Por sua causa escrita por Elie


Capítulo 21
Beatriz




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— Acabei de pesquisar sobre o curso avançado de inglês. Começará dia vinte de novembro. Vai te garantir um certificado e um up no currículo — Tia Raquel morava fora há tanto tempo que estava ficando com um sotaque irreconhecível.

— Mas é antes das aulas terminarem — reclamei. 

— Querida, não acho que seja um grande problema. Você sempre foi uma aluna de destaque e já garantiu sua aprovação em uma boa universidade. Seus professores não vão te punir por uma semana de faltas.

Mordi meus lábios de aflição. Eu sabia que as aulas eram a última razão para adiar minha viagem. O problema era ir embora antes de Felipe. Ainda bem que tia Raquel não podia ver minhas expressões pelo telefone.

— Certo, tia. Resolverei tudo com mamãe. Pode me matricular no curso — senti que precisava ir.

— Amanhã mesmo farei sua matrícula. Estou tão feliz que você vai ficar aqui por um tempo. Finalmente uma pessoa para exercitar meu português!

Tia Raquel estava precisando mesmo, já estava falando tudo enrolado. Ela se mudou para outro país há anos, um pouco depois de meu pai falecer. Minha mãe ficou um pouco ressentida com ela  por um bom tempo depois de sua partida. Assim como doutora Emília, ela era genial, uma programadora que logo chamou atenção de uma grande empresa no Canadá. Conheceu seu esposo no trabalho e teve uma filha por lá, só voltava ocasionalmente para passar as férias. Vez ou outra me mandava os celulares mais modernos de presente, eu adorava.

Quando Felipe falou que sua viagem estava ameçada porque seus pais estavam com problemas financeiros, entrei em desespero e tive que pensar bem antes de abrir a boca. Já tinha acertado tudo com tia Raquel e não sabia como ele reagiria ao saber disso. Elisa nos salvou quando divulgou os doces em seu canal, o que me fez perdoá-la de uma vez por todas pela vergonha que me fez passar. Só que eu não conseguia contá-lo que estava com uma viagem marcada. Parte de mim se sentia mal por ter ganhado tudo de mão beijada, enquanto ele teve que ralar por anos para conseguir viajar. 

— Você está bem? — ele perguntou, quando percebeu que eu estava distante. Já não me importava maid com as outras pessoas do colégio.

Eu tinha que contar para Felipe que iria para o Canadá, mas não sabia como. E ele era muito bom em saber quando eu estava incomodada.

— Estou sim. Já te contei que pedi ao doutor Val para acompanhá-lo?

— Que maneiro! E sua mãe? Não ficou com ciúmes? 

— Ela ainda não sabe... 

— Bia... — ele advertiu.

Felipe estava certo. Minha mãe diria que não tenho motivos para pedir para acompanhar outro médico quando eu poderia acompanhá-la. Estava adiando aquela conversa para não ouvi-la com seu orgulho ferido.  Só que eu queria acompanhar um psiquiatra, não uma cardiologista.

— Eu sei, eu sei... É que ela anda ocupada — a pior desculpa de todas.

Achei que ele me daria um sermão sobre precisar ser honesta com a minha mãe, mas fui surpreendida com um gesto de carinho. Felipe segurou as minhas duas mãos de uma vez e olhou nos meus olhos, como quem se prepara para uma conversa séria.

— Tome o tempo que você precisar, mas não adie a conversa que você sabe que é necessária. Nós dois sabemos que isso não é apenas sobre acompanhar outro médico, isso é sobre suas escolhas e a sua vida — foi quando ele beijou as minhas mãos.

Olhei para baixo, sem saber o que falar. Não esperei que ele dissesse aquilo. Parte da alegria de conversar com Felipe estava nessas pequenas surpresas escondidas nas palavras. Mesmo quando eu não estava esperando, ele sempre falava algo que eu precisava escutar.

