Secrets escrita por K Valentine


Capítulo 9
Chapter VIII


Notas iniciais do capítulo

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Após alguns dias, hoje veríamos os integrantes do Tokio Hotel novamente, pois as roupas já estavam prontas para a primeira prova.

Terminei de arrumar Ivy e ela desceu para tomar café da manhã com o marido. Já eu, fui tomar o meu na cozinha.

— Bom dia. – o cumprimenta, sentando-se na mesa em seguida.

— Bom dia, minha querida. – ele toma um gole de seu café. – Ontem David me ligou e disse que estão muito satisfeitos com os serviços da HERSCH.

— Sinal que estamos no caminho certo. – ela diz, sem mostrar qualquer reação.

— Espero que esse caminho não seja desviado por causa de distrações, devido a pessoas se sentindo à vontade demais.

— Eles pagam, como qualquer outro cliente, para receber o melhor tratamento e um serviço de qualidade. E é exatamente isso que eu faço, com o profissionalismo que aprendi a ter com você. – ela o olha, séria. Hoje acordou seca. – Você deveria é estar agradecendo, pois o Tokio Hotel é um dos contratantes mais lucrativos da HERSCH.

Ivy deixou o marido completamente desarmado. Mas ainda assim ele manteve o ar de superioridade, para não demonstrar que estava em desvantagem naquela situação e continuar mantendo o controle absoluto.

— É bom saber que meus ensinamentos sempre são lembrados.

— Você nunca me deixa esquecê-los.

— Esse é o meu dever. – ele limpa sua boca com um guardanapo. – Quando você voltar do trabalho vamos discutir sobre a ceia de Natal. Eu chego mais cedo hoje, portanto não voltaremos juntos. Não demore a chegar.

***

No caminho da casa dos Mayvic para a HERSCH, pedi ao troglodita do Giorgio para me deixar há umas seis quadras da empresa.

— Tudo bem, patroa? – ele perguntou à Ivy, para me irritar. É sempre assim, argh!

— Sim, Giorgio. Pare para o Ludo, por favor. – ela vira-se para mim. – Te vejo na empresa. – sorri.

— Não demoro, prometo! – dou-lhe um beijo na testa e desço do carro, que parte em seguida.

Depois de alguns minutos, termino o que fui fazer e saio da loja. Enquanto caminhava pela calçada para chegar até a HERSCH, um velho conhecido meu que mora na Irlanda, me liga. Com certeza ele tinha novidades.

Fui conversando no telefone até chegar em frente ao prédio e finalizo a chamada. Entro no edifício e subo direto para a sala de Ivy, todo animado com o que tenho para ela. Acho que vai amar!

— Oi! – ela diz assim que eu entro. – Aonde você foi? Ia perguntar no carro, mas tive medo do Giorgio ficar prestando atenção na nossa conversa e depois contar tudo para o Adam.

— Fui comprar uma coisa para você!

— Ludo, você sabe que não tem que gastar dinheiro comigo!

— Nesse caso, eu tive sim! – tiro da sacola a caixinha e lhe entrego. Ela pega e se dá conta do que é.

— Sério que você comprou mesmo? – me olha, pasma.

— Claro! É todinho seu!

Ela abriu o pacote e revelou o iPhone 7S dourado.

— E pensar que antes eu precisava trabalhar seis meses pra receber o mesmo valor desse celular. – ela ri.

— Já está com chip e tudo. Qualquer coisa, ele é meu, exclusivo de trabalho.

— Combinado! Você precisa me ensinar a usar.

— Mas antes, tenho mais uma coisa para você. – puxo a cadeira e me sento. – Lembra do que me pediu para averiguar?

— Sobre os meus pais?

— Sim! Enquanto eu vinha, meu amigo da Irlanda me ligou. Seus pais estão bem e com saudades. Mas parece que o Boss tem mandado uma quantia bem menor de dinheiro para eles.

— Eu não acredito que ele está fazendo isso! – passa a mão pelos cabelos, incrédula.

— O que você vai fazer?

— Vou tentar uma forma de confrontá-lo. Hoje no café da manhã já me deu vontade de voar em seu pescoço, agora quero matá-lo!

— Ivy, isso é perigoso. – advirto. – Você é casada com Adam, mas não o conhece bem. Não sabemos do que ele é capaz.

— Eu só estou casada com ele por causa do acordo que fizemos! A partir do momento que ele não honra com isso, o contrato perde sua validez. – ela dá um soco na mesa.

— Tem certeza?

