Where is my Mind? escrita por Rock and Perfect


Capítulo 2
Soft


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer as duas pessoas que comentaram, suas lindas!
Espero que gostem do próximo cap!
Boa Leitura!



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Semanas se passaram, ou dias. Não tinha noção do tempo naquele local. Soldados vinham medir sua temperatura, mas sempre os ignoravam mesmo com febre desde que Strand subornará o chefe. Pessoas vieram e se foram, porém, os dois se mantiam.

As vezes rezava, mesmo tendo parado a muito tempo pareceu ser a única coisa que podia fazer. Também gostava de observar as pessoas ao seu redor, imaginar seu passado, porque estavam aqui. O que mais intrigava era Strand, quanto mais conversava menos sabia sobre ele.

Então, um garoto é simplesmente jogado para dentro da cela deles. O cabelo tampava seu rosto. Lynn estava no canto com o paletó de Strand, já que suas roupas não eram adequadas para uma prisão. Victor passará o resto do dia lentamente descobrindo mais sobre o garoto. Tinha a mesma idade dela, cabelos marrons cumpridos e pele clara, meio amarelada.

Uma hora Strand senta ao seu lado e sussurra de modo que apenas ela pudesse ouvir.

― Viciado em heroína, está em abstinência. ― Ele diz olhando para longe ― Nosso parceiro de viajem daqui para frente.

Logo os militares vieram medir sua temperatura, estava com febre. O primeiro sinal da doença, ou da abstinência. Eles abrem as portas e tentam leva-lo para a quarentena. Lynn se levanta correndo e tenta o ajuda-lo, empurrando e socando os militares que tentavam o levar.

― LARGA ELE! SEUS FILHOS DA PUTA! ― Toda raiva que não teve como liberar estava saindo agora enquanto Strand negociava com o chefe. Um dos militares a empurra com toda sua força no chão, fazendo a bater sua cabeça já machucada com força.

Sua visão duplica, conseguia ver tudo e nada ao mesmo tempo. Strand ajoelha perto ela, a ajudando a ficar sentada. Dizia algo, sua boca se mexia, estava muito perto. Lynn não entendia nada, apenas via o garoto a observando sem entender muito. Suas pálpebras queriam fechar, seus olhos estavam cansados, então ela apenas cai.

O menino estava do seu lado quando Lynn finalmente acorda. Ela se levanta e senta contra as grades colocando seus dedos no machucado aberto, seus dedos voltam manchados de sangue.

― Vai infeccionar se não cuidar ― Ele diz ao ver seus dedos.

― Não tenho muito escolha, estou presa numa maldita cela há dias. ― Lynn limpa o sangue na sua calça.

― Por que você aquilo? Você me salvou.

― Não, Nick. Eu fiz aquilo. ― Strand intromete na conversa e senta na frente dos dois. ― Lyanna apenas descontou sua raiva naquele soldado.

― Então, por que me salvou?

― Eu não te salvei, eu coagi você...há uma grande diferença entre os dois.

Lyanna gostava de vê-lo falar, parecia saber do que saía de sua boca. Era um tanto manipulador até.

― Voltamos as regras antigas, um novo jogo começou ― Ele sorria, fitando Nick e Lynn como se fossem seu aluno. ― Aqueles que venceram a última rodada agora serão o bufê. ― Victor se levanta e vira para Nick, que o observava com um olhar misterioso ― Olho para você e vejo alguém que entende a necessidade, entende seu significado. ― Então, se vira para Lynn ― E nela, vejo alguém que tem uma dura camada, que entende o que é sofrer, que fez tudo para conseguir o que precisava. Alguém que deseja o poder. ― Ele aponta para Nick e sorri ― Você é um viciado em heroína, padrão máximo. Não se subestime. ― Strand volta a sentar, bem na frente dos dois. ― Os soldados estão indo embora e quando saímos daqui também irei precisar de pessoas com os seus talentos.

― Pessoas que sofreram, é isso que você precisa? ― Lyanna pergunta ainda mais sem entender o homem com quem dividia a cela.

― Pessoas quebradas que se remendaram sozinhas, pessoas naturalmente adaptadas a esse mundo, querida. Preciso de vocês para fazer minha jogada.

― Jogada? ― Nick pergunta com o mesmo tom de dúvida da voz dela.

