POV Peeta

Ver Katniss daquele jeito fez meu coração doer muito. Ver ela tão frágil fez com que eu quisesse protege-la de tudo e de todos. Depois que ela saiu correndo tentei correr atrás dela mas acho que era melhor deixar ela um pouco sozinha. Pensei na pessoa que pode ter causado tudo isso e logo fui atrás para tirar essa história a limpo. Achei ela saindo de perto do armário de Katniss rindo, então a segurei pelo braço e virei para mim.

— Foi você, não foi? – Perguntei tentando controlar minha raiva.

— Pee, você acha que eu faria alguma coisa para aquela sem sal? – Perguntou rindo.

Odeio quando mentem para mim, e ela estava mentindo e isso me fez explodir.

— FALA A VERDADE! – Gritei e apertei o braço dela, fazendo alguns olhares se voltarem para nós. – EU SEI QUE TEM DEDO SEU NISSO. – A assustei.

— Você está me machucando. – Tentou se soltar.

— Não quero saber, você merece isso. Agora me fala, porque fez isso com ela? – Perguntei já conseguindo me controlar.

— Quer saber a verdade? Fui eu sim. Eu odeio aquela garota, não suporto ver aquela cara de sonsa. Deveria ter feito coisa pior com aquela vadia. – Falou mostrando um sorrisinho presunçoso.

— Não chama ela de vadia, não a compare com você. – Falei.

— Agora você virou o defensor daquela coisa? – Perguntou. – Você não pode proteger ela toda hora. – Falou.

— Eu só vou falar uma vez, então escuta bem o que eu vô dizer. Se por acaso qualquer coisa acontecer com a Katniss ou se ela tiver um só arranhãozinho. A primeira pessoa que eu vou culpar vai ser você e por favor não queira me ver irritado. – Falei como se tivesse explicando para uma criança.

— Já acabou? Então tchau. – Saiu de nariz empinado.

Me pergunto todo dia como fui capaz de ficar com uma pessoa assim. Eu só podia ser muito idiota mesmo.

Depois que Glimmer saiu, fui procurar por Katniss. Fiquei com medo do que ela poderia fazer, então fui para onde provavelmente ela estaria. Quando estava chegando na biblioteca vi ela saindo de lá com o rosto todo vermelho e inchado. Parecia ter chorado.

Me aproximei dela e puxei seu braço para que me olhasse. Ela já estava pronta para gritar para poder se soltar, mas acabou percebendo que era eu que estava ali.

— Desculpa, está tudo bem? – Perguntei soltando seu braço. E olhando para ver se tinha algum vestígio de que ela havia se machucado outra vez.

— Está sim. – Respondeu simplesmente.

— Tem certeza que está tudo bem? – Me aproximei.

Ela acenou que sim, mas ainda continuava olhando para baixo. Como se não quisesse que eu á olhasse nos olhos.

— Então olha para mim. – Falei.

 Ela negou. Então simplesmente levantei sua cabeça fazendo com que pudesse ver seus olhos. Vi uma das piores coisas da minha vida, ela estava prestes a chorar.

 – Você não parece bem. – Falei e ela simplesmente começou a chorar.

— Katniss pelo amor de Deus não chora, me diz o que aconteceu. Eu estou começando a ficar preocupado. Me conta pequena. – Vi que estávamos próximos a um banco então a levei para que pudesse se sentar.

Katniss se tornou uma pessoa importante para a minha vida e ver ela assim me fazia querer estar no lugar dela e sentir suas dores. Ver ela frágil doía muito.

Fiquei abraçado á ela até que se acalmasse mais. Mas quando percebi ela estava dormindo com a cabeça encostada em meu ombro. Parecia um anjo dormindo. Queria poder ficar olhando para ela sempre.

Não podíamos ficar ali, então comecei a pensar em uma maneira de poder levar ela para casa. Porque no estado em que ela estava não conseguiria mais prestar atenção em aula nenhuma.

Vi seu celular em sua mão e resolvi ver se encontrava o numero de alguém de sua casa. Até que achei o de sua mãe, então resolvi ligar.

Ligação ON

— Pode falar filha.

— Senhora Trinket aqui é o Peeta um amigo da Katniss.

— Onde está Katniss? Oque aconteceu?

— Ela esta aqui do meu lado. Fizeram uma brincadeira de mau gosto com ela. Tem como pedir para nos liberar?

— Vou avisar ao diretor e pedir que ele libere vocês. Tem como você levar Katniss em casa? Não posso sair agora para buscar ela.

— Sim, eu vou leva-la para casa. Ela não esta muito bem. Está bem, obrigada senhora Trinket.

Ligação OFF

Quando estava deligando o celular vi que Katniss já estava acordada, então sorri meio envergonhado e lhe devolvi seu celular.

 – Que bom que acordou, está se sentindo melhor? – Perguntei.

— Sim obrigada, você estava falando com a minha mãe? – Ela perguntou olhando para o celular.

— Ah é, me desculpa. Mas eu não sabia o que fazer, então peguei  seu celular e liguei para ela  perguntando se podia ligar para o diretor e te liberar mais cedo. – Contei.

— Tudo bem. – Então eu já vou indo. – Ia se levantando.

— Espera. Eu te levo. Falei para ela que te levaria em casa. – Disse a impedindo de se afastar.

— Obrigado, mas não precisa. – Falou abaixando a cabeça.

— Precisa sim, não posso te deixar ir embora sozinha depois de tudo o que passou. – Peguei sua mochila e lhe puxei em direção ao estacionamento.

Fomos para o estacionamento e começamos a conversar e ela acabou me contando tudo o que já suportou no colégio, mas que hoje não conseguiu suportar porque acabaram estragando uma coleção original do Shakspeare que o pai havia lhe dado.

No caminho não fiz mais nenhuma pergunta, porque sabia que ela queria apenas ficar em silencio. Deixei Katniss em casa e me despedi.

Quando estava indo para casa fiquei pensando em uma maneira de compensar o que ela perdeu. Fui a uma livraria de coleções antigas e procurei livros do Shakspeare, achei vários livros então comprei e pedi que embrulhasse.

Não teria o mesmo significado que o presente do pai dela,  mas pelo menos a faria se sentir melhor.

Cheguei em casa e fui direto para o meu quarto, fiquei ansioso para saber o que ela acharia do presente. Queria que chegasse o dia seguinte logo.

— Espero que esse presente faça você sorrir. – Falei para mim mesmo.

Deitei na minha cama pensando nela e acabei dormindo esperando que chegasse logo o outro dia.