Edward caminhava pelas ruelas de Gimmerton segurando a pasta onde guardava os rascunhos de seus desenhos. Ajeitou a casaca e passou a mão pelos cabelos arrumados antes de entrar num estabelecimento barulhento.Andou entre as mesas rústicas de madeira que compunham o amplo salão e os homens e mulheres que dançavam.Sentou-se numa mesa a um canto mais reservado e uma das moças veio até ele com modos sedutores que chegavam a ser felinos .

___O de sempre, senhor?___ela inclinou-se sobre ele instintivamente.

___Sim, Lilly, por favor.___Edward respondeu, ignorando o decote que se oferecia em sua frente.

A jovem saiu, mas logo retornou com um cântaro e uma caneca onde despejou a bebida.Depois deixou-o sozinho novamente.

Edward abriu sua pasta, mas apenas se pôs a olhar em volta a procura de algo que lhe despertasse o interesse.Parou os olhos num rapaz que, encostado ao balcão, lhe olhava disfarçadamente.Certamente era um estrangeiro, pois nunca o havia visto por alí.Possuía traços singulares e uma beleza exótica.Pele levemente morena  e um rosto de traços perfeitos.Apesar de robusto como alguém habituado a trabalhar no campo, seus trajes eram elegantes, e isso sugeria que tratava-se de um homem de posses.

A princípio não se incomodou com os olhares do estranho, insistentes em sua direção.Dois belos olhos verdes pareciam analizar-lhe detalhadamente.Isso causou-lhe um prazer inebriante.Isso não lhe acontecia todos os dias.Mas por fim ocorreu-lhe que os olhares poderiam significar intensões perversas.Esses lugares sempre abrigavam pessoas de má índole.Levantou-se de repente, pegando a pasta da mesa e saiu, depois de ver o rapaz ainda seguindo-o com o olhar.Transpôs a porta de saída rápido, e meteu-se na escuridão da rua.

Caminhou apressadamente a procura de uma carruagem para levá-lo de volta para casa.A imágem nítida do belo rosto do estranho em seu pensamento lhe causava fascínio e medo ao mesmo tempo.De repente, ao se aproximar de uma esquina, alguém o puxou para um canto mais escuro, onde o facho de luz da rua mal alcançava.Com uma força evidentemente maior que a sua, um homem o encostou contra a parede como se ele fosse um marionete em suas mãos.Edward tentou visualizar o rosto e, espantado, constatou que era o rapaz do bordel.

___Você não entendeu?___a voz soou gentil.

Edward ainda recuperava-se do susto e tentava desvencilhar-se dele, apesar de o aperto das mãos em seus braços chegar a ser prazeroso.

___Quem é você?

Uma boca macia deslizou pelo pescoço de Edward, causando-lhe arrepios e ele começou a entender.

___Eu pago bem.___sussurrou a voz máscula em seu ouvido.

___O que disse?___Edward indagou sentindo-se ofendido___Está enganado, senhor, eu não sou quem está pensando

.___Ora, não se faça de tolo, eu observei você e por isso estou aqui.Eu já disse que pago bem.E não vou me demorar.Gostei de você e posso pagar até mais que costumo pagar.

___Quando disse que está enganado, quiz dizer que não faço esse tipo de coisa por dinheiro.

De súbito o rapaz afastou-se soltando Edward com um olhar confuso.

___E então o que...?

Mas interrompeu-se, olhando bem para Edward.Depois, voltando aos modos maliciosos, tornou a se aproximar, encostando-se novamente nele de maneira ousada.

___Que seja, contanto que faça e por favor jamais diga seu nome, está entendendo?___e ele voltou a se apossar do pescoço de Edward, beijando-o vorazmente, enquanto descia as mãos por seu corpo apertando-o aonde paravam.Seus lábios logo chegaram aos de Edward num beijo faminto. 

Edward estava ofendido, confuso.Por que não dizer seu nome?Mas o prazer que sentia o paralizou e não teve forças para resistir.Entregou-se aos braços fortes do desconhecido.Após arrancar-lhe muitos gemidos de êxtase na escuridão com cada toque ardente e movimento que fazia, explorando o corpo de Edward e levando-o ao limite da luxúria, o desconhecido desapareceu, da mesma forma repentina que apareceu.