— Sim! Antes de assinar eu li todas as linhas escritas naqueles papéis. Isso não vai ficar assim!

— Se acalme e pensa direito no que fazer, porque ele vai dar um jeito de contornar essa situação, pode ter certeza!

— Não vou conseguir nem olhar na cara dele hoje!

— Pelo menos estamos cheios de trabalho hoje e você vai ficar de mente ocupada. Lembre-se que depois do almoço tem as provas de roupa do Tokio Hotel.

— É hoje também que você vai olhar os acessórios com o Bill?

— Sim! – vibro. – Mal posso esperar!

— Deixa o seu assanhamento aqui na empresa, antes de sair, ok? – ela ergue a sobrancelha e ri.

— Ok. – bufo.

***

Georg estava sentado na sala, esperando os outros caras descerem. Iriam todos juntos para a HERSCH. Gustav, pronto, desceu as escadas e se juntou à ele.

— Tudo bem? – o baterista pergunta. – Você está com uma cara esquisita...

— Advinha? Tom deixou a bomba e eu que tenho que entregar pro Bill.

— Até sei do que se trata...

O vocalista desce as escadas e quando avista só os dois, respira fundo.

— Hoje eu acordei calmo, pleno e quero manter essa vibe durante o resto do dia. – fala devagar, de olhos fechados. - Mas preciso fazer a pergunta que não quer calar... Cadê o Tom? – ele lança um olhar fuzilador para os G’s.

— Er... – o baixista começa. – Ele disse que vai encontrar com a gente na HERSCH.

— Nós temos horário marcado! Se ele atrasar um minuto por causa daquela Barbie falsificada, hoje eu viro filho único! Ivy não está por conta dele e nem eu! – bufa.

— Relaxa Bill, às vezes ele já até chegou lá... – Gustav tenta acalmar os nervos do amigo.

— Tomara.

Os três saem em dois carros separados e minutos depois chegam na empresa.

— Não estou vendo o carro do Tom aqui no estacionamento! Vou ligar pra ele. – coloca a mão no bolso para pegar seu celular.

— Bill, - Gustav o interrompe. – deixa ele pra lá. Vamos resolver o que precisamos e depois ele faz isso. Eu e o Georg temos que ir numa loja de instrumentos e você vai sair com o Ludovico. Não dá pra ficar dependendo do Tom.

— É melhor mesmo. -  o baixista concorda.

— É, vocês têm razão... Depois ele se vira! Vamos.

Os três seguem em direção à recepção e anunciam sua chegada. A moça informa que Ivy está os esperando no andar das araras e os conduzem até o elevador. Assim que a porta abre, eles a avistam.

— Boa tarde, pessoal! – cumprimenta a todos.

— Tom está em um compromisso e vai chegar um pouco atrasado. Tem problema ou vai atrapalhar seu trabalho?

— Claro que não, Bill. Não se preocupe! A hora que ele vier eu o atendo. – ela sorri e faz uma pausa. - Bom, as peças já estão separadas para a prova, podemos começar? – pergunta e todos assentem positivamente. – Por aqui. – indica e todos a seguem até uma mesa que havia no centro do local.

Eu, que até então estava terminando de despachar algumas peças para as lojas, chego e também cumprimento à todos.

— É o seguinte, – ela continua. - as roupas estão todas nomeadas e classificadas por combinação, distribuídas por essas araras. – aponta. – Aqui na mesa, estão expostos os croquis que fizemos na última reunião, pela ordem de looks que vocês devem experimentar. Levem uma combinação de cada vez para os provadores, porque assim isso evita que vocês se confundam.

— Podemos vestir um de cada vez para opinarmos? – o vocalista indaga.

— Como quiserem. Quem quer começar?

— Vai primeiro Gustav, que depois sou eu. – Georg sugere.

— Beleza.

— Primeiro são essas. - Ela mostra o papel com o desenho. – Estão naquela arara e os provadores são essas portas coloridas à sua esquerda.

Ele pega as roupas e vai rumo ao sentido indicado, para vesti-las e faz o mesmo com as demais. Gustav e outros dois integrantes da banda dão suas opiniões. Algumas peças precisaram de ajustes para que não ficassem tão largas ou compridas e Ivy demarcou com alfinete os locais onde as mudanças seriam necessárias.

Em seguida, foi a vez de Georg e depois de Bill. Todos se mostraram bastante satisfeitos e felizes com os resultados.

— Depois que vestimos, tenho até ideia de quais acessórios ficarão ótimos aqui! – comenta o gêmeo mais novo. - Ficou tudo impecável, Ivy!

