Too Close escrita por ladywriterx


Capítulo 7
Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE! Menos de um mês e estou aqui. A vida continua corrida e puxada, mas com o tempo a gente vai se acostumando a dormir só quatro horas por dia pra dar conta de tudo o que a gente tem que resolver. Oh well... HAH

Esse capítulo realmente é menorzinho, porque é meio que uma transição, não tinha muito o que falar. Mas nos próximos eles voltam "ao normal", então vida que segue.



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Stark tinha batido algumas vezes na porta de Eliza para chamá-la para jantar. A resposta que recebeu foi um “cai fora” mal educado seguido de alguns palavrões. Tinha pensando em um apelido para ela, também, e esperava conseguir soltá-lo casualmente durante a conversa do jantar. Pensou em Princesa de Gelo e Jane Bond, mas ainda precisava se decidir entre um deles. Desistiu de Princesa de Gelo depois que o corredor ficou quieto novamente e teve a certeza que ouvira alguém fungar dentro do quarto dela. Definitivamente, Jane Bond.

Steve havia descido, se juntado a todo mundo no jantar, havia rido um pouco e, com a desculpa que estava cansado, já havia se trancado em seu quarto e não parecia sair dali tão cedo. Stark parou perto da escada que dava acesso ao corredor em que estava e colocou a mão na cintura. Demorou mais alguns segundos para entender.

Capicolé provavelmente acatara seu conselho e tinha dado um belo de um pé na bunda de Jane Bond.

—Eliza, me deixa entrar. - Voltou a bater na porta, agora preocupada com Lewis que tentava, de qualquer forma, impedir que as pessoas no corredor ouvissem que ela estava chorando.

E ela nem mesmo sabia o porquê estava chorando. Sentia-se péssima por ter levado um pé na bunda? Claro. Tinha esquecido o quanto era horrível ouvir de outra pessoa que, nah, ficaria melhor sem ela em sua vida. Também não se lembrava de ficar tão mal ao levar um fora. Normalmente, doía no momento e, então, em algumas horas – no máximo – tinha voltado ao normal porque simplesmente não compensava chorar por alguém…

Então por que ela não conseguia conter as lágrimas que escorriam sem controle?

Levantou-se da cama quase arrastada, foi até a porta e a destrancou antes de dar espaço para Stark entrar. Estava com raiva dele também. Quem tinha mandado interferir no perfeito relacionamento que estava tendo com Steve? Travou no lugar. Relacionamento. Tinha evitado aquela palavra tantas vezes.

—Deus, Eliza. Você está um caco.

—Se for pra falar da minha ótima aparência, você pode ir dando meia volta e voltar pro inferno de onde não devia ter saído. — Quase rosnou aquelas palavras, dando as costas para voltar para cama e nunca mais sair. Mas tinha que fazer o relatório do dia. Mesmo com a visita de Ross, tinha certeza que não escaparia do relatório.

—Quanta agressividade. O que foi? Capicolé… — Parou no meio da frase ao perceber o olhar que Lewis sustentava. Mais uma palavra e provavelmente seria um homem morto.

—O que você disse para ele hoje, Stark? — Tony suspirou e fechou a porta. Sabia que era melhor a conversa não sair daquele quarto. Eliza estava sentada na ponta da sua cama, esperando uma explicação.

—O coitado não conseguia dormir porque você não correspondia ao que ele queria, Eliza! Eu te conheço melhor que todos que estão nesse centro, e eu te vi em ação muitas vezes pra saber que aquilo não viraria um compromisso sério. E Steve… Bem, Rogers nasceu em 1918, uma hora ele ia querer um compromisso sério com você.

—Eu que tenho que decidir se eu queria um compromisso sério ou não. — Respondeu, atravessada.

—E você queria? — Levantou as sobrancelhas para Eliza.

—Não vem ao caso.

—Com essa sua frase, eu encerro o meu caso. — A agente passou a mão pelo rosto. Pelo menos tinha conseguido parar de chorar. — Se você não gostasse de Steve, Eliza, não estaria assim. Por que não disse?

