Guerreiros do Chaos escrita por Evil Grings


Capítulo 22
Capítulo 21 - Marcados




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James não sabia o que estava lhe acontecendo, a dor começou com uma pequena pontada, porem agora se assemelhava a o próprio fogo do submundo, ele não aguentaria ficar ali, a dor aumentava a cada segundo, o fogo já invadia seus pulmões, queimando sua pele. Ele abandonaria tudo? Deixaria sua irmã e seus amigos na mão? Ele sucumbiria ao fogo?

Uma imagem surgiu a sua frente, uma garota loira vestida de noiva.

Cyd?

Poseidon observando com o rosto satisfeito o caminhão colidir no carro onde a garota estava.

O que estava acontecendo? Por que ele estava vendo a morte dela? Por que Poseidon parecia alegre com a morte dela?

— Olhe pelo lado bom pequena Megan, papai não precisou lhe matar — Poseidon falou e logo riu alegre.

James se assustou, ele tinha uma irmã por parte dos deuses? Por que ela nunca lhe disse?

Cyd gritou atraindo atenção de todo o refeitório, sua mão cobria o pulso com força, como se tentasse arrancar a pele, outro grito, até que a mesma desfaleceu nos braços de Thomas, o que assustou ainda mais todos. Emma retirou a mão da garota de seu pulso e olhou o que a fizera gritar, lá estava uma marca, desenhada ao que parecia a fogo, era um tridente.

Emma olhou os outros guerreiros e suspirou.

— James está vivo.

James sentiu outra dor e mais uma vez outra imagem surgiu, agora ele pode ver Emma, a mesma estava chorando e xingava com toda sua força os deuses, principalmente o deus do sol e logo caiu no chão desmaiada.

Emma ia caindo quando foi segurada por Mike que estava ali perto, ela o olhou e pode ver preocupação nos olhos do filho de Zeus, ela se encolheu com a dor em seu pulso e suas unhas se prenderam ao braço de Mike, que se segurou para não gritar até que ela também desmalhasse, em seu pulso havia a marca de uma lira.

Outra imagem e dessa vez James pode ver Ângelo no conselho dos deuses, pode se ver ser atingido pelo raio de Zeus, a raiva fluindo de Ângelo e a ajuda de Atena para eles.

Ângelo foi jogado para fora da sombra em que estava parando no quarto de sua filha, na casa de Nix, o garoto gritou - assim como os outros estava sendo marcado - chamando a atenção da primordial da noite e da pequena garota que segurou o braço da mulher quando ela tentou se levantar.

— Papai já vai melhorar — a garotinha sorriu para Nix — Vamos continuar o jogo? Falta pouco para eu ganhar.

Nix observou a garota atordoada, ela agia tão naturalmente enquanto os gritos no andar de cima apertavam seu coração.

— Tia Nix, o jogo — Liz falou fazendo bico, a primordial suspirou.

— Tudo bem — a mulher olhou novamente para a escada que dava para o andar de cima onde os gritos continuavam.

Outra imagem se formou e dessa vez ele pode ver sua irmã, assistindo pela janela sua família morrer, pode ver ela fugir de alguém, pode ver ela abraçar Mike e por fim, o encontro com seu pai.

A enfermaria se tornou uma confusão, Cerys convulsava na cama, os filhos de Apolo presentes na enfermaria tentavam a conter, menos Benjamim, que observava tudo parado.

 — Eu sei que você é um inútil, mas pelo menos ajude a segura-la — um dos seus irmãos falou.

— Não há o que fazer — respondeu dando de ombros — Todos os guerreiros estão passando por isso. Olhe os pulsos dela.

O garoto então fez o que o outro mandou, podendo ver em um dos pulsos dela um tridente marcado.

— É a marcação dos herdeiros do universo — respondeu — Você está diante de um dos cinco.

Agora foi a vez de James gritar, a marca em seu pulso incomodava muito mais do que o fogo consumindo seu corpo, James estava sucumbindo, desistindo.

— James Hunter, desista e eu acho você até no tártaro apenas para te matar — ele ouviu a voz de sua irmã e riu, era algo que ela diria.

Usando seus poderes ele deu impulso para cima e logo fui expulso do rio caindo aos pés de Ananke que sorriu.

— Seja bem-vindo de volta — Eros falou lhe estendendo a mão.

— Nunca mais entrarei aí — James falou apontando para o rio, fazendo os primordiais rir.

— Chegou a hora — Ananke falou — Até breve, meu querido.

