Only Yours Is My Love escrita por LivOliveira


Capítulo 2
Noite errada, festa errada, pessoas erradas


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas cheguei. Espero que gostem do capítulo.



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Quem diria... Will e Belle juntos. Se alguém me contasse, eu nem acreditaria. Mas não, está bem em minha frente. 

 Fazer a ronda matinal em Storybrooke é um tanto entediante. Embora tenha algumas vantagens, como: Ver que a Ingrid cortou o cabelo, a madeireira de Gepeto está com 20% de desconto e livros por U$3,00 na livraria de Isaac. Se bem que não seria má ideia passar mais tarde na livraria de Isaac para comprar um livro para Henry. Ele tem andado bem estranho nesses últimos dias.  

Vejo Aurora andando sozinha pelas ruas desertas da cidade. Paro o carro ao lado dela, a fazendo parar. 

— Bom dia, Aurora. - Eu a cumprimento. 

Sou agradecido á Aurora por ela ter cuidado de mim depois do acidente. Eu até evito lembrar do que ocorreu, Emma também não gosta muito de comentar, então nunca falamos sobre. 

— Oi, Killian. - Ela me responde. - Onde está Emma? 

— Do outro lado da cidade. - Eu respondo. 

— Pensei que faziam a ronda juntos. 

— Não mais, ordens de Regina. 

Regina nos pegou no flagra durante uma ronda em que estávamos "distraídos" no carro. A loja em que estávamos ao lado foi assaltada e nem percebemos porque estávamos nos provando (se é que me entende). Agora não podemos nem sonhar em nos encontrar na hora da ronda matinal senão ela nos troca de turnos, o que é pior. 

— Ah, sim... Aquela história... 

— Pois é... - Falo. 

— Bem, vou indo. Whale me mata se eu me atrasar para chegar no hospital. 

— Não quer uma carona? 

— Não, obrigada. 

— Então serei obrigado á te sequestrar. 

— Faria isso? 

— Não por brincadeira. 

— Mas você é um dos xerifes e estaria infringindo a lei. 
— Não quer dizer que eu não tenha um outro lado obscuro. 

— Morri de medo. - Ela fala sarcástica e entra no carro. 

A conversa é bem empolgante durante o percurso e ela parece ter um ótimo humor. Isso me lembrou daquele dia em que voltei para casa, depois de levar alta no hospital. Ela fez panquecas, torta e ainda lavou as roupas sujas. Ficamos rindo do meu álbum de fotos de quando eu era pequeno. Eu não sei o porquê de termos ficado rindo tanto, mas rimos muito. 

Em poucos minutos, chegamos no hospital. Aurora se despede de mim e sai, entrando no local. Fico alguns minutos esperando Emma aparecer, eu sei que mais ou menos nesse horário ela vem por essas bandas.  

Estou ouvindo " My girl" até que a voz de Albert Spencer interrompe a música com uma notícia de última hora: Um garoto se afogou no Lago Nostos há poucos minutos.  

E isso me fez abandonar a ideia de esperar Emma, já que ela deve estar lá. Não penso duas vezes antes de acelerar para o Lago Nostos. Logo ouço a voz de David no walkie-talkie: 

— Killian, vem para o Lago Nostos agora! Um garoto se afogou, seu nome é Roland e Emma está tentando reanimá-lo. Chame a ambulância, rápido! 

— Estou á caminho. - Eu respondo e David não fala mais nada, está ocupado. 
 

                                     *            *              * 

 

Eu chego junto com a ambulância e alguns curiosos que souberam de tudo pelo rádio. Vou passando pela multidão tentando afastar as pessoas. 

— Se afastem! Se afastem! - Eu peço. Isso foi totalmente em vão, as pessoas só se aproximaram mais. - Se afastem, droga! Vou levar todos para a delegacia e terei prazer em prender todos vocês.  

Em poucos segundos, a multidão se separa e se afastam um pouco. Graham está aqui e me ajuda á passar a fita de segurança para evitar o contato das pessoas com o local de acidente.  

E, bem, Emma está aqui e ao lado do garoto já acordado. Se me lembro bem, o garoto é filho de Robin, ele e alguns amigo vivem num acampamento na floresta. Bem normal, não? 

Robin e Regina tiveram um caso no passado, antes do lance dela com Graham. Mas aí a maluca da ex-mulher dele voltou insinuando estar grávida. Acabou que no final, ela acabou falecendo quando a filha nasceu. Pior ainda foi saber que nem a filha conseguiu resistir. Uma história triste, para falar a verdade. 

