Amy Tokisuru em Earthland escrita por AJ


Capítulo 2
Capítulo 2 - Obsessão




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JAU

Jau ajeitou seus óculos no rosto mais uma vez. Aquilo já estava começando a irritá-lo. Desde que sua visão ficara embaçada — um dos efeitos colaterais de ser possuído por um espírito —, ele recebera de Berto um objeto feito de hastes de madeira escura que sustentavam lentes de vidro grossas em formato quadrado. Berto dissera que havia sido uma invenção dele, mas Jau informou que na Terra aqueles equipamentos eram comuns, e se chamavam óculos. Jau tentava de qualquer maneira ajeitar a armação para que as hastes se firmassem acima de suas orelhas, mas mesmo depois de dois anos, o objeto insistia em ficar descendo pelo seu nariz. A cada dez minutos, ele tinha que empurrar a armação para entre suas sobrancelhas, ou então iriam acabar caindo no chão. Após repetir essa ação pela décima vez no dia, voltou ao que estava fazendo.

Faltava pouco agora. No ano em que ficara em Portland, Jau trabalhou insistentemente em uma forma de voltar para a Terra. Precisou estudar muito para isso. Consultou livros e mais livros em bibliotecas empoeiradas, explorou cavernas e grutas em busca de escritos antigos, aprendera a usar magia limitada para enfrentar criaturas. Poucas vezes conseguia alguma pista, e mesmo quando encontrava, ela acabava levando a lugar algum no final.

Mas agora parecia ser diferente. Recentemente Jau havia descoberto um livro muito velho entre os escombros de uma biblioteca abandonada na cidade de Gaia. O título era quase ilegível, mas com muito esforço — e um pouco de mágica —, o garoto conseguira descobrir seu nome e o nome de seu criador. Chamava-se A Magia Por Trás do Tempo e Espaço, e quem o havia escrito fora Alberto Sattlerin.

Jau perguntara a Berto sobre este nome. O velho não sabia exatamente quem era o escritor, mas conhecia seu sobrenome. Ele dissera que Bart, o criador da pedra do portal, possuía esse mesmo sobrenome, Sattlerin.

Esse fato levou Jau a pensar que, se aquele livro pertencia à família de Bart, havia grandes chances de existir ali um modo de refazer as pedras do portal que levaram Amy de volta para casa.

E realmente havia. Em várias páginas do livro, Jau encontrou menções a um planeta chamado Earthland, e de como seria possível que seres humanos pudessem viajar entre os mundos através de rituais. Não demorou muito para que ele começasse a juntar tudo o que precisava para completar o ritual que produziria a pedra do portal.

Algumas partes do livro estavam quase impossíveis de se ler. Porém isso não o impediu de continuar. Usando magia de reescrita, ensinada a ele por Berto, Jau conseguiu descobrir todos os ingredientes precisos. Alguns deles podiam ser encontrados no porão secreto de Berto, que Jau usava como uma espécie de laboratório de magia. Já outros, o rapaz precisou ir atrás, fazendo expedições, sendo algumas delas perigosas. Demorou cerca de dois meses para conseguir tudo. Por sorte, ele contou com a ajuda de Sofia. A garota dos ventos que, há um ano, poderia ser chamada de vilã, agora se tornara uma espécie de amiga para Jau, e vez ou outra o ajudava a conseguir tudo o que ele precisava.

Jau ficara vários dias e várias noites mexendo com poções, objetos mágicos e plantas. Estava morrendo de sono, mas não iria descansar enquanto a pedra não fosse finalizada. Logo ficaria pronta. A pedra do portal já estava tomando forma. Com cautela, Jau a pegou com a mão esquerda e, com a outra mão, apanhou um frasco de vidro fino e comprido — como um tubo de ensaio — preenchido com um líquido vermelho e espesso. Sangue de condor. Lentamente, ele despejou uma gota desse sangue sobre a pedra que, antes azul celeste, agora brilhava com uma cor púrpura intensa.

Era isso. Estava pronta a sua passagem para a Terra. Jau deixou escapar uma risada de satisfação, enquanto posicionava a pedra sobre a mesa que estava usando para fazer seus experimentos. Nela havia todos os instrumentos que ele utilizara, o que incluía frascos de vidros, livros e alguns objetos mágicos.

— Jau? — uma voz feminina chamou.

O rapaz sobressaltou-se. Sofia havia chegado de súbito, descendo as escadas que davam acesso ao porão onde Jau se encontrava.

— O que está fazendo? — ela perguntou, aproximando-se do garoto.

Jau a ignorou por um momento, pois estava concentrado de mais admirando o próprio trabalho, com um sorriso louco na face.

— Berto me disse que você não sai daqui há dias. — Sofia tocou no ombro de Jau. — O que está acontecendo?

