Quem tem medo destino? escrita por Morgana Lisbeth


Capítulo 38
Um amor para toda a vida


Notas iniciais do capítulo

Para chegar até aqui, ao capítulo final, percorremos estradas sinuosas e ultrapassamos vários obstáculos. Foi preciso fazer paradas e recomeçar incontáveis vezes. Exigiu esforço, um grande esforço, por sinal. O amor pelo casal protagonista e a certeza que essa história deveria ser contada nos moveram a cada recomeço. Valeu a pena? Isso só você, leitor querido, poderá me dizer.

Da minha parte, valeu muito a pena. Com a escrita, eu me descubro e reinvento, sou mais feliz, sou mais eu mesma, vivo minha grande e inesperada aventura.

Será que quem ama escrever merece receber amor em troca? Deve ser assim. Pelo menos é o que me faz acreditar a experiência feita. Quantas palavras carinhosas recebidas dos leitores nos comentários, mensagens por e-mail e twitter! Agradeço aos que dedicaram um tempo para dar um feedback da fic. Agradeço aos que me acompanharam em silêncio. Desejo, de coração, todo o bem para cada um de vocês.

Em tempo: amo as palavras. As não ditas, as silenciadas, as que precisam de tempo para amadurecer. Por isso não se espante. Será um capítulo de looongos diálogos.



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Para ouvir antes, durante ou depois da leitura do capítulo:

 Only You

(The Platters)

http://bit.ly/2FKzpkE

 

 

 

"Olhe bem no fundo dos meus olhos
E sinta a emoção que nascerá
Quando você me olhar
O universo conspira a nosso favor
A consequência do destino é o amor,
Pra sempre vou te amar" 
(Nando Reis)

 

 

 

 

O tempo parou. Devia ser alguma magia que congelara o ponteiro de todos os relógios do universo. Os dois não conseguiam e nem queriam se mover dali. Estavam parados, ocupando lados opostos da porta, incapazes de mexer-se e muito menos de desprender-se dos olhos um do outro.

— Posso entrar? – ele abriu um lindo sorriso. – Está um pouco frio aqui fora.

— Ah, desculpa! – ela despertou daquela espécie de transe e saiu finalmente de frente da porta, abrindo passagem para o rapaz. – Entre, por favor.

Hermione mostrou o cabideiro, que ficava no corredor de entrada, e o rapaz pendurou o sobretudo. Foi então que ela reparou no terno alinhado que o ruivo usava, mas ainda não ousou fazer qualquer comentário.

Convidou o rapaz para sentar na moderna e confortável sala dos Granger. Ron ocupou um canto do sofá de quatro lugares, Hermione ficou na outra extremidade. Os dois se viraram de forma a se posicionar um de frente para o outro.

— Pensei em servir o jantar daqui a dez minutos – a garota justificou-se. – Está com muita fome?

— Acho que consigo esperar dez minutinhos – o ruivo arqueou as sobrancelhas.

— Você está muito elegante, Ron – ela deu um suave sorriso, mudando o tom da conversa. 

— Do jeito que você queria? – o olhar de Ron era sedutor. 

— Mais elegante ainda – Hermione mordeu delicadamente os lábios. – Mas esse não é o terno do casamento de Gina e Harry.  

— Achei que esse terno era melhor para a ocasião – ele desconversou antes de olhar para a jovem com um novo encantamento. - Você ficou ainda mais linda com esse vestido. Linda não, deslumbrante.

— Obrigada – ela sorriu tímida, lembrando que havia pensado em cada detalhe para tornar aquela noite perfeita.

— Imaginei que usaria um vestido branco. Mas não pense que sou preso a tradicionalismos, acho que rosa também é adequado para a ocasião. Que horas chega o juiz de paz? Ou é um pastor que vai celebrar o nosso casamento? – Ron deu um sorriso torto para ela.

— Ron, isso não tem graça – a garota tentou ficar séria, mas acabou esboçando um sorriso – Juiz de paz? Pastor? Acho que está entendendo de casamentos trouxas mais do que eu.

A brincadeira quebrou um pouco do ar de solenidade e certo distanciamento que havia entre os dois. Ron também estava tenso. Já não existiam mais feitiços e bruxos das trevas tentando impedi-los de ficar juntos. Agora tudo dependia deles.

— Estou curioso para saber qual vai ser o cardápio, Hermione – o ruivo, que continuava a gostar de se alimentar bem, preferiu manter o tom descontraído da conversa.

— Logo você vai saber. Fui eu que preparei tudo. Acho que você vai achar o jantar saboroso – ela tinha feito cada prato com muito carinho, pensando especialmente no rapaz. 

— Eu já conheço o seu talento para fazer poções. Na culinária, vai ser uma surpresa – ele sorriu e aproveitou para segurar a mão direita da garota, que estava pousada sobre a poltrona.

Hermione teve um sobressalto quando a mão forte e quente de Ron envolveu a dela inesperadamente. O ruivo percebeu aquele leve tremor e apertou ainda mais a mão da menina. Como os dois sentiram falta desse gesto de ternura e confiança.

