Secrets escrita por K Valentine


Capítulo 8
Chapter VII




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— Eu confesso que estou extremamente surpreso! – Georg é o primeiro a se pronunciar, assim que as portas da sala se fecham.

— Pelo quê? – Tom pergunta.

— Ela é completamente o oposto do que imaginei... Bem que Jost disse que não era dondoca. Mudei minha visão depois de conhecê-la.

— Pois é... – concorda Bill. - E gostei muito da forma que Ivy nos tratou, me senti muito confortável. David precisa saber que deu tudo certo na reunião! – pega o celular para ligar.

— Calma, depois você fala com ele. – Tom o corta. – Vamos terminar de discutir para irmos embora.

— Não estou entendendo o porquê essa pressa! Além do mais, você me pareceu tenso desde que colocamos os pés aqui.

— Vai começar... – Gustav cochicha para Georg, que serve café em uma xícara.

— É impressão sua. – tira os olhos do irmão e esfrega o nariz rapidamente. – Eu tenho mais coisas para fazer hoje e não quero demorar.

— Até sei que coisas são essas... – o irmão ergue a sobrancelha e provoca, sabendo que era por causa da Ria que ele estava com pressa.

Eles continuaram a conversar por mais uma meia hora, enquanto aproveitavam daquele banquete. Mesmo contra a vontade de Tom, Bill ligou para o manager, que ficou bem feliz da negociação ter sido bem sucedida.

Sabia que Ivy ajudaria vocês!— todos ouvem ele falar, pelo viva-voz. - Amanhã irei nessa reunião para agradecê-la pessoalmente. Que horas está marcada?

— Uma e meia. – informa Georg.

Almoçamos por um local perto daí e vamos todos juntos, ok?

— Ok, David. – Bill concorda. – Mais tarde você vai aparecer lá em casa?

Hoje não dá, mas amanhã sim! Arrumem um jantar caprichado para mim, porque eu estou merecendo! Temos que comemorar!

— Temos mesmo! Providenciaremos tudo, pode deixar!

Os quatro saíram da HERSCH e foram direto para um supermercado comprar as coisas do jantar. Os G’s foram pegar as bebidas e Tom ficou à sós com Bill.

— O que foi? – o guitarrista pergunta, ao perceber que o gêmeo queria falar alguma coisa.

— Eu não ia tocar nesse assunto, mas estou preocupado com você e com o desempenho da banda. Não quero que você deixe que seu relacionamento com a Ria interfira nos nossos compromissos. Foi o sucesso Tokio Hotel que deu tudo que você tem hoje e não ela.

— Com isso você não precisa se preocupar. Sei muito bem separar as duas coisas. Esquece ela e vamos focar no que interessa.

***

Depois de terminar a averiguação dos estoques, Ivy voltou para sua sala, acompanhada por mim.

— Como assim você não me conta que já conhecia os gêmeos? – enfim pergunto o que estava querendo desde que saímos da sala de reuniões.

— Isso faz muito tempo, Ludo...

— Nem venha com essa! Não se esquece dois maravilhosos daqueles nem em três reencarnações seguidas, sweet!

— Você fala isso só porque eles são bonitos? – ela acha graça.

— BONITOS? Aquele Bill, é ma-ra-vi-lho-so! E nas fotos que vi na minha pesquisa ele estava muito diferente, nem parecia ser o mesmo. Acho que por isso que fiquei impressionado! Eu estou com calor só de pensar que fiquei horas no mesmo recinto que ele hoje! – suspiro, me abanando com uma revista que estava na mesinha de centro. - Graças à Nossa Senhora da Purpurina isso será frequente daqui para frente. – sorrio.

— Você está muito assanhado pro meu gosto! – Ivy aponta para mim. - Pode parar com isso, pois nem sabemos se ele gosta da mesma fruta que você.

— Se ele gostar, o que eu acho que seja beeeeem provável, eu vou é ficar mais empolgado ainda!

— Só que infelizmente você tem que agir com profissionalismo, meu amigo.

— Diante de uma beldade daquela, eu nem sei o que é isso! Perco o chão, o ar, o rumo de casa...

— Ai, Ludo! – ela ri, inclinando a cabeça para trás. - Só você mesmo!

— Pois a senhorita também fez muito sucesso que eu percebi...

— Eu?! – ergue a sobrancelha.

— Sim! Aquele Georg te olhava completamente pasmo, como se você fosse algo de outro mundo e o Tom-projeto-de-lenhador tentava desviar o olhar mas não conseguia.