Então Strand tira uma chave do bolso do paletó de Lynn, nunca havia percebido em todo o tempo que esteve com ele. Ela abre sua boca surpresa e Victor solta uma risada boba, colocando novamente a chave no local.

― Como está a sua cabeça ― Nick pergunta depois de algumas horas.

― Sangrando ― Lynn responde exibindo um sorriso educado, estava sentada no seu canto de sempre observando os soldados cruzarem os corredores ― Eles estão se preparando para saírem. E vão deixar todo mundo aqui.

― Estranho, não é? ― Ele senta ao seu lado ― Para que trazer todo mundo para cá apenas para matar depois.

― Deixar todos do lado de fora calmo, tenta mostrar que estão fazendo algo com os infectados. ― Lynn suspira tirando os seus sapatos, a única coisa que os soldados deixaram ela pegar.

― Sério, salto? ― Nick ri ao pegar o sapato preto na mão rindo.

― Pare, não sabia que Deus ia liberar o apocalipse na Terra quando me preparei para sair ― Ela pega o sapato de volta e o coloca do seu lado. ― Ah, Deus, você nunca conseguiu me cativar.

― Todo lugar que ia as pessoas queria me apresentar ao senhor, jeová, Jesus. ― Ele não ficava quieto, sempre mexendo com sua mão. Devia ser a abstinência, pensava. ― O que posso dizer, estava muito fora de o caminho para poder voltar.

― Acho que nenhum deus iria ressuscitar os mortos. A única coisa que toda religião promete é paz após a morte. Não acho que isso seja realmente paz.

Nick abaixa sua cabeça e bagunça seu cabelo loucamente, Lynn ri sem saber o que estava fazendo.

― Estou enlouquecendo aqui! ― Ele grita em meio de risadas. ― Pensava que a casa era uma merda.

― Onde é sua casa? ― Strand surge no meio da conversa, do outro lado da cela.

― Perto, El Sereno.

― A comunidade mais antiga de Los Angeles, mais velha que a própria cidade. ― Victor observava sua mão com um fascino estranho ― Eu reformaria aquela merda inteira. Outra época, outra cidade...

Tiros começam a soar, os três se levantam num pulo e como o resto das pessoas naquele local passam a ficar nas barras, gritando por explicações, ajuda.

― São automáticas, perto. ― Strand fala num tom baixo, pegando o seu paletó de Lynn a deixando apenas com sua fina blusa que nem tampava seu corpo direito. ― Hora de ir. ― Victor passava a alisar seu corpo, procurando por algo, com uma cara confusa ― Merda, Lyanna, onde...

Nick ergue a mão com um sorriso malicioso, Lynn não parava de se perguntar quando conseguira tirar a chave do bolso dela. Aquele garoto era um mistério e ela adorava mistérios, achar pistar, ligar os pontos, resolver quebra-cabeças e descobrir a solução.

Strand olha ao redor antes de colocar a chave na fechadura, Lynn estava no fundo observando os dois, se perguntando se deveria confiar tanto assim em pessoas que acabara de conhecer. Entretanto, não tinha escolha, mesmo estando sozinha por toda sua vida, agora sentia que estar sozinha significaria sua morte. Nick olha para ela, fazendo um sinal para ir na frente. Sem saber o motivo para isso, Lynn resolve apenas ignorar e ficar no meio dos dois.

As pessoas gritavam por ajuda, esticando as mãos, chacoalhando as grades. Lynn queria tampar seus ouvidos, fechar os olhos e sair correndo por esse maldito corredor. As vozes pareciam estar no seu ouvido, as pessoas do seu lado. Podia ver seus rostos de sofrimento e ouvir seus passos apenas continuando seu caminho. Ignorando todos aqueles que logo estariam mortos.

― STRAND! ― Lynn grita sem aguentar mais, nem tinha percebido, mas estava para trás dos dois, observando duas crianças numa cela.

― Você não vai salvar ninguém? ― Nick pergunta se aproximando dela.

― Nós não vamos. ― Strand continuava a andar, Nick apenas pode segurar o braço dela para seguir seu caminho.

― Por que? ― Lynn pergunta com raiva, tristeza, um coquetel de emoções.