 

***

Eu adorava as tardes que eu passava auxiliando doutor Val. Ele pedia a permissão dos pacientes para que eu acompanhasse a consulta e a grande maioria não se incomodava com a minha presença no consultório. Eu era responsável por anotar informações pessoais dos pacientes no prontuário e com o tempo fui aprendendo a fazer pequenas intervenções durante as consultas. Para minha sorte, o médico sempre discutia os casos comigo e me fazia perguntas que me instigavam a estudar mais o assunto.

Teve uma tarde em que uma paciente com transtorno bipolar ficou sozinha comigo no consultório enquanto o doutor Val foi buscar umas amostras grátis de remédio que tinha guardado em outra sala. 

— O que você está fazendo aqui? Não se cansa em ficar ouvindo os problemas dos outros? — a paciente perguntou, ao se dar conta de que eu era só uma estudante de ensino médio.

— Já é a quarta vez que venho acompanhar o doutor Val. Adoro conhecer as histórias das pessoas e descobrir novas formas de ajudá-las. 

— Você parece muito apaixonada pelo que faz. Poucas pessoas têm essa sorte, sabia? Sorte de ter descobrido sua vocação tão jovem...

— Mas já estou quase na faculdade. 

A paciente deu uma gargalhada gostosa, meio que debochando da minha ingenuidade. 

— Não funciona assim com a maioria das pessoas, meu bem. A maioria de nós tem que quebrar a cara várias vezes para descobrir algo que as complete de verdade. Acredite, já quebrei a cara muitas vezes e sei do que estou falando. Dezoito anos é só o começo. Você ainda tem muitas coisas a viver. Aproveite.

Essa paciente tinha uma história complicada. Num de seus episódios de mania, ela vendeu a casa e resolveu apostar tudo numa empresa de comida congelada que faliu alguns meses depois. Seus filhos a abandonaram depois de descobrir o que ela tinha feito. Sem casa e nem um real no bolso, ela resolveu iniciar um negócio de quentinha com apoio de um homem que havia conhecido num grupo de apoio para pessoas com transtornos psiquiátricos. Muitos duvidaram que aquele casal daria certo, mas estavam juntos há dez anos.

— Tome seus remédios como escrevi na receita. Nos vemos daqui a três meses para eu dar uma checada nos seus exames. E peça para o seu marido vir me visitar — doutor Val falou assim que entrou na sala.

Foi numa consulta de uma paciente com transtorno borderline quê eu me decidi. Lembro até hoje de reparar na roupa impecável que ela vestia. Eu queria ser psiquiatra, era no que eu me dedicaria. Talvez minha mãe não gostasse quando eu falasse isso, mas era uma escolha minha.

 

***

Esperei minha mãe chegar enquanto assistia televisão no sofá da sala. Acho que adormeci, mas eu consegui ouvir o barulho dela chegando perto da meia-noite.

— Mãe, preciso falar uma coisa com a senhora — minha voz evidenciava meu sono.

— Agora, Beatriz? Não tem hora melhor para falar isso? Já está muito tarde, preciso descansar para trabalhar amanhã cedo. Vá dormir no seu quarto.

— Precisa ser agora, mãe. A senhora quase não tem tempo de qualquer forma. Já tenho tentado falar há muito tempo, mas não consigo com essa sua rotina louca.

Minha mãe colocou sua pasta e sua bolsa em cima da mesa de jantar e veio na minha direção com a expressão de cansaço extremo, achando que era uma bobagem qualquer.

— Que foi? — ela tentou me apressar.

— Não sei se o doutor Val já te falou, mas estou o acompanhando no consultório de psiquiatria há algumas semanas.

— Não, Val não me falou nada — pelo jeito, o que eu tinha falado conseguiu acordá-la um pouco. Não consegui decifrar a sua expressão, mas acho que ficou um pouco irritada. Não me importei.

