Where is my Mind? escrita por Rock and Perfect


Capítulo 3
Who are you?


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer quem comentou. Agradecer a Anonima, por ter saído do anonimato. Agradecer a Annie e a Lexie por terem comentado aos dois caps. E é para vocês esse terceiro!!
Boa leitura!



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Strand, Nick e Lynn estava no banco de passageiro enquanto Maddison e Alicia, irmã de Nick, ficava na frente. Maddison dirigia de acordo com as ordens de Strand, que os guiava até sua casa na praia.

A cidade estava bem diferente, vazia com alguns infectados a vista. Nenhum soldado, apenas a sujeira e o sol castigando as ruas. Iam se afastando do centro e indo para a área dos ricos, como Lynn costumava dizer. Nunca ousava ir para lá, sentia que estavam jogando na sua cara o dinheiro deles.

Agora estava sendo salva por um deles.

Queria se lembrar o que tinha acontecido, estava numa festa e acordou largada num canto de uma casa desconhecida com um ferimento aberto. Seus amigos a tinham deixado? Seriam capazes disso? Depois de tanto tempo ela realmente os conhecia?

A casa era enorme, toda aberta com janelas em todas as paredes. Tons marrons com uma linda vista para o oceano. Tudo que sonhava desde criança. Era estranho está ao redor de pessoas desconhecidas, usava codinomes para cada uma delas. Homem violento, filho do homem violento, enfermeira, velho mexicano, filha do velho mexicano e o resto ela sabia os nomes.

Lynn apenas segue Strand até seu quarto, que era lindo. Uma cama enorme com armários delicados e um banheiro do tamanho do seu quarto na sua antiga casa.

― Você tem algum sapato que eu possa usar? ― Lynn pergunta tirando o salto e os lavando na pia do banheiro.

― Tenho algumas roupas femininas no quarto de hospedes ― Strand diz tirando um par de tênis que mais parecia uma bota no guarda roupa ― Acho que esses devem servir em você.

― Obrigada, se importa se eu tomar um banho? Realmente estou precisando. ― Lynn coloca seu sapato no chão e fecha a porta quando Strand concorda.

― Deixa-a aberta, irei trazer roupas decentes e toalha.

Lynn ri e faz o que ele manda, deixando a porta um pouco aberta. Ela tira suas roupas e as soca na bolsa, apenas tirando de dentro uma lingerie. A agua quente escorre pelo seu pescoço e cabelo tirando um caldo escuro de seu corpo. A sujeira ia-se pelo ralo e uma onda de calmaria invade seu corpo.

Nick gritava por Strand na porta de seu quarto, Lynn estava tão imersa no banho que nem o ouve. Ao ouvir o chuveiro, ele se dirige para esperando encontrar Victor no banheiro e acaba encontrando Lynn de costas para o chuveiro. Nick sabia que Strand não estava lá, não tinha dúvidas nisso. Mas, ela nem parecia nota-lo, continuava a se banhar calmamente. Ele poderia avisa-la que estava ali, ser educado. Porém, parecia hipnotizado pelo seu corpo.

― Garoto, quase certeza que não estou dentro desse banheiro ― Strand fala ao entrar no quarto e o vê observando Lynn fixamente. ― Espere um segundo.

Victor entra no banheiro e coloca na bancada as roupas e uma toalha e sai ao ouvir um obrigada de Lynn. Strand então fica observando Nick quase rindo.

― Não posso te culpar, Lynn realmente tem um corpo lindo ― Ele diz fechando a porta ― O que quer?

― Onde você vai? ― Nick pergunta ao ver uma mala sendo feita em cima da cama.

― Preciso ficar em constante movimento.

― O que vamos fazer? Podemos ficar?

― Não ― Strand responde observando uma foto na estante ao lado da porta do banheiro ― Não, não podem. Ninguém vai ficar. ― Ele volta a ajeitar sua mochila, colocando a foto dentro dela.

― Onde está Abigail? ― Nick se aproxima, observando seu quarto.

― Não está aqui.

― E por que estamos aqui? ― Cada pergunta uma nova dúvida, pareciam estar jogando. ― Por que viemos para cá se não vamos ficar? ― Strand se dirige a saca e Nick não tem outra escolha se não o seguir. ― Você é louco?

― Só se sobrevive num mundo louco aceitando a loucura. ― Strand faz um sinal para o seguir, indo para um telescópio na ponta da sacada.

― Isso seria um sim? ― Sua resposta foi outro sinal, para olhar no telescópio.