― Porque poderia nos prejudicar. ― Victor abre a segunda parte, os levando para longe das pessoas. E se vira, observando Nick segurando o braço de Lynn e sorri ― Salve-se, Nick. Deixe os outros para trás.

Nick se vira para Lynn e ela percebe o olhar dele, de compaixão, parecia entende-la. Lynn então se recompõe, ajeita seu sapato e solta seu cabelo. Sempre fora assim, gostava de andar de salto, sentia-se poderosa em cima deles. Ao soltar seu cabelo e ouvir o estalar do sapato no chão, Lyanna sentiu-se finalmente com ela mesma depois de dias jogada num canto.

― Onde vamos? ― Ela pergunta atravessando a porta por si mesma.

― Precisamos de uma carona, querida.

― E depois? ― Nick completa sua pergunta se colocando ao seu lado.

― Abigail.

Abigail, Strand sempre falava esse nome em sussurros, sonhos. Victor apenas continuava a andar pelos corredores, parecia saber onde estava indo. Como se já conhecia o local. Ele ia na frente e Lyanna ia atrás com Nick ao seu lado. Estava com frio e tremendo já que Strand havia tirado o paletó dela. Sentia-se traída pelo que ele havia feito com ela, praticamente jogando na sua cara que era um fardo que Nick estava carregando.

Chegaram a uma sala cheia de mochilas, bolsas, carteiras, vários pertences pessoais. Lynn apenas podia ver sua mochila de viajem no fundo do ambiente. Saia segunda fera com ela nas costas e só voltava sexta com dinheiro na mão. Tinha tudo que imaginava precisar dentro dela, mas nunca imaginou esse caso. Ela pega sua mochila e a coloca em suas costas. Agora estava pronta.

Vários tiros. Perto. Strand os puxa jogando-os para o lado enquanto soldados desciam as escadas rapidamente. Eles correm cruzando as escadas e fecham a porta atrás deles. As luzes piscavam, havia papeis, caixas espalhadas pelo chão. Lâmpadas penduradas pelo teto. Lynn não parava de imaginar isso num filme de terror, o assassino esperando logo atrás da porta.

Entretanto, não era o assassino que estava atrás da porta, mas sim suas vitimas. Espalhadas pelo chão com sangue escorrendo de seus ferimentos. Estava escuro, a luz vermelha de emergência iluminava o local ao piscar. Havia uma das coisas, comendo alguém ferozmente. Strand se aproxima, a pessoa estava viva.

Era o chefe, aquele que fora subornado por Victor.

― Cara, você está louco? ― Nick sussurra enquanto Victor apenas aproximava a coisa.

― Está tudo bem, eles são lentos.

Strand nem ligava para os pedidos de ajuda do homem, apenas fuçava os bolsos procurando pelos objetos que havia trocado com ele. Nick e Lynn se entreolhavam.

As portas se abrem assustando os três. Havia incontáveis infectados e todos indo em direção deles. Eram soldados, civis, médicos. Pessoas. Sangue escorrendo por sua boca, pelo ferimento, mão. Nick puxa Lynn pelo ombro em direção contrário deles, indo para onde haviam vindo. Strand estava logo atrás dele.

― COMO VAMOS SAIR DAQUI? ― Lyanna pergunta em meio da corrida para a saída.

― NÃO SEI! MELVIN ERA A MINHA CARONA.

― NOSSA, O DIA SÓ FICA MELHOR ― Nick grita correndo na frente dos três.

A porta estava logo na frente deles, poderiam passar por ela, fecharem com alguma coisa e descer as escadas. A saída sempre estava no nível mais baixo.

Tudo sairia muito bem, se a porta abrisse.

Os três forçavam a porta com os ombros com toda a força que tinham. O pânico aumentava enquanto aquelas coisas se aproximavam, Lynn podia vê-las, estavam logo atrás deles. Eram lentos, iriam os matar do mesmo modo. Nick gritava algo, Strand forçava a porta. Lyanna apenas se desligou de tudo, observando aquelas pessoas.

Pareciam jogar na sua cara. Iria morrer sozinha. Sem mãe. Sem pai. Sem nenhuma família. O tempo fizera questão de tirar tudo dela. Parecia criança, quando fizera sua mãe prometer que nunca a deixaria morrer. E pela ironia do destino o contrário acontecerá.