— Pois é, mãe. E o tempo que passei lá foi suficiente para eu ter certeza do que eu quero para minha vida. Quero ajudar as pessoas como o doutor Val ajuda. Quero ajudar a amenizar o sofrimento mental.

Achei que Emília faria um escândalo e diria que eu tinha sido uma filha desnaturada por ter dado mais valor a um desconhecido que a a ela, mas ela não fez isso. Minha mãe olhou para mim com algum desapontamento e ficou um pouco pensativa. Ela estava muito cansada para se desgastar ainda mais.

— Veremos, Beatriz. Um passo de cada vez. Primeiro você tem que estudar o básico, depois você se decide.

Fiquei em silêncio. Não sabia o que falar. Ela tinha certa razão. Então minha mãe pegou suas coisas e foi em direção ao seu quarto, mas antes ela falou mais outra coisa.

— Psiquiatria não é esse arco-íris todo. O dia a dia é muito difícil. Não sei se você tem estômago para isso.

Deixei ela sair. Acho que meus olhos lacrimejaram um pouco. Não fiquei triste porque ela duvidou da minha escolha. Fiquei triste porque ela duvidou que eu seria capaz.

— Mas eu tenho estômago. Tenho estômago, corpo e alma — respondi, mas ninguém me ouviu.

 

****

Felipe (07:12) - Não consegui dormir. Quero te ver. Só temos duas semanas.

 

Senti um frio barriga. Na realidade, só tínhamos uma semana. Eu deveria estar preparando minhas malas. Olhei para o quadro que Felipe tinha me dado no outro dia e derramei uma lágrima. Talvez minha mãe tivesse certa e eu não fosse tão forte assim.

 

Beatriz (07:17) - Preciso falar contigo.

 

Convidei-o para caminhar no mesmo parque em que eu tinha conversado com Vera. Estava tão preocupada que nem me arrumei direito. Prendi o cabelo num rabo de cavalo e fui direto para o parque.

— Preciso falar uma coisa com você. Espero que me entenda.

Felipe me deu um beijo rápido e sorriu. Acho que nunca imaginou sobre o que eu falaria.

— Não queria te dar essa notícia assim, tão em cima da hora, mas eu viajarei em uma semana — preferir ser direta.

O que eu falei o fez dar um passo para trás. Não o vi esboçar nada além de preocupação.

— Algo aconteceu? Isso tem a ver com você ter contado a sua mãe sobre seu interesse por psiquiatria?

— Na verdade, não. Minha mãe me deu a opção de ficar com a minha tia no Canadá por um tempo e eu quis ir.

Imaginei que ele fosse ficar um pouco chateado, mas só consegui enxergar surpresa em seu rosto. Não acho que há uns meses atrás eu teria feito essa escolha e Felipe sabia muito bem disso. Antes de viver tantas coisas por causa dele, eu diria que a medicina é minha prioridade e passaria seis meses estudando anatomia para chegar na faculdade preparada para ser a melhor aluna da sala.

— A única coisa que eu posso fazer é te apoiar. Claro que eu fiquei triste por saber que você vai embora antes, mas sei que tem suas razões para ir e eu entendo cada uma delas. 

Ouvir isso me fez ficar muito feliz em tê-lo ao meu lado, só que a felicidade não durou muito. Foi só notar a tristeza nele que eu desanimei. Acho que a ficha caiu para nós dois de uma vez só.

— Seria egoísta ficar com raiva de você porque você vai antes de mim — continuou.

Ficamos em silêncio por algum tempo. Nossos silêncios nunca eram constrangedores, pelo contrário, me faziam ficar mais à vontade.

— Minha mãe conversa pouco sobre o meu pai. Acho que eu posso descobrir coisas novas se ficar um pouco com a minha tia, ela é mais fácil de conversar que doutora Emília Nogueira.

Às vezes, eu ficava com vergonha de me distanciar tanto verbalmente da minha mãe, mas é que já era automático.