Ela não respondeu. Não respondeu porque não queria dizer que gostava dele, mesmo que tivesse chego a conclusão enquanto chorava com o rosto escondido no travesseiro. Gostava dele e era por isso que no outro dia estava querendo qualquer demonstração de carinho. Gostava dele e era por isso que tudo aquilo estava doendo muito mais do que devia.

Sabia que Tony sabia a resposta para aquela pergunta, então só deixou-se cair de costas no colchão, gemendo. Era por isso que não se deixava envolver. Tudo acabava virando uma bagunça sem fim que ela não sabia como resolver ou como sair dali. Arrependia-se até o último fio de cabelo do dia que aceitara sair com Steve Rogers pela segunda vez. E arrependia-se de todas as vezes que havia parado em sua cama.

Mesmo que a sensação dos músculos dele sob seus dedos fosse uma das melhores coisas que ela tinha experimentado.

—Está com fome? Posso trazer algo aqui se você… — Ela negou com a cabeça.

—Preciso terminar o relatório de Ross e dai vou dormir.

—Bem, de qualquer forma, se precisar de algo… — Tony pode jurar que viu um sorriso pequeno surgir no rosto dela.

—Obrigada. Mesmo que foi você que estragou o que eu tinha com Steve.

—Jane Bond, por favor, abra o olho e perceba que com sua atitude isso ia acabar mais cedo ou mais tarde. — Voltou a abrir a porta do quarto dela, pronto para sair.

—Jane Bond? — Eliza colocou-se sentada, apoiada nos cotovelos.

—Seu novo apelido. Capicolé, Point Break ou Loirinha, Barbie Espiã, Terra Média… Agora preciso pensar no apelido dos outros. Boa noite, Jane Bond.

—Ei, por que eu não sou a Barbie Espiã? — Mas Tony tinha fechado a porta antes que pudesse responder e Eliza se sentiu péssima.

Péssima porque tinha zombado de Steve por pegar conselhos amorosos com Stark, e ela havia acabado de fazer a mesmíssima coisa. E, depois de se levantar para ir até seu notebook e fazer o maldito relatório, se olhou no espelho e entendeu porque não era a Barbie Espiã. Aquele cabelo… Nenhuma barbie teria o cabelo tão bagunçado quanto aquele.

O plano elaborado na última reunião dos Vingadores era bem simples, na verdade. Além de Visão, mais alguém passaria a noite acordada, de olho em câmeras espalhadas pelo Centro e seria o responsável por ajudar Visão caso algo ficasse complicado ou, então, chamar Loki e Sigyn, que dormiam no quarto da frente e provavelmente eram mais capacitados para lidar com, você sabe, feitiçaria. Ou Feiticeira Escarlate. Quem tivesse por perto e fosse mais fácil. Por isso, Steve estava agora sentado numa poltrona no meio do corredor, de olho em telas que brilhavam demais para o corredor escuro e uma xícara de café – que provavelmente não faria nenhum efeito, só precisava de algo para tomar enquanto tentava tirar os olhos da porta de Eliza.

A última vez que a vira foi depois do jantar. Stark quase derrubara a porta para chamá-la. Calada o jantar inteiro, sussurrou que Ross estava dando uma dor de cabeça dos infernos para ela, desculpando-se por não ter aparecido antes quando Sam perguntou onde ela tinha estado o dia inteiro. Não olhou para ele. Era como se Steve não existisse naquela mesa. Odiou a decisão que tinha tomado, odiou ser ignorado por Eliza. Todos os dias, sempre que se viam, ela, pelo menos, sorria para ele. Ela, pelo menos, não o ignorava do jeito que estava fazendo.

Aquilo doeu.

Pensou em voltar atrás, em esquecer que ela não estava tão envolvida quanto ele e simplesmente pedir desculpas. Mas se Eliza tinha seu orgulho, Steve também tinha. Então, se focou no trabalho que tinha que fazer e só tentou esquecer, como ela parecia ter feito tão rápido.

E os dias se arrastavam. Thor tinha ido embora poucos dias depois da última reunião. A nova posição de Rei de Asgard estava realmente o tomando muito tempo.

—Lewis! — Parou sua corrida para olhar Tony, nem um pouco feliz com a interrupção. — Vem cá.

—Eu estava meio ocupada.

—É, eu sei. Não ligo. Anda.

