I Can't Love You escrita por Mrscaskett


Capítulo 56
Capítulo 56 - Tempo.


Notas iniciais do capítulo

Oláaa

Sim, eu sei que demorei e já vou começar pedindo desculpas. Não planejei demorar tanto, mas imprevistos acontecem, certo? Quero agradecer logo pela paciencia de vocês em esperar. Algumas pessoas já me cobraram cap (e eu amo qnd isso acontece, pq quer dizer que vocês ainda estão interessados na fic) e disse que iria postar mas acabei demorando mais que o normal. Desculpa.

Mas agora eu voltei e vou tentar (TENTAR) postar com mais frenquencia para vocês. Quem não lembra do cap anterior e quiser ir ler para relembrar tudo, fiquem a vontade. Quem já releu varias vezes e já sabe ele de có (eu sei que tem dessas) aproveitem o cap.

Boa leitura a todos ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/700343/chapter/56

KATE.

 

— Katherine, querida. – Martha aparece através da porta de vidro com um sorriso no rosto. Sorrio de volta, deixando o nervosismo de estar ali diminuir. A ruiva abre a porta e abre os braços, me puxando para um abraço apertado. – você fez falta aqui. – ela sussurra antes do abraço se quebrar. Seu sorriso gentil e seu olhar compreensivo me diziam que ela sabia exatamente tudo o que tinha acontecido até ontem à noite. Mesmo assim, seus olhos azuis me passavam confiança para o que eu estava decidida a fazer hoje. Não descansaria até conversar com Castle. Uma conversa definitiva.

Depois da noite passada eu não tinha certeza se Castle iria gostar da minha presença aqui, mas não podia deixar de vir, eu prometi a Alexis e ela vem em primeiro lugar agora. Aperto meus lábios em um sorriso fraco e olho firme para Martha.

— Também senti saudade, Martha. – a ruiva sorrir e aperta minha mão.

— Você é bem-vinda aqui. – reafirma o que seus olhos me diziam. Sorrio sem graça, desviando meu olhar por um segundo para meus pés.

— Onde está a Alexis?

— Tomando café da manhã. Venha... – ela me puxa pela mão, mas eu a seguro firme.

— Não sei se é uma boa ideia... talvez eu possa esperar ela aqui fora. Ela só quer me mostrar uma surpresa... – tento, deixando meu medo de ser rejeitada por Castle falar mais alto.

— De jeito nenhum. Venha. – mais uma vez a ruiva me puxa pela mão, e antes que eu possa discordar nós estamos na sala, no campo de visão de Alexis e Castle, sentados na mesa. – Olha que chegou. – Martha anuncia e os dois pares de olhos azuis caem sobre mim. Alexis sorrindo, Castle sério.

Ele sustenta seu olhar no meu por mais alguns segundos e volta sua atenção para xicara de café. Sou envolvida por dois braços finos abraçando minha cintura. Abraço a pequena ruivinha de volta, mas meus olhos ainda insistiam em focar em Castle. Sua mandíbula estava rígida, e eu aposto que é de raiva. Raiva de mim. Eu só queria ir até lá, segurar suas mãos e olhar em seus olhos. Queria que ele entendesse o que realmente aconteceu. Que ele soubesse o quanto eu me senti culpada, mesmo não tendo culpa.

Sinto meu coração se apertar.

Logo uma bola de pelos dourados se aproxima latindo e pulando em nós duas. Alexis rir e também abraça o animal.

— Kate, você veio. – a menina diz jogando a cabeça para trás, olhando para cima.

Cosmo late para mim, visivelmente com ciúmes da Alexis.

— Claro que vim. – acaricio os pelos dourados do animal e olho para a ruiva. – eu não prometi que vinha? – ela balança a cabeça, confirmando. – então... – sorrio.

— Você vai amar a surpresa, Kate.

— Que surpresa? – Martha se manifesta ao meu lado.

Aquela surpresa, vovó. – a ruiva de cabelos longos diz com um tom sugestivo para a avó.

— Oh, aquela surpresa. – Martha diz e rir. Olho entre as duas ruivas e fico ainda mais curiosa. – você vai amar a surpresa. – Martha repete as palavras da neta olhando para mim.

— Eu já estou curiosa. O que é essa surpresa? Me dá pelo menos uma dica... – peço, quase choramingo, mas Alexis não diz nada, apenas rir.

— Querida, ela está preparando essa surpresa a dias e...

— Não vovó. – Alexis repreende. – não pode falar nada. – Martha a olha culpada e pede desculpa gesticulando os lábios. Sorrio.

— Não falo mais nada. – Martha passa os dedos sobre os lábios, como se fechasse um zíper. – vamos tomar o café? – ela estende a mão para a menina.

— Mas a Kate chegou... – Alexis choraminga. – não podemos logo ir?

— Alexis.... – a voz firme de Castle chama a atenção de todos. A menina olha para trás, na direção do pai. Eu também o olho. Sua mandíbula ainda estava firme. Seus olhos ainda estavam escuros... ele ainda estava com raiva.