— Fico feliz que tenham gostado! Agora vamos fazer os ajustes necessários e colocar as etiquetas personalizadas com os nomes de vocês nas roupas. Creio que ficarão prontas amanhã ou depois. – ela termina de recolher os croquis da mesa. – Bom, por hoje isso é tudo. Tem mais alguma coisa em que posso ajudar?

— Não, não! Está tudo certo.

— Bill, nós já vamos então. – diz Georg. – Obrigada Ivy, até a sessão de fotos.

— Até lá! – ela se despede.

— Ludovico. – o vocalista me chama. – Podemos esperar o Tom chegar para sairmos?

— Por mim, sem problemas. – sorrio.

— Obrigado. – ele retribui o sorriso e eu quase morro.

Ficamos conversando e compartilhando ideias sobre os looks. Ivy voltou para seu escritório para resolver algumas coisas. Ela viria ate nós novamente quando o guitarrista chegasse.

Meia hora depois, ele sai de dentro do elevador. Assim que Bill o avista, vai em direção ao irmão e eu saio para chamar Ivy.

— Onde você estava? – pergunta furioso.

— No médico com a Ria.

— Não acredito que você vai pagar mais uma plástica pra ela!

Tom olha feio para o irmão.

— E se for? O dinheiro é meu e faço dele o que quiser.

— Essa mulher ainda vai te falir! E mais tarde vamos ter uma conversa séria, quer você queira, quer não!

Quando Tom ia argumentar, volto na companhia da dona da empresa e ele desiste. Bill muda sua feição para que ela não perceba que ambos estavam discutindo.

— Tudo bem, Tom? – cumprimenta e ele retribui, mudando completamente seu humor. - Vamos provar suas roupas então? Primeiro preciso lhe explicar algumas coisas.

Os três vão até a mesa e eu começo a arrumar algumas roupas empacotadas. Ela pega os croquis dele e começa a explicar da mesma forma que fez com os demais. Enquanto ia o falando, Tom ficava olhando fixamente para Ivy e acho que só eu e a própria notamos essa atitude dele, porque ela subitamente parou o que estava falando.

— Sr. Kaulitz quer, por favor, prestar atenção no que estou dizendo? Isso é de extrema importância. – ela chama sua atenção, olhando para ele séria.

Ele e Bill, que até então estava alheio a tudo, pois prestava atenção na explicação dela, arregalam os olhos.

— Tom! – o irmão dá um tapa no ombro dele e o fuzila com o olhar.

— Er... Desculpe-me. – ele diz, visualmente envergonhado. – Pode continuar.

Ivy o olha e continua explicando de onde parou. Assim que termina, ele vai provar as peças e o mesmo procedimento dos demais caras, foi feito. Antes mesmo de tudo terminar, Bill, irritado, sai comigo, deixando Tom na empresa.

— Isso é tudo por hoje. Quando você terminar, coloque a roupa aqui na mesa. - ela informa ao guitarrista, que volta para o provador para colocar sua roupa.

— Senhorita Ivy! – uma funcionária que estava no local a chama. – Já está de saída?

— Sim!

— Pode levar essa caixa de tecidos até o depósito, por favor?

— Claro que posso, é só essa? – pega o objeto.

— Sim, obrigada!

Tom, que ouviu tudo, sai do provador com as peças na mão e as coloca no local indicado.

— Esqueci que tinha essa caixa de linhas para levar também! – diz a funcionária para si mesmo.

— Me diga onde fica o depósito que eu levo. – ele se oferece e ela explica.

Ele pega a caixa e vai em direção ao local indicado pela funcionária. Quando chega, a porta estava aberta e entra cômodo, fechando-a sem querer. Na visão de Tom, aquele era um bom momento para de desculpar melhor com Ivy. Ela que ainda estava dentro do cômodo mexendo em alguma coisa de costas para ele e não notou sua chegada. O local era espaçoso e cheio de prateleiras, mas um pouco desorganizado com alguns tecidos e outras coisas espalhados pelo chão, um sofá coberto por um pano escuro e um tapete de onça.

— Ainda tinha essa caixa para trazer. – ele diz chegando mais perto e ela vira-se para ele assustada, pois não esperava.

— E-er... Obrigada. – pega de suas mãos e olha por cima de seus ombros. – Você fechou a porta?

— Ela se fechou sozinha quando eu passei, - olha para trás. - por quê?

— Ai meu Deus, não acredito! – diz, visivelmente preocupada.

— O que houve?

Estamos presos aqui.


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