Emma me lança um olhar por cima do próprio ombro. Aquele que quer dizer "me abraça". Mas não podemos fazer algo do tipo durante o expediente, segundo Regina. Isso seria errado. 

— Isso é tudo pessoal, é melhor irem embora. - Aviso depois de colocar a fita, isolando as proximidades do local. 

— Killian, se lembra o nome do pai do garoto? - Graham me pergunta. 

— Ah, sim, é Robin. - Respondo. Lembro que o conheci na sorveteria quando fui com Emilie e Kyle. Naquele dia, Kyle melou a camisa toda de sorvete de chocolate. 

Logo Graham pega o celular e se afasta de mim. Aproveito a calmaria e me aproximo de Emma e Roland. 

— ... E então o dragão quase me devorou. Mas eu o bati e caí no lago. - O garoto termina uma história da qual estava contando para Emma. 

— Sério? - Emma pergunta, fingindo estar acreditando. Conheço esse tom, é o mesmo que usa para Kyle e Emilie quando contam sobre nossas "aventuras".

— Sim. Eu fui muito forte. - Roland afirma. 

— Continue assim, Roland. Mas, eu preciso falar com ele rapinho, tá bom? Já volto. - Emma fala e se levanta. Se afasta um pouco dele e me puxa junto. - Não sabemos como ele foi parar no lago. 

— Percebi. - Digo. 

— Como vamos descobrir? Onde está o pai dele? - Emma diz rapidamente. Quando ela fala rápido, quer dizer que está nervosa. 

— Calma, Swan. Está tudo bem. O garoto sobreviveu. Descobrir como ele foi parar lá é o segundo passo. 

— Tudo bem... - Ela respira fundo e depois de alguns segundos, ela dá um sorriso fraco.  

— O que foi? 

— Eu estava com saudades de ver a cidade movimentada assim. 

— Se pelo menos fosse por um motivo banal... 

— Você tem razão. 

— Sempre tenho. - Dou uma piscadela que ela gosta. 

— Para de fazer isso. - Ela pede sorrindo. 

— Ué, por quê? 

— Você sabe que eu gosto e faz para me provocar. 

— Agora você tem razão.

— Muito engraçadinho... - Ela balança a cabeça e me olha estreitando os olhos. 

— Eu sei. 

— Filho! Filho! - Uma voz conhecida grita, passando por debaixo da fita e correndo para um abraço caloroso em Roland. É Robin. 

— Papai! - Roland diz abraçando o pai. 

— Como você veio parar aqui, Roland? - Robin pergunta, se afastando um pouco para olhar nos olhos do filho. 

— Um dragão... - Roland começa. 

— Por favor, Roland, sem mentiras. - Robin pede o interrompendo. 

— Mas é a verdade. - O garoto afirma. 

— Não, não é. Dragões não existem, Roland. - Robin explica. 

— Existem sim! - Roland grita. 

É óbvio que Robin tenta cortar as asas de Roland. Isso torna tudo muito estranho. Ao contrário dele, eu mostro para meus filhos o mundo fictício. Mais tarde, quando estiverem prontos, saberão a realidade. E acho que Roland ainda não está pronto para saber da realidade. Essa história do dragão... Ele provavelmente plantou essas histórias na cabeça dele. E não pode do nada querer dizer que isso é mentira. 

 É como se você dissesse ao seu filho que o céu é verde, ele acreditará. Mas, após você o falar isso, provar para ele que o céu na verdade é azul. Irá deixar o garoto confuso, perdido.  

Você consegue asas, e te dizem que com elas, pode voar. E logo no momento em que você irá voar, cortam as suas asas. Claro que isso só são meros exemplos da minha indignação. 

— Não, filho, não. - Robin tenta provar. - Onde ele está agora? O dragão, quero dizer. 

— Ele voou para longe. - Eu digo me aproximando. - Consegui vê-lo. Ele era vermelho. 

— Meio vinho. - Completa Roland. - Tinha asas. 

— Grandes asas e dentes afiados. - Concluo. - Você deveria parabenizar a coragem de seu filho, Robin.  

— Claro que sim. - Ele concorda. 

— Amanhã apareça na delegacia para uma conversa, okay? Toma conta do garoto. É um bom menino. 

