Rika to Hayato escrita por Acce Noir


Capítulo 4
O peso das palavras.




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Parte 1

Yuzuka é o nome de uma família com grande virtude no sul do Japão, possuidor de grande influência na região. Há 17 anos atrás sofreu uma grande desmoralização quando uma criança resultado de um adultério nasceu.  Do relacionamento entre a nora do cabeça da família com um “Zé ninguém”, Kazumi Hayato foi o resultado. Com a condição de morar junto com sua mãe, ele passaria por um tratamento diferenciado. 

Ele não receberia o nome da família.

Não iria ter o privilégio de frequentar uma escola privilegiada.

Não poderia brinca com outras crianças da mesma idade.

Iria viver isolado da família.

Não poderia ter amigos.

Viveria isolado na casa.

Viveria isolado do mundo...

Essas seriam alguns dos tratamentos diferenciados. Não seria exagero dizer que ele já passou noites sem comer. Não seria exagero dizer que Kazumi já apanhou quando criança. A existência do garoto na residência deveria ser apagada para não trazer mais difamação e prejuízos. Os poucos momentos de felicidade do menino seria quando as regras eram quebradas. Kazumi Hayato nunca participou de uma excursão escolar.  Mesmo agora, nunca houve ninguém que assinou seu boletim. Em toda vida de Kazumi, a única pessoa que mostrou um certo tipo de afeto foi Yuzuka Raiden, ele seria o único que aceitava a existência de Kazumi Hayato.

Yuzuka Raiden passou 7 meses internado em caso grave em consequência de um câncer que atacava o sangue. Com o tempo que a doença avançava, o corpo de Yuzuka Raiden ficava mais fraco. Na última visita de Hayato, Kazumi havia prometido mil tsurus de origami¹ e quando terminasse, teria seu desejo realizado pelo os deuses. Um dia antes de começarem as aulas do 2ª ano, seu pai Yuzuka Raiden veio a falecer...

Com a doença chamada saudades, o garoto faltou as aulas.

Quando seu marido foi internado, a mulher chamada de Yuzuka Onodera, passou a beber. Com a morte de Raiden ela passou a se tornar violenta. Em consequência disso, a família passou a se preocupar com a segurança de Yuzuka Haru.

Aos 15 anos de idade, Kazumi acreditava que se ele provasse ser o melhor nos estudos, ele poderia provar seu valor a todos da família, mas mesmo chegando ao topo nada mudou.

Parte 2

O professor de inglês organizava os grupos. A sala 2-A havia quarenta alunos, então seria mais fácil criar 10 grupos com quatro integrantes. Contudo, hoje apenas vieram 36 alunos reduzindo a quantidade de grupo para 9. O professor explicava como deveria ser feito o trabalho em grupo. Após sentar-se, abriu um livro de inglês para caso algum aluno tivesse dúvidas.

*Toc.*

“..?”

*Toc*

“.!!”

Olhando na direção da porta da sala, o garoto usando um blazer preto, cabelos um pouco grandes, estava parado.

“Kazumi...” O professor sussurrou esse nome. Após um suspiro curto ficou em pé, olhando em direção aos alunos, percebeu que todos estavam concentrados em suas respectivas obrigações. Abrindo a porta ficou em frente ao garoto que até o momento havia faltado.

Hayato segurava algumas folhas. Quando o professor chegou em sua frente, ele estendeu para entrega-lo.

“.!!” Após olhar o que estava escrito, coçou a cabeça. Dando um longo suspiro de desistência.

“Entre. Porem... Tente resolver esses “pequenos probleminhas” ou vai acabar se complicando ainda mais. Imagino até que ponto vai esses pequenos privilégios. Haverá um momento que esconder será mais difícil, poderá atrapalhar nossos trabalhos. ” O professor abria passagem para ele passar.

“Desculpe por tudo. ” Ele vai andando cabisbaixo.

“Não esqueça de aparecer mais tarde na sala dos professores. ” Ele falou após o garoto passar por ele.

