Panthea escrita por Henrique Lima


Capítulo 2
Capítulo Um




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Antes do nascer do Sol eu já estava de pé, organizei o quarto bem rápido, não que eu estivesse com pressa, mas como o quarto de um Sacerdote não precisa de mimos e apenas o necessário, acaba se tornando fácil organizá-lo. Levantamos cedo, nos alimentamos cedo, rezamos no altar cedo, limpamos a sede cedo, fazemos tudo bem cedo. Tudo para que possamos dedicar o restante do tempo as pessoas da cidade.

Já estou habituado com essa rotina, é trabalhosa eu sei, entretanto muito satisfatória, não sabia o que esperar exatamente da minha vida após minha conversão em Sacerdote três anos atrás, mas estou muito feliz aqui. Nossa sede é uma das menores em toda Panthea, afinal foi construída em Kalim, uma das menores cidades.

O primeiro trabalho pelo povo daqui todos os dias é o Culto da Fé, o qual ocorre sempre ao meio dia. Geralmente o Sacerdote mais velho da sede é o responsável pelas preces aos deuses, o resto de nós cuida de todos os preparativos e organização. Limpamos tudo, ordenamos os assentos e tocamos a sirene, essa sirene, até hoje não sei por que ela me incomoda tanto. É um barulho alto e grave que vai se tornando agudo até silenciar-se. As pessoas de todos os cantos da cidade escutam a sirene e adentram a sede, todas elas realmente vêm até nós, a sede fica bem no centro da cidade e seria impossível não escutar esse barulho tão alto.

Nós abrimos as portas e elas calmamente se assentam nos extensos bancos de madeira, não há muita conversa, faz parte da nossa devoção. Temos um serviço divino aqui e por isso nos abstemos do direito de termos um relacionamento muito próximo com os fiéis, é um sacrifício que vale a pena, pois preservamos nossa alma para que possamos cuidar desse povo que tanto precisa dos Quatro deuses.

No limite do possível a sede tem conseguido suportar todos os fiéis, temos uma estrutura razoavelmente grande, nossa fé não é apegada a muitos detalhes, então o designe do edifício não se destaca. Visto de longe parece apenas um grande tijolo de barro marrom, poucas janelas largas o suficiente para respirarmos bem aqui dentro e duas grandes portas para o acesso ao salão onde ocorre o Culto da Fé.

Durante o Culto da Fé os fiéis acompanham o Sacerdote em suas preces aos Quatro deuses, é um momento valioso do dia, apesar dos desafios diários desse povo sua fé persiste e isso é uma das coisas mais importantes para mim, me enche de prazer cumprir com meu dever como Sacerdote. Ao termino, os vejo saírem pelas grandes portas com as forças revigoradas e os corações novamente cheios.


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