— Espero que ache a surpresa boa. Nesses dois anos que morei fora, aprendi a me virar muito bem na cozinha – Hermione sorriu e olhou para as mãos dos dois, que se encaixavam com tanta perfeição.

Quando levantou novamente o rosto, ela foi surpreendida pelo encontro dos seus olhos com os de Ron. Quanta paz e bem querer existia naquela troca de olhares. Os dois desprendem espontaneamente as mãos com a entrada dos pais de Hermione.

O casal Granger os saúda com reverência. Para a surpresa do rapaz, os pais de Hermione também usavam roupas de festa e estavam perfeitamente imbuídos na execução de seus papéis de anfitriões. 

Com um gesto gentil, o sr. Granger convida o jovem casal a ir para a sala de jantar. Depois que Ron e Hermione sentam na mesa preparada com extremo bom gosto e requinte, os pais da menina se retiram dizendo que logo vão servir o prato de entrada. 

— Mione, como você conseguiu envolver seus pais em nosso jantar de gala? – Ron olhava incrédulo para a jovem bruxa. 

— Acredita que foram eles que se ofereceram para servir a gente? E eu achei fantástico. Meus pais gostam de você. Não sei se sabe disso, mas você conseguiu conquistar os dois – Hermione sorria com os olhos. 

— Eu fico contente com isso. Mas não era exatamente eles que eu estava interessado em conquistar não – o ruivo voltou a dar aquele sorriso torto que ela considerava sedutor. 

— Ah, é? Quem você estava interessado em conquistar? – Hermione entrou no jogo dele. 

— Uma certa bruxa muito inteligente e linda – Ron alcançou mais uma vez a mão da garota. 

Depois de uma gargalhada levemente tímida, ela completa: “Se é quem eu estou pensando, você já a conquistou. E há muito tempo. Mas você sabe disso”. 

— É, eu soube por um tempo. Depois tive certeza que a havia perdido para sempre. Agora acho que.... Talvez eu tenha conseguido reconquistá-la. Mas isso só você pode me dizer – ele a­­cariciava a mão da jovem com o polegar. 

— Você ainda tem dúvida sobre o meu sentimento por você? - Hermione ficou decepcionada ao ver que o rapaz parecia não perceber o quanto ela o amava.

O bruxo não teve tempo de responder. O casal Granger acabara de entrar na sala para servir a salada variada e colorida. Ron e Hermione desprendem mais uma vez as mãos e encerram temporariamente a conversa. Pouco depois, os pais da garota os deixam novamente sozinhos.

Enquanto degustam a salada, eles conversam sobre assuntos banais. Falam de receitas preferidas, de pequenos episódios vividos no Canadá e na Romênia, da cultura desses respectivos países.

Existe uma tensão feliz entre eles. Está para acontecer o grande momento da vida dos dois, pelo qual esperaram durante tanto tempo. A cumplicidade dos olhares, os sorrisos, por vezes inibidos, tudo faz com que percebam o quanto gostam de estar um com o outro. Sentem que, na verdade, nem precisam conversar, basta estarem juntos.

Aqueles instantes mágicos são quebrados, temporariamente, com a volta dos Granger. Eles trazem o prato principal, uma carne preparada com ervas finas e acompanhada por batatas gratinadas. O rapaz, mesmo se não tinha o mesmo apetite exagerado da adolescência, ainda comia bem e Hermione sabia que não se satisfaria apenas com a salada da entrada. 

— Está com uma ótima apresentação e parece muito bom também – elogiou Ron. 

— Sim, minha filha se transformou em uma cozinheira de mão cheia. Já preparou alguns pratos para nós e todos são excelentes - garantiu Jean Mary.

— Este aqui é o vinho que escolhemos para harmonizar com o cardápio. – o sr. Granger serviu uma pequena dose e ofereceu a Ron. – Veja se está a seu gosto.

— Hum.... Maravilhoso! – Ron falou enquanto o pai de Hermione servia mais vinho para ele, enchendo em seguida a taça da filha.

— Bem, agora vamos deixar vocês à vontade. A sobremesa, a própria Hermione vai servir. Se precisarem de alguma coisa, estamos no segundo pavimento da casa – a sra. Granger anunciou. 

Nos primeiros minutos em que voltaram a ficar sozinhos, o assunto girou em torno do cardápio servido. O rapaz não parava de elogiar a refeição. Hermione imaginou que qualquer conversa séria deveria ficar para depois. Antes de comer a última fatia de carne, Ron olhou de jeito interrogativo para a garota.

— Como você está? – ele perguntou de forma afetuosa. 

— Estou bem. Agora estou bem. Muito bem – a bruxa deu um meio sorriso antes de continuar: - Sabe, ainda não te contei, mas fui visitar Mary Elizabeth na prisão...

— Sério?! Achei que você, assim como eu, gostaria de nunca mais encontrar com ela – um franzido na testa denunciou que os sentimentos de Ron por aquela bruxa não eram os melhores possíveis.