Kazumi estava com uma face melancólica. Os alunos olhavam para aquele que chegou atrasado repetitivamente. Com os olhares envoltos para ele, ele abaixou a cabeça e segurou firme a alça da bolsa. No canto da sala, perto da janela, estava sua carteira escolar.

“Aposto que para ele a escola é apenas um local para matar o tempo. “ Sussurraram.

“Incrível como alguém como ele pode chegar atrasado e nós não! ”  Falaram.

Eles sussurravam para seus colegas de tal forma que podia ser ouvido por Hayato.

Sentando-se no seu local de sempre ele colocou sua bolsa no prendedor lateral da mesa.

“Kazumi, junte-se há algum grupo de sua escolha. Junte-se com seus amigos ou você ficara de fora. “ O professor falou.

“E quem iria querer ele por perto? ” Falou para o professor.

“E ele tem amigos!? Haha.“ Zombavam.  

Falavam em alto e bom tom. Todos puderam escutar aquilo, alguns até mesmo riram do que deveria ser engraçado. Ele fechou seus punhos, mas manteve-se calado. Ele apenas escutava sem responder as provocações. Kazumi pegou seu livro e abriu na página que estava escrito na lousa. Ele parecia não se importa, mas por dentro era algo totalmente diferente. Ele se importava! Ele se importava e muito!

Eles apenas julgavam, brincavam, zombavam, mas eles não sabiam os motivos que ele tinha para chegar atrasado. As coisas já estavam ficando fora de controle.

 Vendo que as coisas já estavam ficando fora de controle, o professor pegou um item do tamanho de uma carteira que ele usava para ajudar no seu trabalho, ergueu e...  Um baralho foi ouvido.

“.!!” O barulho de mesa arrastando no chão foi ouvido.

Os olhares foram voltados a um único foco.

.

Antes mesmo do professor agir, antes mesmo do professor bater na mesa com o seu item misterioso para trabalho... Uma mesa estava sendo arrastava para um devido local. Existia alguém que não poderia ver aquela situação e permanecesse calado. Existia alguém que não poderia se fazer de cega. Existia alguém que se importava com ele.

“Demorei mais do que o previsto para chegar até aqui! Vamos fazer o trabalho juntos?!” Satsuki Rika falou inclinando um pouco a cabeça, enquanto passava a mão nos cabelos que eram levados pela a leve brisa da janela, ela sorria.

Satsuki havia colocado sua mesa ao lado de Kazumi.

“Que...?” Kazumi sussurrou surpreso.

Pela a primeira vez!

Pela a primeira vez os dois iriam sentar lado a lado na sala de aula.

Palavras não saiam de sua boca.

“Não resta escolha. ” Aoi levantou. Ela pegava suas coisas e levava para juntar-se a eles.

“Ricchin, Aoi! Não me deixem! ” Sakura seguia suas amigas.

E então, assim um grupo de 5 pessoas foi formado.

Kazumi, Satsuki, Sakura, Aoi, Tanaka. ( Tanaka acabou sendo arrastado junto.)

Vendo aquelas atitudes, o professor não precisou fazer mais nada. Após colocar um sorriso no rosto.

“ *Pak! Pak O tempo está acabando. Agilizem ou...”  Ele bateu palmas enquanto falava.

*

Sakura encarava intensamente Hayato. O grupo estava em formato de círculo.

Ao lado direito de Kazumi estava Rika, ao esquerdo estava Aoi.  Sakura estava de frente para Kazumi, e do lado direito de Sakura estava Tanaka, ao esquerdo Aoi.

*ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ*

Sakura encarava de frente. Kazumi se escondia encolhido atrás de um livro.

“Comporte-se! ”

*Tack* Aoi acertou o livro na cabeça de Sakura. 