Strand atirava nos infectados com a arma que havia retirado do militar morto, Nick gritava para alguém pela janela. Lynn apenas caia no chão em lagrimas, sussurrando as palavras que sempre a aterrorizaram.

― Eu vou morrer sozinha...eu tenho ninguém...ninguém...

Lágrimas escorriam, sentia alguém forçar a porta pelo outro lado, mas não importava. Sua mente estava longe de tudo e de todos. As coisas estavam se aproximavam, podia até toca-los quando Nick a puxa pelos ombros a colocando de pé, praticamente a arrastando corredor abaixo ao lado de cinco pessoas desconhecidas.

De algum modo escaparam. A porta se abriu e eles ficaram para trás. Estava viva. O que estava acontecendo? Tudo que pensava era na sua mãe, parecia reviver aquele momento. Seus olhos esbranquiçados, finalmente abertos. Tanto tempo apenas a vendo dormindo e agora ela estava de algum modo viva, ou morta. Ela sempre esteve morta, Lynn apenas não conseguia deixa-la ir.

Estavam numa cozinha, Nick estava a sua frente e Strand atrás. O silencio é interrompido quando um infectado ataca uma enfermeira que estava os ajudando. Vários surgem por todos os cantos, como se estavam os observando, apenas os esperando para atacar.

Strand atirava para aqueles que vinham da escada, Lynn procurava rapidamente algum tipo de arma nos balcões. Um facão na sua frente, aqueles de açougue. Seria a arma perfeita. Ela a pega e se vira para ajuda-los. Se lembra de quando matou a coisa, enfiando a garrafa de vidro na cabeça. A faca se encaixava perfeitamente na sua mão, Lynn pega impulso e enfia na cabeça do primeiro infectado que via. Ele vai no chão e ela o empurra para pegar sua arma de volta.

O sangue escorria e pingava no chão, viscoso e escuro. Um deles segura sua perna, assustada solta um pequeno grito. Desesperada, Lynn começa a pisotear a cabeça com seu salto, fazendo sangue escorrer, praticamente estourando a cabeça da coisa.

Strand estava logo atrás, observando-a com um homem moreno alto.

― Salto, confesso que subestimei você, Lyanna ― Ele sorri e a puxa para a saída.

― Precisamos fechar essa porta, Victor ― Lynn fala procurando por alguma coisa no chão. A responde dele foi chutar uma porta, pegando uma vassoura e colocando entre as maçanetas.

― Isso vai servir, querida.

Querida, Lyanna. Strand sempre a chamava assim. Não havia decidido se a incomodava ou se gostava. Apenas a fazia pensar.

― Quem são vocês? ― Uma mulher loira, com rosto quadrado e olhos grandes pergunta.

― Strand e Lynn, Mãe. ― Nick responde por eles, continuando o seu caminho ― Eles salvaram minha vida.

― Vai primeiro, Lyanna ― Strand a empurra para frente, tentando ser educado, mas falhando ― Eu cuido da retaguarda.

Lyanna segurava a faca com força, estava com a lamina manchada de sangue escuro, como seu salto que deixava uma trilha do liquido espesso. Seu cabelo caia no seu rosto, grudando na testa molhada de suor.

A ala médica. O local que as pessoas vinham e nunca mais voltavam. Havia corpos espalhados, todo com um tiro na testa, a maioria ainda tinham seus olhos abertos, porém, calmos. Estava curo como o resto da base militar e no centro estava uma médica com seu rosto sendo amassado por suas mãos.

Os mais velhos começam a falar come ela, mas Lynn passa a fuçar entre os suprimentos. Estava na hora de cuidar de seu ferimento na cabeça. Ataduras, algo para infecção. Tudo tinha um nome estranho. Por que não poderiam colocar no frasco para que servia? Iria facilitar tanto.

Lynn se encarava no espelho, estava uma bagunça, suja de sangue e poeira. Um rosto aparece atrás, com o cabelo castanho bagunçado e um rosto cansado.

Nick

― Consegui antibiótico. ― Ele diz se aproximando e pega o álcool ― Deixa eu te ajudar. ― Abre o frasco de álcool e olha para ela ― Vai arder, muito.

― Eu sei, apenas termine com isso.

