Quem tem medo destino? escrita por Morgana Lisbeth


Capítulo 37
De volta ao começo


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos!

O leitor que chega quando já estamos concluindo a história e deixa seus comentários renova a nossa motivação para escrever. Por isso agradeço a Miojin, que também me presenteou com uma recomendação carinhosa da fic ♥

Espero que outros novos leitores cheguem por aqui! Aliás, desejo, especialmente, que quem dedicar um tempinho à leitura do capítulo possa se deleitar com o prelúdio de um epílogo escrito com todo coração. Não vou falar mais para não dar spolier (risos).

Um forte abraço!



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Para ouvir antes, durante e depois da leitura do capítulo:

Bless The Broken Road

(Rascal Flatts)

https://bit.ly/2LRNz6I

 

"E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos..."

(Pablo Neruda)

 

 

 

Não precisou dizer nada. As faces avermelhadas e as pupilas dilatadas já falavam por si. “O que aconteceu, Ronald Billius? Aconteceu alguma coisa com o meu neto depois que saí do hospital?”, a mãe colocou as mãos na cadeira, preocupada ao ver a expressão do rapaz ao entrar na cozinha.

— Nada disso, mãe. Fredinho está ótimo – ele sorriu. – E eu estou melhor ainda!

— O que houve? Encontrou o pote de ouro dos duendes? – a senhora Weasley já havia parado de mexer magicamente o bolo de chocolate que preparava.

Ron surpreendeu a mãe ao erguê-la no ar e rodopiar com ela. Apesar de estar acima do peso, Molly era de média estatura, o que tornava mais simples levantá-la. Ao colocar a sra. Weasley no chão, o jovem bruxo contou o que estava mexendo com suas emoções. “Hermione me convidou para jantar na casa dela hoje à noite. Preciso estar lindo”, ele sorriu mais uma vez.

— Finalmente! Já não era sem tempo. Quanto a ficar lindo... – a mãe abriu um sorriso. – Você já nasceu lindo, meu querido.

— A senhora sabe onde deixei o terno que usei no casamento da Gina? – o rapaz estava ansioso com o jantar.

— Por acaso não levou para Romênia? Você já trouxe todas as suas roupas? – a mãe comandou a varinha para concluir o preparo do bolo.

O ruivo subiu as escadas correndo. Faltavam sete horas para o horário combinado com Hermione. Ele queria chegar pontualmente. Ainda ouviu a mãe gritar: “O almoço vai ser servido daqui a uma hora em ponto”. Almoço? Ele normalmente sentia muita fome e adorava a comida da sra. Weasley. Naquele dia, no entanto, só queria saber de certo jantar.

Quando chegou ao restaurante do shopping, Hermione encontrou a mãe sentada na mesa habitual. A jovem abriu um sorriso antes de disparar: “Tenho uma ótima notícia! Ron vai jantar comigo lá em casa hoje”.

A sra. Granger comemorou a novidade com a filha, que contou todos os detalhes do seu plano, nascido no trajeto do hospital até o carro. “Vamos então até uma loja de vestidos de festa. Você deve ficar maravilhosa esta noite”, Jean Mary sempre torcera por aquele romance.

— Ai, mãe, estou tão ansiosa... Tem que ser hoje, entende? Não suporto mais esperar... Já faz seis meses que fui a Bucareste procurar por ele... – a menina tentava expressar seus sentimentos.

— Precisava ser assim, não é, minha filha? Imagina se voltassem a namorar sem saber desse casal de bruxos? Poderiam ser atacados sem oportunidade de defesa – a sra. Granger ponderou.

— Nossa! Nem gosto de pensar nisso. Quando me lembro deles, confesso que volto a ficar receosa – o medo ainda era latente.

— Coragem, minha filha. As alegrias de amar e ser amada vão compensar os eventuais perigos – a mãe falou com experiência.

— Você tem razão. Sou completamente apaixonada por Ron e sei que ele me ama. Preciso ter coragem. Afinal, sou uma grifinória – ela falou mais para si mesma.

— Isso mesmo. Gostei de sua convicção. Vamos fazer essa noite ser inesquecível – a mãe a olhava com ternura.

