Impulsos escrita por Grazi


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Oiiiii meu povo! Tudo bão com vocês?? EU FELIZ NATAL BEEEEM ATRASADO E FELIZ ANO NOVO TAMBÉM! Dessa vez eu não demorei taaanto assim não é mesmo? Escrevi esse capítulo pensando em vocês, em todas vocês. Fiquei muito feliz de ver que gostaram do capítulo do nosso russo preferido kkkk, e eu sei que ficou BEM pequeno, mas surpresas estão por vir!
Esse capítulo não tem Dimitri nem Lissa, mas acho que compensa tudinho... Bom capítulo! E espero que gostem.



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Quando cheguei ao apartamento, não havia ninguém, nenhum sinal de Andrew ou de meu pai. Agradeci por isso. Não queria que eles vissem o quanto eu estava frágil.

Coloquei Lyanna no chão e ela me olhou com aqueles olhinhos arrependidos e eu tive vontade de não repreende-la.

— Lyanna. – Comecei. – Não me olhe desse jeito. O que você fez foi errado e por Deus! Sabe o quanto me deixou preocupada? E o que eu já lhe falei sobre falar com estranhos?

— Mas ele não era um estranho mamãe! Era um príncipe! – A inocência da minha pequena me fez rir. – Por que vocês não se casam mamãe? Como nas histórias de contos de fada! Um príncipe e uma princesa!

Se eu já estava desarmada, naquele momento eu me vi caindo em buraco cheio de lembranças. Eu sabia que seria difícil, mas ver Dimitri mexeu com todas as minhas estruturas. Ele estava tão lindo, tão... Meu Deus, Dimitri estava muito gostoso.

Mas eu não podia ter esses pensamentos com ele. Ou sobre ele. Ou com qualquer coisa que envolva ele, ou Lissa, ou a vida que eu costumava ter. É passado e o que é passado tem que ficar no passado.

Tentei focar novamente em minha filha e me concentrar.

— São contos de fada meu amor, um dia você vai entender. – Lyanna fez uma carinha de confusa. E eu a peguei nos braços. – Agora a senhorita vai tomar um belo de um banho, você está bem sujinha viu.

Enquanto ela brincava na banheira, tratei de avisar aqueles imprestáveis, que a criança que eles tinham perdido, eu que tinha achado. Em pouco tempo Andrew estaria aqui e Abe também.

Quando retirei Lyanna da banheira, a vesti e dei alguns lanches a ela, Andrew e meu pai apareceram. Lyanna, que fazia um bom tempo que não via o avô, correu até ele e o abraçou.

Se eu não conhecesse tão bem meu baba, eu diria que ele estava normal. Mas ele não estava. Por baixo daquele sorriso que ele dirigia a minha filha, eu via toda a preocupação, toda a dor e o desespero de ter Janine em uma cama de hospital.

Quando ele soltou minha filha e me olhou, eu tive vontade correr até ele e me esconder de todos. Uma coisa que eu gostaria de ter feito quando criança quando morria de medo dos vídeos educacionais sobre os Strigois que nos passavam na Academia.

— Baba. – Eu o abracei. Abe nunca foi o homem de palavras. Eu sabia que um abraço resolveria. Resolveria pra mim também.

Resolvi que comer seria uma boa ideia e acompanhei minha filha enquanto ela lanchava. Quando ela terminou, eu a mandei brincar um pouco no quarto.

Quando fiquei a sós com meu pai e Andrew, já sabia o que os dois queriam me perguntar.

Andrew foi o primeiro a quebrar o silêncio que havia se instalado entre nós.

— Então, como achou a Lya?

Me sentei no sofá vermelho que tinha ali e respirei fundo, tentando controlar minha voz.