― Suas ordens. ― Nick ergue o frasco com um brinde e despeja de uma vez no ferimento. Lynn aperta sua mão, descontando tudo que sentia nelas. Ardia tanto, como se tivesse colocado fogo no ferimento. Então, Nick coloca a atadura, amenizando a dor. ― Não vai ficar bonito, precisa de pontos, mas já melhorou.

― Melhor que nada ― Ela se vira e coloca o resto das ataduras na mochila, sabendo que precisaria delas mais tarde ― Obrigada, Nick. Por tudo.

― Não há de que. ― Sorriso malicioso, como se estivesse rindo dela. Não era maldoso. ― Precisamos ir, vamos.

Strand conversava com a mãe de Nick, pelo que ouviu seu nome era Maddison. Contava seu plano, irem para Oeste em direção da sua casa na praia. Tinha suprimentos, estava preparado. Ao contrário de Lynn, Victor tinha visto os sinais, estava tão na cara que ela se achava tonta por não tê-los os decifrados.

A porta se abre, a luz do sol entra. A primeira vez que via o sol desde quando acordou naquela maldita cela. Queimava seus olhos, estava acostumada com a escuridão. Ela sorri, parecia uma tonta feliz, mas realmente estava feliz. Tinha saído, finalmente estava fora daquela maldita prisão. Apenas para encontrar mortos, cinzas, restos de pessoas espalhados pelo cimento.

A pergunta se repetia, quem era aquelas pessoas? Lynn se aproxima de uma pilha do que mais parecia um ossário apenas para ver o que era para ser uma roupa hospitalar.

Eram os pacientes, quando morriam queimavam os restos.

Lynn vira o rosto e volta a caminhar até Strand, negando o que tinha visto.

― Espere aqui, Lyanna ― Victor fala de repente, Lynn para e observa-o indo até Maddison e voltando com Nick ao seu lado ― Vamos procurar um carro, somos dez pessoas, precisamos de mais um carro.

― O que foi aquilo, Lynn? ― Nick pergunta quando Strand se afasta deles dois que estava procurando por um carro viável. ― O que aconteceu?

― Entrei em pânico, foi isso. ― Lynn responde checando se o carro estava aberto. ― Perai, acho que consigo abrir esse carro ―Ela se ajoelha e abre sua mochila, tirando dois pedaços de ferro que usava para abrir os carros

― Você não estava me ouvindo, Lynn, apenas sussurrava...

― Nick, eu nem te conheço. ― Ela se levanta, não querendo sendo grossa, mas não queria deixa-lo chegar perto. ― Essa é verdade. Estou bem agora e é isso que precisa saber. ― A porta do carro se abre e Lynn chama Victor. ― Conseguimos um carro!

Strand volta com um passo apressado, exibindo um sorriso.

― Sabia que você seria útil, Lyanna. ― Strand entra no banco do motorista e rapidamente sai― Agora arranja um jeito de liga-lo, querida.

― Opa, esqueci. ― Lynn deita-se por baixo do painel do volante e o retira exibindo os fios, com sua faca corta os dois e o som do motor ligando mostra que havia conseguido ― Prontito, vamos lá.

Os três entram no carro e Victor dirige o carro para o estacionamente onde os outros estavam os esperando.

Um tiro, não de uma automática, mas sim de uma pistola. Nick grita para pararem o carro e praticamente se joga para fora do mesmo. Lynn o segue correndo para dentro do estacionamento e vê uma moça caída no chão e um homem alto socando sem parar um homem caído.

Nick corria até sua mãe, Lynn apenas para observando o que estava acontecendo. Ela olha para Strand que exibia o mesmo olhar dela no rosto. Ela volta até seu recém amigo, entrando no carro e apenas observa.

― Você confia neles? ― Lynn pergunta quando o homem finalmente para de socar no garoto e se levanta.

― Não confie em ninguém, Lyanna. ― Strand responde sem olhar para ela ― Apenas use o que eles têm a oferecer e retribua de alguma forma.

― Eu confio em você, Strand. ― Lynn suspira, tentando se convencer disso. ― Melhor, preciso de alguém de confiança nessa merda.

― Não vá se arrepender disso, querida.

― Victor, nunca mais ouse me deixar para trás.

― Eu não vou, Lyanna. ― Poderia confiar em suas palavras? Era o melhor que tinha para agora. ― Apenas aprenda como é esse novo mundo. Não há espaço para amolecer.

― Eu não vou, Victor.


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