Nele era possível ver um barco no oceano. Não, um iate bem grande. Na traseira estava escrito o nome em letras grandes de metal.

―Abigail. ― Strand sussurra com uma voz esperançosa.

Um tiro ecoa pela casa, vindo da praia. Lynn assustada sai do banheiro ainda secando seu cabelo. Agora vestia uma calça jeans que trazia na bolsa e uma camisa verde que Victor havia emprestado, além das botas masculinas.

― O que foi isso? Strand?! ― Lynn pergunta vendo Nick e Victor na sacada.

Strand vira apenas seu rosto para ela, com olhos penetrantes.

― Isso foi o começo.

Lyanna sentava na sacada do quarto de Strand observando todos por lá, uma mulher, Liza, havia sido infectada e seu ex-marido, Travis, agora com Maddison, teve que matá-la. Agarrava seus joelhos fortemente e deitava sua cabeça entre os dois. A visão daquele corpo, seu filho chorando em cima da mãe. Isso a deixou a pensar, poderia ter feito isso com sua mãe, agora ela está presa aquela cama como toda a sua vida, mas agora como outra coisa.

Seu torso aberto, seu estomago saindo para fora. A poça de sangue. Seu pai a tentando comer, sua boca coberta do mesmo liquido vermelho. Eles estavam mortos. Mortos. Anos desejando que ele apenas sumisse, a deixasse em paz e finalmente conseguira. Apenas não imaginava sentir falta daquele bêbado.

― Agora sim está propriamente vestida ― Nick fala sentando na sua frente.

― Agora posso participar do filme. ― Lynn responde ajeitando sua camisa, um pouco grande para o seu tamanho.

― Quem você acha que vai sobreviver?

― Bom, você é um garoto, já está marcado para morrer. ― Nick ri e ela começa a pensar, sempre amou analisar filmes, principalmente de terror ― Não sou virgem, serei a primeira morrer transando com o bonitão do filme de modo bem ridiculo. Você provavelmente o segundo, se não tiver uma ligação com a garota delicada, aquela feita para os telespectadores se identificarem. ― Ela olha para baixo, seria difícil colocar os adultos na história, já que normalmente só há adolescentes no filme. Havia duas garotas, uma de cabelo comprido preso, provavelmente irmã de Nick, e a filha do mexicano. ― Vamos dizer que essa garota seja sua irmã, ela provavelmente vai sobreviver e terá a última cena na traseira de uma ambulância enquanto a câmera vai indo cada vez mais longe mostrando um panorama de onde aconteceu o massacre. Nesse caso, vamos dizer que essa conexão seja de família, então você provavelmente irá morrer de um modo grotesco bem na frente dela tentando salva-la. ― Nick tentava entende-la, ficava cada vez mais intrigado com o seu entusiasmo. Lynn observava o garoto que chorava no corpo da mãe. ― Ou não, vi o jeito que Chris olhava para Alicia, Strand falou que levou uma surra tentando salva-la. Ele é que vai morrer tentando salvar Alicia. A mexicana...

― Ophelia ― Nick complementa olhando para Chris, querendo entender o que Lynn havia visto entre os dois.

― Ophelia...ela parece ser uma santa, igual sua irmã.

― Alicia, santa? ― Ele solta uma risada que cativa Lynn, fazendo-a sorrir.

― Faz sentido ela ser a mocinha, okay? Não destrua minha teoria. ― Quem faltava? Lynn se perguntava. ― Ophelia é o plot twist. Todos pensamos que ela é do bem, mas no final irá nos surpreender.

― Sério? Ela sairá nos matando pelo barco? Não irá dar muito certo. ― Todos ainda estavam na grama, Strand ficará no seu lugar, já que estava cansada de ver corpos ― E eu? Esqueceu que me substituiu por Chris?

― Você...só tem um papel sobrando e ele não é um dos melhores. ― Lynn sorri cutucando seus dedos. ― Eu sou a puta e você o festeiro, nós dois morremos transando bem no começo do filme.

― Até que não é um papel tão ruim...

― Vamos morrer em puro êxtase! ― Ela diz sorrindo e deita no banco, olhando para o céu laranja.

Estava com vergonha, disse coisas que não deveria ter falado. Foi grossa, mal-educada. Não soube lidar com sua gentileza mais cedo. Nick continuava lá, mas Lynn não o via. Seria mais fácil desse jeito, ela era orgulhosa, nunca falava que estava errada.

