A Filha da Noite escrita por sutekilullaby, izacoelho


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Povo, obrigada pelos 200 reviews *ooo* Fiquei tão feliz quando vi. Essa fic não seria nada sem vocês gente, obrigada mesmo =)



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P.O.V Melanie

 

  Transformei-me em uma sombra e fui na direção do som e da presença forte das harpias. Eu podia sentir que não eram quaisquer harpias, eram AS harpias, as três primeiras, filhas de Tífon e Equidna. Eu não conseguia me lembrar de seus nomes, mas eu sabia quem eram elas. Eu ainda conseguia ouvir Nico chamando meu nome atrás de mim. Aquilo era algo difícil de ignorar. Eu podia sentir o medo em sua voz. Ele havia quase me perdido duas vezes, e não queria passar por aquilo de novo. Bem, acho que eu teria que mudar a idéia que ele tinha de mim, que parecia ser a idéia de uma donzela indefesa que precisava sempre de um cavaleiro corajoso ao seu lado para protegê-la. De frágil e indefesa eu não tinha nada. A não ser quando era mordida por uma empousa ou algo assim, mas isso já é outra história.

 

  Eu voava rápido pelas sombras da floresta, o barulho dos monstros se aproximando mais e mais. Então, eu as vi.

 

  Elas eram harpias diferentes das do acampamento. Estas eram maiores, tinham enormes asas de ave, a parte inferior do corpo era de alguma ave de rapina. Seus rostos de mulheres traziam expressões de dor e desgosto, os rostos estavam sujos, os cabelos castanhos emaranhados em bolos de fios que iam até os ombros dos monstros. A única diferença entre elas eram suas cores: uma tinha penas castanhas, outra tinha penas marrom-escuras e a última tinha penas pretas.

 

  — Sinto cheiro de meio-sangue. — Resmungou a harpia marrom-escura. — Vários. Hmm.

 

  — Vários e poderosos! — Complementou a castanha.

 

  —Aelo. Ocípite. Caladas. — Reprimiu a harpia preta. — Meios-sangues podem ser idiotas e presunçosos, mas podem ouvir, também.

 

  — Perdão, irmã. — A de penas castanhas já se preparava para falar mais alguma coisa, mas as outras duas lançaram um olhar para ela que não deve ter sido exatamente amigável.

 

  Enquanto as harpias iam em direção aos meus amigos, pensei em um plano. Eu poderia abrir uma fenda para o Tártaro no chão, elas voariam assustadas, eu aproveitaria para atacá-las enquanto ainda estivessem aturdidas, e então mandá-las para onde mereciam. É, aquilo soava bem. Apesar de que até eu sabia que não seria tão simples assim...

 

  Eu sabia que elas estavam quase chegando ao lugar onde estavam os outros, e sentia que eles ainda estavam lá. Eu precisava agir. Os monstros iam devagar, mas eles não os deixariam fugir com vida se pegassem algum deles. Um arrepio de medo percorreu minha espinha a esse pensamento. Medo não por mim, mas pelos outros... Ainda mais por um deles em especial.

 

  Fiz uma fenda surgir no chão. De lá saíram chamas infernais em tons escuros de verde e azul, puxando tudo para baixo. Uma das harpias, a de penas pretas, foi puxada para o Tártaro, enquanto as outras duas voavam, assustadas.

 

  — O filho de Hades! — Gritou a harpia mais clara. — Aposto que ele fez isto. Ele deve estar escondido em algum lugar por aqui...

 

  — Não, idiota. — Respondeu a outra. — O garoto só conseguiria nos mandar para o Submundo. Este buraco nos mandaria direto para o Tártaro. Há alguém ainda mais poderoso por perto.

 

  As harpias apuraram o olfato, procurando por mim. Sorte que sombras não têm cheiro.

 

  Fiz o que gosto de chamar de “pedaço de noite” vir abaixo de repente, agarrando a harpia de penas marrom-escuras, pega de surpresa. Ela gritou e se debateu, mas a noite a estava sufocando e espremendo seu corpo, até que ela soltou um grunhido final e desapareceu em meio a uma explosão de pó e penas.

 

  — A criança de Nyx. — A última harpia refletiu. Ela voou mais rápido para meus amigos. Eu a segui, voando também, em meio às sombras, já arrancando o pequeno pingente de lua do meu colar.

 

  No momento em que a harpia quase literalmente deu de cara com Percy, eu me materializei e a ataquei por trás. O meu azar é que esses monstros têm olfato muito apurado e reflexos bons. O monstro conseguiu se desviar no momento em que minha lança ia atingi-lo, e se virou para mim com um sorriso demoníaco mostrando presas. Seu rosto me lembrava o de Annabeth no hotel, quando estava possuída por Lissa, uma expressão de ódio e sede de sangue.

 

  Caí por cima de Percy, o que deixou tanto a mim quanto a ele desconfortáveis e sem jeito. Ouvi uma risadinha que reconheci como de Heidi, e vi que ela estava rindo da cara amarrada e do olhar fulminante que Nico nos lançava.

 

  — Nossa! — Exclamou a harpia enquanto rodopiava no ar sobre nossas cabeças. — Eu sabia que havia semideuses por aqui, mas não sabia que eram tantos! Agora, sem minhas irmãs, sobra mais pra mim. Melhor.