— Não vai nos ajudar? — James perguntou.

— Não nessa guerra — ela respondeu sorrindo — Em outras quem sabe. Agora suma da minha frente.

A hora havia chegado, o sangue dos semideuses corria frio em suas veias, como ganhar uma guerra se seus líderes estavam na enfermaria desmalhados a mais de vinte e quatro horas, ele foram caindo um por um até que por fim nenhum sobrou.

Benjamin conferia novamente se Cerys estava bem, ele não entendia o porquê de a garota ter o escolhido para ser seu guerreiro, ele era um nada, seus irmãos deixavam isso bem claro toda vez que olhavam para ele, seu pai nem se dava ao prazer de visita-lo, mesmo depois de milhares de orações, até que ele desistiu, apenas jogava sua oferenda a Hera e Hestia e a ninguém mais, até a chegada dos guerreiros e o seu “chamado”, a parti daí ele começou a fazer para Caos também.

— Você pensa demais — ele ouviu a voz vim de trás e se virou rapidamente.

Parada em pé estava Cerys Hunter, seus cabelos não estavam mais loiros e sim castanhos quase loiro, seus olhos agora eram cinzas e sua pele parecia mais morena, o garoto a olhava fascinado.

— Ben? — ela o chamou fazendo o mesmo balança a cabeça — Tudo bem?

— Sim — respondeu rapidamente — Você ter acordado que é estranho.

— Como assim? — perguntou confusa.

— Você estava em coma a um bom tempo — respondeu.

— Que estranho para mim pareceu apenas algumas horas — falou confusa.

O lobo se levantou e seguiu até a garota parando ao seu lado, a mesma sorriu e fez carinho nele, ela sabia a quem ele pertencia, os olhos o denunciava.

— Como anda os treinamentos? — perguntou curiosa.

— Eles terminaram — respondeu — Falta apenas o teste final, mas com seu coma, a morte do James e o desaparecimento do Ângelo, não houve ele.

— Temo que o treinamento final seja a guerra — respondeu e suspirou — Não se preocupe, tudo dará certo. Agora vá, reúna os campistas e peça a Quiron que chame os deuses, o universo agora me pertence e eles não vão escapar desta guerra.

Benjamin acenou com a cabeça sorrindo e se virou para deixar a enfermaria atrás de Quiron e dos semideuses, mas antes ele tinha que perguntar.

— Posso lhe fazer uma pergunta? — perguntou se virando para a ex-loira que o olhava.

— Vai perguntar o porquê te escolhi, não é? — ele acenou positivamente com a cabeça — Não fui eu que lhe escolhi, foi meu pai.

Benjamin a olhou confuso, como Poseidon poderia o escolher?

— Caos tem um problema chamado, confiança — ela falou e deu risada, uma risada triste — Quer dizer, tinha. Ele via coisas nas pessoas que ninguém mais via, sabe como ele me achou?

— Não.

— Ele me achou quando eu estava fugindo do meu pai adotivo — comentou — Eu tinha resolvido voltar da escola mais cedo, tinha duas aulas de física antes de poder sair do colégio, mas naquele dia eu não estava bem para aturar o professor falando sobre ondas ou coisas assim, então faltei a aula e fui para casa, péssima decisão.

Benjamin escutava tudo calmamente, o mesmo via o desconforto no rosto da garota e percebeu que o lobo também pareceu incomodado.

— Olhei pela janela para ver se minha mãe estava em casa e a cena que vi partiu meu coração de uma forma que nunca mais fui a mesma até a chegada do James e do Ângelo. Eu vi ele matar a minha mãe e o meu irmão de alguns meses, assim que ele me viu eu sair correndo e ele veio atrás, parei de correr apenas quando cheguei no Miguel, me despedi e depois voltei a correr até que me bati com Caos, ele me chamou para ser guerreira dele e eu aceitei sem prensar duas vezes.

— Você parece importante para ele — Benjamin falou.

— Caos viu em uma garota quebrada uma guerreira — a mesma disse sorrindo — Acho que ele gostava de fazer isso, pegar pessoas quebradas e remendar, afinal, somos programados para cair, mas ninguém disse nada sobre não se levantar. Agora vá, temos uma guerra para vencer.

Benjamin saiu correndo atrás de Quiron e assim que saiu da vista da garota, a mesma suspirou e se desmanchou em pétalas negras.

— É uma pena que não está aqui, papai — pode ser ouvido no vento.


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