— Quando saí do quarto, procurei por todo lado, em cada lugarzinho, mas nada dela. Quando eu estava prestes a me desesperar de verdade eu a vi. Ela veio correndo até mim e Deus... eu estava tão feliz. Minha filha estava bem, mas aí eu vi ele. Logo atrás de Lyanna estava Dimitri. Ele vinha andando até nós, nos olhando como se eu fosse um fantasma, e eu só conseguia pensar em correr dali, mas ele me impediu me perguntando se Lyanna era minha, quando eu disse que sim, vi que ele tinha hesitado, era minha chance de sair dali, e foi o que eu fiz. Vim correndo até aqui. – Senti as lágrimas caindo e molhando eu rosto.  – Eu vi eles hoje pai. Os dois. Estavam tão diferentes mas tão iguais baba.

Abe me abraçou e eu deixei que minha cabeça encostasse em seu ombro.

— Me desculpe por fazer você passar por isso Rose, mas realmente precisamos daquela transfusão.

— Eu deixaria que minha mãe precisasse de alguma coisa e negaria isso só por eu estar com medo de duas pessoas baba.

Passei os resto do dia no colo de Abe e adormeci.

No dia seguinte fui acordada por Lyanna. Como já é muito comum ela e não o despertador me acordar todos os dias, acordei sorrindo. Acordar e ver aquele sorriso me chamando pra tomar café é tão bom. Me levantei, tomei banho e quando entrei na cozinha do apartamento, estava Lyanna e Andrew me esperando com uma enorme mesa de café da manhã.

— Surpresa! – Gritaram os dois e eu só pude sorrir com aquele gesto.

— O quê? Mas, por...

— Ontem você teve um dia cheio de emoções ruins e eu pensei que começar o dia de hoje com o pé direito poderia fazer seu dia muito melhor.

Andy deu aqueles sorrisos cúmplices comigo e me fez sentar na cadeira.

A mesa estava cheia de todas as coisas que eu gosto. De panquecas até geleia de Muhallebi, um doce típico da Turquia, que eu havia aprendida a amar.

Depois do café da manhã maravilhoso, regado a gargalhadas minhas e das minhas outras duas companhias, tive que voltar ao mundo real.

Assim que saí do apartamento, deixando Lyanna sob os olhos atentos de Andrew, fui até o hospital, onde eu sabia que Abe estaria.

Eu nunca gostei de hospitais. Passei a odiar quando acordei em um quarto branco depois do acidente dos que mataram os pais e o irmão de Lissa. Caminhei até o quarto onde minha mãe estava, e quando entrei, tive vontade de chorar.

Abe, estava em pé ao lado da cama, segurando a mão de Janine. Eu não estava preparada pra ver aquela cena.

— Baba...

Meu pai se virou e eu vi ele secando uma lágrima. Eu nunca havia visto Abe chorar na vida.

— Kiz... Eu...

— Não precisa dizer nada baba. Eu... eu entendo.

Ficamos bastante tempo me silêncio, apenas sentindo a dor de ver a tão imperativa Janine deitada em uma cama, de olhos fechados, cheia de fios espalhados por seu corpo.

— Pai? – Chamei vendo que ele nem ao menos havia mexido um músculo pra me responder.

— Sim?

— Quem atacou Janine? – Aquilo pareceu ter deixado Abe mais apreensivo do que estava.

— Não é hora pra falar sobre isso Rose. – Ele mudou de assunto rapidamente, me deixando cada vez mais curiosa.

— Mas eu tenho o direi... – Fui interrompida pela médica que tinha acabado de entrar no quarto.

— Sr. Mazur e senhorita... – A médica de cabelos castanhos não pareceu me reconhecer.

— Hathaway. Rose Hathaway, prazer. -  Apertei a mão da médica que pareceu surpresa. – Como está minha mãe doutora?

Doutora McGillian pelo o que eu vi no crachá dela, preso ao seu jaleco, se recuperou da surpresa de eu ser Rose Hathaway e assumiu uma postura profissional.

— Bem, a sua mãe, sofreu diversos tipos de fraturas, mas a que mais me intrigou foi uma fratura na barriga, deve ter sido em decorrência de diversos chutes que sofreu enquanto era torturada, o antebraço direito também está cheio de hematomas, o que me leva a acreditar que ela estaria tentando proteger a barriga. Sua mãe estava grávida.