Enquanto mãe e filha terminavam de almoçar conversando animadamente, um ruivo procurava pelo terno no malão com nervosismo. “Não entendo como desapareceu... Peguei tudo que estava no armário”, ele lamentava.

Foi então que se lembrou! Havia tomado horror daquele terno que o recordava dos momentos de confronto e distanciamento vividos com Hermione durante a festa de casamento de Harry e Gina. Acabou doando o terno junto com outras roupas para o bazar em benefício dos dragões doentes. Inferno sangrento! Como acharia algo decente para vestir até a hora do jantar?

— Se quiser posso te emprestar o meu terno – o sr. Weasley foi solícito.

— Obrigado, papai. Seu terno é ótimo, mas... Não faz meu estilo, entende? Eu queria algo com um corte mais moderno – era complicado recusar aquela gentil oferta sem dizer ao sr. Weasley que as roupas dele eram antiquadas.

— Por que não pede um terno de Gui emprestado? Se você quer algo moderno... – Arthur sugeriu.

— Ótima ideia, pai, vou falar com ele pela Rede de Pó de Flu – o rapaz respondeu com a voz animada.

Em pouco tempo, Gui chegou À Toca trazendo três ternos e seis gravatas diferentes. “Quero algo clássico e elegante. Não posso errar. Pelo menos, não hoje”, Ron recebeu um sorriso complacente do irmão mais velho.

A escolha foi pelo terno e gravatas pretos com camisa branca. Ron olhou-se no espelho e ficou feliz com o resultado. Nesse mesmo instante, uma jovem estava parada diante do espelho, analisando se aquele vestido rosa chá valorizava o seu corpo esguio.

— Você está exuberante – a mãe afirmou.

— Eu também gostei. Mas será que Ron vai gostar? – ela ainda estava hesitante.

— Se Ron vai gostar? Ele vai ficar maravilhado! – a mãe garantiu.

— Fala isso porque não conhece a Marian. Ela sim é exuberante.. – Hermione não conseguia esquecer a bela ex-namorada do ruivo.

— Hermione! Ron já dispensou essa Marian há muito tempo. A paixão dele sempre foi você. Vamos deixar essa insegurança de lado, ok? – a mãe não entendia certas reações da filha que era uma jovem bonita e muito inteligente.

Depois de fechar a compra do vestido, mãe e filha se dirigiram a outra loja para escolher os acessórios. Hermione era pouco vaidosa e não se prendia a modismos, mas sabia quando era o momento de investir na aparência.

— E aí, Roniquinho? Já marcou a data do casório com Mionizinha? – o ruivo que sempre andara em dupla e precisou aprender a estar só chegou À Toca implicando com o irmão mais novo.

— Você deixou sua mulher e meu sobrinho sozinhos? – Ron respondeu com uma pergunta.

— Aquele quarto está mais movimentado que uma taberna na sexta-feira à noite! Toda hora chega um bando de pessoas para visitar Fred II. O corredor está abarrotado de tias velhas, primos de segundo, terceiro e quarto graus, amigos dos amigos dos amigos... Todos aguardando para contemplar a beleza do meu filho – Jorge jamais deixaria de ser Jorge.

— O que Angelina achou de você sair de perto dela? – Ron aprendera, a duras penas, que toda mulher gosta de uma atenção especial.

— Ficou até aliviada. Não suportava mais eu fazendo careta para aquela parentada toda. Os Johnson conseguem ser mais numerosos e barulhentos que os Weasley, acredita? Minha sogra está lá e, como diz meu querido sogro, quando ganha bebê, a mulher volta ser filha e fica querendo o colo da mãe – Jorge falava de forma rápida e enfática.

— Tem razão. Deve ser mesmo bom para Angelina tirar um descanso de você – Ron abafou uma risadinha.

— Por falar em descanso, você já lerdou demais. Agora tem que ficar esperto e fisgar de vez aquela bruxa inteligente e temperamental – o irmão deu uma piscadela.

— Vou tentar fazer isso, mas não é muito fácil – a autoestima de Ron oscilava com as lembranças das rejeições sofridas no passado.