Tom. Esse nome soou na cabeça de Ivy, que ficou pensativa por uns segundos. Acho que no fundo, ela também notou isso.

— Eu acho que você está é delirando muito hoje!

— Lógico que não, sou um excelente observador! Ai, Ivy... Você pre-ci-sa se aproximar deles, tipo, ficar super best!

— Ludo, eu não sei se você se lembra, mas eu vivo numa prisão e ainda por cima sou casada com o carcereiro! Se o Adam desconfiar que eu estou me aproximando deles, eu não quero nem pensar o que será de mim.

— E quem foi que disse que ele precisa saber?

— Ninguém, mas eu definitivamente não quero pagar para ver.

***

No dia seguinte, Tom estava em seu quarto se arrumando para almoçar com os meninos, para depois irem juntos à reunião.

— Nem hoje eu posso ir? – Ria questiona, deitada na cama, vendo ele se vestir.

— Não dá, são coisas da banda e você vai achar um saco a conversa.

— Mas não é numa marca de moda? – ela se levanta e vai em direção à ele. - Quem sabe eu arrumo outra coisa para fazer lá e até mesmo umas roupinhas de graça... Afinal sou a namorada de um dos clientes, não é mesmo?

— Ria, não tem jeito. Tenta entender...

— Mais? Não aguento ficar nessa casa enorme sozinha, já estou de saco cheio! Se pelo menos você estivesse comigo...

— Prometo que quando eu chegar a gente faz alguma coisa. Mas agora eu preciso ir, os caras já devem estar prontos me esperando. – ele dá um rápido selinho nela e sai em seguida, rumo ao restaurante.

Enquanto isso, eu e Ivy preparamos tudo na HERSCH para recebê-los. Eu estava animadíssimo para ficar na presença do Bill e interagir com ele. A observo e noto que hoje está muito elegante com aquele vestido rosa escuro, que fazia com que seus olhos claros se destacassem. Fiz uma boa escolha de look.

Liguei para a recepção, para que informem à eles, assim que chegarem, que estaríamos esperando na sala de reuniões. E foi isso que fizeram. Pontualmente no horário marcado, eles estavam lá, maravilhosos. Dessa vez Jost veio com eles e agradeceu à Ivy pela oportunidade de trabalharem juntos.

Todos se sentaram na mesa e a preparação dos croquis começou a ser feita, a partir dos gostos de cada integrante da banda. Agora, cada um expressava sua opinião e ela ia desenhando a partir do que eles falavam que queriam. Algumas vezes, modificações eram feitas e os desenhos foram ganhando cores e texturas diferentes. Eles ficaram impressionados com a forma que ela conseguia passar para o papel suas propostas, de forma rápida e precisa.

Bill queria as peças com tons mais escuros, pois iria ornar melhor com o que eles queriam passar nas fotos do álbum. Ivy dava ideia sobre qual tecido poderia compor as roupas e amostras dos mesmos eram trazidas por sua secretária, para que todos pudessem avaliar.

— E os sapatos que usaremos? – Georg perguntou.

— Acho que vocês podem pegar os que já possuem, desde que não destoem completamente das peças que estarão usando junto. – Ivy opina.

— É uma boa ideia. Isso eu ajudo vocês a escolher. – diz Bill. – Agora eu queria é adicionar acessórios nos looks. Tem alguns que usarei do meu acervo pessoal, mas outros eu queria mandar fazer também.

— Mas quando você diz acessórios, o que tem em mente?

— Cintos, suspensórios, adornos para colocar na cabeça. Mas que sejam diferenciados, Ivy.

— Acho que eu sei onde podemos encontrar e não será necessário mandar fazer! – eu me pronuncio, olhando diretamente para ele e quase enfartando quando ele pousa os olhos sobre mim. – Trabalhei muito tempo com editoriais de moda e conheço uma loja que só lida com venda e aluguel desse tipo de produto.

— Muito bem, Ludo! Procure o telefone de lá e agende uma visita, para que você possa acompanha-los nisso. – ela pede e eu vibro! Lógico que eu acompanho com muuuuuito prazer! – Tudo bem para vocês?

— Claro! – o vocalista responde.

Durante todo o processo de criação sendo feito e discutido, pude perceber que dessa vez Tom que prestava muita atenção em Ivy e não conseguia parar de olhá-la. Acho até que Georg notou isso. Ele também é observador que nem eu.

