— Mãe, já cheguei!- Falei largando minha bolsa no sofá.

Fui em direção a cozinha, onde provavelmente ela estaria. Chegando lá, vi minha mãe me olhando com uma cara nada boa.

— Katniss Everdeen Trinket Abernaty, posso saber onde a senhorita estava até essa hora?- Perguntou me olhando brava.

Sempre que minha mãe fala meu nome completo é porque ela ta muito brava.

— Desculpa não ter avisado mãe, mas eu tava fazendo um trabalho e não sabia que iria passar tanto assim do horário.- Falei.

— E porque não me avisou, eu poderia ter ido te buscar na escola. Sabe que não gosto que ande sozinha na rua a noite.- Falou já se acalmando um pouco mais.

— Desculpa de novo mãe, mas é que me celular acabou a bateria e não tinha como ligar.- Falei mostrando meu celular.

— E você veio sozinha?- Perguntou me olhando.

— Não, o menino que é da minha dupla me trouxe de carro.- Falei sentando na cadeira.

— E qual é o nome desse menino,posso saber?- Perguntou com um sorriso surgindo em seu rosto.

Senti meu rosto ficar vermelho, pois percebi que minha mãe estava começando a imaginar coisas.

— O nome dele é Peeta Mellark. Ele é da minha sala.

— E ele por um acaso esta interessado em você? Quando irei conhecer ele?- Perguntou sorrindo mais ainda.

— Mãe, ele não esta interessado em mim. Ele é o menino mais popular da escola inteira, nunca se interessaria por uma menina como eu.- Falei abaixando a cabeça.

— Ei, você é linda. E porque acha que ele não se interessaria por você? Você é uma menina muito especial e qualquer garoto que quiser te namorar vai ser uma pessoa de muita sorte. Não se rebaixe minha florzinha, nunca. Porque todos nós somos únicos e isso é o que nos faz especiais e únicos.- Falou me abraçando.

Comecei a chorar baixinho.

Minha mãe era uma das poucas pessoas que me entendia e sabia pelo o que eu passava. E sempre estava tentando dar um jeito de me animar. Não sei o porque, mas sempre que ela me falava essas coisas me sentia um pouquinho mas confiante para seguir em frente.

— Agora enxuga essas lágrimas e me da um sorriso.- Falou levantando meu rosto e me fazendo sorrir.- Isso mesmo, vai tomar um banho que eu estou terminando de fazer o jantar.- Falou voltando a olhar as panelas.

Subi as escadas correndo pois estava morrendo de fome e queria tomar banho logo. Fui para o banho de me despi e logo depois entrei no box. 
        Lavei meus cabelos e fiquei por mas uns quinze minutos aproveitando a água quente. Terminei meu banho e fui me trocar. Coloquei um pijama em que a blusa era cinza e de manga e um shortinho cinza.
          Estava terminando de pentear meu cabelo quando ouvi um chorinho fraco vindo do quarto ao lado.

Fui ver o que estava acontecendo com Prim. Cheguei lá e vi que ela estava acordada, então fui até o berço para que ela me visse. Assim que ela me viu abriu um sorriso lindo e esticou os bracinhos para que eu a pegasse.

— Oi maninha, porque você estava chorando em?- Perguntei como se ela fosse me responder.

Fiquei olhando para ela vi que ela os olhos do meu pai e o nariz da minha mãe. Ela era uma mistura perfeita do dois, seus cabelos ainda eram ralo mas dava pra nota que seriam da cor dos da minha mãe.

— Você não quer ficar aqui sozinha né?- Perguntei a olhando e á fazendo rir.- Vamos lá pra baixo então.

Desci as escadas com Prim brincando com meu cabelo.

— Mãe a Prim estava chorando e eu acho que ela já estava cansada de ficar lá sozinha.- Falei a colocando no cercadinho.

— Que bom que a pegou Katniss eu já esta indo lá buscar ela.- Falou pegando minha irmã.- Vem jantar que eu vou dar a mamadeira da sua irmã.- Falou indo em direção a cozinha.

