Meu vestido era longo e preto, contornava minha cintura e tinha um belo decote nas costas indo até pouco antes de minha bunda, um belo sapato vermelho combinava com meus lábios e uma bolsa prata para terminar todo o conjunto de “esposa de Leonardo”. Assim que saí do quarto vi-o parado na porta com um belo terno preto com uma camisa também preta e uma gravata vermelha combinando com meus sapatos. Éramos um belo casal visto de fora.

— Está muito linda, meu amor.

— Só para te avisar, o vestido custou 10 mil dólares. – Passei por ele e pude ouvi-lo inalar meu perfume channel que tinha comprado junto com o vestido.

— Gaste o quanto quiser para ficar gostosa deste jeito. – Ele bateu na minha bunda e no mesmo momento me virei e segurei firme seu pulso, com a outra mão Leonardo segurou meus dois pulsos junto e ambos apertamos para disputar força. – Nem tente, docinho, sou bem mais forte que você.

Nos soltamos e bufamos.

A limusine nos esperava na porta de casa, ela um belo carro preto e dentro uma luminosidade roxa com azul e algumas bebidas caras, claro que fui logo pegando um copo de whisky e em apenas um gole terminei fazendo o líquido rasgar minha garganta e todo meu corpo esquentar.

Leonardo pegou um pouco da bebida para ele e gritou para o motorista partir caminho.

Olhei para meu celular, uma mensagem de Harry brilhava na tela.

“Robert chegará da Espanha na segunda”

Ótimo, teria algo no que pensar durante toda a festa, um jeito de pegar este homem e trancá-lo na Realize, talvez até mata-lo. Minhas pernas estavam sexys naquele dia e Leonardo não deixou de dizer isso indo até o restaurante, tentou passar a mão, mas me esquivei e sentei em outro banco.

O caminho foi silencioso entre nós até que Leonardo colocou uma música aleatória no rádio, e assim fomos por uma hora de trânsito.

Chegando no restaurante tivemos que passar por uma fila até que chegamos no porteiro e ele procurou nossos nomes da lista de convidados, obvio que o meu estaria como Katerine Luy. Às vezes sinto saudade do meu nome de solteira.

Assim que entramos eu vi o quanto aquele lugar era maravilhoso. Lustres enormes de cristais mantinham a luz leve no local, algumas mesas em volta de um enorme espaço onde grupos de pessoas conversavam e bebiam, o chão era de uma madeira vermelha e as paredes um champanhe com tons de dourado. Os garçons usavam um colete de seda preta que os deixava tão elegantes quanto os convidados

Num canto ficava o buffet para a janta, o que me lembra que não almocei naquele dia. Peguei uma taça de algum tipo de bebida exótica e vi Leonardo seguir até um grupo de pessoas que eu não conhecia. Sentei na única mesa vazia da festa e peguei meu celular. Harry havia me mandado mais uma mensagem.

“Robert vai desembarcar ás 23:00 de segunda”

“Quero o máximo de gente da Realize no aeroporto, quero esse homem pra ontem” – respondi

— Com licença? – Uma mulher pouco mais velha do que eu usava um conjunto de blazer com um decote a frente mostrando os seios fartos, tinha um belo sorriso e segurava uma taça parecida com a minha. – Você é a nova esposa de Leonardo, certo? Katerine, não é?

— Sou sim – Sorri para ela com a mesma sintonia afim de fingir o máximo que poderia.

— Sou Lisa, prazer. Pode se juntar a nós naquela mesa – Ela apontou para uma mesa redonda cheia de mulheres que riam e bebiam, talvez fosse bom ir até lá e não passar por noiva solitária.

— Claro. – Fui até ela para a mesa e sentei no único lugar que estava vazio.

— Soube que Analise se casou recentemente. – Disse uma das mulheres que tinha os cabelos negros presos em um coque alto e usava um belo vestido verde que contornava muito bem seu corpo.

— Não posso acreditar! – Disse uma delas com o cabelo na altura dos ombros e platinados.

— Meninas, temos uma nova integrante no grupo das mulheres de policial – Lisa passou o braço direito sobre mim e me deu um abraço lateral. – Essa é Katerine, esposa de Leonardo.

— Leonardo se casou? – Disse a mulher de vestido verde. – Não sabia nem que estava saindo com alguém.

— Katerine, ignore o que Samanta disse, ela tem a língua solta. – A de cabelos platinados bebeu um pouco de seu martine e sorriu. – Sou Mônica, prazer. Já ouvimos um pouco sobre você.

— Vocês sabem dela e eu não? – Samanta colocou a mão no peito fingindo estar indignada e sorriu. – Ignorando meu comentário, como sempre fazem, vou dizer o babado, souberam que alguém do departamento esta grávida?

— Quem? – Disse outra moça na mesa, usava um vestido tomara que caia azul e seu cabelo era totalmente encaracolado e castanhos.