— Acho que tudo fica pronto em uma semana e meia. – afirma a dona da HERSCH.

— Só isso? – Gustav pergunta, incrédulo.

— Já que vocês tem pressa, pelo menos as roupas das sessões de fotos, sim.

— Então podemos marcá-las? – David indaga. – Quero comunicar o fotógrafo com antecedência.

— Queríamos fazer as do estúdio aqui, se tiver disponibilidade, Ivy.

— Há sim, Bill. – sorri para ele. - E quanto às externas, vocês já tem local definido? – olha para todos.

— Eu e meu irmão visitamos algumas casas que acho que serão bacanas se fotografarmos lá. – informa Tom.

— Inclusive eu queria que você nos acompanhasse.

Ivy ficou um pouco surpresa com o pedido do vocalista. Ela sabe que Adam não iria gostar nada disso, por achar que pode ultrapassar as suas condições.

— No estúdio posso comparecer, mas nas demais não sei. Dependerá da minha agenda. – ela faz uma pausa. – Mas veremos até lá.

— Tudo bem!

— Bom, mas já que está tudo definido, vamos tirar as medidas?

Sweet, as encarregadas da costura não estão na empresa agora. – informo.

— Nós dois fazemos isso então. – ela me olha. - Pegue duas fitas métricas que estão na minha sala.

— Ok, com licença. – vou até lá rapidamente.

— E então, vocês estão satisfeitos?

— Completamente! – diz o baixista.

— Acho que vai superar nossas expectativas. – comenta David.

— Com certeza. – concorda Bill.

— Tomara que sim! Quando vocês vierem para prova das peças, teremos uma visão melhor do que no papel.

Entro na sala com o que fui buscar em mãos e entrego uma fita para Ivy. Em seguida, vou para o lado do vocalista. É ló-gi-co que quem fará suas medidas serei euzinho. Ele se levanta e eu começo. Somos quase da mesma altura e posso sentir seu perfume baphônico, que me faz arrepiar.

Do outro lado da mesa, Tom se levanta e vai em direção à dona da grife. Ela desvia o olhar dele, um pouco sem jeito.

— Vire-se, por favor. – pede e ele fica de costas para ela.

Ivy o passa seus braços em volta da cintura do guitarrista, para contornar a fita e ele fica observando cada gesto dela, que anotava tudo em um papel.

— Desculpe pelas minhas mãos geladas. – diz, quando toca as dele para subir a manga da blusa que usava para medir o punho.

— Está tudo bem.

Depois que termina a medição de Tom, ela faz o mesmo com Gustav e eu com Georg.

— Então... – Jost começa. – Por hoje é só?

— Sim! Agora vocês só precisam voltar aqui no dia das provas de roupa. Ou se precisarem de mais alguma coisa, estarei à disposição.

— Faremos um jantar lá em casa hoje, para comemorar. Vamos? – Bill chama.

— Se você preferir eu ligo para o Adam, convidando-o. – o manager afirma.

— Desculpem-me, mas vai ficar para uma próxima ocasião, pois temos compromisso hoje. - mente.

Meu Deus! Eu não posso acreditar que ela recusou um jantar com eles! Minha vontade é de pular na frente do Bill e dizer: “PODE DEIXAR QUE EU VOU REPRESENTANDO A HERSCH!”

Mas eu sabia que ela teve um motivo para não aceitar. Infelizmente.

— É uma pena! – o vocalista lamenta.

— Obrigada pelo convite mesmo assim!

***

Tom estava num canto, com sua bebida na mão, olhando para o lado de fora da casa, pensativo, enquanto os outros estavam lá dentro comemorando o sucesso da nova parceria.

— Você gostou dela, né cara? – Georg chega atrás dele.

— De quem? – olha para o amigo, que para do seu lado.

— Da Ivy. – ele faz uma pausa e Tom permanece em silêncio. - Te conheço bem, mano! Eu notei a forma como você olhava para ela hoje. E além do mais, venho notando que você não está mais tão animado com a Ria como já foi antes. Pode conversar comigo, eu não conto pro Bill, você sabe.

— Ela me intriga de uma forma que eu não sei explicar. – dá um gole na bebida. - Aquela mulher é uma incógnita das grandes e é impressionante, porque por mais que eu tente, não consigo tirar os olhos dela.


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Notas finais do capítulo

~ Agora a fic tem uma playlist no Spotify: https://open.spotify.com/user/itsleticialima/playlist/15paSepnEjOgzAAqCXfZOk !



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