— Eu consegui, Sofia. — Jau pegou a pedra e mostrou à garota. — Finalmente eu terminei.

— Você terminou? — ela perguntou, desconcertada. — Mas como?

— Que pergunta é essa? — Jau deixou a pedra na mesa de novo e pegou o livro do qual tirara todas as instruções. — Eu decifrei todo o mecanismo. Finalmente eu vou voltar para casa.

Sofia pegou o livro e folheou as páginas, com certa incredulidade no olhar.

— Então é isso? — ela disse. — Você vai embora?

Sem responder, Jau apanhou mais uma vez a pedra e a estudou meticulosamente.

— Qual é, Jau? — Sofia tocou no ombro dele novamente na esperança de fazê-lo se virar e encará-la, mas o corpo de Jau estava muito rígido, e ele mal se mexeu. — Vai embora assim mesmo? Nem vai falar com Berto antes, que cuidou de você esse tempo todo?

Jau mal ouvia Sofia. Ele estava com pressa. Já estava esperando há um ano, e não iria esperar nem mais um segundo.

Num movimento vagaroso, ele levantou o braço para cima, preparando-se para jogar ela no chão com força. Ao se quebrar, a pedra iria criar um portal em forma de fumaça espessa, que o transportaria em menos de um minuto para sua antiga casa na Terra.

— E eu? — Sofia continuou. — Você não vai falar comigo?

Ignorando-a pela última vez, Jau fechou os olhos e sussurrou para si mesmo:

— Eu estou chegando, Amy.

Então, em menos de um segundo, ele abaixou o braço com força e soltou a pedra do portal entre seus pés. Imediatamente, ela se partiu em milhares de pedaços.

Houve um longo momento de silêncio. Durante esse tempo, Jau permanecera com os olhos cerrados. Ele não sentira nada, e não tinha coragem de abrir os olhos para ver se tinha funcionado. Respirando fundo, ele desuniu as pálpebras de seus olhos.

— Não funcionou. — Era a voz de Sofia.

Jau olhou ao redor. O porão velho e empoeirado. A mesa onde haviam os objetos de suas experiências. Sofia, segurando o livro da família de Bart...

Não havia dado certo. Ele ainda estava em Portland. Tanto trabalho para conseguir aquelas informações, para no final descobrir que elas estavam erradas, assim como todas as outras.

Jau não sabia dizer se o que estava sentindo no momento era raiva, tristeza ou amargura. Porém, não pensou duas vezes antes de gritar um impropério e derrubar todas as coisas de sua mesa no chão, com toda a força que ainda restava em seu corpo.

— Ei, fica calmo... — Sofia tentou dizer, mas foi interrompida.

— Ficar calmo?! — Jau berrou. — Eu estou há um ano trabalhando sem descansar numa forma de voltar para à Terra, e quando eu finalmente estou no caminho certo eu fracasso. Eu não vou ficar calmo!

— Reclamar não vai adiantar — Sofia argumentou. — Além do mais, não é a primeira vez que dá errado. Você só tem que...

— Tenho que o quê? Continuar tentando? — ele perguntou, com ironia. — Não, eu cansei. — Jau aumentava cada vez mais seu tom de voz. — Chega. É impossível voltar para a Terra. Eu desisto!

— Mas o que diabos está acontecendo aqui? — Berto quem disse, enquanto descia apreensivo as escadas que davam acesso ao porão.

Quando o velho terminou de descer, olhou assustado para todos os objetos quebrados ao chão. Depois, encarou o rosto de Jau, e depois o de Sofia, em busca de uma resposta para sua pergunta.

— Quer saber o que aconteceu? — Sofia falou, com indignação na voz. — Pergunte para ele. Eu não tenho que ficar aqui.

Rapidamente, a garota dos ventos deu meia volta e subiu as escadas. Dava para perceber sua frustração apenas pelo som de seus passos fortes na madeira velha dos degraus.

Logo após sua saída, Berto fitou Jau, cruzando os braços. O garoto não conseguiu encará-lo de volta, pois, o que antes era uma onda de raiva e insatisfação, se tornara uma pesada nuvem de vergonha e constrangimento. Ele olhou para todos os itens que havia destruído. Aquelas coisas eram de Berto, e Jau não tinha o direito de quebrá-las.

— Desculpa. — Foi o que ele conseguiu dizer, ainda fitando o chão. — Eu vou dar um jeito de pagar isso.

Jau ouviu um suspiro aborrecido vindo de Berto.

— Deu errado de novo, não é? — o velho perguntou, mas Jau não respondeu pois, a resposta era óbvia. — Escuta garoto. Precisa parar um pouco com essa fixação em voltar para a Terra.

— Eu não consigo...

— Então dê um jeito de conseguir — Berto respondeu firmemente. — Você está ficando maluco, garoto. Você tem talento, mas se continuar assim vai perder a sanidade.