— Ela quis me ver antes do julgamento, mandou recado pelo Harry. Achei que devia ir, por uma questão de humanidade. Mary Elizabeth me pediu perdão... – Hermione tinha a voz tranqüila, parecendo ignorar as orelhas vermelhas do rapaz.

— Muito fácil ela pedir perdão agora, dizer que está arrependida! Você não devia ter ido até lá – Ron cerrou o punho e socou levemente a mesa, respirando para voltar à calma.

— Sei que as justificativas são fracas, mas ela me pareceu sincera. Disse que não achava certo separar duas pessoas que se amam, mas, para salvar a pele de Edmund, acabou se envolvendo. E garantiu que tentou de tudo para que não matassem você... – a voz de Hermione tremeu levemente.

— Ah, Hermione, você não vai defender Mary Elizabeth agora, vai? E quem disse que não me mataram? Eu passei pela morte mais terrível que foi ficar tanto tempo longe de você – o rapaz bufou nervoso.

— Eu sei, Ron. Não estou defendendo Mary Elizabeth. Mas foi importante entender por que ela obrigou Edmund a usar a poção polissuco para fingir ser Robert. Imaginou que assim despertaria o seu ciúme e você se afastaria de mim...

— No passado talvez eu fizesse isso. Mas depois de todo sofrimento que passei longe de você.... Eu não podia mais.... Eu não posso mais ficar longe de você – o olhar dele era quase de súplica.

— Se dependesse dos Dankworth nunca mais nos veríamos. Mas melhor não falar deles agora – ela deu um sorriso nervoso.

— Tem uma coisa que não entendi. No depoimento, Mary Elizabeth disse que foi à sua casa naquela tarde para encontrar o anel e enfeitiçá-lo novamente. Mas por que depois do seu rapto, ao invés de fugir, ela e Edmund resolveram usar a poção polissuco para se passarem por você e Robert na festa de aniversario de Martin? - o ruivo questionou.

— Eu perguntei exatamente isso. Mary Elizabeth disse que queria avisar a Harry que eu tinha sido sequestrada. Mas, como Edmund não aceitaria esse plano, falou para ele que o objetivo era retardar a descoberta do meu sumiço – a garota explicou.

— Não posso acreditar nessa história. Eles se beijaram na minha frente. Pareciam mais querer me convencer que você e Robert estavam juntos do que avisar do seu sequestro – Ron voltou a se impacientar.

— Talvez a ideia do beijo tenha sido de Edmund, para tornar a encenação deles mais real. Mas isso já não importa mais – ela sabia que tinham assuntos bem mais interessantes a conversar.

— Você a perdoou? – Ron precisava fazer aquela pergunta.

— Disse que não tinha raiva dela, mas sim uma grande mágoa. E que, se dependesse de mim, ela ficaria muitos anos na prisão. Acho que só assim poderá refletir sobre o mal que fez e mudar de vida – Hermione respondeu.

— Todos eles vão ficar muito tempo na prisão. Os quatro bruxos que me perseguiram desde o Canadá também já estão encarcerados – o ruivo contou com certo alívio.

— Não devia ter puxado esse assunto. Acho que fiz você perder o apetite – disse a menina ao observar que Ron não terminara de comer.

— De jeito algum. A comida está deliciosa e vou repetir – Ron serviu um pouco mais da carne e das batatas.

Hermione colocou uma pequena fatia de carne no prato e os dois terminaram de comer em silêncio. Perguntou se o rapaz queria repetir e, diante da negativa dele, se ofereceu para pegar a sobremesa.

Ele não economizou elogios ao sorvete de creme acompanhado de pera em calda, uma receita trouxa que não conhecia e amou. Hermione sabia que precisavam falar do assunto mais importante, o relacionamento dos dois. Mas como começar? Foi Ron que tomou a iniciativa.

— Conseguiu refletir sobre tudo que aconteceu, como você queria? – Ron tinha um olhar carinhoso.

— Sim, eu pensei muito. O mundo bruxo, por mais que seja a minha vida, não é fácil. Fico observando os meus pais.... Tudo é tão mais simples para os trouxas. Não que não corram perigo, mas tudo é mais linear para eles. A magia sempre acaba nos pegando de surpresa de alguma forma. Eu realmente não esperada nada disso, toda essa situação que deu uma ruptura na nossa história – Hermione sentia-se acolhida pelo rapaz que a ouvia com grande atenção.

— Não entendo por que deixei isso acontecer. Fui me deixando levar pelo meu orgulho ferido, que me convenceu a ficar longe de você. Eu vi a sua aflição, você parecia estar tão sofrida quando terminou da última vez o nosso namoro... Mas é muito duro ser rejeitado. Eu acabei ficando cego por conta dessa mágoa e não percebi o que estava acontecendo – a fisionomia de Ron se fechou momentaneamente. 

— Eu também podia ter identificado esses sinais, Ron. Devia ter entendido logo a conexão entre o anel roubado e a crise no nosso relacionamento. Pior é que furtaram o anel de mim e nem percebi. Logo eu, que me considerada uma bruxa tão atenta e racional. Mas depois desses quase vinte dias de reflexão, cheguei a algumas conclusões – ela sorriu para o rapaz. 