 

  Dito isso, ela mergulhou contra nós, suas patas de ave com garras preparadas para raptar um de nós, como uma águia caçando um animal menor. Consegui puxar Heidi e Percy comigo, enquanto Thalia e Nico rolavam para outro lado. Devo admitir que imagino que meus olhos também devem ter fulminado os dois quando os vi grudados um no outro contra uma árvore.

 

  Por algum motivo, aquilo me deu uma nova rajada de coragem e raiva. Eu estava prestes a alçar vôo e ir atrás do monstro quando Percy me segurou pelo braço.

 

  — Espere — disse ele. — Tenho um plano.

 

  Percy me contou seu plano e eu ouvi, impaciente. Concordei e finalmente voei contra o monstro.

 

  Você não faz idéia de como é libertadora é a sensação de voar contra um monstro, com uma lança enorme na mão e um sorriso maníaco na cara, quando se está com raiva. É realmente ótimo para extravasar. Toda a adrenalina da luta corre por suas veias, você fica com uma vontade louca de exterminar aquele monstro, mas sem deixar de brincar um pouco com ele antes disso, para deixar a raiva fluir. Você pode ser a pessoa mais pacífica do mundo, mas se está com raiva e faz isso que eu disse, você vai gostar de lutar tanto quanto Ares... Ou quase isso.

 

  Ok, talvez eu tenha exagerado um pouquinho.

 

  Aquela harpia, ao contrário das outras, era rápida. Quando eu estava prestes a cravar minha lança nela, ela voou mais para cima e preparou suas garras de águia para me pegar. Mas eu também era rápida. Dei as costas a ela e saí voando em direção a uma árvore onde Percy estava escondido, ciente das garras do monstro quase me tocando. Quando estávamos exatamente em cima da árvore de Percy, voei direto para o chão, e a harpia, como eu esperava, me seguiu. Fiz bem em ter deixado a harpia menos inteligente para o final, pois no momento em que eu ia dar de cara do chão, me transformei em sombra e fui para um lado, fazendo com que a harpia se chocasse contra a grama a toda velocidade. Percy saiu de trás da árvore e a atacou, fazendo com que ela virasse um monte de pó e penas.

 

  Ofegante com a perseguição, me materializei e caí em alguns arbustos. Os outros vieram até mim. Heidi e Thalia batiam palminhas.

 

  — Muito bem, garotos. Ótimo trabalho em equipe. — Disse Thalia em um tom parecidíssimo com o de Quíron, e eu sabia que era essa mesma a intenção. Dei um risinho cansado.

 

  — Deem o crédito ao Percy. Ele quem bolou o plano.

 

  — Você quem atraiu a harpia. E quase foi pega, devo dizer. — Disse Percy, limpando a espada suja de sangue e pó de monstro.

 

  — É, Melanie. O “plano” do Percy quase te matou. — Nico resmungou ao meu lado, pondo ironia extra na palavra plano. Só então percebi que ele estava ali. Eu havia ficado tão exausta que nem havia pensado nele. Por mais que não parecesse, aquela harpia voava muito rápido. Ela devia ser Ocípite, considerando seu nome, que significa algo como “a rápida no voo”.

 

  — Preferia que deixássemos a harpia pegar vocês? — Perguntei, lançando um olhar sarcástico para ele.

 

  — Nós teríamos dado um jeito.

 

  — Sei.

 

  — O que é? Você vai ficar defendendo o Perseu agora?

 

  Aquelas palavras me deixaram realmente irritada. Levantei, ignorando o cansaço que quase forçava meus joelhos a falharem, lancei um olhar duro ao Nico e comecei a andar.

 

  — Vamos pra algum outro lugar. Deve haver mais monstros por aqui. — Eu disse, com uma voz fria.

 

  — OOOOWN — exclamou Thalia com ironia, me ignorando. — O Nico está com ciúmes! Que fofo!

 

  — Cala a boca, Thalia. — Ouvi Nico dizer em uma voz baixa e dura.

 

 — Honestamente, Nico. Não entendo o porquê do seu ciúme. Você sabe muito bem que eu amo a Annabeth. Vejo a Mel do mesmo jeito que vejo a Thalia, por exemplo. — Disse Percy. Tive vontade de me virar e concordar com ele, mas simplesmente segui andando. Eles que me acompanhassem quando se dessem conta de que era melhor fazer isso do que ficar sozinhos num lugar que bem podia ter muitos outros monstros.

 

  Nico respondeu alguma coisa, mas não o ouvi, pois já estava ficando a uma boa distância. Aos poucos ouvi passos atrás de mim. Virei-me e vi que Percy e Heidi me seguiam.

 

  — E o os outros dois? — Perguntei.

 

  — Estão lá. Thalia não se cansa de falar ironias pro seu namorado, e ele parece que vai degolar ela a qualquer momento. — Respondeu Heidi com um revirar de olhos.

 

  Bufei e fui chamá-los, mas quando fui até onde eles estavam, Thalia estava parada sem expressão e Nico não estava lá.


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Notas finais do capítulo

Não fiquei tão satisfeita com esse capítulo, mas espero que vocês tenham gostado (mas pelo menos não foi encheção de linguiça como o outro -q).
Bom, já vou dar um aviso prévio: como semana que vem eu vou viajar e passar dez dias fora, até terça-feira eu vou postar todos os dias (a não ser que o Nyah dê erro fatal como estava dando mais cedo). =D
Reviews? =)