— Louse.

— Calma, gente. – Mônica levantou a mão fazendo todas se calarem. – Kat, você tem algum problema sobre esse assunto?

Olhei para ela sem entender exatamente a pergunta.

— Porque eu teria algum problema?

— Leonardo contou ao meu marido que você não pode... Você sabe... – Senti que sua voz baixou o tom como se quisesse manter em segredo, mas mesmo assim não estava entendendo o que ela dizia. – Não pode ter filho...

Meus olhos arregalaram e senti todos os meus nervos entrarem em energia e meu sangue corroer meu corpo. Leonardo estava fudido naquela noite. Ele quer brincar? Então vamos brincar.

— Ah sim, mas sabe, ele diz isso para esconder o real motivo de não podermos engravidar.

— Jura? – Lise chegou mais perto querendo saber o segredo.

— Ele tem um probleminha. – Levantei o dedo mindinho e o abaixei como se fosse um pênis murcho. Todas começaram a rir e outras até cuspiram a bebida.

— Quer dizer então que o Leonardo Luy não consegue deixar o amigo em pé? – Samanta riu alto e todas começaram a rir em sintonia, eu apenas olhei para ele de escanteio.

Depois de um tempo conversando com as moças me levantei e fui até o banheiro arrumar o batom. Eu realmente estava muito bonita naquela noite, meus seios estavam com um leve brilho por causa do creme e meu rosto macio como pena, mas algo me irritava e se chamava aliança de ouro. Passei mais uma camada do batom vermelho e sai dando de cara com algo duro, se não fosse por braços firmes a me segurar eu teria ido para o chão.

— Cuidado, Senhora Luy. – Gabriel me segurava e eu podia sentir todo meu corpo se arrepiar com seu toque, como aquilo era gostoso, era quente e excitante. Me arrumei e me coloquei na postura levantando levemente o rosto.

— Não precisa dessa formalidade, Gabriel, pode me chamar de Katerine. – Passei minha mão pelo seu braço coberto por um belo smoking.

— Está muito bonita hoje, Katerine. – Ele olhou para mim de cima a baixo e pude sentir meu rosto corar. – Fico feliz que tenha vindo. – Meu nome em sua voz virava uma sinfonia clássica da qual todos poderiam se apaixonar, e eu estava quase me deixando levar por aquela música.

Assenti e segui meu caminho, senti seus dedos passarem pelo meu braço e meus cabelos baterem em seu ombro, pude ouvir ele expirar todo o meu perfume e sorri com a atitude.

— Nos vemos por ai, Katerine. – Olhei para trás e sorri.

— Não precisa dizer meu nome a cada fim de frase.

— O problema é que ele é maravilhoso.

Assim que deixei o corredor dos banheiros fui em direção á mesa das mulheres. Senti meu braço ser segurado e olhei para trás, Leonardo me olhava com os olhos arregalados e a boca numa linha fina.

— Vamos embora agora.

Não debati, afinal eu queria ir embora desde quando chegamos.

No caminho Leonardo ficou em silêncio bebendo um copo de whisky atrás do outro, foram 6 copos ao todo. Ele já estava quase terminando o sétimo quando chegamos, agradeci ao motorista e entramos em casa.

Não pude contar os milésimos que se seguiram, um belo tapa na cara me fez cair ao chão e torcer meu pé, Leonardo estava a minha frente com a mão vermelha e eu sem entender o que estava acontecendo.

— Na próxima vez pense bem em falar sobre mim. – Ele segurou meu braço e me levantou.

— A brincadeira começou quando disse a todos que sou estéril. – Aquela frase se resultou em outro tapa levando meu rosto para o lado enquanto ele agarrava meu braço com força.

— Quer brincar? Falando que meu pinto não funciona? Então vamos brincar, filha da puta.

Ele me jogou ao chão e se colocou acima de mim, subiu meu vestido e rasgou minha calcinha e logo abrindo a própria calça, ele realmente estava me estuprando e eu não conseguia relutar, estava embriagada e ele num nível que eu não podia me proteger.

Me penetrou com força e não deixei escapar um grito, senti mais dor do que qualquer outro sentimento, minha dignidade estava no chão assim como meu corpo. Ele fazia o movimento de vai e vem repetidas vezes até gozar e eu tentando com todas as minhas forças tirar ele de cima de mim.

Assim que terminou ele se levantou e fechou a calça. Eu não conseguia me levantar, estava envergonhada e desprotegida, precisava chorar, mas não na frente desse idiota.

Leonardo saiu da minha frente e se fechou no quarto, naquele mesmo chão eu me derramei em lágrimas sem acreditar com a pessoa que eu estava casada, quem era aquele homem que diz proteger a cidade, quem era esse monstro? Eu só queria gritar, sair correndo daquela casa e nunca mais vê-lo, mas não seria assim, amanhã eu ainda estaria aqui e eu ainda estaria casada com ele.