Robin balança a cabeça positivamente e eu bagunço o cabelo de Roland.  

Não que eu queira me intrometer na educação que ele dá ao filho, mas dar asas e logo após as cortá-las é covardia demais e muito injusto com o garoto. 
 

Eu me afasto dos dois e logo Emma me acompanha. 

— Bom da sua parte ter feito isso pelo garoto. - Ela diz. 

— Você faria o mesmo? 

— Claro que sim.  

— Espero que isso não se repita. 

— Também. - Ela concorda. - Vem, temos que buscar Emilie e Kyle na escola.  

Acho incrível a capacidade dela de mudar de assunto rapidamente. De vez em quando sorrio do nada, quando lembro o quão sou sortudo. 

 

                                                 *          *        * 
 

Estar com a família reunida é como se encontrasse a luz no fim do túnel. Depois de um longo dia, consigo finalmente um momento para ficar com minha família.   

Se bem que ficar assistindo Dora A Aventureira não é muito ruim. 

Kyle está no colo de Emma e Emilie no meu, enquanto estamos sentados no sofá e assistindo o desenho. Henry chegou três horas atrás (uma hora e meia mais tarde do horário de saída da escola) e foi direto para o quarto, onde até agora está. 

— Papai, onde está Henry? - Emilie pergunta, tirando a atenção da televisão e olhando para mim. Sempre que olho para Emilie, me lembro de Emma. Seu rosto, seus olhos e até o jeito de me olhar são idênticos aos de Emma. 

— No quarto dele. - Eu respondo. 

— Por quê? - Ela me pergunta. 

— Eu não sei, Em. - Digo. 

— Killian, chama Henry para ficar com a gente, por favor? - Emma pede.  

— Tá bom. - Deixo Emilie sentada no sofá e subo as escadas. 

Tem uma placa na porta do quarto de Henry que diz: "MANTENHA DISTÂNCIA". Claro que não vou levar em consideração esse aviso. Bato três vezes na porta e o ouço gritar: 

— Quem é? 

— Sou eu, Killian. - Respondo. 

Ele fica alguns segundos em silêncio, mas logo abre a porta e me puxa para dentro. Henry fecha a porta e me olha, parece estar nervoso. 

— Preciso da sua ajuda. - Ele fala.

— Como assim? - Digo olhando ao redor. Seu quarto é bem normal, para ser "segundo mundo" para ele. 

— Foca em mim. - Ele pede. 

— Sim. - Olho para ele. 

— Eu meio que preciso sair agora. 

— Como? - Praticamente berro. São quase 21:30 da noite, ele não pode sair. 

— Calma, eu volto cedo. É que me chamaram para uma festa e... 

— Wow, wow, wow... Calma aí. - O interrompo. - Onde vai ser? 

— Os pais de um amigo meu viajaram e meu amigo vai fazer uma festa na casa dele. Então ele me convidou. 

— Seu amigo é do time de algum esporte da escola? Ele é muito conhecido? Ele sempre fica com várias garotas? Ele te convidou do nada? 

— Sim, sim, sim e sim por quê? 

— Porque você não vai para essa festa, Henry. 

— Ei, eu não pedi sua  permissão, eu pedi ajuda. Distraia minha mãe para eu poder sair. 

— Henry, eu não vou fazer isso. 

— Tudo bem, então. Eu me viro, como sempre. Eu até tinha consideração por você, Killian. - Henry passa por mim e sai do quarto. 

Me sento na cama dele e respiro fundo. Seu notebook - em cima da cama, ao meu lado -  faz um "bip". O pego e leio a mensagem da qual ele recebeu: 

Violet - Henry, eu não vou para essa festa. E acho que você não deveria ir. 

Analiso tudo por um tempo e chego numa conclusão. Henry pensou que Violet iria ir para a festa e então decidiu ir, mas acontece que vão aprontar uma com ele e não será nada boa. 

Levanto da cama dele e olho para a janela. O vejo indo embora com sua bicicleta cinza pela escuridão da noite. 

Henry nunca foi de fazer isso. Sempre me obedeceu e jogava videogame comigo. Claro que eu faria qualquer coisa por ele, mas ele não precisa me tratar assim. 

Saio do quarto dele e desço as escadas. Emma ainda está com Kyle (que já dormiu) no colo e com Emilie ao lado, assistindo televisão. 

