Os Jogos de Johanna Mason escrita por Nina


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoinhas ♥
Essa é a primeira história que posto aqui, mas nao a primeira que escrevo... Digamos que sou timida demais ♥
Espero que gostem de conhecer a Jojo mais jovem e sem esses traumas causados pelos Jogos! ( Segundo a minha fanfic, tem outras falando dela que são otimas! )

Obs- desculpem qualquer erro na acentuação, meu computador esta em ingles ;-;



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 Eu estou com medo. Provavelmente é um dos únicos dias do ano em que eu admito isso para mim mesma. Bom, eu tenho o direito de estar assustada hoje. Todo mundo está. Porque hoje é o magnífico dia onde eles decidem quem vai sofrer até a morte em um show de horrores. Pode tentar escolher a morte menos dolorosa: envenenado, desidratado, assassinado, torturado até a morte, ou simplesmente se suicidando saindo antes do gongo anunciar a abertura dos Jogos. Hoje é o dia em que a Capital escolhe os tributos, para os que não são fluentes em ironia. Eu costumo disfarcar meu nervosismo com ironia, ainda mais hoje. Não consigo manter meus pensamentos em uma linha reta, objetiva, como eu gostaria. Eu quase nunca consigo, mas isso não me impede de tentar diariamente. 

 

 Mesmo que hoje seja um dia de festa, segundo a Capital, não estamos livres de trabalho. Por isso, quando a vizinha me acorda como ela faz toda manhã, eu me permito cinco minutos a mais na cama. Essa casa parece tão solitária quando minha mãe está trabalhando, o que é quase sempre. Ela acorda de madrugada para trabalhar em uma fábrica de papel. Seus braços estão sempre queimados com sei lá que produto usado la, mas pelo menos ela tem trabalho. Pelo menos sabemos que ao final de cada semana receberemos dinheiro insuficiente para nos impedir de morrer de fome, mas suficiente para tornar o processo mais lento. 

 

 Quando eu finalmente me levanto, eu vou até o banheiro e depois ando até a cozinha para comer alguma coisa enquanto penso na colheita. Todos parecem estar planejando suas estratégias em caso de serem sorteados, aqueles idiotas. As chances deles serem escolhidos são minúsculas comparadas às minhas. 16 anos, pegando Tésseras desde os 12, minhas chances são maiores do que a maior parte das pessoas de minha antiga escola, mas é isso que me impede de morrer de fome. A crueldade da Capital é incrível. Eles chegam às nossas casas e oferecem um acordo impossível de negar ou de aceitar. A maior parte das pessoas confia na sorte e se inscreve, mas todos sabemos que a grande maioria dos tributos são garotos pobres. O filho do prefeito certamente não será escolhido esse ano. A filha de 18 anos com 4 irmãos? Bem mais provável. 

 

 Eu começo a me irritar com meus pensamentos e decido simplesmente comer o mingau frio. Aparentemente sou muito boa em bloquear meus pensamentos desse jeito.

 

 Depois de comer, eu visto uma calça que era confortável três verões atrás, a camisa do uniforme e minhas botas gastas e escrevo um bilhete para deixar na mesa da cozinha.

 

 Mãe,

 Eu talvez não consiga te encontrar antes da cerimônia, não sei quando eles vão nos liberar. Mas nós vamos nos encontrar na praça, muito provavelmente. Não comece a chorar quando não me escolherem de novo.

 

 Te amo.

Johanna.

 

 Ps- Você sempre se esquece, mas seus sapatos sociais estão embaixo do armário da cozinha.

 

 Eu então saio de casa e ando tranquilamente até o trabalho. Eu não consigo entender pessoas que estão sempre apressadas, já que eu sempre acordo horas antes do necessário. Hoje, pela primeira vez, me arrependo. Tempo livre significa tédio, e tédio significa tempo demais para pensar. Enquanto me sento em um banco desconfortável na frente da cabana, eu me dou ao luxo de deixar meus pensamentos fluírem. Eu costumo fazer isso as vezes. Sempre me arrependo depois, mas isso não me impede de faze-lo. 

 

 Eu talvez seja escolhida. Isso é uma realidade. Difícil não significa impossível, e por mais que isso seja idiota eu tenho que ter um plano. Isso é a unica coisa que me impede de entrar em panico. 