Minha mãe havia feito um dos meu pratos preferidos, lasanha. Coloquei um bom pedaço dentro do meu prato e um copo de suco de laranja pra acompanhar.

— Filha eu estava aqui pensando e acabei decidindo que amanhã quando você chegar da escola, vamos ao shopping fazer umas comprinhas pra você.- Falou sorrindo.

— Mas mãe eu não preciso de nada, já tenho roupas.- Falei um pouco confusa.

— Não, amanhã vamos da uma repaginada no seu guarda-roupa.- Falou olhando para minha irmã que já estava com os olhinhos atentos em nós.

— Mãe, não quero que os outros me olhem de maneira diferente só por causa de roupas novas.- Falei parando de comer.

— Mas meu amor, não são as roupas que fazem diferença, é o ser humano. As roupas só só fazem você parecer mais bonita.- Falou terminando de dar a mamadeira para minha irmã e sorrindo.- Agora termina de comer que amanhã você tem aula.

Terminei de comer enquanto minha mãe ia colocar Prim pra dormir, e lavei a louça que estava na pia. Terminei de arrumar tudo e fui para o meu quarto.

— Mãe já estou indo dormir.- Falei quando passava pelo quarto de Prim.

— Tudo bem querida, boa noite.- Me deu um beijo na testa.

Arrumei meu quarto pra dormir e fui colocar meu celular pra carregar. Terminei de arrumar minha e cama e deitei.
        A partir de amanhã vou mudar completamente, não vou deixar mas ninguém pisar em mim. Quero só um pouco de respeito. E pensando nessas coisas acabei caindo no sono.

POV Peeta

Deixei Katniss em casa e fui em direção a minha, no caminho fiquei pensando como foi engraçado ver ela ficar corada eu até que achei fofo. Não sei o porque, mas sinto que Katniss merece ser defendida de todas aquelas brincadeiras idiotas que todos daquela escola já fizeram com ela.
        De todas aquelas pessoas eu sou a única que sabe qual é a consequência de todas aquelas zoações, e olha que descobri isso sendo curioso e a seguindo até a biblioteca.

Chego em casa e vou direto pro meu quarto tomar um banho, fico debaixo do chuveiro pensando em uma maneira de ajudar Katniss sem que ela se sinta intimidada. Então chego a conclusão que de uma boa maneira de ajudar ela é me aproximando dela e virando seu amigo, assim ninguém mais terá coragem de falar mal dela perto de mim.

Vou impedir que Katniss se machuque ainda mais. 

Termino meu banho, me visto e vou pra cozinha procurar algo pra comer. Faço um lanche e fico na sala vendo TV até terminar de comer. Fico tão concentrado na TV que não vejo minha irmãzinha se aproximar e sentar do meu lado.

— O que ta fazendo acordada ainda baixinha?- Pergunto largando o prato  e pegando ela no colo.

— Não cunsigo dumi Pee. Tive um pesadelu.- Falou com os olhinhos lacrimejando.

—Não chora não pequena, vem eu vou ti colocar pra dormir.- falei levantando e a colocando no colo.

Deixei o prato na pia e fui com Rue para o quarto dela. A coloquei na cama e fiquei deitado com ela passando a mão em seus cabelos escuros e cheio de cachinhos.

Rue tem apenas três anos, meus pais a adotaram quando ela ainda era uma recém nascida. Ela pode não ser do meu sangue mas eu a amo como se fosse minha irmã biológica, desde bebe ela é apegada comigo. Suas primeiras palavras foram Pee e desde então esse virou meu apelido que só ela pode usa.           Rue é uma criança muito meiga e muito alegre. Fiquei muito feliz quando soube que ganharia uma irmanzinha.

Fico com ela até dormir então vou pro meu quarto e vou direto pra cama. Penso mais um pouco na garota de olhos cinzentos e caio no sono imaginando que amanhã tudo será diferente.