— Se eu tivesse talento — Jau ressaltou — já teria conseguido, Berto.

— Escute o que está dizendo. — O velho se aproximou do jovem, com descontentamento. — Em um ano você conseguiu avanços que magos antigos só conseguiram fazer em dez. Você tem talento sim, Jau — Berto salientou. — Mas se continuar do jeito que está, só vai se destruir.

Jau não teve argumentos para responder. Os dois ficaram um bom tempo sem dizer nada um para o outro.

— Saia daqui — Berto ordenou. — Não quero ver você nesse porão por um bom tempo, ouviu? E não precisa se preocupar em pagar nada. Eu cuido disso.

Jau assentiu, e logo certificou-se de obedecer à ordem de Berto, retirando-se do porão. As escadas levavam ao cômodo onde Jau passava a maioria das noites — não todas pois muitas vezes ele virava a madrugada dentro do porão pesquisando meios de viajar entre os mundos. Neste quarto, havia uma cama de madeira escura, matéria-prima que constituía a maioria dos móveis em Portland. O colchão era totalmente deformado, feito de lã branca de carneiro e preenchido com penas de aves diversas. Jau sentou-se nele.

Apesar de ser extremamente desconfortável, o rapaz não pôde deixar de sentir uma enorme vontade de deitar-se sobre o colchão e dormir por umas boas horas. Estava morrendo de sono. Seus olhos ardiam com a luz do sol que invadia o quarto por uma janela na parede inversa à cama. Parecia que a cama estava o convidando para tirar um cochilo. Mas ele não iria fazer isso agora. Antes, precisava falar com Sofia.

Jau havia agido como um idiota com a garota. Quando ela apareceu no porão preocupada com o estado dele, Jau simplesmente a ignorou, pois estava obcecado demais em ir embora de Portland. E se a pedra tivesse funcionado e o rapaz estivesse agora bem longe deste mundo? Sofia iria nutrir um ódio eterno por Jau, pois ele teria ido embora sem sequer dar adeus e agradecer por tudo o que Berto e ela fizeram por ele.

Não podia deixar as coisas como estavam. Precisava se desculpar. Saiu da casa de Berto com pressa e tentou pensar para onde Sofia poderia ter ido. Ele tinha uma ideia de onde poderia ser. O penhasco.

Não fora lá exatamente que Jau conhecera Sofia. Na realidade, eles haviam se visto pela primeira vez na Terra, quando a garota dos ventos viera atrás de Walter, Richard e Amy. Porém, foi no penhasco que Jau e Sofia conversaram de maneira sincera pela primeira vez. Ambos precisavam de consolo. Ambos haviam perdido partes importantes de suas vidas. Por esse motivo, os dois acabaram se tornando amigos.

Jau atravessou a floresta irrequieto, já pensando no que iria dizer a Sofia. Ele era mestre em estragar as coisas, mas era horrível em consertá-las. Respirou fundo quando viu a garota próxima ao penhasco, sentada sobre o gramado quase seco do lugar.

Lentamente, ele se sentou ao lado dela. Sofia provavelmente percebeu sua chegada, mas agiu como se ele nem estivesse ali. Continuou calada, observando o céu acima de si. Jau fez o mesmo. O sol estava no ponto mais alto. Metade do dia já havia se passado. A luz feria suas vistas e ele sentiu-se obrigado a tirar os óculos para esfregar os olhos. Após recolocá-los, inspirou aquele ar puro.

— Me desculpa — Jau falou bruscamente, enquanto expirava.

Ele olhou para o rosto dela. Ela continuava imóvel, com uma expressão indecifrável. O vento, mesmo fraco, conseguia chacoalhar seus longos cabelos negros, que haviam crescido bastante no último ano, alcançando a altura dos joelhos quando ficava de pé. Seus olhos castanhos claros brilhavam quando a luz batia sobre eles, deixando-os quase dourados.

Sofia soltou um suspiro de cansaço, e então finalmente olhou para Jau. Eles se encararam por alguns segundos. O olhar da garota, apesar de belo, era intimidador, como o olhar de um falcão, o que deixou Jau um pouco tenso.

— Você é maluco, sabia? — Foi o que Sofia falou.

Jau não pôde evitar sorrir. Ela não estava cem por cento zangada. Era mais como se estivesse farta. Sua expressão dizia “você me cansa”.

— Berto me disse a mesma coisa — Jau respondeu, coçando a parte de trás de sua têmpora. Seus cabelos pretos estavam grandes, quase alcançando o pescoço. Ele não os cortava com a mesma frequência que costumava na Terra.

— Ele devia ter lhe dado uma surra. — Sofia deitou-se sobre o gramado.

