O Último Pôr do Sol escrita por Cloo Muller


Capítulo 3
Guerreiros


Notas iniciais do capítulo

oiiie...
Peço mil desculpas pelo atraso, mas tenho uns belos motivos "FALTA DE ÂNIMO" e umas coisinhas a mais. Não se preocupem, já estou bem melhor rsrsrs

Bem, hoje tenho que fazer alguns agradecimentos: Primeiramente ao Gadiell e Randômico por terem favoritado, AlephChains por estar acompanhando e aos leitores fantasmas por lerem ^^... Aí meu coraçãozinho ♥
Preciso também agradecer minha amiga lindona Marci por me dar tanta força ♥
Nossa! se eu continuar agradecendo vou enrolar muito aqui rs
Que tal irmos logo para a leitura?



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Sarah hesitou em contar a verdade para Yohanna, tinha medo que as palavras saíssem de sua boca e afetassem mais ainda o estado emocional da amiga. Ela já estava sofrendo sobre David estar em uma cama, em coma, sem saber ao certo quando ele ira acordar. A ruiva nunca demonstrava uma instabilidade emocional, sempre se mantinha firme ou fingia, assim como estava fingindo ser forte pelas duas. “Alguém tem que ter força para sustentar os que não têm” era o que Yohanna sempre dizia à Sarah. Os olhos da loira não conseguiam fitar o rosto da amiga, quando sua consciência á julgava, “Você não tem forças nem mesmo para enfrentar teus pesadelos”.

— Sarah. – Yohanna gritou. Imediatamente a loira voltou a olha-la. – Isso significa que nunca mais vou andar? – O tom de voz da ruiva continuava alterado, denunciando o desesperado. – Fala? Não me esconda. – A loira estava perplexa com os gritos da amiga, pela primeira vez ela estava fraca, cedendo a um desespero que não foi causado por um pesadelo. – Sarah. – O silencio era mais do que incomodo. – É tudo culpa minha. – Yohanna pôs as mão sobre o rosto minado de lagrimas. – Eu sou a culpada de tudo... De tudo. Primeiro minha mãe, depois Victoria e agora o David. Se ele ao menos estivesse acordado minhas pernas não teriam tanta importância.

Sarah sentou-se no leito, fazendo com que a jovem mulher parasse de esconder o rosto molhado para fita-la.

— Hanna! – Enxugando as lagrimas, continuou. – Eu... – Antes mesmo de continuar, Yohanna desmaiou. – Hanna? – Rapidamente deitou a amiga na cama e correu chamar um medico, ou um enfermeiro. Qualquer um que pudesse ajudar sua ex-babá. Correndo no corredor viu um homem loiro de jaleco branco segurando uma menina pelas mãos, que usava uma toca e um vestido rosa. – Por favor! – Sarah segurou o braço do medico. – Minha amiga desmaiou no quarto, ela estava meio alterada. Por favor, me ajude.

— Claro. Só um instante. – O Homem se virou para a menina. – Emily? Espere-me aqui. – Soltou a mão da pequena e correu para o quarto com Sarah. Ao adentrar no quarto surpreendeu-se. – Yohanna Becker? – Se direcionou para cama e começou a conferir os batimentos cardíacos da mulher desmaiada.

— Vocês se conhecem?

— Sim, moramos no mesmo prédio. – Fitou a loira – Okay, está tudo certo com os batimentos e com a respiração. Posso saber por que ela estava alterada?

— Bem... – Sarah suspirou. – Ela ficou sabendo que David, meu irmão está em coma e ela... Ficou paraplégica com o acidente de carro. Eu não devia ter dito.

— Tadinha... – Uma voz fina e infantil surgiu atrás da loira.

— Emily? Eu não te disse para ficar lá?

— Ei, August. – a pequena cruzou os braços. – Não seja tão severo comigo. Sou apenas uma criança.

— Uma criança teimosa e desobediente. – August levantou-se do leito se seguiu na direção da pequena. – Vamos, já passou da hora de dormir. Não deveria ficar perambulando no hospital há essas horas. – segurou a mão de Emily e seguiu porta á fora.

— E como fica a Yohanna? – Sarah puxou a manga do jaleco do homem suavemente.

— Ela precisa descansar. Pelo que você me disse, ela se sobrecarregou com tanta noticias ruins. – Deu uma pausa antes de continuar. – Sugiro que também vá dormir um pouco.

— Não estou cansada.

— Não é o que essas olheiras de panda dizem. – Emily disse rindo.

— Emily. – O medico a repreendeu.

— Eu só estou brincando. – Disse resmungando com a cara fechada.

— Boa noite. – disse o medico antes de sair do quarto junto da criança.

Sarah fechou a porta e ficou observando Yohanna dormir, Sarah percebeu o cansaço invadir seu corpo pouco à pouco. "Talvez eles estejam certos, preciso dormir também". Dirigiu-se a cama da ruiva e deitou-se ao lado dela e a abraçou.