— Há quanto tempo você não vê essa sua tia? — era impressionante como ele conseguia esconder o que estava sentindo só para me deixar mais tranquila.

— Tia Raquel foi para o Canadá um pouco depois do meu pai morrer. Falei com ela umas três vezes depois disso, quando veio nos visitar. Essa é uma oportunidade de ficar sozinha com ela e fazer perguntas que minha mãe não gosta de responder.

— Sua mãe não fala com você sobre seu pai? — ele sabia muita coisa da minha vida por causa da biografia, mas eu evitava falar sobre o distanciamento que eu tinha com a minha mãe. De qualquer forma, era óbvio.

— Eu era pequena quando meu pai morreu, então minhas lembranças são um pouco distorcidas. Lembro que ele era um ótimo pai, mas acho que foi um péssimo marido. E o pior é que ele ficou dependente dela, inválido, no final da vida.

— A vida tem dessas coisas — Felipe murmurou. — É engraçado perceber que você vai saber mais sobre si mesma e sua família indo para longe. 

Não quis gastar os poucos dias que estavam antes de viajar conversando sobre os meus pais, então eu abracei tão forte que isso o distraiu.

— Você sabe que eu vou viajar por sua causa, não sabe? — era uma pergunta retórica.

Felipe enrugou a testa e ficou olhando para mim, provavelmente pensando na ironia que aquela frase significava.

— Obrigado por me falar que eu afastei para longe a única garota que já gostou de mim — não sei como ele conseguia fazer piadinha nessas horas.

Revirei os olhos e ri com o canto dos lábios. 

— Não se esqueça de mim tão fácil — falei.

Ele deu uma risada e olhou para mim como se eu fosse uma criança ingênua.

— Mas também não se ache tanto, meu querido  — brinquei.

Felipe gargalhou novamente.

— Beatriz Nogueira, você é tão inteligente, mas às vezes não enxerga coisas óbvias... 

— O que isso tem haver sobre não esquecer? — questionei.

— É que você fala como se isso fosse possível...

Acho que ri por uns segundos, mas depois fiquei séria. A ficha tinha caído. Fazia todo sentido para mim também.

***

Fui me despedir de doutor Val e agradecer por toda atenção que eu tinha recebido. Minha admiração por ele só crescia. 

— Está convidada a me acompanhar quando voltar. 

— Pode guardar meu lugar.

— Que bom! Pelo jeito temos uma futura psiquiatra aqui.

— Gosto muito da área, mas minha mãe falou que psiquiatria não é para qualquer um. 

— Claro que não é. Psiquiatria é para quem sonha em ser psiquiatra. Não é fácil para ninguém. Você precisa insistir.

Sorri para doutor Val e ele sorriu de volta. Abracei-o e saí do consultório. Psiquiatria era para mim.

Felipe estava esperando por mim do lado de fora e me acompanhou até a minha casa para me ajudar a arrumar minhas malas. Não falamos muitas coisas enquanto dobrávamos a roupa, estávamos muito tristes para isso, mas sempre sorríamos de leve quando nossos olhares se encontravam. 

Aos poucos, as coisas foram se encaixando na mala e meu quarto foi ficando um pouco mais vazio. Deu trabalho colocar o quadro na mala, mas tirei umas blusas de lá e acabei conseguindo.

— Quase que eu ia me esquendo — falei.

Coloquei a mão no bolso e tirei um chaveiro de lesma de lá. Havia achado o objeto enquanto passeava no shopping com minhas amigas. A lesma tinha olhos enormes feitos de botão, era muito feia, mas eu precisava comprá-la. 

— É horroroso — avisei.

— Eu sei — ele riu, mas não conseguiu sustentar o sorriso por muito tempo.  — É a minha cara, não é?

— Igualzinho.

Ficamos abraçados na sala sem dizer nada por muito tempo. Eu não queria que o tempo passasse, foi agoniante. Chorei mais um pouco.

— Vai ser uma experiência incrível — ele tentou me acalmar.