Tanaka apenas observava e se perguntava o que estava fazendo ali. Ele não era a favor de ninguém, ele apenas foi arrastado junto para isso. Satsuki escrevia em seu caderno de anotações. Mesmo que discretamente Aoi observava a expressão de Rika, se fosse descrever seria algo como se estivesse encontrado a felicidade. Mesmo tentando esconder sua emoção, Aoi já havia entendido o que estava acontecendo.

“Entendo...” Ela sussurrou.

“--O que? Disse alguma coisa? ” Sakura falou depois de esboçar suas reclamações. Se virando para o garoto em sua frente, perguntou. “Onde você passa o intervalo? Com quem? ” Ela encarava. Kazumi tentava evitar as perguntas evitando olhar na direção da garota.

“Deixa o coitado. Pela a primeira vez ele está sendo rodeado por alunos que não querem maltrata-lo. “ Tanaka falou despreocupadamente.

“ Ah, é mesmo. Kazuo está querendo falar com você, Ricchin. Me encontrei com ele no caminho. O que vai vê-lo? ”

Parando de escrever, Satsuki pensou.

“Tudo bem, Irei falar com ele. ”

“Essa é a nossa Ricchin! “ Abraçando-a.

“Por que você empurra tanto a Rika pra cima do Kazuo?” Aoi perguntou.

“É porque os dois fariam um belo de um casal! Veja a Ricchin. Ela é uma garota calma, nunca brigou com ninguém, é responsável, admirada pelos os garotos e garotas, nunca falou em um tom alto com ninguém, nunca namorou. Alguém mais calma do que ela, somente o próprio Buda. Kazuo já tem o futuro garantindo por ser o melhor jogador do time, tem boas notas, elegante, alto, possui uma bela aparência, é admirando pelo os garotos e garotas, alguém energético. Uma combinação perfeita! “ Falou com empolgação.

“Que tipo de ideologia é essa? Isso é apenas egoísmo. Não se pode decidir um parceiro para ninguém. A própria pessoa que tem que decidir isso, sabia?! ”  Tanaka desinteressado falou.

“Você!? Fique calado! Não é errado ajudar escolher o melhor para suas amigas, certo!?”

Enquanto eles conversam na hora do trabalho, somente Satsuki Rika agilizava o trabalho.

Parte 3

Kazumi andava distraído em seus pensamentos enquanto caminhava para o terraço da escola com uma caixinha de suco de maracujá em sua mão direita. Ele sacudia a cabeça de um lado e para o outro com um sorriso abobalhado no rosto.

“ “Vamos fazer o trabalho juntos?!” “ Sussurrou para se mesmo. Ele estava sentido o pequeno gosto da felicidade. Estando distraído, o garoto não percebeu que estava sendo observado.

*

Sob uma árvore, as três amigas conversavam enquanto comiam no intervalo. Elas conversavam tranquilamente quando um aluno usando um blazer da mesma sala que ela chegou.

“Acabei de perseguir o Kazumi e ele foi para o terraço. Acho que vocês iriam gostar de saber disso. ” Tanaka falou enquanto se abaixava. Deixando a comida de lado, Sakura juntou as duas mãos e olhou com empolgação para Aoi que percebendo o que ela queria, ignorou.

“Vamos!?” Sakura falou após perceber que foi ignorada por Aoi.

“Até onde eu sei o terraço é proibido. O que ele estaria fazendo lá? ” Vendo a determinação de Sakura, Aoi falou.

“Por que? ” Tanaka se intrometeu na conversa.

“Existe grades que estão com defeitos, então irão reforma. Até lá, o acesso é restrito. ”  Aoi falou.

“Agora, o que te faz ter tanto interesse nele? Você não o evitava antes!?”

“Bem... Sim! Mas... Primeiro irei conversa-lo com ele, depois irei dizer que é uma boa ou não pessoa. Mais uma vez darei ouvido a Ricchin.”

Satsuki deu um sorriso simples enquanto comia.

“Tudo bem. Mas...” Aoi olhou na direção de Tanaka, então continuo. “Por que estava stalkeando  Kazumi? “

Ele pensou.