— Que conclusões? – Ron, que já não conseguia segurar a própria ansiedade, mordeu os lábios.

— Concluí que devo valorizar o que vem de agora para frente e pensar apenas no futuro – ela estava completamente envolvida por aqueles olhos azuis. 

— Também só consigo pensar no futuro. No nosso futuro, Hermione – o olhar do rapaz transmitia uma maior paixão a cada momento.

— Mas pensar no futuro também me dá grande medo, Ron – a menina reconheceu.

— Medo? No que você pensou que te deu tanto medo assim, Mione? - ele estava gostando de ouvir aquelas palavras e queria mais.

— Pensei no grande risco da gente ficar junto, vir a se casar, ter um filho... Tive medo da nossa família ser perseguida para sempre por conta dessa profecia louca. Afinal, o casal Dankworth não deve ficar encarcerado a vida inteira e, mesmo na prisão, pode conquistar outros aliados – um franzido na testa traduzia a tensão da jovem bruxa. 

— Nossa família, Hermione? – Ron tinha um olhar enamorado e voltou a envolver a mão da menina, que estava fria, na dele. – Eu, você e nosso filho? Fico emocionado ao saber que você pensou na gente assim, como uma família...

— Ron! Está me deixando envergonhada – com aquele olhar intenso, ele parecia ler os pensamentos mais íntimos da garota.

— Esse não era meu objetivo. Eu só queria te deixar tranquila e garantir que nada vai acontecer com nosso filho – ele deu um sorriso e apertou levemente a mão de Hermione. 

— Você fala como se ele já existisse – a bruxa não conseguiu evitar que o rosto ficasse vermelho e se desvencilhou da mão do rapaz que segurava a dela com força. 

— E não existe? Já é tão certa a existência dele que você ficou esses dias todos pensando nesse filho, preocupada com os riscos que ele poderá correr um dia... – Ron sorriu de um jeito encantador. 

— Ron, não é bem assim – ela teria ficado ainda mais vermelha se isso fosse possível. – Mas corremos tantos riscos que fiquei em dúvida se devíamos voltar a nos relacionar e enfrentar perigos ainda ­­maiores. 

— O perigo de formar uma família? Por que não? Você acha que devemos abrir mão de sermos felizes por medo de perder um filho que jamais vai nascer se não vivermos a nossa história de amor? – o olhar envolvente dele continuava a deixá-la encabulada. 

— Supondo que a gente decidisse formar uma família, não estaremos sendo egoístas de não pensarmos na segurança desse filho? – ela contrapôs, esperando que o rapaz confirmasse suas próprias certezas. 

— Hermione! Eu já falei sobre isso. Sempre defendi você. Por que não haveria de defender o nosso filho? Além do mais, os Dankworth estão em um presídio de segurança máxima e não sairão de lá tão cedo. Temos tempo para provar a falsidade dessa profecia – Ron levou a mão direita ao cabelo da garota, fazendo um afago. 

— Talvez você tenha razão. Não devemos nos preocupar com isso agora – ela finalmente sorriu – Quer um pouco mais de sorvete?

O ruivo, que já tinha repetido a sobremesa duas vezes, disse que estava satisfeito e acompanhou a garota de volta à sala de estar. Eles ocuparam a mesma poltrona, mas dessa vez ficaram mais próximos. Ron tomou novamente a iniciativa, mudando o rumo da conversa.

— Mione, nós já falamos de muitos assuntos. Mas o que queria saber mais especificamente é sobre o seu sentimento por mim. Todo o resto depende disso – os dois não conseguiam se desprender dos olhos um do outro.

— Acho que você sabe muito bem o que sinto por você. Desde que te procurei na Romênia, deixei muito claro o quanto te amo, Ron. Eu gostaria de saber o que você sente, já que guardou isso em segredo por tanto tempo – o rapaz exercia sobre ela uma atração irresistível. 

— Eu sou apaixonado por você. Sempre fui.  Desde que entendi o que é amar uma pessoa. Aliás, eu entendi isso olhando para você - Ron foi tão rápido e assertivo em sua declaração que Hermione ficou com a respiração suspensa

A jovem não conseguiu evitar um sorriso feliz. “E nesse tempo em que ficamos separados?”, ela tinha que fazer aquela pergunta. 

— Continuei apaixonado por você. Era como uma chama coberta por cinzas, mas que ainda ardia, entende? Desde o início, o nosso relacionamento nunca foi simples. Precisamos superar tantas coisas... E eu sonhava com o dia em que deixaríamos os obstáculos para trás e ficaríamos juntos – o grande amor que tinha por aquela jovem levava Ron a ter coragem de se abrir por completo. 

— Quando lembro como tudo começou, ainda em Hogwarts, fico pensando nessas dificuldades, muitas delas criadas por nós mesmos. Acho que nos escondemos atrás de tantas defesas. Ah, aquelas brigas, as implicâncias de um com o outro! Eram as nossas armas numa guerra que todos já sabiam estar perdida.  – Hermione interviu e a voz levemente estridente denunciou toda a sua emoção.