Sinto meu coração se apertar novamente.

— A Kate não vai embora. – ele me olha ligeiramente. – você termina seu café e depois nós vamos, ok?

Mais uma vez eu não conseguia tirar meus olhos de Castle. Parecia hipnotizada como das primeiras vezes em que o vi, e me apaixonei. A menina me olha e eu balanço a cabeça, concordando com cada palavra de Castle. Ela suspira e aceita.

— Vamos... – Martha a chama e as duas caminham de volta para a mesa. – Kate, sente-se conosco. – a ruiva oferece. Por mais que eu estivesse tentada a aceitar, sabia que não podia forçar a barra com Castle. No momento certo pediria para conversar com ele e eu tenho certeza que ele não recusaria.

— Não Martha, obrigada. Acabei de tomar café...

— Isso não foi uma pergunta. – ela me olha séria apontando a única cadeira vazia da mesa. – se não vai comer nada, vai ao menos sentar e nos fazer companhia. – mas uma vez ela me olha de um jeito diferente, como quando eu cheguei. Ela estava me encorajando a fazer aquilo. E eu realmente precisava de coragem.

— Sente-se Kate. – Castle diz sem olhar para mim. Talvez ele estivesse sendo gentil apenas por Alexis estar presente, mas talvez, talvez, ele também me quisesse ali.

— É, Kate. Vem. – Alexis se vira e sorrir.

Eu concordo e me junto a eles. A cadeira vazia era exatamente ao lado de Castle, e eu não pude deixar de sentir o calafrio que essa proximidade me causou. Eu o olho pelo canto do olho, mas podia ver perfeitamente seu rosto e um sorriso se formar por alguma coisa boba que Alexis disse. Estar aqui novamente, sentada nessa mesa, tomando café da manhã como se fosse uma coisa comum, era como estar de volta aos dias que tudo isso era real.

— Kate você podia me levar para almoçar hoje de novo... – Alexis me tira dos meus pensamentos. Olho para a ruiva e ela está me encarando com seu sorriso meigo e divertido, sorrio de volta.

— Eu adoraria, mas hoje não posso... tenho que trabalhar. – faço uma careta na última parte. – mas a gente pode combinar no fim de semana, que tal?

— O meu pai pode ir? – ela é rápida. Seu sorriso fica ainda mais travesso.

— Claro. – olho para Castle. – ele pode nos acompanhar sempre que quiser.

— Então você vai pai?

De repente Castle está encurralado numa rua sem saída. Ele sorrir sem graça e olha para filha.

— Vamos ver... se eu não tiver reuniões da editora eu vou. – ele beija a mão da filha, mas sua resposta não a deixou satisfeita.

Aquilo não poderia ter doído mais. Ele estava tentando arrumar uma desculpa para não magoar a filha, mas eu sabia o real significado daquelas palavras. Ele não iria conosco. O silencio que se seguiu me deixou desconfortável. De repente eu não estava mais de volta aos dias felizes, eu não me encaixava mais aqui. Martha quebra o silencio começando uma nova conversa com a neta, mas isso não me faz me sentir melhor. Olho para Castle procurando algum vestígio do Castle doce que eu tanto amo, mas ele está escondido atrás de toda a raiva que ele sente de mim.

Mais uma vez não conseguia tirar os olhos dele.

Desde a noite passada eu não paro de pensar em tudo o que aconteceu. No que nós fizemos. Se foi certo. Se foi errado. Se eu fiz mesmo bem em contar sobre o beijo para ele. Se ele se arrependeu de dizer que me ama. Ele me ama. ME AMA! No momento em que ele disse aquelas palavras, a raiva que eu sentia, a mágoa, as desconfianças, tudo, desapareceram. O motivo pelo qual nos separamos pareceu banal. Ele me ama! Ele disse. Eu não deduzi por suas atitudes. Ele disse!

Senti meu coração parar por longos segundos e tinha quase certeza que eu estava no céu, vivendo um sonho lindo. Mas eu não estava. Estava num inferno. Ele me ama. E saber disso só fez a culpa que eu sentia por ter permitido que Will me beijasse voltar. Naquele momento meus olhos se encheram de lágrimas e eu só queria chorar. A única reação que tive foi beija-lo. Beija-lo como se fosse a última vez. Como se eu dependesse daquilo para viver. Como se eu precisasse da lembrança desse beijo para lembrar para o resto da vida. Eu nunca esqueceria esse beijo. Mas ao mesmo tempo que era urgente, também era doce, suave e carinhoso. Um beijo apaixonado de duas pessoas que se amam. Eu o amo.