“Ele parece ser interessante. ” Falou desinteressado.

As três garotas olharam para ele.

“Tanaka... você é gay? ” Sakura falou.

“É CLARO QUE NÃO!” Irritado.

*

O garoto estava aproveitando seu suco de maracujá tranquilamente.

*Atchim*

“Alguém deve estar falando de mim. ” Depois de provar mais um gole, continuo. “ Tudo bem, hoje está um perfeito dia.”

*

O trio de garotas estava junto com Tanaka indo em direção ao terraço.  O único garoto caminhava ao lado de Sakura, sendo ela a única empolgada tudo isso.  Ela caminhava com as duas mãos juntas, seu olhar de empolgação enquanto cantarolava silenciosamente era notável.

Aoi, a garota de cabelos curtos e olhos negros olhava aquela empolgação frenética de Sakura. A garota de cabelos lisos que iam até um pouco abaixo dos ombros acompanhava tudo aquilo apenas calada. Satsuki segurava o próprio braço. Sakura chegou em frente a porta e...

“CHEGAMOS! ”Sakura estava com as duas mãos alevantadas.

“!??” Kazumi apertou fortemente a caixinha de suco fazendo-o pingar sobre a calça.

“Te achei! ” Ela falou caminhando até ele.

“Fujiwara?! “ Ele falou sem entender.

Fujiwara era o nome de família de Sakura. Por terem intimidade, Rika, Aoi, Tanaka apenas chamavam de Sakura. Shinki Tanaka era o amigo de infância de Fujiwara Sakura, então ele já estava acostumando com aquelas atitudes despreocupadas dela.

“Isso mesmo! Você não vai escapar facilmente das minhas garras. Eu tenho mil e uma perguntas para te fazer! Prepare para o interrogatório! ” Tirando um pedaço de papel do bolso da saia, ela desdobra. Enquanto cantarolava olhava animadamente para o papel.

“Por que voc—“ ela teve sua pergunta interrompida quando Aoi puxou o papel da mão dela.

“Me da! ” Ela tentava pegar de volta o pedaço de papel, mas Aoi sendo mais ágil (mesmo não parecendo) esquivava dos ataques frenéticos de Sakura. Depois de termina de ler todas as perguntas que estavam no papel, ela rascou e jogou no ar.

“(Que cruel!)” Tanaka sussurrou para se mesmo. Ao mesmo tempo que Sakura chorava no velório das suas perguntas, a garota de cabelos curtos olhou ameaçadoramente para aquele que tinha sussurrado algo. Kazumi estendeu a mão direita mesmo sem entender o que estava acontecendo. Vendo aquilo, Satsuki apenas riu da comédia improvisada deles.

Eles ainda tinham muito tempo livres. Com a temperatura agradável, com leves brisas no momento, parecia que algo estava começando a mudar na vida de um certo garoto que geralmente passava seus dias sozinhos.

Fazendo o velho círculo igual na aula de inglês, o propósito era algo diferente no momento. Dessa vez seriam as perguntas voltadas para Kazumi.

“Por que você tem acesso ao terraço? ” A primeira pergunta foi feita pela a frenética.

Kazumi pensou.  Todos estavam ansiosos pela a resposta.

“Foi algo que me pediram. ” Ele falou.

“Hm? O que quer dizer? ” Ela continuou sua interrogação.

“Por não ter amigos, me pediram para me isolar aqui em cima na hora do intervalo. Aquilo que aconteceu mais cedo, era comum antigamente, mas tinha parado. Preocupados, os professores tomaram essa atitude drástica. Acho que eles temiam que as coisas pudessem piorar caso eu passasse o intervalo junto com eles. ”

“Não tem problema em contar isso? ” Tanaka perguntou.

“Não, provavelmente não. Na próxima semana o terraço voltara a ser aberto, então muitos alunos viram passar o intervalo aqui, logo não estarei mais tão isolado assim. “

“E os atrasos? ” Fujiwara perguntou.