— Concordo com você. Essas brigas nos mantinham próximos e, ao mesmo tempo, distantes. Era algo inconsciente, mas eu tinha medo de me entregar a esse sentimento e reconhecer o quanto era apaixonado por você. Por que isso seria uma rendição, eu perderia a batalha. Demorei muito tempo para entender... – Ron estava disposto a falar e Hermione fez o mais completo silêncio para o rapaz não perder a coragem. – Qual era o problema de ficar sem defesa, de depor todas essas armas inúteis no chão e me entregar a um sentimento tão forte? E maravilhoso, não é mesmo? Quando reconheci essa minha derrota, que na verdade era a minha vitória, não consegui imaginar um dia de minha vida sem você. Por isso aquele período em que deixei a missão foi tão terrível. Eu ficava me culpando. Não tanto pela minha covardia, a raiva e o ciúme que senti, por ter sido fraco diante do poder da horcrux.... Por nada disso. Mas por estar longe de você. Quando a gente se reencontrou, eu decidi que não ia perder mais tempo. Assim que terminasse a missão, eu queria ficar logo com você. E para sempre. Eu não imaginei que esse feitiço nos afastaria...  

— Eu havia feito o mesmo propósito. Não queria mais te perder de vista, Ron. Minha paixão por você durante a missão era tão grande que tive uma atitude insana, como sabe. Eu me atirei ao seu pescoço e te beijei no meio de toda aquela terrível batalha e ainda na frente do Harry. Eu havia esperado tanto. Se tudo terminasse ali, pelo menos você saberia o quanto eu te amava – o rapaz havia exposto o coração e Hermione não tinha mais porque esconder os seus sentimentos. 

— Aquele beijo foi insano sim. E fabuloso! Nossa história começou de uma forma muito linda. Se não fosse o feitiço... Mas o feitiço desfez muita coisa. Quando terminou da última vez comigo, você foi tão dura e tão firme.... Tive certeza que não gostava mais de mim. Então eu comecei a jogar areia em cima do amor que sentia por você. Foi uma tentativa inútil e desesperada de apagar esse sentimento tão forte. Estava decidido a não perdoar e até maltratar você, se fosse necessário. Não que eu te desejasse mal, mas eu queria que você, de alguma forma, sentisse a minha dor – ele continuou a abrir o coração.

— Senti isso quando nos reencontramos no casamento de Harry e Gina. Eu nem gosto de me lembrar daquele dia... Eu fiquei muito triste porque você foi tão frio... Mais do que isso, você me tratou mal mesmo. E me senti péssima – eles já haviam falado desse momento, mas Hermione precisava rememorar toda a história dos dois. 

— Estava muito magoado. Tinha feito como você pediu e me afastei. E para preencher aquele grande vazio, mergulhei de cabeça no trabalho de auror. O meu objetivo de vida agora seria defender o mundo bruxo, combater gigantes raivosos, lutar até com aracnídeos. Parecia muito pouco, mas eu não possuía nada além disso. Nesse meio tempo teve o namoro com a Marian. Ela é uma pessoa incrível, bonita, de grande talento... – Ron pareceu não perceber que Hermione ficara estranhamente séria. 

— Não precisa elogiar Marian tanto assim, não é Ron? – ela não deixaria de ser ciumenta de uma hora para outra.

Ron soltou uma gargalhada espontânea. “E você não precisa ter tanto ciúme assim”, ele falou ainda sorrindo. 

— Não preciso? Sei. Mas vocês ficaram juntos por tanto tempo... – a menina não estava satisfeita com a resposta. 

— A Marian é ótima, mas nunca fui apaixonado por ela. Você é o grande amor da minha vida – o rapaz tentou pegar novamente a mão de Hermione, que dessa vez não deixou. 

— Supondo que eu seja o amor da sua vida, ainda assim vocês dois... Er, vocês namoraram tantos meses... Marian é uma mulher independente, bem-sucedida profissionalmente e muito atraente, tenho que admitir. Então, vocês dois...  – há muito tempo ela queria fazer aquela pergunta, mas ainda não tivera coragem. 

— Nós dois o quê, Mione?  - ele a encarava de um jeito interrogativo. 

— Vocês dois.... Quer dizer, por acaso não rolou... ah, você sabe, assim... uma certa intimidade? - o rosto de Hermione estava escarlate. 

Ele deu uma sonora gargalhada e jogou o rosto para trás, sacudindo todo o corpo. Hermione teve vontade de se transformar numa avestruz para enfiar a cabeça na terra. Antes que pudesse se esconder, aqueles olhos azuis se encontraram com os dela. O rapaz tinha um sorriso lindo no rosto e balançava o rosto como quem não acredita no que acabara de ouvir. 

— Hermione? Você perguntou isso mesmo? Quer saber se eu e a Marian tivemos... uma certa intimidade? – a fisionomia dele oscilava entre o divertimento e a comoção.  

— Por favor! Não responda. Eu fui estúpida, eu sei – ela não conseguia disfarçar o constrangimento. 