Quando seu corpo envolveu o meu naquele sofá, eu me senti completa. Seus braços fortes esquentavam minha pele fria. Tive que fechar olhos e me controlar para impedir que o soluço preso em minha garganta escapasse. Não precisava chorar naquele momento. O que eu precisava era sentir seu calor, seu amor. Afinal, aquele poderia ser o último. Quando Castle estava prestes a ir embora o desespero dentro do meu peito bateu forte. Já era madrugada e eu queria acreditar que ele não iria embora. Nunca. Eu não estava pronta para lhe contar o que tinha acontecido, mas precisava. Senti o nó em minha garganta doer novamente. Com um ato de coragem repentino eu contei tudo e me senti ainda mais culpada vendo seus olhos tão magoados comigo. Me dói saber o quanto eu o magoei. Repassei aquela cena mil vezes em minha cabeça durante a noite. Relembrei cada palavra que eu disse, que ele disse. E só depois eu entendi o que realmente o deixou magoado, além do beijo, foram minhas palavras.

Eu não contei o que aconteceu. Eu apenas joguei os fatos e o deixei livre para imaginar como tinha acontecido. Agora ele está com raiva de mim e eu não sei se vai querer me escutar. Mas eu preciso tentar. Desço meu olhar por seus braços até suas mãos, ele segurava firme a xicara de café. Foi impossível não lembrar cada canto de meu corpo que aquelas mãos estiveram ontem e desejar que isso aconteça de novo.

Sinto meu corpo se arrepiar inteiro.

Bom Dia. – ouço a voz de Lanie e olho na direção da sala. – desculpa entrar assim, mas a porta estava aberta. – ela se explica enquanto tira os óculos escuros.

— Tia Lanieee... – Alexis levanta e corre até a morena. Olho as duas se abraçarem. A ruiva diz algo no ouvido de Lanie que a faz sorrir e balançar a cabeça.

— Lanie o que você faz aqui? – pergunto confusa. Eu disse que viria aqui e aproveitaria para olhar os cavalos.  

— Ah, eu vim ver a Alexis. – ela diz gaguejando um pouco. Alexis sorrir satisfeita, ainda com o braço em volta da cintura da morena. Está claro que ela está mentindo. Olho para Martha, mas a ruiva logo se retira da conversa.

— Não me pergunte nada. – ela rir e ergue os braços como se fosse inocente nessa história.

As duas mais novas amigas, ou melhor dizer cumplices, se aproximam da mesa.

— E você? Dormiu aqui? – ela estreita os olhos cheios de malicia em minha direção.

Não!— Castle e eu respondemos juntos. Nossos olhares se cruzam rapidamente, mas é o suficiente para sentir meu corpo se arrepiar novamente.

— Não, Lanie. – repito, ainda olhando para Castle. – eu acabei de chegar, eu disse que tinha combinado com a Alexis. – volto meu olhar para a morena.

— Ah, claro. Bom, se você quer mesmo saber porque eu vim, é pelo mesmo motivo que você. – a olho confusa. – a surpresa. – ela esclarece. – Alexis me contou da surpresa que fez para você e eu fiquei curiosa.

Olho para Alexis em pé próximo a mim.

— Parece que está todo mundo sabendo dessa surpresa. Eu acho que deve ser uma coisa bem grande.

— Enorme. – a ruiva diz abrindo os braços o máximo que pode. Eu rio, e posso apostar que ouvi uma risada baixa de Castle.

— Enorme assim? – me viro totalmente para a menina e abro meu braços.

— Muito mais. – ela pula feliz e em abraça.

— Nossa, agora eu fiquei curiosa.

— Pai a gente pode ir? – a menina se vira para Castle. Ele a olha e sorrir.

— Depois que você trocar de roupa e escovar os dentes, se não vai se atrasar para a escola. – Alexis concorda e corre até o andar de cima. Martha logo acompanha a menina, deixando o silencio tomar conta da sala.

Castle se serve de um pouco mais de café e oferece para Lanie. Assim que eu tenho certeza que Alexis não pode mais nos escutar, me viro para Lanie. Não fazia sentido ela estar ali, então ela está aprontando alguma coisa que eu ainda não sei o que é, mas suspeito que esteja combinada com a Alexis.

— Então... o que você realmente veio fazer aqui Lanie? – ela me olha sem entender e eu a encaro firme.

— Okeeey. Se você quer mesmo saber, eu conto. – ela revira os olhos. – bom, primeiro eu vim porque eu estou mesmo curiosa com a surpresa da Alexis. Ela me contou que era incrível e que você ia amar, mas não me contou o que era. E segundo... – ela se vira para Castle, que já estava em pé ao seu lado. – eu quero saber se o senhor bonitão aqui ver algum problema em me deixar terminar de cuidar do tratamento de Mike. É a última consulta, prometo. – ela levanta as mãos, mostrando os dedos livres. – Ele já está bom.

— Claro que não. Porque eu veria algum problema nisso? – ele pergunta confuso.

— Bom, você sempre preferiu a Kate como sua veterinária particular. – Castle me olha.

— Verdade. – diz olhando em meus olhos. Aquela simples palavra não poderia ter mexido mais comigo. – se não houver problema para ela, por mim você pode terminar seu trabalho.

De repente os dois estavam me olhando, como se esperassem alguma resposta.