— Claro que é fácil! Você só precisa caprichar no visual, colocar um bom perfume e ficar com a boca fechada a maior parte do tempo – todos na família já sabiam que Ron tinha um jantar de gala naquela noite.

— Deixa comigo, sócio! Se tudo der certo, logo Fredinho vai ter mais um primo para brincar com ele – Ron também sabia ser maroto.

— Está fazendo um trato? Olha que vou cobrar! Cara, preciso voltar para o hospital. Não quero comprar briga com Angelina. Ela sempre vence – Jorge despediu-se do irmão com um tapinha nas costas.

Ron estava pronto. Tinha tomado um banho e lavado o cabelo, que secou com a ajuda da varinha. Em seguida vestira o terno e colocara o perfume preferido da garota. Prestou atenção em cada pequeno detalhe para encantar a jovem que amava, verificando se os sapatos estavam lustrados, alisando bem a camisa social, caprichando no nó da gravata...

— E então? Já ensaiou as palavras que vai dizer? – Percy, que finalmente parecia ter acertado com uma namorada, também estava n’A Toca para visitar os pais e aproveitou para provocar o irmão.

— O Profeta Diário publicou na manchete de hoje que tenho um jantar com Hermione? – ele conformou-me com o assédio dos irmãos.

— Todos sabem que o destino de vocês é se casar. Já foi confirmado até por uma profecia – Percy nem sempre era antipático.

— Não fala dessa profecia, por favor. Ela já me causou muito problema – Ron admitiu.

O terceiro dos Weasley não demorou muito n’A Toca, mas, assim que ele saiu, foi a vez de Gina chegar. Com seu jeito impertinente, veio cheia de moral para dar pitacos na aparência e comportamento do irmão. Mas abaixou a guarda ao ver como Ron estava lindo com aquela roupa de festa.

— Uau! Hermione vai ficar enlouquecida. Nunca vi você tão bonito assim – ela elogiou.

— Obrigada, maninha! Aliás, tenho que te agradecer por hoje de manhã, por inventar aquela desculpa do presente para me deixar ter uma oportunidade a mais de falar com Mione – o rapaz deu um beijo no rosto da irmã.

— Fiz isso pela minha amiga! Fico feliz em saber que deu certo. Você vai assegurar a ela uma noite bem romântica, não é? – Gina colocou as mãos na cadeira, com uma expressão que lembrava a sra. Weasley.

Ele fez uma careta para a irmã antes de dar uma risada feliz. “Estou esquecendo algo muito importante”, disse abrindo a gaveta do criado-mudo e guardando no bolso do paletó um pequeno objeto que tirou de lá.

Hermione olhou-se mais uma vez no espelho. O vestido rosa chá com corpete de rendas na mesma cor valorizava a cintura fina da jovem e seu colo, enfeitado com delicado cordão de cristal. A maquiagem era suave, com destaque para o batom cereja, que Ron achara irresistível em recente ocasião.

O jantar estava pronto e a mesa havia sido posta com requinte. Tudo para uma noite perfeita. Só faltava um pequeno detalhe. Hermione pegou o frasco aperolado e borrifou algumas gotas do perfume atrás das orelhas, no pescoço e nos pulsos.

Ron parou diante da porta da casa de Hermione. Olhou o velho relógio que, aos 17 anos, herdara do tio Abílio. Passava um minuto das dezenove horas. Bingo para a pontualidade britânica do rapaz. Respirou fundo para renovar a coragem e acalmar a ansiedade. E só então colocou o dedo na campainha.

O coração de Hermione falhou uma batida quando a campainha soou. A mãe a olhou de forma cúmplice, dando uma piscadela, antes de entrar na cozinha. Ela correu até a porta. Parou com a mão na maçaneta. Respirou fundo e, com coragem, abriu a porta.

 

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Notas finais do capítulo

Foi um capítulo curto, né? Mas precisávamos dele para mostrar toda a expectativa que marca os preparativos para esse esperado jantar. O próximo (e último) capítulo – que está prontinho – não deve demorar. Falta uma última revisão. Aguardo os comentários de vocês!



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