— Claro que não foi estúpida! Agiu como uma garota apaixonada que não quer dividir o que é dela. E quer saber? Adorei ver você preocupada com esse tema - Ron sorriu de um jeito terno. 

— Ok, tudo bem. Mas esquece disso. Não responde. Não sei se estou preparada para sua resposta – a garota perdeu momentaneamente a coragem de encará-lo. 

— Acho que está sim, porque a resposta é não. Lembra que fizemos uma espécie de promessa de esperar um pelo outro e de só nos entregarmos por inteiro quando fossemos oficialmente marido e mulher? – ele sorriu e recebeu um sorriso envergonhado de volta. 

A menina mordeu os lábios e sacudiu a cabeça em concordância. O rosto dela agora estava completamente vermelho. Será que era tão difícil assim se transfigurar em avestruz?  

— Eu me mantive fiel a essa promessa. Sei que essa atitude pareceu absurda nesses dois anos em que perdi toda a esperança de ter você. Mas, mesmo na desesperança, no quase desespero, continuei esperando por você, Hermione. Até porque não tenho interesse em mais ninguém – ela finalmente voltou a enfrentar os olhos mais maravilhosos que conhecia, os únicos que jamais cansaria de admirar. 

— Ron, estou morrendo de vergonha de ter feito essa pergunta... – a bruxa admitiu. 

— Deu para perceber - ele soltou uma nova gargalhada, desta vez mais suave – Mas não precisa. 

— Mas mesmo se estou aqui, petrificada de tanta vergonha, gostei muito de sua resposta. Eu também cumpri aquela promessa. De certa forma algo dentro de mim dizia que, se eu não fosse sua, não seria de mais ninguém – ela confessou quando finalmente a alegria de ser amada foi maior que o constrangimento de ter se exposto. 

Os dois se olharam e sorriram. Tinham a respiração descompassada, os corações, acelerados. Ron tomou a iniciativa e sentou-se mais próximo da menina. “E como foi para você, Mione, esse tempo todo que ficamos distantes?”, também o ruivo buscava por confidências. 

— Eu também estava me perdendo em tantas ilusões, Ron. Achava que ser uma excelente professora, ter reconhecimento de outros educadores bruxos e dos alunos era algo de grande valor. Mas quando me encontrava sozinha, e frequentemente eu me encontrava sozinha, me assombrava com o grande vazio que existia em minha vida. Tudo só começou a mudar quando descobri o feitiço que nos afastava, consegui revertê-lo e procurei por você na Romênia. Ainda assim, esses meses de espera foram tão longos e tão difíceis... – chegara o momento de falar sobre tudo que haviam silenciado.

— Esses últimos meses não foram sofridos só para você, Hermione. Eu te olhava e...  Eu não podia beijar você, te abraçar, dizer de todo esse sentimento. Teve uma hora que comecei a sentir um desespero. Eu me perguntava: será que nunca mais nada disso vai se resolver, nunca mais vou poder ficar com essa menina? Quando nos beijamos durante aquele jantar foi terrível.  E foi fantástico ao mesmo tempo. Na verdade, foi mágico! Daquelas magias que nos fazem flutuar de felicidade. Mas também terrível porque sofri ainda mais já que ainda não podíamos ficar juntos – ele desabafou. 

Os dois voltaram a se olhar profundamente, apaixonadamente. Seus corações batiam ainda com mais força, intuindo o que estava por acontecer. O ruivo alcançou a mão de Hermione e a levou até os lábios para um beijo. E fez tudo isso sem desprender os olhos dos dela.

No momento que soltou a mão da garota, Ron aproximou-se um pouco mais dela. Hermione não recuou. Os olhos da jovem continuavam presos aos do rapaz, que percorreu a curta distância que faltava para permitir que os lábios dos dois se encontrassem. 

Ron interrompeu o beijo, que mal iniciaram, para dar uma discreta risada. “O que houve?”, Hermione ficou surpresa. “Nada. É que estou muito feliz”, o bruxo respondeu. Ele inclinou levemente a cabeça, fazendo com que suas testas se apoiassem. Em seguida fechou os sonhos e a jovem fez o mesmo, suspirando ao constatar a própria felicidade. Não precisavam ter pressa.

O ruivo roçou com suavidade seu comprido nariz no delicado nariz da menina. Agora foi a vez de Hermione sorrir. Ron posicionou o rosto para alcançar novamente os lábios macios que se encaixavam tão perfeitamente aos dele.

Como esperaram por aquele beijo! E como valeu cada dia de espera. Tinha tanta paixão, saudade, entrega. O descompasso dos seus corações, a pressão dos lábios e, por fim, a dança ritmada das línguas mostravam a força daquele amor que resistiu a tantas intempéries. 

O beijo foi intenso, mas não muito longo. Os olhos dos dois, ainda tão próximos, sorriam. Ron inclinou um pouco a sua testa para encostá-la novamente na testa de Hermione. Ficaram assim alguns segundos, sentindo a respiração levemente ofegante um do outro.

Foi Hermione que quebrou o silêncio ao perguntar: “E agora, o que vai ser da gente”? Eles se afastaram, mas continuavam se olhando profundamente. 