— Não, por mim também não. – digo, um pouco atordoada por ter sido pega perdida em pensamentos enquanto encarava Castle. – antes de ir embora eu vou só dá uma olhadinha neles.

— Bom, nesse caso, eu vou concluir meu trabalho antes de irmos. – Lanie pisca para mim e sai, deixando Castle e eu sozinhos.

De repente aquele nervosismo de antes volta. Eu queria ficar sozinha com ele para conversarmos, mas não sei se essa é a hora certa. O observo parado, em pé, com a xicara de café nas mãos, tentando parecer o mais natural possível. Mas eu o conheço, ele não está nada bem. Castle brinca com Cosmo, tentando evitar me encarar. Não se isso é bom ou é ruim. Antes ele parecia estar com raiva, mas agora ele não parecia mais. Isso me deixa confusa.

— Está tudo bem para você? – pergunto depois de um tempo.

— O quê? – ele finge que não sabe do que estou falando.

— A Lanie cuidando dos cavalos... – entro no seu jogo. – se você fizer questão de...

— Está tudo bem. – ele me olha e sorrir. – Lanie é boa também... ela está cuidando do Mike desde o início, então... – ele joga os ombros e deixa as palavras no ar.

— E quanto a mim? – as palavras pulam da minha boca e meu coração dispara, com medo da resposta. Castle abre um sorriso divertido.

— Não precisa ficar com ciúmes da Lanie. Você pode cuidar dos cavalos sempre que quiser. Você ainda está em primeiro lugar.

— Não, Castle. – o interrompo séria. – eu quero saber se você se sente bem com minha presença aqui.

— Você nunca me incomodou, Kate. Porque começaria agora? – solto um sorriso irônico.

— Você está agindo como se nada tivesse acontecido entre nós...

— Não quero falar sobre isso agora, Kate. – ele me interrompe e começa a andar na direção da sala. Me apresso e seguro seu braço com força, fazendo-o parar e me olhar.

— Castle eu sei que você está com raiva de mim, e eu entendo completamente, já estive na sua posição. – respiro fundo e olho em seus olhos. – eu já senti raiva de mim o suficiente por nós dois, acredite... então por favor, por favor — imploro, fechando meus olhos momentaneamente. – vamos conversar.

Ele me encara em silencio. Eu continuo.

— Eu sei que o que eu disse na noite passada pode ter acabado com nossas chances, mas...

— Você beijou outro cara, Kate. – ele fala firme. Novamente sua mandíbula está rígida, como se estivesse se segurando para não explodir. – você. Beijou. Outro. Cara. – ele fala pausadamente. Aquilo me doeu tanto quanto a culpa que eu senti depois daquele beijo.

— Ele me beijou. – digo de uma vez.

— E você gostou? – Castle rebate, mas antes que eu possa responder Alexis aparece na escada. Mesmo não querendo, eu o solto. Castle se vira e respira fundo enquanto a filha se aproxima.

— Estou pronta. – a menina diz satisfeita. Eu sorrio olhando-a e tento disfarçar meus olhos cheios de lágrimas. Alexis passa seu olhar entre Castle e eu, analisando. Tento parecer normal, mas ela é inteligente o bastante para saber que tinha algo errado entre nós. – vocês estavam brigando?

— O quê? Não. – Castle se vira e se apressa para responder. – Kate e eu estávamos conversando. Na verdade, ela estava querendo arrancar alguma pista sobre a surpresa, mas eu não falei nada. Me mantive firme.

— Por pouco. – decido entrar na conversa e tentar parecer que está tudo bem entre nós. – faltou isso aqui para eu arrancar alguma pista. – junto meu indicador e o polegar, estreitando a distância entre eles.

— Não vale, Kate. É surpresa.

— Bom, então vamos logo porque senão eu vou morrer de curiosidade. – falo dramática e a menina rir.

— Cadê a tia Lanite? – ela olha para os lados. – não podemos ir sem ela.

— Ela está no celeiro, vamos passar por lá antes de irmos.

Olho para Castle e depois para Alexis. Eles estavam falando demais sobre ir a algum lugar, então quer dizer que a minha surpresa não é aqui. Fico ainda mais curiosa.

— Ok, podem parar um segundo e me explicar uma coisa? – os dois pares de olhos azuis me encaram. – quando vocês dizem “vamos”, onde exatamente a gente vai? – eles se entreolham e sorriem.

— Surpresa. Agora vamos. – a ruiva passa por mim sorridente. Castle rir e logo lhe acompanha, mas para quando passa por mim. O contato próximo faz eu sentir meu coração parar. Era como se eu estivesse me apaixonando de novo.

— Eu também quero conversar, Kate. Só não sei se é a hora certa.

Ele me olha brevemente nos olhos e segue se caminho atrás da filha. Ele pode ter razão, essa pode não ser a hora certa. Por mais que eu queira me acertar com ele e contar como tudo aconteceu, eu não sei se ele vai simplesmente parar e ouvir tudo o que tenho para dizer. Castle está com raiva, magoado, qualquer coisa que eu disser ele vai entender errado. Assim como eu estava com raiva e magoada há algumas semanas.