“Gostaria de não falar sobre isso. ” Rapidamente respondeu.

“Por que você faltou quais um mês de aula no início? Perdendo até o primeiro dia de aula. “

“Fiquei doente com uma febre de 39 graus. “ Com um sorriso simples no rosto respondeu.

Ele havia mentido. Seu “pai” havia morrido um dia antes do primeiro dia de aula. Apesar do sorriso, enquanto dizia aquelas palavras, sua garganta secou. Por tanto dizer “que está tudo bem”, “não se preocupe”, “não há nada com o que se preocupar”, as palavras foram ficando cada mais fácil de serem ditas. Se uma vez elas pesaram, hoje já não tem o mesmo efeito.

As perguntas continuaram até terminar o intervalo. As perguntas em seguidas foram simples, geralmente as perguntas eram sobre músicas e hobbies.

Parte 4

 

Hoje tinha sido um belo dia para Kazumi Hayato. O garoto comum sem nada em especial, estava voltando para casa ao fim da tarde. Enquanto andava pela as ruas em caminho de casa, ele aproveitava o silencio. Apesar das controvérsias do dia, as coisas tinham sido melhores, muito melhor do que ele podia imaginar. No caminho que até o momento era reto, ele podia ver sua grande sombra em sua frente graças ao pôr do sol que servia como plano de fundo.  

*

Kazumi havia saído de casa para dar uma passada rápida no mercantil para comprar os ingredientes para a janta. Chegando em casa, tudo estava calmo. Seu irmão iria passar a noite na casa de um amigo. Kazumi estava feliz com isso. Hayato estava na cozinha preparando a janta, ele não tinha um dom culinário, mas se esforçava. Depois de horas na cozinha, o que ele conseguiu criar foi algo fruto de seus esforços. Indo até o armário pega duas tigelas e põe sobre a mesa. Colocando primeiramente o arroz e depois o curry, ele havia colocado o prato da mãe dele. Colocando a tigela sobre uma bandeja ele caminhou pelo os corredores da grande casa até chegar em frente a uma porta comum.  Ele ficou ali sem tracejar uma ação.

Fechou seus olhos...

Engoliu a seco...

A parte do momento que ele entrasse no quarto, a parte do momento que ele passasse naquela porta, ele não sabia o que poderia acontecer. Ele segurou com a mão esquerda a bandeja enquanto com a direita ele hesitava em abrir aquela porta. Entretanto, o que ele carregava não era para ele, ele se importava com a saúde de sua mãe. Kazumi não podia deixa-la com fome.

Ele suspirou...

Lentamente ele foi abrindo a porta.

No quarto escuro onde a fonte de luz era a lua que brilhava pela a janela. Na escuridão existia alguém chorando. A mulher o percebendo, coloca algo sobre a mesa perto da cama e ficou em pé.

Ele deglutiu.

“Mamãe... Aqui está sua janta...”

Ele estendeu suas mãos segurando a bandeja em direção a ela. Ele não podia ver a expressão no rosto dela ao vê-lo.  Ela lentamente caminha até ele. E então...

Quando finalmente chegou até ele...

“.!?”

Com uma de suas mãos ela simplesmente jogou a bandeja que ele segurava. A mulher que usava um vestido branco e segurava um frasco de bebida fez aquela atitude.

“QUANTAS VEZES EU JÁ TE DISSE PARA NUNCA APARECER COM ESSA CARA IMUNDA EM MINHA FRENTE, SEU BASTARDO! FILHO FRUTO DO MEU PECADO! MALDITO DIA QUE VOCÊ NASCEU! “

“Hã?”

Porem ela não parou por ai, ela continuou.