— Queria mesmo chegar nesse ponto. Sabe, eu acho.... Acho que não dá para a gente voltar a namorar – o olhar do ruivo era provocador, mas Hermione não entendeu se ele brincava ou falava sério. 

— Ron? Depois de tudo que você falou.... Isso é uma brincadeira?! Se for uma brincadeira, é de muito mau gosto. Não se brinca com algo assim – ela impacientou-se. 

— Calma, me deixa concluir. Não dá mais para a gente voltar a namorar porque eu não quero você só como minha namorada. Quero você como minha mulher. Eu quero ser seu marido – o sorriso dele era o mais lindo do mundo. 

— O quê? Ron? Não brinca com isso – a bruxa ainda estava confusa. 

— Eu estou falando sério. Eu quero me casar com você. Para que a gente precisa esperar mais? – o sorriso do ruivo se abrandara, mas continuava encantador. 

— Mas casar comigo quando? Hoje? – o riso nervoso revelava a grande e confusa emoção que Mione experimentava. 

— Seria ótimo. Mas parece que o juiz de paz ainda não chegou.... Sem falar que seus pais, por mais que estejam de boa vontade comigo, talvez não gostem muito dessa ideia de um casamento imediato. E minha mãe, você sabe, adora uma festa. Ela e meu pai, com certeza, vão querer que a gente tenha uma grande festa para convidar todos aqueles meus parentes de cabelos vermelhos – ele sorria o tempo todo. 

— Olha, eu não acho essa ideia ruim... – ela abriu um sorriso. 

— Então quer casar hoje mesmo? Sem juiz, sem festa e sem convidados? – Ron parecia se divertir. 

— Não! Não precisa ser hoje. O que quis dizer é que não acho uma ideia ruim casar com você – sua paixão pelo rapaz estava na voz, no olhar, nos gestos. 

— E para quando marcamos o casamento. Para amanhã? – certas atitudes de Ron a faziam recordar que ele era irmão de Fred e Jorge Weasley. 

— Vamos ser realistas. Não dá para ser em menos de um ano – Hermione falava sério.

—Ah, Hermione! Um ano é muito tempo! Não consigo esperar tanto assim. Veja bem. Eu não quis falar disso antes porque, de repente, você podia aceitar se casar comigo motivada por essa questão. Mas eu juntei um bom dinheiro no tempo que estive na Romênia – ele mordeu os lábios, de um jeito divertido e sedutor, antes de erguer a sobrancelha.

— Que ótimo. Meu sonho sempre foi ter um marido rico – ela também sabia ser bem-humorada. 

— Então você vai ter que procurar outro cara porque rico eu não sou. Mas dá para a gente começar. Você está trabalhando e eu tenho boa perspectiva no Departamento de Aurores do Ministério da Magia de Londres. Harry me convidou para começar oficialmente lá na semana que vem – ele sorriu.

Hermione não conteve o entusiasmo ao ouvir a novidade e pulou no pescoço do rapaz, abraçando-o com força. “Que ótima notícia, Ron! Você me enche de orgulho”, ela falou feliz. Com o rosto quase escondido pelos volumosos cabelos da garota, o ruivo respondeu: “Espero poder te dar muitas notícias assim, para receber muitos e muitos abraços”.

Quando a jovem tentou se desprender do abraço, ele a segurou com mais força. “Fica um pouco mais”, Ron pediu. Aproveitando que estavam muito próximos, o rapaz tratou de alcançar os lábios macios de Hermione para um beijo longo e apaixonado .

— Do que falávamos mesmo? – ele perguntou ainda um pouco tonto depois da emoção daquele beijo.

— Ah! Estávamos falando do seu novo trabalho. Você merece essa oportunidade. Já provou que é um excelente auror e, com certeza, vai se destacar também junto à equipe de Londres. Acho que as missões por aqui não são tão arriscadas. Na Romênia você precisava enfrentar todos aqueles gigantes. Sem falar que você e Harry já são ótimos parceiros de trabalho...

 – Espera um minuto. Preciso me certificar de uma coisa – ele interrompeu a garota que falava rapidamente, de um jeito um tanto ansioso.

Enquanto ela olhava com curiosidade, aguardando alguma palavra, Ron a puxou para junto dele. Não demorou muito para os lábios de Hermione, que estavam rígidos, se entregassem completamente ao beijo.

Quando se afastaram, depois daqueles eternos 40 segundos, ficaram por alguns instantes em silêncio. Parecia difícil de acreditar que isso acontecesse após tanto tempo de relacionamento, mas eles ainda se sentiam encabulados quando trocavam um beijo mais intenso.

— O que houve, Ron? Do que você queria se certificar – ela tomou coragem de perguntar.

— Precisava me certificar das sensações maravilhosas que tenho sempre que beijo você – o sorriso do ruivo era luminoso. – Mas vamos voltar a conversar. Estávamos planejando nosso casamento, não é?

— Não, Ron. Estávamos falando do seu novo trabalho – ela balançou a cabeça.