Assim que minha respiração volta ao normal eu os acompanho. Alexis correu para chamar Lanie no celeiro e a gente finalmente pôde seguir caminho. Logo que entramos na trilha eu sabia para onde estávamos indo, já caminhei muito por esses lados do rancho. Mas diferente das últimas vezes que estive aqui, a trilha está livre de galhos e folhas secas. Agora tem um caminho de tochas para iluminar o caminho a noite. Eu não sei o que é minha surpresa, mas eu já estou amando. Alexis para de repente e manda eu fechar os olhos. Odeio quando preciso fazer isso, eu gosto de olhar por onde eu piso e, principalmente, para onde eu vou. Mas a menina insistiu tanto, e parecia que era importante, então eu fechei. Castle ficou encarregado e tapar meus olhos com suas mãos, para não me deixar ver nada antes da hora. Ele se aproximou por trás e tapou meus olhos. Eu sei que ele pode sentir minha respiração irregular, e não é por causa da caminhada curta que fizemos até aqui.

Nossa... — ouço a voz da Lanie. Ela parecia admirada com algo.

— O quê? Me deixa ver. – seguro nos braços de Castle, pedindo para que ele tira as mãos de meus olhos.

Não. — ele fala em meu ouvido. – ainda não está na hora. – agora ele não parecia com raiva e nem magoado, mas animado com alguma coisa.

Só mais um pouco, Kate. – Alexis segura minha mão e me guia por mais alguns passos. – pronto, agora pode abrir. – Castle destapa meus olhos aos poucos. Pisco algumas vezes me acostumando novamente com a luz e... fico sem palavras para o que vejo.

Abro um sorriso vendo a casa toda reformada, nem parecia aquela casa velha e acabada de algumas semanas atrás. Alexis pergunta se eu gostei, mas eu não consigo falar nada. Estou totalmente sem palavras para o que fizeram. Eu nunca imaginei uma surpresa assim. Era como voltar no tempo. O mato ao redor da casa estava todo aparado e agora tinha um mini jardim na frente, como antes. Posso apostar que Castle se encarregou dessa parte. Sinto meus olhos encherem de lágrimas. A casa agora estava pintada de branco, com portas e janelas novas.

— Você está chorando, Kate? Não gostou? – Alexis pergunta preocupada.

Limpo o canto dos olhos e sorrio para a menina.

— Não, meu amor. Eu amei. Amei! Está lindo. – ela abre um sorriso e me abraça. Me abaixo e a aperto forte em meus braços. – obrigada. – sussurro.

— O meu pai quem arrumou aqui fora, e eu arrumei lá dentro. – ela me olha, passando a mão em meu rosto e tirando alguns fios de cabelo.

— É, mas você teve uma ajudinha. – Castle fala atrás de mim.

— Verdade. – a ruiva assume. – a vovó me ajudou a arrumar, mas só depois que eu e o papai pintamos tudo. – me levanto e sorrio, tentando imaginar os dois passando horas e horas aqui arrumando tudo. Castle suspira e eu sinto sua respiração em minha pele. Ele ainda estava próximo o bastante. Viro o rosto o suficiente para olha-lo. Seus lábios desenhando o sorriso que eu tanto amo. Não consigo parar de olhar e não ligo se todos estão notando.

— Deu trabalho limpar tudo isso. Passei horas soando aqui debaixo do sol forte. – ele faz uma cara sofrida e eu sorrio. Involuntariamente levo minha mão até seu rosto, acariciando-o e sentindo a curva que suas bochechas fazem quando ele sorrir. Não pude evitar o toque. Castle me olhou, mas não disse nada. Nem se afastou. Me perco no seu mar particular, que se tornava quase transparente na luz do sol.

Eu tentei imaginar a cena de Castle tirando todo o mato e ajudando a concertar a casa, mas não consegui. Essa era uma cena quase inimaginável. Mas saber que ele fez tudo isso mesmo quando estávamos separados me deixou mais confiante para termos a nossa conversa. Não precisávamos de hora certa, só precisávamos conversar.

— Vocês podiam se beijar agora. – a voz de Alexis nos desperta. Por um momento esqueci que tinha mais alguém conosco. Desvio nossos olhares e encaro a ruiva, que nos olhava com um sorriso contente. – eu fecho os olhos. – ela completa, tapando os olhos com suas mãos.

Olho para Castle de canto e o vejo sorrir sem graça, olhando para os pés por alguns segundos.

— Alexis... – eu a chamo e, relutante, ela tira as mãos dos olhos. – porque você não me mostra o resto da surpresa? – a menina olha para mim e depois para Lanie, e solta uma respiração pesada como se estivesse cansada. Eu sei o quanto ela quer que a gente se acerte, mas eu não posso deixar que ela interfira nisso, e nem que faça parte de alguma discussão que eu tiver com Castle.