Eliza ainda não tinha se acostumado com a luxuosidade daquele lugar, constatou quando percebeu as pegadas de terra que ia deixando pelo chão de mármore. Torceu o nariz, gostava de correr no exterior, mas quando chovia, saía sujando o centro inteiro, como estava fazendo aquele dia. Tony fez sinal para que ela o seguisse. Deixou o tênis sujo perto do elevador, decidindo que era melhor ir de meias do que continuar sujando tudo o que via pela frente. Quando Tony digitou a senha no elevador e a voz de Friday anunciou que estavam indo à oficina, Eliza franziu o cenho e virou-se para ele.

—O que vamos fazer na sua oficina?

—Dar um jeito nisso. — E apontou para a roupa de Eliza. Era seu macacão preto com o símbolo da CIA no peito direito e a bandeira dos Estados Unidos no braço. Ela levantou uma sobrancelha.

—Meu uniforme? Você sabe que faz parte do meu trabalho, né?

—É, mas não tem estilo. Nem funcionalidade. — A agente negou com a cabeça. — E agora você é uma vingadora.

—Tony… — Ele olhou para ela pela primeira vez.

—É sério, Eliza. Se precisarmos sair para alguma batalha e você estiver vestindo só isso, vai ter alguns problemas. — O elevador se abriu e a oficina se acendeu inteira. — Vem, fique parada… Aqui. — Ele a direcionou pelo ombro. Lewis rodou os olhos, mas fez o que ele pediu. — Abra os braços, e separe um pouco a perna. Isso. Friday.

—Escaneando, senhor.

—Isso é tão embaraçoso. — Reclamou. Friday anunciou que tinha terminado.

—Quer escolher as cores, Jane Bond? — Rolou os olhos.

—Tanto faz, não sei nem se vou poder usar isso, Tony. Está no meu contrato que enquanto estou em trabalho de campo identificada, eu preciso usar o uniforme.

—Ross não precisa saber que você está sem seu uniforme, senhora certinha. Vamos. — Foi a primeira vez que ela olhou para a projeção em 3D que agora flutuava onde estava parada. Deu alguns passos para trás. O macacão seguia o modelo do que estava usando, tinha algumas listras na lateral, parecidas com o que tinha visto no de Natasha.

—Preto.

—É claro. — Foi a vez de Tony rodar os olhos. — Mas eu tava pensando em azul, vermelho e branco. Pra você e Cap combinarem.

—Mais uma palavra… — Stark mexeu em algumas coisas na tela, rindo.

—Ainda estão sem se falar? — Eliza decidiu que o melhor a fazer seria ignorar, então focou na imagem do traje a sua frente. — Vocês moram debaixo do mesmo teto, uma hora ou outra…

—Vamos não falar disso, por favor? — Suspirou, tirando a pose defensiva que mantinha, os ombros caindo ao cansaço. Estava cansada de pensar naquilo tudo que tinha acontecido. — Vermelho seria legal também. — Tony encarou-a por alguns segundos antes de movimentar a mão em frente a tela.

—Alguma preferência por armas?

—Minhas pistolas cumprem sua função, muito obrigada.

—Eliza, você está falando com Tony Stark. Seja criativa, sonhe alto.

—Faça o que achar melhor. Deixo isso nas suas mãos.

—Certo, vamos precisar sentar você e Cap para conversar? Porque você parece doente.

—Estou bem, sério. — Encararam-se por alguns segundos antes de Lewis soltar um sorriso.

Tinham se tornado bons amigos durante o tempo que monitorava Stark pela SHIELD depois que ter revelado que era o Homem de Ferro. Apesar de Tony não admitir, ela sabia que ele gostava de sua companhia durante as vezes que se encontravam em algumas reuniões. Foi a agente responsável por boa parte da segurança de Stark e Pepper durante a Stark Expo e só tinha sido tirada do carga quando Natasha pegou sua posição, infiltrada. Nunca admitiria em voz alta, mas sentia falta da companhia dele.

—Certo, então quando estiver pronto, você pode testar seus brinquedos novos.

—Sem azul, vermelho e branco, por favor.

—Isso já não posso prometer. Agora, o que você ainda está fazendo na minha oficina?