O jeito como Felipe mexeu nos meus cabelos me fez ter algum sono. Ele era confortável. A campainha tocou de repente.

Vera, Tainá e Elisa correram para me abraçar assim que abri a porta. Nós quatro estávamos chorando como crianças que acabaram de cair no chão. Felipe pegou minha mala no quarto e carregou para mim até o último momento.

Minha mãe chegou um pouco depois das minhas amigas para me levar ao aeroporto. Todos foram comigo. Emília escondia um sorriso no rosto ao ver todo aquele drama, como uma mãe vendo suas crianças no jardim de infância.

— São só seis meses — ela achou que isso nos acalmaria.

 

***

O barulho das turbinas aumentou aos poucos. Abri meu notebook na mesinha acoplada na cadeira do avião e comecei a escrever algo para professora Amélia. A música mudou para uma que eu não gostava, então abri o navegador e pensei em uma canção que me confortasse um pouco mais.

Hey Jude, foram as palavras que consegui lembrar.

 

Professora Amélia,

 

Tomei uma decisão um pouco repentina. Decidi viajar para me conhecer mais e fazer um curso no Canadá. As aulas começam antes da data de entrega do trabalho e não consegui terminar a atividade da biografia antes de ir. Infelizmente não conseguirei ir ao sarau. Mando meu texto em anexo. Espero que aceite.

Ps. No fundo a culpa é sua.

 

Felipe Salgueiro

 

Depois de tantos anos de escola juntos, eu poderia jurar que eu o conhecia. Extremamente inteligente, tímido, amigo e filho de uma confeiteira maravilhosa. Ponto final. Era onde meu trabalho terminaria, se ele deixasse.

Ele é muito mais que isso.

Felipe Salgueiro é uma madrugada inteira em claro antes de uma prova para ajudar a mãe a terminar um pedido.

É uma calma que chega ao ponto de irritar.

É a coragem de falar a verdade quando a pessoa não quer ouvir. Ou de se manter em silêncio quando alguém exige uma resposta.

É despertar uma inveja por conseguir aprender as coisas na metade do tempo que levo.

Ele é a desorganização em pessoa. E diz que gosta de ser assim, pois fica irritado quando não consegue achar suas meias num quarto arrumado.

Mas ele também é todas as suas inseguranças. Talvez seja esse o ponto em que nos parecemos. Eu e o meu medo de nunca ser suficiente, ele e o seu medo de não saber bem quem é.

Descobri que o admiro e nem sei exatamente o porquê. Achei que era por causa da inteligência ou do fato de sermos tão diferentes. Poderia ser pelo amor declarado por Star Wars e Beatles. Mas não, não é por nada assim tão fácil de enxergar.

Eu o admiro pelo que ele é (talvez tenha viés nesse estudo). 

Felipe me inspira de tantas maneiras que nem sei. Ele me ensinou a não levar tudo tão a sério, a não achar que o tempo é meu inimigo. Hoje sei que preciso me descobrir um pouco mais e descobrir o mundo, que eu tenho tanto a crescer e tantas memórias para construir. Eu sei que sou muito mais do que esperam de mim. Ainda não sei de tudo e nunca saberei, mas estou disposta a aprender um pouco mais. Ele me mostrou que não preciso ter pressa. Vou passar um tempo longe por causa dele. A faculdade é só uma parte da minha vida. Tem tantas outras coisas que quero fazer. 

Felipe Sagueiro é a carreira brilhante que vai ter, a família linda que ele tem e terá, os amigos que abraçou, o tempo que abdicou e o tempo que usou para não fazer nada além de ver a vida passar. Terei saudades de cada uma dessas partes.

Felipe Salgueiro é ele mesmo e é isso que mais admiro.

 


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Notas finais do capítulo

This year's love had better last
Heaven knows it's high time
I've been waiting on my own too long
https://youtu.be/6zN4_7hq77g



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