— Tudo bem. – ela segura a mão de Lanie e caminha em direção a casa. Não me movo, muito menos Castle. Assim que a menina está longe o suficiente para não me escutar, eu me viro para ele e o impeço de andar.

— Eu não quero mais adiar. – ele me olha sem entender. – precisamos conversar Castle. Precisamos resolver tudo isso de uma vez. – ele me olha pensativo, mas não se move.

— Concordo. – ele diz depois de um tempo. – eu tenho uma reunião hoje, mas a noite eu passo na clínica. – concordo num balançar de cabeça. Estava surpresa por ele concordar fácil assim. – ótimo, agora vamos. – ele indica o caminho e eu começo a andar.

Controlo a mistura de sentimentos loucos dentro de mim e me apresso até acompanhar Alexis. Seguro sua mão e nós subimos os poucos degraus até a varanda da casa e, pela primeira vez, eles não gemem. Sorrio satisfeita. A única pessoa que conseguiu fazer esses degraus não gemerem mais foi Castle. Nem meu pai conseguiu, e ele tentou muito. Alexis começa a narrar tudo o que fizeram na casa e como pintaram. Agora tinha um balanço na varanda. Pela porta aberta eu podia ver a casa com alguns detalhes rosas e brinquedos. Novamente eu sinto aquela sensação de voltar no tempo, mas agora eu volto para minha infância.

— Vamos entrar, Kate. – Alexis me puxa para dentro da casa. O lugar estava equipado com moveis pequenos, feitos para crianças. Tinha uma mesa de chá da tarde, onde quase todas as cadeiras estavam ocupadas por bonecas e ursos. Tinha uma estante de livros e uma mesa para colorir, com lápis e pinceis jogados sobre ela, o que me faz perceber que Alexis já tomou conta do lugar. Não consigo conter o sorriso que rasga meu rosto. Ver que ela está ocupando um lugar que antes eu também ocupei, só me faz sentir uma ligação ainda mais especial com a ruiva.

Não consigo me conter e deixo as lagrimas rolarem. Mesmo diferente, ainda parecia aquele mesmo lugar de antes, o lugar que eu enchi de bonecas, ursos e brinquedos de todos os tipos, o lugar que minha mãe vinha brincar comigo nos fins de semana, o lugar que eu me escondia quando estava com raiva, o lugar que eu sempre me senti segura. Agora esse lugar era de outra pessoa, mas também continuava sendo meu.

— Nós mudamos muita coisa, espero que você não se importe... – Castle se aproxima de mim e eu limpo meu rosto.

— Claro que não. – respondo rápido, virando-me para olha-lo. – eu tenho muitas lembranças desse lugar, e nenhuma reforma vai apagar isso. E além disso, Alexis também precisa de lembranças novas...

— Mas esse era um lugar especial para você...

— E continua sendo. – o interrompo. – principalmente sabendo que agora esse também é um lugar especial para Alexis.

Castle sorrir, e eu vejo o brilho em seus olhos. Não tinha como não me perder ali. Será que nós estávamos sendo bobos em estarmos separado quando tudo o que queremos é estar junto? Pelo menos é isso que eu quero. Ficar ao lado dele e esquecer de todo o resto. Aos poucos a claridade da casa vai diminuindo. Olho para a porta a ponto de ver Alexis fechando-a e trancando por fora.

— O que... Alexis? – a chamo e corro até a porta. – Alexis o que você está fazendo?

Vocês precisam se entender. — a menina grita do outro lado da porta. Olho para Castle e depois volto a encarar a porta.

— Alexis, você não pode nos trancar aqui.

— Alexis eu sou seu pai e estou mandando, abre essa porta. – Castle se junta, mas não adianta muito.

Não vou abrir até vocês conversarem.

— Lanie. – chamo, mas ela não responde. – Lanie eu sei que você está aí e faz parte desse plano todo. Abre essa porta. Eu preciso ir para a clínica, eu tenho...

Desculpe meu bem, mas não posso. Alexis está com a chave e não quer me entrega de jeito nenhum. – ela grita, mas sei que não fez nenhum esforço para pegar a chave.

— Lanie, por favor... – peço.

— Lanie, eu preciso sair daqui, eu tenho uma reunião importante. – ele bate na porta.

Não até vocês conversarem. — Alexis repete.

— Nós vamos conversar, eu prometo. – digo olhando para Castle. – agora abre a porta.

Silencio.

— Alexis? – chamo, mas não escuto nada além do silencio. – Lanie?! – mais uma vez, silencio. – droga. – chuto a porta.

— O que foi? – Castle me olha sem entender.

— Elas já foram.

— O quê? Não. – ele bate na porta e chama por elas mais algumas vezes, mas não temos resposta. – elas me pagam. – diz quando desiste.

— Você não pode arrombar essa porta?

— Não. Essa porta é resistente, eu comprei porque é mais segura... mas já estou me arrependendo. – ele faz uma careta e eu tenho vontade de rir, mas me controlo.