“QUANTAS VEZES EU TENHO QUE DIZER QUE NÃO TE AMO? QUANTAS VEZES TEREI DE REPETIR ESSAS PALAVRAS? EU DEVERIA TER TE ABORTADO! NINGUÉM VAI TE AMAR! NINGUÉM VAI TE ACEITA! POR QUE VOCÊ NÃO SOME? POR QUE VOCÊ NÃO MORRE? EU TE ODEIO! TE ODEIO! TE ODEIO! TE ODEIO! SUMA DA MINHA FRENTE! DESAPAREÇA! ”

Ela ergueu a mão direita que segurava o frasco de bebida, e então...

“Tack!”

A garrafa foi quebrada na cabeça de Kazumi Hayato. Em algum momento quando ela fez aquilo, ele pode finalmente ver o rosto de sua mãe que foi iluminado pela a lua. Um rosto de raiva e um olhar repleto de ódio, foi isso que ele pode ver depois de muito tempo.

Um liquido quente descia pelo o seu rosto e pingava em sua camisa. Quando ele abaixou a cabeça, seu sangue pingou no chão, ele fechou seus punhos e correu para o mais longe que podia pensar. Enquanto ele corria seu sangue se misturava com seu suor e lágrimas.

“Desculpa... Desculpa...” Ele sussurrava repetidamente enquanto corria.

Ele corria rumo ao seu desaparecimento. Ele corria para deixar suas dores para trás.

(Tudo o que eu queria brincar com meus amigos.... Ter uma família agradável.... Uma mãe que me aceitasse.... Tudo o que eu queria era... uma vida normal.)

Kazumi correu para o mais longe que pode da cidade. Finalmente havia chegado em seu objetivo, ele fechou seus punhos e caminhou.

[ Eu iria cometer suicídio. ]

O seu rumo.

[ Tudo planejado. ]

Naquela noite fria ele estava preste a cometer...

Ele caminhou até ficar ao meio da ponte de ferro. Sua mente estava abalada, seu coração quebrado, tudo o que ele queria era pôr um fim em suas dores. Sua roupa suja de sangue, o rosto molhado de suor e ainda escorrendo seu liquido vermelho, ele simplesmente olhou para o rio como se não temesse a morte. Ninguém iria sentir sua falta. Seria melhor ele desaparecer. Seria melhor ele sumir. Seria melhor ele morrer...

O que doía não era sua cabeça que foi cortada. O que doía era sua alma, seu coração. Nada podia se comparar com aquela sensação horrível que sentia.

Primeiramente ele colocou seu pé na primeira barra de ferro. Olhando para baixo, ele viu o rio agitado, mas aquilo não fez temer. Seria melhor para ele, ele poderia ter uma morte rápida por afogamento.

Seria melhor ele desaparecer.

Kazumi colocou o pé esquerdo na segunda barra de ferro.

Seria melhor ele sumir.

O garoto colocou seu pé direito na última barra de ferro.

Não havia ninguém para impedi-lo. Kazumi estava sozinho. Ninguém iria salva-lo. Provavelmente seu corpo seria levado as margens do rio e só podendo ser encontrado depois de tempos, ou talvez nem seria encontrado. Kazumi finalmente iria livrar-se de suas dores.  

Seria melhor ele morrer...

Ele fechou seus olhos e...

*

Ele ´pulou...

O homem vendo seu desespero sem fim, preferiu jogar-se e acaba-se com o sofrimento. Nas aguas calmas, ele não lutava para sobreviver. Ele não tinha mais força para querer fazer aquilo. Cada vez mais que ele afundava, o brilho da lua ficava distante.

Alguém havia realizado seu desejo.

Alguém desaparecia lentamente...


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Notas finais do capítulo

Mil tsurus de origami¹ :Aquele que fizesse mil tsurus de origami teria um pedido atendido pelos deuses.

Muito obrigado a todos que me acompanham.

Existi um momento onde tudo que queremos é desaparecer. Mesmo querendo bancar o forte, algo vai quebrar suas forças. Nesse momento perderemos a razão e agiremos na base da emoção.
Mesmo dizendo que iria tentar de novo, o caminho é mais duro do que parecer ser. Ninguém pode mudar uma vida em um dia.



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