— Pois é, já está tudo certo quanto ao trabalho. Podemos planejar o casamento. Vou receber um salário razoável, não tão bom como o do Ministro, é claro. Você também ganha relativamente bem, não é? – ele ficou surpreso com a risada dela. 

— Agora você está interessado no meu dinheiro? – a garota questionou divertida. 

— Não, estou interessado em muitas outras coisas que você tem. Mas no seu dinheiro não, pode ter certeza – ele deu uma piscadela. 

— Bem, de qualquer forma, não dá para casar assim, de um dia para o outro. A gente precisa planejar esse momento. O melhor é voltar a namorar – Hermione sentia-se no dever de agir racionalmente, apesar do coração levá-la em outra direção.

— Entendo você. Namorar é maravilhoso. Mas se casar deve ser melhor ainda – o rapaz depositou mais um beijo na mão da menina - Então, se você aceitar, a gente marca a data. 

— Para daqui a um ano? – o coração da garota batia de forma acelerada enquanto ela intuía que aceitar a proposta de casamento era a única coisa certa a fazer.

— Três meses? – o rapaz parecia estar fazendo uma negociação. 

— Dez meses – ela fez sua contraproposta. 

— Quatro? – chegar a um consenso não seria tão fácil. 

— Oito meses e é minha proposta final – Hermione foi enfática. 

— Mas poderia ser daqui a seis meses, não é? Não precisamos de tanto tempo assim para encontrar uma casa, já somos adultos, sabemos o que queremos, esperamos muito para ficar juntos e estamos perdidamente apaixonados – Ron colocou todas as cartas na mesa. 

— Proposta aceita, Ron. Seis meses. Mas não podemos diminuir esse prazo – invadida por uma grande felicidade, a mesma que via refletida no olhar do ruivo, ela estendeu a mão para o cumprimento, simbolizando a negociação concluída.

— Seis meses? Uau! Só faltam seis meses para eu ser o bruxo mais feliz da face da terra – ele comemorou abraçando a menina.

Hermione entregou-se completamente àquele abraço e se sentiu mais uma vez inebriada com o perfume do ruivo. Falou ao ouvido do rapaz: “Te amo, Ron”. O bruxo deu um sorriso abafado e sussurrou: “Também te amo, Mione. Intensamente. Com todas as minhas forças”. Ela imaginou que agora viria um novo beijo, mas foi surpreendida pelo grito do rapaz.

— Espera! Falta algo muito importante! – ele colocou a mão direita no bolso do paletó e tirou uma caixinha azul marinho – Não é ainda a aliança de noivado, mas tem um significado muito especial para nós dois.

A garota, que chegou a pensar que os anéis haviam sido destruídos, teve uma feliz surpresa. O coração dela sempre se aquecia quando olhava para aquelas pedras azuis translúcidas.

Antes do encantamento terminar, Ron encaixou a delicada joia no dedo anelar da jovem e ficou aguardando ela repetir o mesmo gesto. Com uma expressão feliz no rosto, Hermione colocou o outro anel no dedo de Ron.

— Estão brilhando tanto – a menina deu um leve sorriso, olhando dos anéis para aqueles olhos de um azul ainda mais maravilhoso que o das pedras.

— Por que será? – o rapaz abriu um lindo sorriso e alcançou a mão de Hermione.

Ao contemplar os dedos dela e do rapaz, que estavam entrelaçados, a garota surpreendeu-se ao ver que os dois anéis tinham o mesmo tom cristalino de azul. 

— Não imaginei que estava com os anéis. Pensei tinham sido destruídos por Stefan – ela por fim falou.

— Jamais deixaria que Stefan fizesse isso. Esses anéis são muito marcantes em nossa história, até mesmo pelo sofrimento que nos causaram. Acho que são uma prova que força alguma, seja a conspiração do universo, o destino ou o mais poderoso feitiço, pode destruir um amor verdadeiro – aquele era o olhar mais intenso que Hermione já recebera.

— Acho que só fez aumentar o nosso amor, Ron. Aliás, nunca imaginei que pudesse existir algo tão forte assim como o amor que sinto por você – ela continuava magnetizada por aquele olhar que agora trazia apenas certezas.

— O amor tenho por você também é muito forte, Mione. Chega a doer, queima aqui dentro, e me faz o bruxo mais feliz do universo – ele a envolveu num novo abraço, caloroso e demorado.

Ron e Hermione se desvencilharam um pouco do abraço para que seus lábios voltassem a se encontrar. Um beijo suave, como se precisassem redescobrir todas as sensações daquele gesto tão pleno de entrega. A noite seguiu com novas declarações apaixonadas, algumas murmuradas ao pé do ouvido, e muitos beijos. E cada vez que suas bocas se tocavam, experimentavam emoções ainda mais intensas, vislumbrando um futuro de muita doação e amor.

 

 

F I M

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Notas finais do capítulo

Todas as palavras foram ditas.
E o silêncio deu voz às palavras não ditas.
Sigamos. Com coragem.
Novas aventuras e novas histórias nos esperam.
Deixemos o coração nos guiar.




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