— E as janelas?

— Coloquei grade... – ele me olha com uma cara culpado.

— Ótimo, então estamos mesmo trancados aqui.

— Não necessariamente. – eu o olho curiosa. – você tem grampos de cabelo?

— Para quê? – pergunto confusa.

— No meu livro um dos personagens consegue abrir a porta com um grampo de cabelos, eu treinei bastante para isso. Comprei uma porta para apender a destrancar... levou alguns dias, mas eu aprendi.

— E a quanto tempo foi isso?

— Não importa, eu ainda lembro. – ele me encara convencido. – Você tem ou não?

— Tenho. – pego um grampo no meu cabelo e lhe entrego. Castle se ajoelha diante a porta e começa a mexer os grampos na fechadura, mas não tem muito sucesso. Ele estava em silencio, concentrado. Dois grampos já quebraram e agora ele está no meu último grampo. Eu não queria ficar trancada aqui, mas essa também poderia ser a nossa chance de termos uma conversa. Ninguém poderia fugir. Nós tínhamos que enfrentar nossos problemas.

— Será que... – começo com receio e ele me olha interessado. – sei lá, eu pensei que a gente podia mesmo conversar agora.

— Você quer mesmo conversar enquanto eu tento abrir a porta? – ele diz com um sorriso no canto dos lábios. – isso pode me distrair...

— Ah, isso pode ajudar a passar o tempo. – jogo os ombros e ele rir. – já que você está ai a bastante tempo e não conseguiu. – Castle levanta e anda em minha direção.

— Você até me magoa assim, Kate. – ele faz uma cara de magoado.

— Desculpe. – sussurro.

Castle para em minha frente e me encara. Seus olhos varrem meu rosto e eu começo a sentir um incomodo. Não um incomodo ruim, pelo contrário, era bom. Muito bom. Isso provava o quanto eu sou vulnerável a esse homem. Ele não precisa de muito para mexer comigo, um olhar e eu já estou desarmada.

— Você conversar? – ele se aproxima ainda mais. Eu balanço a cabeça, sentindo meu coração bater cada vez mais devagar. – eu não. – tudo o que sinto são seus lábios buscando os meus num beijo urgente. Castle segura firme minha cintura, eu não reajo num primeiro momento, mas logo correspondo ao seu beijo e seus toques.

Subo minhas mãos por seu peito até seu rosto, mantendo-o parado enquanto puxo seu lábio com os meus, sentindo seu gosto. O gosto doce de sua boca era um vício. Roço nossos narizes e, mais uma vez, ele me surpreende. Castle puxa meu corpo contra o dele segurando a parte de trás de minhas pernas e me segurando em seus braços. Rodeio sua cintura com minhas pernas e cruzo meus pés atrás dele. Castle sorrir próximo a minha boca e eu tive que conter o desejo de devora-lo inteiro.

— Não era esse o tipo de conversa que eu queria ter. – Prendo meus dedos em seus cabelos fazendo-o olhar para mim enquanto ele me carrega pelo lugar.

— Eu disse que não queria conversar. – ele murmura enquanto me coloca contra a parede. – eu quero você. – diz antes de avançar contra o meu pescoço. Seus dentes finos arranhando minha pele me deixa ainda mais excita. Ele sabe bem como me deixar louca. Fecho os olhos e contenho o gemido.

— Castle... aqui não. – completo quando ele me olha. – aqui não. – repito. Ele me encara e sorrir, escondendo seu rosto no vão de seu pescoço.

— Você não quer? – sua voz sai abafada. Respiro fundo e seguro seu rosto, fazendo-o me olhar.

— É claro que eu quero. – olho nos seus olhos. – mas não aqui.

— Porque?

— Porque eu não quero ter que voltar aqui e ver sua filha brincando num lugar onde eu tenho lembranças improprias com você. – digo o óbvio e ele rir.

— Você tem razão, desculpe. – ele me beija rápido. Um ato tão natural com quando nós estávamos juntos.

— Porque você não tenta abrir a porta para a gente sair daqui? – dou uma olhada sugestiva e ele concorda. Castle me beija mais uma vez antes de me colocar no chão, um beijo longo e cheio de sentimentos. Queria que esse beijo nunca tivesse acabado. Poderíamos ficar ali para sempre.

Permaneço encostada na parede ao lado da porta quando Castle se afasta e se ajoelha novamente na frente da porta tentando abri-la com um dos meus grampos de cabelo. O sorriso bobo não sai de meu rosto. O que foi isso que acabou de acontecer?! Eu não sei. Mas gostei! Agora, mais que nunca, estou com vontade de acabar logo com esse mal-entendido entre nós. Quero tê-lo de volta para mim.

— Eu sinto muito... – começo. – eu não queria que nada daquilo acontecesse mas... a gente saiu para comemorar e ele me beijou. Eu não queria. Eu o afastei no mesmo instante. – Falo rápido. Castle para o que estava fazendo e me encara, dessa vez ele está sério. – eu já me senti tão culpada por isso... eu não preciso que você me olhe assim e me culpe ainda mais.

