Minha mãe me levou ao aeroporto com as janelas do carro abertas. Fazia 25° graus em Portland. O céu de um azul perfeito e sem nuvens.

Seattle. Era para lá que eu me exilava. Era meu primeiro ano na faculdade. Tive sorte de passar em uma das melhores universidades locais. Ainda mais para direito, que sempre fora meu sonho.

— Não acredito que meu bebe vai me deixar. – Minha mãe disse manhosa. Ela é muito parecida comigo, a não ser pelo cabelo curto e preto.

— Mãe. – Falei revirando os olhos. – Eu não sou mais um bebe. Tenho 18 anos.

— Vai ser sempre meu bebe. – Disse sorrindo. Ela era maravilhosa. – Não se esquece de sempre me mandar noticias.

— Ok mãe. Eu já entendi. Você até me fez uma lista. – Falei fazendo careta.

— Vai antes que você perca seu voo. – Disse me abraçando mais uma vez.

— Eu te amo.

— Não se esqueça de mim. E estude muito viu. Vejo-te daqui uns meses.

Dei mais um sorriso e sai para a área de embarque.

— Filha? – Minha mãe me chamou/gritou. – Vê se me arruma um genro. E que não seja drogado.

Dei risada e revirei os olhos. Não muda nunca.