.

—Nossa! Os deuses não são nada paternais, hein?

—Não mesmo – ele riu

—Eu tenho que voltar para a oficina para ver... Deixa para lá.

—O que?

—Nada não. Ahn... Só mais uma coisa, qual é o nome do seu irmão de um olho só?

Percy pareceu ofendido:

—Tyson...

—Ele é muito legal com você, espero que não tenha vergonha dele.

...

Corri de volta para a oficina, carregando minha sacola de roupas e praguejava (em português mesmo), pois tinha ficado tempo demais atarefada e com isso me esquecera que Travis e Connor estavam me esperando.

—Merda, merda, merda.

Eu falava enquanto, tropeçava de tão rápido que tentava correr. Cheguei na oficina e não agüentei me joguei no chão, deitada próxima a biga de Hermes, com os olhos fechados, quase morrendo de falta de ar.

—Santo Hermes!! – disse Connor – ela está morrendo?

—Acho que não, só exagerou na corrida. Se ela não morreu com a dracaena não vai morrer agora.

Abri os olhos e observei-os ainda ofegante.

—Desculpe pela demora, ok?

—Tudo bem, acabamos agora.

—Não da tempo de fazer o resto agora. Temos que voltar para o chalé.

...

A trombeta soou.

—11 reunir! – gritaram os meninos.

Olhei para os lados e percebi que Chris estava pensativo e muito longe, triste e melancólico. Pensei se ele não tinha nenhum problema. Acho que não era feliz no Acampamento Meio Sangue.

Chegamos no pavilhão por último,mas não atrasados. Sentamos e Quiron deu inicio a cerimônia dizendo que o Sr. D estaria fora do Acampamento por alguns dias, mas que depois retornaria. O jantar estava uma delícia como no dia anterior. Novamente eles queimaram comida aos deuses e eu pedi que meu pai desse algum sinal de existência. Bruno me encarava preocupado:

—Giovana, onde você se meteu? Você parece muito cansada.

—Nada, não, Be.  – senti minhas buchechas esquentarem.  – Descupe pelo apelido Bruno

—Não – ele sorriu  - Eu gostei.

—Serio?

—Aham... Mas não acredito que não aconteceu nada.

—Não mesmo. – olhei para Connor e Travis ao meu lado e continuei – Só estávamos treinando um pouco não é?

—Claro!  - concordaram.

Bruno não falou mais nada, mas eu percebi que não tínhamos convencido.  Depois de comer uma deliciosa macarronada (não me chame de gorda eu trabalhei muito durante o dia.) e um filé de peixe suculento e beber meu Guaraná, cada um foi para um canto, alguns foram para o anfiteatro, outros foram cantarolar ao redor da fogueira. Eu conversei um pouco mais com Percy Jackson, percebi que Annabeth me fuzilava com o olhar, desconfiava que ... Não, não podia ser, Percy era tão... Deixa para lá!

Depois de mais ou menos meia hora ali, olhei para os Stoll que vinaham em minha direção.

—Como nós somos os conselheiros temos que botar todos para dormir, depois de mais ou menos meia hora, vamos te acordar.

—Ótimo, meia hora de descanso – disse ironicamente. Eles riram.  – Ei, garotos, eu não pensei que vocês fossem tão sérios e responsáveis.

—Quem disse que nós somos? – gargalharam e eu não entendi, provavelmente piada deles.

Caminhei com passos letárgicos em direção a ala dos chalés. Bruno chegou correndo em mim e disse:

—Gi, o que aconteceu com você?

—Nada.

—Você não me engana, você está morrendo.

—Não é pra tanto. Amanha você vai ver, meu esforço vai compensar.

—Hum... detesto quando não me contam as coisas. Ah, falar nisso, o que falaram na reunião ontem?

Contei a ele os detalhes da reunião enquanto andávamos lentamente em direção aos chalés. Entramos no chalé, só nós dois estávamos lá o que era um pouco estranho. Ele colocou o pijama. Eu não colocaria o meu não tinha sentido, mas vesti a jaqueta, pois estava esfriando e tirei meu bom e velho All Star.

—Ahn... Tem como você se virar pra eu me trocar?

O abusado estava deitado na sua cama me observando, ele se virou sem muita relutância. Eu coloquei então uma de minhas calças de malha nós continuamos a conversar, até que os outros chegaram e como eram nove horas disseram que era o toque de recolher, em menos de quinze minutos todos estavam deitados com as luzes apagada. Após algum tempo seguro, me levantei e vi que Travis tentava acordar Connor que estava apagado.

Conseguimos por fim arrancar ele da cama. Fomos até as oficinas que como previsto estavam trancadas, mas graças a experiência malandra de Travis e Connor no acampamento sabiam de uma passagem dos fundos pela terra (você não ia querer estar lá, era suja demais e empoeirado).

Nós trabalhamos durante muito tempo, eu não soube nem quanto, mas pareceu uma eternidade. Primeiro disse aos meninos o que fazer, depois comecei a construir as armadilhas. Tentavamos fazer o mínimo de barulho possível. A noite ia passando num piscar de olhos, a única coisa que me mantinha acordada era o fato de que de vez em quando eles faziam alguma piadinha engraçada.

Estava muito preocupada com meus pais e eu tinha que fazer alguma coisa para encontrá-los e protegê-los, pelo menos avisar que eu estava bem e viva, mas não sabia o que. Primeiro tinha que acabar a biga que eu tinha me comprometido. Nunca fujo de algo que acredito ter o dever de fazer, talvez esse seja um dos meus maiores defeitos.

Uma, duas, três horas...

—Que horas são?

—Meia noite e meia.

Continuamos trabalhando. Serrar madeira. Testar armadilha. Polir. Construir rodas. Banir o sono. Soldar. Polir. Conferir. Ajustar. Reforçar. Conferir projeto. Refazer. Alinhar rodas. Sistema de freios. Lixar. Polir. Serrar. Soldar...

Senti minhas pálpebras fechando e depois disso não me lembro mais de nada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Maldição dos Deuses" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.