— Porque ele te beijou? – ele se levanta e para em minha frente.

— Eu não sei, Castle. Ele simplesmente me beijou.

— Ele já deu em cima de você antes?

— Sim, mas... – Castle me interrompe antes que eu possa completar.

— Você ficou interessada nele?

Eu não consigo dizer nada. Não tinha coragem de dizer que, em algum momento, eu senti interesse nele. Castle solta um sorriso triste e passa as mãos nos cabelos, fechando os olhos com força.

— Eu sabia que não deveríamos ter essa conversa agora.

— Castle... – me aproximo, segurando seu rosto entre as mãos. – eu te amo. – digo olhando em seus olhos marejados. – confesso que achei ele bonito e algo me chamou atenção, mas quando eu percebi as reais intenções dele eu me afastei. Não estava pronta... eu não queria. – respiro fundo. – eu estava com raiva, decepcionada... Will veio e... – hesito antes de continuar. – eu tinha acabado de ver você sofrendo por sua mulher. Você me expulsou de sua casa e foi como se você tivesse me expulsado de sua vida... eu realmente estava convencida de que não voltaríamos mas até que...

— Até? – ele me estimula quando eu paro de falar.

— Até eu perceber que eu sou completamente apaixonada por você e não há nada que eu possa fazer contra isso. – falo séria, sentindo o nó na minha garganta começar a doer, mas eu não iria chorar. – não importa o que aconteça entre nós, isso nunca vai mudar.

— Kate você não me deixou explicar... – ele lamente e se afasta de mim. – Por isso nós estamos no meio dessa confusão toda.

— Então a culpa é minha? – o olho sem entender. – você gritou comigo. Você foi grosso comigo e a culpa é minha??

— Se você não tivesse fugido e me deixado explicar, nós não estaríamos aqui agora. – solto uma risada irônica.

— Você lembra o que eu acabei de dizer? Eu vi você chorando por sua mulher. Eu vi! Você não pode imaginar no quanto aquilo me doeu. Um tiro em meu peito doeria menos. – sinto meus olhos arderem só de lembrar. – você queria se explicar? Ótimo. Vamos lá, estou ouvindo.

Castle me encara em silencio. Não me movo e não fala nada. Ele também precisa se explicar porque eu não sou a única errada nessa história. Nós dois erramos. Nós dois temos culpa.

— Eu não estava chorando pela Gina. – ele começa, mas eu o interrompo.

— Não? Porque você sentado com fotos e uma garrafa de whisky me diz ao contrário.

— Você sabe que aquele quarto era o lugar que eu guardava as coisas dela, era sagrado para mim...

— Era?

— Era. – ele fala firme. – eu queria me desfazer de tudo. Queria te mostrar o quanto eu quero ficar com você. Queria te mostrar que... – ele para.

— Que? – estimulo.

— Que eu te amo...

O silencio toma de conta do lugar. Nossos olhares se sustentavam um no outro. Mais uma vez ele estava dizendo que me amava, e dessa vez ele disse olhando em meus olhos. Castle se aproxima de mim e segura meu rosto entre suas mãos, nos mantendo próximos.

— Eu te amo Kate e estava fazendo algo bom para nós dois. Eu queria te provar que estava comprometido com você e mais ninguém. Eu fui grosso com você e também nunca vou me perdoar por isso, mas você fugiu e não me deixou explicar, e depois beijou outro cara.

— Ele me beijou.

— Não importa. Porque a imagem de você beijando outro nunca vai sair da minha mente. – ele se afasta. Eu podia ver a decepção e a mágoa em seus olhos, mas eu também estava magoada com ele, não podia simplesmente pedir perdão por algo que eu não sou culpada sozinha.

Castle dá alguns passos para trás até alcançar a porta e girar a maçaneta, abrindo-a. Ele tinha conseguido. O desespero de vê-lo sair daqui me consome.

— Castle! – o chamo sem me importar o quão desesperada eu parecia. Ele me encara. – agora nós vamos viver assim... brigando?

— Eu não quero brigar, Kate. Mas infelizmente nós dois precisamos de tempo para entender tudo isso. Não é uma simples conversa que vai fazer nossos problemas desaparecer.

— Você está me culpando por tudo que aconteceu.

— Não. – ele balança a cabeça. – nós dois temos culpa. Eu e você. – ele aponta entre nós. – e por mais que eu queira loucamente esquecer tudo isso e ter você novamente em minha vida, eu não posso. Porque em algum momento isso voltaria à tona e acabaria com nós dois.

— Então o que a gente vai fazer?

— Vamos ter que lidar com isso. Você precisa superar o que viu e eu também.

— E como vamos fazer isso?

— Com o tempo. – ele diz e sai, me deixando sozinha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Perdoem qualquer erro e até o próximo ♥

PS: prometo não demorar ;**