O que? Janine estava grávida? Olhei para Abe esperando que ele me desse alguma resposta, mas ele somente assentiu para mim.

— Estava? Ela não...

— Ela não perdeu o bebê Rose, mas a gravidez de sua mãe chegou a ser de risco. Sua mãe já tem uma idade avançada e todos esses ferimentos só agravaram ainda mais a situação da gravidez. É um milagre os dois terem sobrevivido. – Sentei em uma das cadeiras, tentando processar o que eu tinha acabado de ouvir.

Abe deve ter pedido pra a médica nos deixar a sós, se ele falou alguma coisa ou não, ou não ouvi. Estava olhando para minha mãe, imaginando que dentro dela tinha um bebê, uma pequena criança que nem ao menos chegou a ver o mundo e já correu tanto perigo. Um irmão.

Eu teria um irmão.

— Rose...

Ouvi Abe começar a falar, mas o interrompi.

— Por que não me contou antes? Ou melhor, por que não me contou que você e Janine estavam juntos novamente?

Abe não me respondeu de imediato. Parecia angustiado, sofrendo por não ter me contado antes.

— Sua... sua mãe não queria que contássemos, pelo menos não na época, mas depois que ela descobriu a gravidez... íamos contar quando fossemos ver você e Lya depois do aniversário dela, mas... mas tudo que aconteceu...

Ele deixou a falar morrer, e só depois de um certo tempo eu percebi que ele tinha começado a chorar.

Eu nunca tinha visto Abe chorar na vida. E minutos atrás, se eu já estava surpresa por ele ter secado uma lágrima, não pude evitar ainda mais minha surpresa e até um pouco de medo de vê-lo quase soluçar.

Não tive outra reação a não ser tentar abraça-lo, mas quando o tentei fazer, ele se desviou.

Eu não fiquei chateada nem nada do tipo, nunca tinha visto meu pai daquela forma, não sabia como ajuda-lo.

Deixei que ele se acalmasse, mas a cada minuto que se passava, ele ficava mais agitado.

— Eu estou desesperado Rose. Desesperado! Eu... eu nunca senti isso antes. Quando você foi presa, é claro que eu fiquei aflito, mas eu sabia o que fazer. Eu tinha um plano. Mas agora... agora eu não sei o que fazer, sua mãe está deitada numa cama, onde eu não posso fazer nada além de esperar ela acordar, onde eu tenho um filho meu dentro dela...

Não esperei ele falar mais nada, só o abracei.

E dessa vez ele não se afastou.

Eu o abracei com força e quando eu o soltei, segurei seu rosto com as minhas mãos e disse.

— Abe. Não se preocupe. Janine é a pessoa mais forte que eu conheço. Com que você acha que eu aprendi a ser forte? Ela vai sair dessa, bem... os dois vão sair dessa. Você vai ver. Daqui a pouco ela acorda e começa a gritar com você e dizer o quanto você mima a Lya.

Abe me olhou encantado e eu vi um lampejo de orgulho no olhar dele.

— Eu sou tão orgulhoso de você Rose. Em todos os aspectos. Você é uma das poucas coisas das quais eu me orgulho de ter feito. – Ele me disse depois de uns minutos me olhando.

Sorri e voltei a olhar para minha mãe.

Eu tinha um acordo estável com Deus. Concordara em acreditar na existência Dele, contanto que ele me deixasse dormir até tarde aos domingos. Mas agora, eu só podia pedir a Ele que salvasse minha mãe.

Porque eu juro. Eu já tinha perdido muitas coisas na minha vida das quais eu julgava importantes, mas nada se compararia a perder a minha mãe.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?? Capítulo fofinho e cheio de dor... Mas necessário. Já tenho esboço do próximo capítulo e espero que ele fique pronto até o final da próxima semana. E podem ter certeza que vai ter intriguinhas entre a nossa Roza e o Dimitri e a Lissa e todo mundo que se meter no caminho da nossa dhampir predileta! Vou responder os comentários do capítulo passado agorinha. Me digam o acharam! Até o próximo! Beijos!