— Desculpe... – Sussurrou enquanto fechava os olhos já pesados.

***

No elevador, Emily brincava com seus dedos, fazendo-os andarem sobre as quatro paredes, enquanto o medico lia algumas anotações de um pequeno caderno.

— August? – A criança o chamou se posicionando ao seu lado, quando as portas do elevador anunciaram a chegada do quarto andar. – Os cabelos dela são lindos. Você não acha?

— De quem? – Perguntou distraído fechando o caderninho de anotações, antes de seguirem corredor adentro.

— Daquela mulher que vimos agora a pouco, a ruiva.

— Da Yohanna? Sim, são bonitos. – August concordou enquanto abria a porta de um quarto, onde estava uma plaquinha, “Quarto 358”, por dentro tinha as paredes brancas, o quarto não era grande, mas era espaçoso, continha cama encostada na parede próximo á janela, um criado mudo, uma pequena cômoda e uma estante forradas de livros organizados por cores. Todos os moveis eram de um tom rosa bebe, exceto a poltrona no canto do quarto que era azul marinho  — Vamos, tenho que te por para dormir. – O medico entrou, logo depois de  ascender a luz, puxou a coberta da cama para a criança se deitar.

— Mais ainda são oito horas. – Emily resmungou cruzando os braços seguindo em direção do rapaz loiro.

— Amanhã você tem quimioterapia logo cedo e depois veremos como estão os seus pulmões. – August disse fechando as cortinas.

— Fico enjoada só de pensar na quimio. – Emily fez cara de desdém já retirando a touca, deixando amostra sua cabeça sem nem um fio de cabelo e jogou-se cama. – Sinto saudades do meu cabelo. – Disse acariciando o topo da cabeça.

— Os exames mostram que está melhorando a cada seção, acredito que logo-logo ficará livre da quimioterapia, e teus cabelos vão voltar a crescer muito mais bonitos do que eram antes. – Disse acariciando o rosto da pequena. – Seu pai vem amanhã, pode ficar tranquila. – August cobriu a pequena e levantou-se para se retirar do quarto, seguindo em direção à saída. – Boa noite minha princesa – curvou-se levemente antes de apagar a luz do quarto, fazendo Emily sorrir intensamente.

— Boa noite meu cavaleiro. – August fechou a porta do quarto, deixando tudo escuro. Emily esticou o braço e acendeu um pequeno abajur de vagalumes que ganhara de sua mãe, com um sorriso de leve aconchegou-se na cama. – Bem melhor assim. – Sussurrou antes de cair em sono profundo.

***

No dia seguinte, quando o relógio marcava seis em ponto, um homem branco de olhos verdes e cabelos em um tom de castanho grisalho, trajando uma roupa social cinza, adentrou correndo no hospital segurando um embrulho retangular contra ao tórax, estava eufórico e soando suando quando entrou no elevador, acionando o botão do quarto andar.

— Vamos lá lata velha. Estou com muita pressa. – finalmente saindo do elevador, esbarrando em uma pessoa e logo em seguida caiu por cima da mesma que soltou um grunhido abafado. Somente quando se levantou perceber que a pessoa era na verdade uma enfermeira negra, a reconheceu no mesmo instante. – Perdão! – A ajudou levantar. – Desculpe Nan, é que estou atrasado. Machucou-se?

— Calma! – A mulher ofereceu-lhe um sorriso gentil. – A Emily acabou de entrar no banho, estava agora indo pegar uma cadeira de rodas. – O semblante de Nan mudou de alegre para um tanto quanto preocupado. – Ela sempre fica muito debilitada depois das seções de quimioterapia.

— O Doutor Eliot Relatou que ela está melhor. Na verdade, disse que ela está finalmente reagindo com o tratamento. Mesmo depois de tanto tempo.

— Senhor Prather, as mãos de Deus esta sobre sua filha. Além do mas, a vontade que ela tem de ser saudável é a enorme. – Nan disse sorrindo – Vou buscar a cadeira no andar de baixo. Por que não vai vê-la?

— Claro. – O Homem novamente correu para o quarto de Emily.