— Henry... Ele... - Começo tentando pensar numa desculpa. Se bem que ela deve ter o visto já que ele saiu do quarto e desceu as escadas. 

— ... Foi na casa de Regina pegar um livro. - Emma completa. 

— Claro. Isso que eu ia te falar. - Eu minto. 

— Henry está tão estranho... 

— Ele está apaixonado. 

— Tipo... Amor? 

— Emma, Henry cresceu. 

— Eu sei, mas... 

— Não tem "mas". Faz parte do pacote, Swan. Eles crescem. 

— Eu nunca quero crescer. - Emilie diz. 

— Era o que faltava... - Emma diz rindo. 

— Swan, vai dormir e leva as crianças, eu vou esperar Henry aqui. 

— Está bem. Não demora, tá? - Ela carrega Kyle com cuidado e se levanta. 

— Depende de Henry. - Respondo. 

— Se ele demorar, deve ter decidido dormir lá. - Ela diz e sobre as escadas. - Vem, Emilie. 

— Eu quero ficar com o papa. - Emilie fala. 

— Você tem que dormir, vai logo que mamãe vai te contar uma história. - Digo ajudando Emilie á se levantar. Ela dá aquele sorriso fofo para mim e logo acompanha a mãe. 

Então eu me sento no sofá e dou um suspiro, esperando por Henry. 

 

                          *                         *                    * 

 

A porta se abre, é Henry. Ele está com a mesma roupa que saiu, porém amassada. Ele parece estar eufórico e ofegante. Fecha a porta rapidamente e respira fundo. 
 

— E então...? Como foi a festa? - Eu pergunto. Ele se assusta já que não tinha me notado no sofá. Henry vem em minha direção e senta ao meu lado. 

— Foi legal. - Ele me responde. 

— E...? - O incentivo á contar uma parte da qual sei que ele não quer contar. Henry continua parado, olhando a mão sobre  sua perna. - Henry, me conta o que aconteceu. 

— Você tinha razão. Foi a pior festa que fui. Era como se eles não me quisessem lá, sabe? Me olhavam como se eu fosse um perdedor. E nem Violet estava. No final... Disseram que iriam chamar a pessoa mais maneira da festa para fazerem alguma coisa. Pensei que nunca iria ser chamado, mas foi ao contrário, eles me chamaram. Sabe o que íamos fazer? - Balanço a cabeça positivamente. - Pichar uma viatura policial.  

— Henry... 

— Eu não fiz nada, foram eles. - Ele me interrompe. - Escreveram meu nome assinado para piorar. A viatura estava na frente da casa de meu avô e minha avó e eles jogaram uma pedra na janela para os acordarem. Eles se mandaram e me largaram lá. Lógico que eu não iria ficar parado esperando meu avô descer e me dar uma bronca, me levar para delegacia ou algo do tipo, então eu dei no pé. E aqui estou eu. 

— Henry... - Suspiro - Eu te avisei. 

— Você fala isso como se eu não soubesse. 

— Você sabe, aquilo foi um crime. 

— Eu não fiz nada. 

— Clama, não se preocupe, vou falar com Regina e David. 

— Você não pode contar á minha mãe. 

— Qual dais?  

— As duas. 

— Lógico que preciso contar para as duas. 

— Por favor, não deixe Regina ficar uma fera comigo. 

Estranho ouví-lo falar "Regina". 

— Eu vou te proteger. 

— Obrigado, Killian. Por tudo na verdade. Você sempre quis o meu bem, eu que nunca soube dar valor. 

 - Está tudo bem, Henry. 
 - Mas que droga. Foi uma noite errada, festa errada e pessoas erradas. Se eu pudesse reverter tudo... 

 - Como assim? - A voz de Emma toma conta da sala. Ambos nos viramos naquela direção, para a escada. Eu poderia dizer o quanto está linda parada na escada, nos olhando como se tivéssemos matado alguém, mas prefiro ficar na minha. - Onde você foi, Henry? 

Henry fica em silêncio olhando a mãe. E eu estou pensando no que responder como desculpas. Aliás, sou bem experiente em desculpas. 

 


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Notas finais do capítulo

Fico por aqui nesse capítulo. Fiquei bem ocupada nessa semana, e pelo que indica, essa também. Então eu não tenho previsão de quando vou postar o próximo, mas vou tentar dar uma de Usain Bolt para escrever. Bem, beijos e até o próximo ♥ ♥ ♥



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