— Bem, ele não me bateu, mas me deu uma bela bronca. — Jau imitou o gesto da garota, encostando suas mãos atrás da cabeça para usar como apoio. Ele fechou os olhos, enquanto sua respiração ficava cada vez mais fraca e serena. Poderia até ter pegado no sono se Sofia não tivesse puxado assunto.

— Posso te perguntar uma coisa?

Jau murmurou algo que deveria ter soado como um “sim”.

— Você vive falando que quer voltar para a Terra e rever a Amy — ela começou. — Mas ela é a única com quem você se importa? Quer dizer, você não tem mãe, pai, irmãos, ou alguém que seja mais importante que uma simples amiga?

Jau abriu os olhos com preocupação. De repente sua cabeça começou a latejar, como acontecia todas as vezes que ele tentava inutilmente se lembrar do passado.

— É complicado. — Jau falou, tentando soar o mais natural possível.

— Aposto que é — Sofia murmurou, não insistindo no assunto. Jau ficou grato por isso, ou sua cabeça poderia começar a doer tanto que explodiria.

A verdade mesmo era que Jau não se lembrava de muito sobre seu passado. Quando TR o possuiu, não destruiu somente parte de sua visão. O maior efeito colateral fora em suas memórias, como se o espírito tivesse passado uma enorme borracha sobre elas. Tudo o que sobrara agora foram borrões. Imagens distorcidas do que poderiam ou não ter acontecido com ele durante sua vida. Jau se lembrava apenas de fatos muito recentes. Ele e Amy na escola. Ela disse a ele que seu pai estava no hospital. E então todo o resto acontecera. Sofia apareceu e os trouxe para Portland através de um buraco negro do mal.

Ao se lembrar disso, Jau teve um pequeno espasmo, do tipo que tinha ao perceber que se esquecera de fazer algo importante.

— Sofia, me responde uma coisa — ele disse, levantando sua coluna.

— Você não respondeu à minha. Por que eu deveria? — a garota retrucou, ainda deitada e com os olhos fechados.

— Por favor. Eu preciso saber.

Sofia soltou um suspiro cansado e levantou seu corpo também, ficando de frente para Jau.

— Quando você foi para a Terra — Jau começou, sem esperar que Sofia dissesse se concordava ou não em responder — você usou uma pedra do portal, ou um método diferente?

A garota dos ventos o olhou com desconfiança.

— Por que quer saber isso?

— Não é óbvio? Se existe outro jeito de voltar para casa eu tenho que descobrir qual é — Jau argumentou.

— Tudo bem. — Sofia sorriu com sarcasmo. — Mas não fique muito esperançoso. Duvido que vá conseguir ir para a Terra pelo mesmo método que eu.

O rapaz não respondeu nada. Apenas a fitou com um olhar de curiosidade esperando que ela se explicasse.

— Mas, se quer mesmo saber, eu falo. — Sofia fez uma pausa dramática, e mudou sua expressão para tenebrosa. — Eu fiz um ritual das trevas.

— Um ritual das trevas? — Jau perguntou, cada vez mais interessado no assunto. — Por que não me contou isso antes?

— Porque... — Sofia o olhou diretamente nos olhos. — O preço para esse ritual era... — Seu tom de voz soava completamente assustador. — O corpo de um recém-nascido natimorto.

Todos os pelos do corpo de Jau se eriçaram. Ele começou a encarar Sofia com incredulidade. Pelas conversas que haviam tido antes, Jau entendera que a garota não era uma assassina perversa. Ela fez o que fez para tentar salvar seu marido, Sárius, e tinha evitado ao máximo machucar qualquer um.

Mas agora lá estava ela, dizendo que havia usado corpos de bebês mortos para viajar entre os mundos. Aquilo parecia algo que só um doente e psicopata faria. Sentiu uma vontade enorme de se levantar e correr para se afastar de Sofia.

De repente, a garota dos ventos começou a rir, e logo sua risada se transformou em uma gargalhada, e Jau entendeu que ela só estava brincando com ele.

— Isso não tem graça, ouviu? — Jau disse em voz alta, tentando parecer zangado.

— Ah é? — Sofia tentou parar de rir para responder. — E onde está a sua habilidade de detectar mentiras?

Ele balançou a cabeça em negação, querendo agir sério, mas só conseguiu por alguns segundos, pois também começou a rir com Sofia. Jau tinha que admitir que fora completamente enganado, o que era raro de acontecer.

Os dois ficaram ali rindo por bastante tempo, e depois conversaram sobre assuntos diversos. Jau esquecera-se completamente de sua pergunta anterior, sobre como Sofia fora à Terra, mas isso não importava por hora. Não queria estragar aquele clima descontraído. Até porque, se voltasse ao assunto, ele poderia acabar magoando Sofia mais uma vez, já que voltar para casa envolveria, ele querendo ou não, despedir-se da garota para sempre.


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Notas finais do capítulo

Sofia do bem ♥



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