Thomas Prather era pai de Emily. Desde que sua mulher Elizabeth faleceu, a filha tornou-se o único tesouro existente no mundo. Ele era professor em uma universidade próxima do hospital, seu salário que era bem generoso, pagava as despesas do plano de saúde da filha. Desde os dois anos de idade, a pequena criança passou a morar no Edifício da Cura, como era chamado o hospital. Na época, Emily tinha só a deficiência nos pulmões, eles pararam de crescer quando ela ainda estava com um ano e meio, passando a respirar com a ajuda de aparelhos até o transplante de órgãos, que infelizmente não foi bem sucedido, o corpo passou a reagir contra o órgão doado, então os pulmões foram retirados às pressas, os médicos refizeram um novo transplante mas estes apesar de serem aceitos pelo corpo, o pulmão não respondia os impulsos nervosos do cérebro, por falta de doadores não puderam realizar outro transplante fazendo com que Emily ficasse até seus cinco anos em um leito, mantida viva e respirando novamente com a ajuda de vários aparelhos, mas a cada ano a situação se agravava mais e eram adicionado mais medicações. Quando August Tozer entrou como estagiário de medicina no Edifício da Cura, apresentou seu protótipo de um pulmão infantil que criara ao saber do caso de Emily, ouve de inicio uma grande discussão até que os lideres concordassem em fazer os testes e os pais de Emily aceitaram a proposta. Depois do transplante, a menina ficou em observação severa por mais de um mês para terem certeza que o corpo não rejeitaria o pulmão robótico, e não fora rejeitado, com a criação do protótipo de August, Emily libertou-se do leito e dos aparelhos, mas não do hospital, assim, a criança passou a ficar sobre a responsabilidade do jovem médico.

A leucemia fora diagnosticada aos quatro anos, mesmo sendo descoberta logo de inicio, ela não reagia com a quimioterapia, ocasionalmente a doença começará evoluir somente no primeiro ano, ficando estável até agora quando aos nove anos de Emily, o tratamento passou a surtir algum efeito.

— Emily? – Thomas bateu na porta antes e entrar no quarto, no mesmo instante a criança sai de dentro do banheiro trajando uma camisola branca do hospital, calçava uma pantufa rosa e na cabeça, usava a mesma touca rosa da noite anterior.

— Papai! – Emily correu ao seu encontro, o homem agachou-se para abraçar a menina que aparentava ter sete anos pela altura. – Você está atrasado. Achei que não viria.

— Sempre venho. – Sorriu puxando a criança para selar um beijo em sua testa. – Trouxe um presente. – Mostrou o embrulho para Emily, ansiosa para ver o que aquele plástico escondia, o abriu rapidamente, logo revelando um livro de capa escura com alguns desenhos com o nome Watanabe.

— Watanabe. – Disse abraçando o livro. – Obrigada papai.

Emily guardou o livro em uma estante e sentou-se na cama junto do pai, ambos contavam como havia sido os dia em que Thomas ficara ausente, até Nan entrar no quarto empurrando um cadeira de rodas com o seu belo sorriso gentil estampado nos lábios carnudos.

— Vamos? – Emily sentou na cadeira e Thomas a empurrou porta a fora.

Os três seguiram junto para o sétimo andar, onde eram realizados os exames em geral. Entraram no elevador, no quinto andar ele parou e abriu as portas. Sarah havia acionado o botão para subir ao sexto andar, onde seu irmão estava internado em coma.

— Oi Sarah. – Nan e Emily a cumprimentaram em couro, em seguida as duas entreolharam-se, ambas curiosas antes de rirem.

— Bom dia. – Sarah entrou e as portas fecharam-se, trocou um breve olhar com Thomas antes de focar na Negra.

— Como está a Yohanna? – Nan perguntou.

— Esta bem, eu acho. – A loira respondeu olhando para as teclas da caixa metálica. – Ela desmaiou ontem e ainda não acordou.

— Não fique assim. Tenho certeza que ela ficara bem...

— Está indo aonde? – Emily perguntou.

— Meu irmão está no sexto andar. – Sarah respondeu com um sorriso tímido, antes de voltar a pergunta. – E você?

— Vou fazer quimioterapia. – A loira ficou surpresa, para uma menina que possivelmente tem câncer, Emily era muito agitada. Somente neste momento que Sarah reparou a pequena dos pés à cabeça. O elevador anunciou a chegada do sexto andar e a loira saiu. – Até mais Sarah. – Emily acenou alegre.

— Até. – A jovem retribuiu o aceno.

As portas fecharam.

— De onde você a conhece Emily? – Nan perguntou. Emily contou todos os detalhes da noite anterior, sem mesmo deixar escapar o assunto das olheiras da jovem loira. – Você não tem jeito menina. – Nan fingiu ficar perplexa.

Thomas que estava o tempo ali presente só observando, se pronunciou:

— Emily. Você não pode sair por ai chamando as pessoas de panda. – A pequena criança olhou para cima, a fim de ver o pai que segurava a cadeira de rodas.

— Perdão papai, peço desculpas quando encontrar ela novamente. – Emily deu um sorriso leve e um olhar de cachorro abandonado, fazendo com que o coração de Thomas saltitasse. Sua filha sabia exatamente como escapar das broncas.


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Notas finais do capítulo

Então? Estou ansiosa pelos comentários. Preciso saber o que acharam, criticas, sugestões... Enfim tudo que julgam importante.
Falando em impotante, vocês são minhas preciosidades ♥

PS: Watanabe foi meu primeiro livro, infelizmente esta incompleto mas já estou com planos de reescreve-lo e postar daqui uns meses ♥



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