 

 Eu sei atirar meu machado, devido ao tempo em que eu escapava do trabalho e ia praticar um pouco longe. Digamos que não era tão longe assim e hoje em dia tenho cinco grandes cicatrizes nas minhas costas e uma dívida com meus vizinhos pelo tempo que eles cuidaram de mim. Mas, voltando ao machado, eu realmente atiro bem. Se eu conseguir correr até a Cornucópia e pegar algum, não estarei tão indefesa. Eu consigo correr, já que ando quilômetros todos os dias atrás de madeira. Eu consigo ficar vários dias sem comer e trabalhar do mesmo jeito, segundo experiências passadas. No final, eu não seria a primeira a morrer. Eu talvez tenha uma chance, se ninguém notar a minha presença. Seria uma grande surpresa se a garota inútil do 7 jogasse um machado em suas costas. Então essa é a estratégia. Invisibilidade. Não que isso me garanta a vitória, mas pode me dar uma chance. Uma chance que não tenho se for escolhida e me fizer de forte. Os tributos vistos como fortes sempre são os primeiros a serem procurados na cornucópia, e, se um carreirista te visar, voce estara morto antes que a faca alcance seu cerebro. Depois do que me parecem alguns minutos, a grande sirene toca e eu vou até a cabana pegar o velho machado que já foi usado no turno da manhã e encontrar minha dupla. 

 

  Maple me espera embaixo da grande árvore onde sempre nos encontramos. Algum tempo depois, já estamos conversando quando o assunto " Jogos Vorazes " surge. Descubro que ela utilizará a mesma estratégia que eu.

 

 - Eu não tenho a menor chance se escolhida, mas quero passar despercebida. Se ninguém olhar pra mim eu terei mais algum tempo pra viver. Serei tão importante quanto o lustre. 

 

 - Parece uma boa estratégia. Eu estou pensando em algo mais elaborado. Ao invés de não olharem para mim, quero que me vejam como fraca. No caso, eu seria a pessoa que derruba o lustre. 

 

 No meio da conversa escuto os pacificadores nos mandando andar até a floresta, cada dia mais distante, e paramos de conversar. É difícil ter assunto num dia desses, e os pacificadores odeiam barulho. Nós demos conta disso quando eles arrancaram boa parte dos dentes de Timothy após ele ficar conversando durante o trabalho. O pobre garoto gritou por dias, também, ele só tinha 11 anos na época.

 

 Poupando detalhes sobre meu dia de trabalho super empolgante, cheguei em casa mais cedo devido a colheita. Depois de me limpar, eu coloco um vestido velho de minha mãe e sapatilhas gastas, e deixo meu cabelo solto. Eu passo na cozinha e como uma maçã que troquei por lenha roubada e, como sempre, começo a me sentir nervosa. Eu tomo um copo de água e respiro fundo. Minha mente me prega peças e me faz imaginar muitos cenários: eu sendo morta por uma lança, eu deitada no chão morrendo de sede, eu sendo torturada que nem fizeram com aquela menina ruiva de outra edição. Eu morrendo.

 

 Eu decido esquecer isso e andar até a praça. Chego lá, eles me identificam e eu vou até o setor das meninas de 16 anos. Um punhado de garotas já está lá, e eu acabo conversando com algumas delas sobre algum assnto idiota somente para me distrair, até o Hino Nacional começar a tocar e todas ficarmos quietas. Eu mal escuto o discurso sobre os Dias Escuros e minhas mãos tremem enquanto a mulher se diverte escolhendo o nome feminino. Ela sorri com aqueles dentes estranhos e parece genuinamente feliz ao escolher um papel. Poderia escutar uma pena caindo no chão, tamanho o silencio. Eu prendo a respiracão, como sempre faco. Como se prender a respiracão fosse mudar o nome que esta naquele papel. 

 

 Eu penso comigo mesma, como sempre faço quando estou nervosa. Como se eu estivesse em uma acalorada discussão comigo mesma.

 

 É só essa vez e mais duas, depois acabou. Depois eu estou segura. A mulher desenrola o papel. Eu tive sorte esses anos todos. Ela começa a ler o nome e... Merda. Estou morta. 


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Notas finais do capítulo

Esse ficou curto, mas ainda hoje posto o segundo e o terceiro ( ja tenho metade da fic pronta! ) para compensar... Espero que tenham gostado!



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