― Eu tenho ninguém, Nick ―  Lynn suspira tentando imaginar sua reação ― Apenas percebi isso quando as portas se fecharam.  ― Nick apenas a observava ― Se eu morresse ninguém sairia a sua procura. Você não ficou nem dois dias lá e sua mãe veio atrás. Porra, eu estava lá há quase uma semana. ― Ela finalmente senta de frente para Nick e vê seu rosto sem nenhuma emoção aparente ― Eu fui grossa, me desculpa.

― Ownt ― E essa foi sua resposta, sorrindo e fazendo uma cara estranha ― Olha nós dois criando laços.

― Nossa, é sério isso? ― Lynn fala entre risos e socos nele ― Eu colocando meu coração para fora para um completo estranho e essa é a resposta? Bom saber...bom saber.

― Ow, me perdoa. Meu mecanismo de defesa agindo novamente.

― Nossa, que sem graça você é.

― Eu tenho uma graça, sou um viciado em heroína. As mulheres adoram quando eu falo isso― Nick tinha olhos grandes, porém cansados. Seu cabelo parecia um ninho de pássaros junto com sua roupa desgrenhada.

Strand entra no seu quarto e os observa com um olhar estranho em seu rosto. Ele sorri e pega sua mochila.

― Olha vocês dois fazendo laços.

Nick cai na gargalhada, apenas lembrando que havia feito esse mesmo comentário não muito tempo antes.

― Vamos, pessoas. Peguem suas coisas, estamos indo para Abigail.

Strand acariciava a mesa do piloto do iate como se fosse sua amante, o barco estava todo iluminado assim como a praia. O plano dos militares sempre fora apagar todos, e agora estavam destruindo a cidade. Victor havia vindo na primeira viagem do pequeno bote, junto com os mexicanos, Nick e Lyanna.

O iate ficava cada vez maior ao se aproximar. Nunca pensara que poderia sequer pisar em algo tão luxuoso. Lynn sai do bote com um monte de mochilas nas mãos e observa o resto do grupo que ficará na praia, pareciam formiguinhas no meio da fogueira. 

Lyanna coloca as mochilas numa espécie de sala, com um sofá em “L” branco, um bar atrás e uma mesa de jantar ao fundo. Tudo em tom de madeira, marrom brilhante. Era lindo. Ela sobe as escadas e vê a relação de Strand com seu barco. Parecia estar lembrando de algo, não a notou no começo. Lynn conseguia ser muito sorrateira, mas Victor parecia prestar atenção em tudo que acontecia na sua propriedade.

― Lyanna, Lyanna... precisamos conversar. ― Victor sussurra apenas virando um pouco de seu rosto em sua direção.

― Estou aqui, só falar.

― Preciso que faça coisas para mim, ao longo da nossa pequena viagem ― Strand vira totalmente seu corpo para ela, que estava apoiada na parede do fundo da sala. Não havia nenhuma luz, apenas a do andar de baixo. Tudo que Lynn podia ver era os olhos dele.

― Coisas como...? ― Poderia confiar nele?

― Saberá na hora. ― Ele iria usa-la como queria, tinha dado sua confiança e agora estava em suas mãos.

― Strand...

― Não sou tonto, sei o que você pode aguentar. ― Finalmente ele se afasta da mesma, agora podia ver seu rosto. ― E também sei que não é pouco.

― Me de algo...alguma coisa para eu poder confiar em você, Strand. ― Lynn também se afasta da parede, andando diretamente para Victor. ― Precisa me dar alguma informação.

― Nós vamos para Baja, Lynn. Eu, você e Nick. Apenas preciso despistar os outros. Tenho um abrigo seguro lá, com suprimentos. ― Strand ajoelha na frente do sofá e tira os assentos, mostrando um compartimento secreto com armas e papéis. Ele tira um documento de lá e entrega em sua mão. ― Para cada pessoa duas barras de ouro. Seu trabalho será arranjar quatro.

― E as suas?

― Já tenho minha passagem paga. ― Ele tira o papel de sua mão e coloca no compartimento logo o fechando. ― Está dentro ou não?

Tinha realmente uma escolha? Se dissesse não em algum momento teria que descer do barco. Era chantagem, sabia disso. Uma vida descente em troca de favores. Parecia estar se vendendo.

― Merda! Sim, estou dentro.

Strand sorri, e Lynn nunca esqueceria essa cena. Ambos apertando as mãos e seguindo seu caminho como nada tivesse acontecido.


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