—Rude, depois não sabe porque está solteiro. — Deu as costas para ele, rindo.

—Vai ter volta, Lewis. — A agente apertou o botão do elevador e as portas se abriram. Voltou a encarar Tony ao virar-se para apertar o botão do térreo. Piscou um olho.

—Aham, tá. Sabe onde me encontrar. — Antes que ele pudesse reclamar de mais alguma coisa, as portas se fecharam e a última coisa que Stark viu foi Eliza rindo, uma cena rara fazia alguns dias.

E também fazia alguns dias que todos no centro tinham relaxado um pouco. A presença de Loki tinha sido intimidante nos primeiros dias, mas agora o deus ficava no seu canto, lendo alguma coisa, conversando em sussurros com Helena ou até mesmo praticando suas magias em uma das salas de treinamento junto com a deusa. A convivência com ela era mais fácil. Descia todas as manhãs, dizia bom dia com um sorriso no rosto e arrumava seu café da manhã. Tinha descoberto que Friday podia entender e se comunicar em todas as línguas e de algumas vezes a pegava falando com a inteligência artificial numa língua que Eliza deduziu ser islandês.

—Meu Deus, como você consegue entender isso? — Foi Sam que reclamou, quando passou por perto. A deusa apenas deu de ombros, com um sorriso no rosto.

—Vocês ouvindo em inglês ou islandês não ia fazer muita diferença. Friday está me ajudando a me manter atualizada em alguns avanços tecnológicos que perdi enquanto não estava por aqui.

—Vocês me fazendo sentir mais burro a cada dia. — Sam fechou a cara e saiu, sem falar mais nada, enquanto reclamava consigo mesmo. Eliza pode ouvir algo como “o nível de inteligência nessa casa é muito alto pra mim” e “a única coisa que sei fazer é voar!”.

Naquele mesmo dia, na mesa do jantar, Tony bateu com os talheres em seu copo, chamando a atenção de todo mundo. Loki era o único que jantava antes, ou depois, e sumia para o quarto. Talvez até o final da missão, Helena conseguiria fazer ele aproveitar uma refeição decente.

—Vamos combinar uma coisa? Dentro dessa base, só inglês. Sem russo, Barbie Espiã, sokoviano ou seja lá que língua você fale, Mãos de Jazz. Principalmente sem islandês, com a minha inteligência artificial. — Helena levantou as sobrancelhas, segurando o riso.

—Algum problema?

—Ela começou a falar comigo em islandês e depois disse “desculpa, senhor, me desacostumei a falar em inglês”.

—Bem…

—Eu sou o dono dessa casa. Inglês, apenas. — Aquilo fez Natasha, Wanda e Helena revirarem os olhos simultaneamente, enquanto Sam resmungava que aprovava aquela decisão.

Aquele lugar começava a parecer um lar, realmente. Mesmo com o problema com Steve – que sabia que estava sendo extremamente infantil em não conseguir nem olhar para ele -, ela já não conseguia mais se imaginar fazendo outra coisa. O elevador se abriu no corredor do térreo, onde seus tênis sujos de terra ainda estavam ali, parados, a esperando. Pelo vidro que separava o corredor da sala de estar dos Vingadores, ela pode ver Sam e Natasha jogando xadrez, Loki e Helena sentados em duas poltronas mais isolados, Wanda e Visão jogando uma bola de energia pela sala enquanto riam e Steve, sentado ao lado da mesa de xadrez digital. Ele ria a cada jogada de Natasha e da frustração de Sam.

Encarou o elevador fechado atrás de si e deixou um sorriso escapar. Ela podia aprender a lidar com Steve se o que fosse ter em troca era uma família que não tinha há tanto tempo.


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Notas finais do capítulo

AAAH, o doce som das coisas se ajeitando.

Seria uma pena que isso não fosse durar muito tempo ¯_(ツ)_/¯ HAHA. É aquela velha história de quem acompanhou CaS... Quando as coisas começam a dar muito certo é porque a treta ta chegando.

Mas falta uns capítulos ainda, aproveitam essa paz e essa atualização rápida porque ainda não sei quando a próxima vem. BJOKAS QUERIDOS.



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